Kira Ivanov
Olivia chegou atrasada para a aula, como de costume, com uma energia que parecia nunca diminuir. Sentou ao lado de Kira, afobada, enquanto o professor Richard falava sobre os processos cognitivos de concentração. Kira tentou disfarçar um bocejo, mas não conseguiu evitar.
— Oi, amiga. — Olivia sussurrou, inclinando-se para perto.
— Bom dia. — Kira respondeu baixinho, mantendo os olhos no professor.
— E aí, como foi ontem?
— Depois conversamos, o professor está olhando pra gente.
Olivia bufou, cruzando os braços, mas respeitou o pedido da amiga, mesmo que estivesse morrendo de curiosidade. Seu p
— Se ele realmente me ama, Olívia, então me diz… por que fez o que fez? — A voz de Kira estava embargada, carregada de uma dor que parecia sufocá-la. — Por que me deixou tão humilhada naquela noite? Por que me tratou como se eu fosse um nada?Seus olhos ardiam, a garganta apertava como se estivesse sendo estrangulada por lembranças que ela gostaria de esquecer, mas que se recusavam a ir embora. Ela queria odiá-lo. Deus, como queria! Mas, em algum lugar dentro de si, o amor por Noah ainda existia, pulsando, machucando.Olivia abaixou a cabeça por um instante, sentindo o peso das palavras da amiga. Sabia que Noah havia cometido erros, sabia que ele tinha ferido Kira profundamente, mas também conhecia o outro lado da história. O lado dele. E se havia algo que Oliv
Olivia sorriu largo. Por mais que isso não significasse que eles iriam se entender, pelo menos seu pai teria uma chance de abrir seu coração para Kira. Pegou seu celular e ligou para o pai. Discou três vezes antes de cair na caixa postal. Irritada, discou o número do seu tio James. Com certeza ele estaria na empresa com o seu pai. — Diga, minha princesa. — Tio, preciso falar com o papai é urgente. — Aconteceu alguma coisa? — Tio James, por favor, não faça perguntas, só passe o celular pra ele imediatamente. Noah estava sentado em sua mesa. Olhava a vista da cidade pela janela de vidro. Por um momento, sorriu ao lembrar do dia que Kira esteve no seu escritório e se debruçou naquela janela, apenas para mostrar a calçinha pequena. Ela o provocou tanto naquele dia, que ele teve que se aliviar antes de entrar na reunião. Suspirou fundo, triste. Depois de ontem, sabia que não existia mais volta. Era melhor para os dois que fosse dessa maneira. Kira merecia alguém menos complicado, mais
Olivia desligou o telefone. Noah ficou ainda uns segundos processando o que a filha tinha dito. Noah Fitzgerald sentia como se o chão tivesse sumido debaixo de seus pés. O telefonema de Olivia havia sido como um soco no estômago. Cada palavra dela ecoava em sua mente, despertando uma mistura de emoções que ele mal conseguia controlar: medo, ansiedade, esperança. E agora, a única coisa que sabia era que tinha pouco mais de vinte minutos para estar na frente da faculdade e, talvez, mudar o rumo de sua vida. olhou para o relógio de pulso e viu 11:35 am. Arregalou os olhos e virou para James para falar, mas Barker se antecipou:— Vai lá, idiota. — James disse, com um tom mais suave do que o habitual. — Vai lá… eu seguro as pontas aqui na empresa para você. Vê se faz a coisa certa dessa vez, idiota. Vai dizer à sua garota que você a ama.Noah assentiu, engolindo o nó na garganta. Ele sabia que estava diante de um momento decisivo. Sentia-se como um soldado indo para uma batalha, mas essa n
Noah sentia todo o seu corpo estremecer. Seu coração batia no peito como se quisesse saltar para fora. Sua respiração estava acelerada e ofegante. Os olhos marejados, expressavam toda a dor que ele sentia. Como ele estava destruído, seu olhar dizia tudo isso.— Nunca tive intenção de te magoar, Kira. Vo-você não imagina como eu enlouqueci atrás de você quando descobri que você tinha ido embora daquele jeito. Sei que talvez seja estranho pra você, mas…Eu fiz o que fiz para te proteger.— Ah, Noah, por favor! — Kira diz, chateada. — Não me venha com desculpas esfarrapadas. Posso ser nova e ingênua, mas não idiota!— O mundo corporativo, Kira, infelizmente.
Kira já chorava copiosamente. O peso das emoções transbordava, tomando conta de seu corpo, tornando suas pernas trêmulas, quase incapazes de sustentá-la. As palavras de Noah atingiam seu coração como ondas incessantes, remexendo as dores do passado, os momentos de felicidade, os sorrisos roubados e as promessas que um dia pareceram eternas. Ela olhava nos olhos dele, aqueles olhos azuis que sempre a desarmaram, sempre a fizeram acreditar que havia verdade em tudo o que sentiam. Mas agora, eles estavam diferentes… brilhavam, não apenas de lágrimas contidas, mas de desespero, de medo, de amor puro que parecia à beira do colapso.Ela tentou falar, mas sua voz se perdeu no nó apertado de sua garganta. As lágrimas continuavam a escorrer pelo rosto, quentes, implacáveis. Ela engoliu em seco, respirou fu
Kira olhou para Noah, seus olhos azuis transmitiam uma mistura de ansiedade e amor que a fazia tremer por dentro. Todo o seu corpo parecia vibrar, como se cada célula estivesse viva, pulsando de saudade e desejo. Aquele homem, que a fez sentir tanto, que a marcou de tantas formas, agora estava ali, vulnerável, dizendo o que ela sempre quis ouvir.— Princesa? — ele chamou com a voz rouca, inseguro diante do silêncio dela.Sem pensar, sem hesitar, ela apenas se jogou em seus braços, puxando-o para um beijo profundo e cheio de emoções reprimidas. O gosto dele era exatamente como lembrava, mas agora tinha um toque ainda mais doce, pois trazia consigo o alívio de uma saudade que ela nem sabia que podia ser tão forte.
Noah a observava como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo. O brilho das lágrimas nos olhos de Kira, misturado ao sorriso tímido, fez algo dentro dele se despedaçar e se reconstruir ao mesmo tempo. O amor que sentia por ela era tão profundo que doía, tão intenso que o fazia perder o fôlego. Quando ela sussurrou aquelas palavras, seu coração pareceu parar.— Me ame, Noah, como eu te amo.O ar entre eles se tornou denso, carregado de tudo o que nunca deixou de existir. Aquela era a permissão, a rendição que ele tanto desejava. Com um suspiro trêmulo, Noah ergueu a mão, os dedos roçando a pele quente do rosto dela, traçando cada linha, cada contorno como se estivesse memorizando. Seu polegar deslizou suavemente pela mandíb
Após uma noite intensa, marcada por sorrisos, carícias e a promessa de um novo começo, eles acordaram juntos, iluminados pela luz suave da manhã. Enquanto tomavam café, Noah não conseguia desviar os olhos dela. Era um misto de felicidade e paz, algo que ele não sentia há muito tempo.— Vou te levar para a faculdade hoje. — anunciou, decidido.— Noah, não precisa, eu posso…— Não tem mais o que esconder, Kira. Agora você é minha namorada e eu quero que todos saibam disso.Kira corou, mas assentiu. No caminho, sentiu o calor da mão dele na sua, um gesto simples que transmitia proteção e carinho. Quando chegaram à faculd