- Seu pai... - sentei e limpei a garganta para falar. - O seu pai, bem... ele me abordou na saída do banheiro. - Bruno se mantinha calado, mas já mostrava uma raiva crescendo em seu olhar. - Resumindo, ele falou que sou uma aproveitadora, que reviraria minha vida, e que você logo cansaria de mim – omiti a parte dele se oferecer para ficar comigo, porque era muito pesado e não conseguiria dizer em voz alta.
- Desgraçado! - Ele se levantou irritado, passando as mãos nos cabelos.- Bruno, calma, não fica assim, já passou... - disse levantando também.- Passou? Olha como você ficou chateada, vou falar com ele!- Não, por favor não, na frente dele eu me fiz de durona, deixa que pense que nem te contei, por favor... - pedi praticamente me pendurando nele, o abraçando, mas ele não me abraçou, seu corpo tremia de raiva e eu tinha medo dele brigar feio com o pai.Não queria ser o motivo de mais um desentendimento entre os dois, pelo que sei eles nunca foram exatamente próSegunda-feira passamos na minha casa antes de ir à empresa, minha mãe fez um drama porque eu estava passando tanto tempo na casa do Bruno, mas sei que no fundo ela está feliz por mim.Estava bem animada porque Sara voltaria hoje, ia ficar uns dias com ela até fazer a transição para outro cargo. Bruno cogitou contratar uma pessoa para ajudar Sara, eu já fiquei insegura, falei que conversaria com ela.- Meus amores! - Fomos recepcionados com um abraço apertado.- Que saudades! - disse a esmagando em um abraço.- Agora vocês dois não se desgrudam e esqueceram de mim - falou fazendo drama. Desde quando ela é assim?- Jamais esqueceríamos de você - Bruno disse dando um beijo na sua testa.- Sei, você – disse apontando para Bruno - já está me traindo, vai me tirar a Patrícia - disse chateada.- Ah, quanto drama! Você deveria estar feliz que finalmente sosseguei! Não era o milagre que você sempre pediu a Deus? - Bruno perguntou rindo.- É, acho que minha cot
Minha vida mudou nas últimas semanas, namorar era muito bom, ficava me questionando porque fugi tanto tempo de compromisso. Patrícia era diferente, ela me deixava em paz, sentia-me amado e a sensação era maravilhosa. Além disso, acordar ao seu lado fazia meu dia já começar bem. Patrícia estava ficando na minha casa direto, embora sempre desse uma reclamada, sabia que ela também adorava nosso sexo matinal.Sentia que no trabalho estava menos estressado, a demanda continuava a mesma, problemas tinha para resolver todos os dias, mas tudo parecia fluir com mais tranquilidade.Estava tomando uma xícara de café, sentia-me um pouco cansado, a reunião com os estrangeiros franceses fora exaustiva. Quando estava prestes a pegar o telefone e pedir para Patrícia subir, o telefone tocou. Sara - percebi pelo ramal que era ela.- Bruno, seu pai está subindo com uma moça – Sara avisou.- Que moça? - deixei a xícara repousando sobre o pires.- Não sei – senti irritação
- Esqueci de mencionar - Marcela disse - tenho disponibilidade para acompanhá-lo em viagens caso seja necessário - fez menção em me tocar, mas dei um passo para trás.- Anotado – disse - Agora preciso ir - falei apontando para fora do elevador.Eles ficaram na recepção e eu desci no andar de Carlos, cheguei à sala dele e joguei-me na cadeira.- Cara, o que foi para você invadir minha sala assim? - questionou.- Temos uma reunião.- Temos? - ele perguntou rindo.- Sim, daquelas bem longas - disse, levantei e peguei um copo de whisky.- Pelo visto a coisa é séria - ele ergueu as sobrancelhas.- Apresentei Patrícia aos meus pais, eles não gostaram. Agora meu pai apareceu com uma nova assistente aqui - dei de ombros e tomei um gole.- E aí?- Cara a mulher... - não queria falar porque parecia desrespeito com a Patrícia.- Gostosa? – questionou rindo.- Sim, com vestido e corpo pronto para me atacar - passei as mãos pelos cabelos que a esta
