Juro que tentei, tentei ser racional, tentei ser pé no chão, tentei fingir que não estava apaixonada, ou melhor, que não estava completa e perdidamente apaixonada, mas falhei miseravelmente. Na verdade, estou desde a primeira vez que o vi, as coisas aumentaram depois da nossa primeira vez juntos e tomaram proporções que nem mesmo sei o tamanho agora. Sim, Bruno percebeu e como sempre recuou. Depois dos nossos momentos juntos desde que chegamos aqui, à cabana no meio do nada em um lugar paradisíaco, com o homem dos meus sonhos, tendo me tratado com cuidado e carinho, como não me entregar completamente? Como poderia disfarçar meus sentimentos? Senti Bruno me olhar com paixão quando fazíamos amor, amor para mim pelo menos, eu não posso estar tão enganada ou posso? Ele dizia que eu era linda, perfeita, gostosa. Admito que depois de insinuar que estava apaixonada e ele pedir para não fazer isso nem comigo nem com ele, me afastei. Sentir a água fria do mar sob meus pés fez com que a rea
Troquei apenas algumas poucas palavras com mamãe e fui direto para meu quarto Joguei tudo no chão e deitei. Minha mente ainda trabalhava em grande velocidade. Pensava que podíamos nos encontrar e combinar de continuarmos juntos, ou Bruno podia se manter firme na decisão de que fomos um final de semana e nada mais. Acabei adormecendo e tendo sonhos confusos.Mal sabia que eu não receberia sequer uma resposta...Acordei cedo, perto das cinco e meia da manhã, afinal ontem, depois da viagem, desmaiei. Fiquei feliz porque tinha muitas coisas para fazer. Tomei um banho com calma, depois fui até a cozinha e preparei um café da manhã gostoso e reforçado, tentando não pensar em Bruno e na conversa que teríamos, fui fazendo tudo no automático.Escolhi uma roupa que me fazia sentir confortável, calça justa preta, camisa de seda lilás e coloquei meu sapato de salto alto, mas também confortável. Sequei os cabelos e os deixei solto, como sabia que Bruno gostava, fiz maquiagem e consegui até arrumar
Fiquei ansiosa esperando e torcendo para que ela não fosse embora, mas logo ela desligou frustrada. Como a ligação foi rápida imaginei que o telefone estivesse desligado. - Gostaria de deixar algum recado? – perguntei. - Não - ela respondeu ríspida.Nesse momento Carlos chegou, o ambiente mudou totalmente, ele era um homem alegre e bem-humorado.- Nossa, quantas mulheres bonitas! – exclamou galante.- Boa tarde, Carla – disse e deu um beijo na bochecha dela.- Boa tarde, Patrícia – veio na minha direção e fez o mesmo.Vejo que Carla fez uma careta quando ele me cumprimentou com um beijo, como se eu fosse um ser inferior e não merecesse tal cumprimento. A questão é que ela ocupa a mesma posição que eu, de assistente. Já me falaram que ela se acha a dona desse lugar só porque foi amante do Bruno.- Carlos, sabe do Bruno? — Carla questionou.- Não, por quê? Ele não está? – perguntou se dirigindo a mim.- Ainda não veio para a empresa hoje – respondi. - Que estranho, vou ligar para el
Fomos em um restaurante muito bom. Tinha música ao vivo, conversamos um pouco, desabafei, tomamos umas bebidas e quando vi estava sorrindo novamente e cantando alto, espantando a tristeza.Ela era uma ótima companhia, em nenhum momento defendeu Bruno, nem mesmo quando contei o que Carlos disse, ela reforçou que eu devia me valorizar e que logo meu coração estaria curado.Decidi que iria pedir para mudar de setor e pediria para que Sara voltasse, talvez eu até ocupasse a atual função dela, e se Bruno não aceitasse ia procurar outro emprego.Cheguei em casa mais de meia-noite, olhei meu celular e vi que tinha uma chamada perdida de Bruno perto das dez horas, ignorei totalmente e fui dormir, não queria falar com ele, minha raiva ainda borbulhava em mim como um vulcão em erupção.No outro dia acordei com uma dor de cabeça que me fez lembrar imediatamente do drink da noite passada, ri sozinha, isso nunca tinha acontecido, sair pra beber dia de semana! Tomei um café forte somente não conse
