Rodrigo
Levanto e me arrumo, com certeza Benício já deve estar me esperando para jantarmos, assim que saio do quarto vejo que assim como imaginava, ele está me esperando na sala.
— Pensei que iria acordar somente amanhã — ele diz assim que me vê.
— Podia ter ido me chamar.
— Relaxa. Acabei de me arrumar também, na verdade aproveitei para descansar um pouco, fiz um plantão de vinte e quatro horas e realmente precisava de descansar pelo menos um pouco.
— Não sei como vocês aguentam pegar plantões tão longos assim.
— Faz parte, logo nos acostumamos e não há nada mais gratificante do que conseguir salvar uma vida. Onde você quer ir comer? Tem alguma preferência?
— Não, vou deixar por sua conta.
— Vou te levar para comer uma comida tipicamente espanhola
RodrigoSeguimos em silêncio para o hospital. Confesso que estou nervoso, minhas mãos estão frias e molhadas, estamos quase chegando quando avisto a floricultura que comprei o arranjo ontem.— Benício, pare aqui um pouco, por favor — falo apontando para a floricultura, assim que ele para vou até lá e diferente de ontem hoje compro uma única rosa da cor vermelha. Volto rápido para o carro, não demora muito estamos estacionando no hospital.Tento manter a calma, mas definitivamente ansiedade é meu sobrenome no momento, sei que faço tratamento para controlar, mas me manter calmo sabendo que estou a poucos metros da minha pequena e que vou conhecer meu bebê, é uma tarefa quase que impossível.Vou acompanhado de Benício até ao quarto de Luana, percebo que ele também parece um pouco agitado e tenho certeza qu
LuanaOuvir o coraçãozinho do meu bebê batendo pela primeira vez foi maravilhoso, ver a fisionomia do Rodrigo quando ouvimos o coração bater foi indescritível, nunca o vi tão emocionado como naquele momento e para que nossa felicidade ficar mais completa, nosso bebê resolveu nos mostrar seu sexo. Minha intuição materna já desconfiava que seria menino, mas ter essa confirmação só faz com que a nossa felicidade seja mais completa, e tenho certeza que esse menino vai ser o melhor companheiro do pai.Estou sentada no quarto do hospital enquanto Rodrigo guarda todas as minhas coisas, mesmo a doutora Valquíria deixando claro que não corro mais nenhum risco, ele não me deixa organizar nada.— Rô, deixa que eu arrumo isso — falo começando a organizar meus livros e colocando dentro de uma pequena mala com rodinhas.Os livros
Luana— Você começa. O que quer me perguntar?— Primeiro quero saber o que está acontecendo com você. — Ele olha dentro dos meus olhos e respira fundo.— Bem, vou começar desde o início. Sei que tenho que pedir perdão de como te tratei naquele dia, você não merecia ter ouvido aquilo, principalmente de mim. Aquele dia fui do céu ao inferno, deixei o ciúme e a insegurança tomar conta de mim e nem sequer te dei o benefício da dúvida, sei que errei e agi sem pensar. Quando descobri toda a verdade, no dia que saí do hospital ouvi uma ligação sua com minha mãe e foi naquele momento que descobri que tinha colocado tudo a perder com você, preferia ter morrido naquele acidente, minha irmã e o Beto mal falavam comigo. Eles são os únicos que sabem da verdade, se meus pais soubessem como te tratei aquel
LuanaNessa hora ouço um barulho no corredor e logo a porta se abre, Carol e Benício entram conversando e rindo, mas logo ficam sérios quando nos vê.— Luana você está chorando — Carol diz ao se aproximar — o que você fez agora, Rodrigo? — Não aguentamos e começamos a gargalhar, eles olham para nós sem entender nada.— Ele me comprou uma torta de pêssego e... — digo entre risadas e choros —... disse que se eu quiser ele traz Martinha para cá.— Quem é Martinha? — Carol pergunta curiosa.— A cozinheira da mamãe — Rodrigo responde — ela é como se fosse nossa avó e a Lu é fascinada pela torta de pêssego da Martinha, hoje fiz uma sopa para o jantar — fala apontando em direção à mesa — e quando começamos a comer ela teve des
LuanaAproveito que estou sozinha para relaxar, sento no sofá confortavelmente e me distraio na frente da TV.Acordo com a campainha tocando, vejo que adormeci por mais uma hora abro a porta e me deparo com um lindo buque de rosas, agora brancas e logo atrás dela o amor da minha vida.— Boa noite amor, estava descansando? — ele pergunta entrando.— Sim, nunca senti tanto sono em toda minha vida — ele me estende o buquê. — São lindas, obrigado.— Não mais que você. E como está meu garotão? — ele diz se abaixando e conversando com minha barriga. — Espero que não tenha dado trabalho para a mamãe. — Deposita um beijo nela, levanta-se e dá um beijo em minha testa.— Vou me trocar, não demoro. — Antes de me trocar, pego um vaso e coloco minhas flores, já havia separado uma roupa e logo fico pron
RodrigoCada dia que passa estou mais apaixonado e realizado ao lado dos meus dois amores, nossa convivência não está sendo fácil, mas tenho consciência que na maioria das vezes a culpa é minha, já que não a deixo sair sozinha, sou seu motorista particular, a tenho acompanhado nas consultas médicas, shopping, hospital e qualquer outro lugar que ela queira ir.Estou tentando fazer tudo certo e dando o espaço suficiente para Luana, já que ela não está aqui a passeio, queria que ela desse o máximo possível em seu curso e isso a tem deixado um pouco estressada.Quando liguei para minha família e contei sobre a chegada do meu herdeiro, Luana ficou sem falar comigo por quase uma semana, só voltou a falar comigo, quando Martinha chegou.Foi por querer ter Martinha aqui para fazer suas famosas tortas de pêssego, que fui obrigado a contar tudo
LuanaA porta se abre e uma luz ilumina meu bonitão, que está lindo de terno, ele segura uma rosa azul na mão e ainda cantando, caminha lentamente até onde estou, Carol já não está mais ao meu lado, agora somos somente nós dois, ou melhor, nós três.Foi assim, como ver o marA primeira vezQue meus olhosSe viram no seu olharNão tive a intençãoDe me apaixonarMera distração e já eraMomento de se gostarQuando eu dei por mimNem tentei fugirDo visgo que me prendeuDentro do seu olharQuando eu mergulheiNo azul do marSabia que era amorE vinha pra ficarDaria pra pintar todo azul do céuDava pra encherO universo da vidaQue eu quis pra mim
RodrigoTer Luana desmaiada em meus braços não fazia parte dos planos, me desespero e não sei como agir.— Rodrigo, solta ela um pouco. — É a voz da doutora Valquíria. — Ela precisa de espaço para respirar e eu de espaço para examiná-la enquanto a ambulância não chega.— Não, ela precisa de mim.— Filho, por favor, deixa a médica trabalhar. — Ainda estou com Luana em meus braços, ela respira com dificuldade — Dá um pouco de espaço. — Meu pai coloca a mão em meu ombro e contra a minha vontade me afasto um pouco, deitando-a no chão.Todos os convidados estão próximos a nós, sento no chão coloco as mãos em meu rosto não conseguindo controlar as emoções e choro feito criança.— Vai dar tudo certo, cara!