O porteiro me reconheceu e abriu para mim, dei uma nota de cem dólares pedindo para não avisar que estava subindo, ele viu as rosas e aceitou.Toquei a campainha, Patrícia abriu uma pequena fresta na porta, quando me viu não me deu seu sorriso habitual, virou-se de costas e saiu rumo à cozinha. Deixei os bombons em um suporte perto da porta e fui até ela, a abracei pelas costas, e dei um cheiro no seu cabelo.- Que saudades da minha namorada, por que foi embora sem mim?- Você sumiu! - disse irritada.- Eu estava na sala do Carlos - quando falei isso senti que um pouco da sua irritação foi embora.- Olhe para mim - disse a virando e peguei as flores - trouxe para você.- São lindas – um sorriso discreto brotou dos seus lábios enquanto ela abraçava o buquê e cheirava as flores. — Como você, meu anjo...- Isso foi tão clichê – disse revirando os olhos.- Não era isso que você queria? Um romance como aqueles que você lê? Espere aí - a cortei antes dela r
Depois de nos entregarmos um ao outro, ficamos deitados no chão do quarto, estava acariciando seus cabelos e Patrícia quase dormiu, até que sua barriga roncou.- Tem alguém com fome!- Sim – disse se levantando rindo e indo em direção a cozinha novamente – estava preparando uma macarronada quando você chegou – quer?- Quero! - disse rapidamente, também sentia fome.- Mas é simples Bruno, receita da minha mãe – Patrícia falou.- Hum, tenho certeza de que é muito gostoso.- É simplesmente macarrão com atum enlatado, mas claro que eu sempre dou uma incrementada - falou acendendo a boca do fogão.- Estou ansioso para provar seu macarrão, chef – disse rindo – vou te ajudar!Depois de jantarmos e comermos os bombons que trouxe de sobremesa, a convidei para dormir na minha casa, o que ela negou. Peguei meu celular e liguei para um dos meus seguranças.- Vocês estão dispensados. Amanhã venham me buscar às sete horas e tragam uma troca de roupa completa.
Pela primeira vez em meses estava indo passar uma noite das "garotas" com a Beatriz, a gente está um pouco afastada por conta da nossa demanda no trabalho. Como se estivéssemos sincronizadas as coisas na vida da minha melhor amiga, também havia melhorado bastante, ela em um novo patamar assim como na minha.Beatriz e Carlos estão melhores do que nunca, sinto até um casamento a caminho, quem sabe. Ela também acaba de ser promovida a gerente da boate em que trabalha, um dos principais motivos para fazer essa comemoração.Os rapazes foram contra principalmente Bruno, mas precisava de um tempo com ela, assim como ela comigo.Era fundamental ter esse momento.Marcamos em um restaurante singelo que sempre íamos, o intuito é relembrar um pouco os velhos tempos, era simples mas era tudo que podíamos pagar na época.Bruno disponibilizou seu motorista, claro não recusei.Beatriz deixou uma mensagem avisando que já havia chegado e que ia me esperar lá dentro do restaura
- Atenda o seu celular - eu sussurrei. - Atenda o seu maldito celular.Patrícia não estava respondendo. Ela simplesmente desapareceu, Tomas disse que a deixou na porta do restaurante enquanto estacionava o carro, quando voltou ela não estava mais, dentro e nem fora do restaurante.Beatriz me ligou desesperada.Depois de várias tentativas a linha caiu. Apertei o botão de rediscagem.- Precisamos dar um jeito nisso - gritei para Carlos.A primeira vez que Patrícia não atendeu, eu decidi rastreá-la e pulei para o meu carro. Parecia uma ótima ideia até que ficamos presos no trânsito a quatro quadras do restaurante.Do banco do passageiro, Carlos murmurou sua resposta usual.- Você precisa ficar calmo.Isso não foi bom o suficiente desta vez. Não estava atrasado para um compromisso qualquer ou mais uma reunião sem importância. Patrícia desapareceu, estava em perigo.Ele estava comigo quando Beatriz ligou, decidimos sair pra beber depois que elas resolv
- Você acha que ele está com a minha filha? - Dona Marly quem fala dessa vez- É uma possibilidade, aquele cara é louco Me dói imaginar que ela está à mercê de um homem como o Rafael, mas essa é minha melhor aposta. Só pode ter sido ele, Rafael nunca ligou bem com recusas Patrícia tê-lo recuso atingiu seu ego em cheio.Ligo para meu chefe de segurança e peço para verificar câmeras de seguranças mais próximas do local, o lugar é obsoleto mas em algum desses sinais deve haver câmera. Alguns minutos depois ele retornou dizendo que câmeras de casas próximas ao estabelecimento flagrou o carro de Rafael por perto. Fico indignado ao saber que ele estava rondando minha empresa e ninguém disse nada.Eu recuei, para longe deles, meus temores foram confirmados.Rafael estava por trás disso. Ele estava solto ao nosso redor. Rafael havia levado a Patrícia.E eu deixei ela sozinha.Eu precisava encontrá-la agora.- Bruno - uma voz me chamou atrás de mim. Eu m