Estava irritado, cansado e ansioso, uma combinação nada boa. Quando cheguei em casa, depois do final de semana relaxante ao lado de Patrícia, tomei uma dose de whisky, precisava pensar o que fazer com ela, conosco.Não queria deixá-la, mas o combinado era que teríamos esse tempo e nada mais, não era homem de voltar atrás de uma decisão, porém estava encantado por essa mulher e precisava mais dela. A ideia de mante-la afastada me repugnava, precisava urgente de uma solução para o meu dilema.Baixei a cabeça, estava exausto não consegui dormir direito tentando processar tudo e encontrar uma solução, meus pensamentos foram diretos para Patrícia ela havia roubado todos eles nos últimos tempos, lembrei do seu lindo sorriso, em nossa primeira vez juntos, no nosso final de semana, em como ela era doce, calma e seria uma ótima companhia no momento.Sim, a ela eu devia uma explicação havia me ausentado pois precisava de um tempo sozinho, nunca experimentei esses sentimentos, minha cabeça está
- Bom dia, senhor Ricci – disse formalmente, evitando a todo custo me olhar.- Bom dia, Patrícia - respondi citando seu primeiro nome para demonstrar intimidade. Ainda não entendia sua reação. - Fico feliz que o senhor esteja de volta, tenho várias demandas que precisam do seu aval para serem resolvidas – declarou, colocando as mãos sobre as pernas e mexendo na bolsa que carregava. - É mesmo? Carlos não conseguiu resolvê-las? – disse para provocar. - A maioria sim, mas as demandas do novo projeto, Carlos achou melhor esperar a sua volta. É preciso reorganizar sua agenda, alguns compromissos foram adiados na sua ausência – Patrícia falava sem parar olhando para o celular e não para mim.- Podemos começar pela demanda que tem prioridade e não pode mais ser adiada – falei e fechei a divisória do carro, precisava resolver minha situação com ela. - Sim, eu deixei anotado aqui as mais urgentes – falou olhando para o celular. - Eu decido o que é mais urgente - disse com ar arrogante, o
No dia em que voltei tive muito trabalho e reuniões. Uma delas foi com meus advogados, sendo que Carla compareceu por fazer parte do jurídico, quando ela chegou perto de mim, a encarei de forma firme, fiquei irritado por ela abrir a boca.Ela entendeu o recado e não se aproximou, participou da reunião como secretária de Carlos e foi embora.No entanto, mais tarde retornou tentando conversar, eu a recriminei na hora.- Carla, vamos ser sinceros, aquele noite foi nossa última juntos! Foi um erro assim como o nosso caso e não vai se repetir. Aparti de agora você se porta como minha funcionária e nada mais ou será demitida – falei firme.- Mas Bruno...- disse fazendo biquinho.- Nem mais uma palavra sobre esse assunto, agora pode se retirar que tenho muito o que fazer – pronunciei já olhando para a tela do meu computador.Ela saiu batendo os pés muito irritada, passei a mão nos cabelos, aquela noite fora um erro idiota, que merda!Até a Beatriz estava azeda comigo pelo que eu tinha apront
- Calma, me ouve. Eu fui fraco, fui um cafajeste - revirei meus cabelos de tanto passar as mãos, sentia minha respiração acelerada, o nervosismo me consumia. - Mas isso foi antes de te conhecer melhor, antes de passar um tempo com você, nosso final de semana foi maravilhoso, temos uma química excepcional desde a primeira vez e eu preciso mais de nós dois juntos - disse com sinceridade, mergulhado no castanho de seus olhos.O que sinto por Patrícia ainda é contraditório, mas extremamente forte, seria um eufemismo dizer que tenho sentimento por ela. Por isso preciso dela tão perto pois sou incapaz deixá-la ir. Imaginar que outro ocupe o espaço que ela me deu de corpo e alma me dói profundamente.Patrícia é uma armadilha da qual não consegui escapar mesmo lutando com todas as minhas forças. Ela me fez duvidar e ir contra todos os princípios que defendi desde que me entendo por gente, preciso urgentemente entender toda essa situação.- É mesmo? - perguntou com sarcasmo, ela