Era como se eu o tivesse perdido outra vez, e foi insuportável, cada segundo que se passou após isso... Só conseguia pensar em ligar para ele, mas eu já havia tentado meses antes, e muito provavelmente ele havia mudado de numero.
Meu coração batia com dificuldade, lutando para sobreviver ao espancamento que levara da vida... O que me fez pensar, quanto tempo mais eu aguentaria? O quanto o meu coração aguentaria?
Dei um breve sorriso amarelo para Edwart ao sentar, estávamos todos à mesa prontos para tomar o café da manhã e ir cada um para um lado.
- Bom dia Analu... - ele disse retribuindo o sorriso.
Não respondi e mordisquei um pedaço da panqueca que estava em meu prato.
- Teve um pesadelo ontem a noite? - Edwart perguntou tentando puxar assunto.
- Muito pe
Esperei por John totalmente aflita, tinha medo de que acontecesse novamente... Na verdade eu tinha medo de tantas coisas, que ia acabar pirando.Não sai do quarto até que a campainha tocasse, John era educado de mais para usar a janela. E por um momento jurei para mim mesma que nunca mais reclamaria disso, afinal, a porta já havia se tornado desnecessária.Passei por minha mãe no corredor, ela me olhou assustada ao me ver.- é para mim - falei.Ela assentiu. estava com medo de mim, dava para sentir isso.Abri a porta e me deparei com John, Mariana já o havia comunicado do incidente, e pelo que eu vi em seus olhos, a coisa era séria.- é muito ruim? -perguntei fechando a porta atrás de mim.Ele suspirou por um longo tempo.
O vento bateu em meu rosto, estava me punindo por ser tão burra. Eu caia rapidamente, não era um lugar tão alto a ponto de demorar para alcançar o chão, mas tudo parecia estar em câmera lenta, exceto meus pensamentos. Por quê eu estava fazendo aquilo? já não importava, era tarde de mais para se arrepender... na verdade, era tarde de mais para fazer qualquer coisa. Abaixo de mim eu via o chão se aproximando, cada vez mais perto, cada vez mais assustador. Tudo em que eu conseguia pensar era em quando meu corpo o alcançasse. Sentiria dor? ou seria rápido o bastante para sequer notar? E quanto a mamãe? e John? Era tudo tão distante e perfeito agora. Só ali, a ponto de estourar minha cabeça no chão que percebi que não importavam os problemas, enquanto ainda houvesse vida, ainda haveria chance. E de repente meu corpo se estabilizou no ar, leve e sereno... ao invés de descer rumo ao ch
Os olhos de Maria brilharam com a confissão repentina, depois de alguns minutos me encarando completamente perplexa, me puxou para dentro com um sorriso de orelha a orelha. - vamos! conte me tudo... e com detalhes. Sorri, e me sentei na poltrona roxa com cheiro de camomila. - bom... eu meio que me joguei do prédio de Megan, e de repente estava voando! foi tudo bem rápido na verdade. - continuei - achei que estava morta, então senti minhas asas e... meu Deus Maria! são tão lindas. - Ok Analu... não vou nem perguntar sobre o fato do prédio, mas se puder contar eu agradeceria, já que me deixou curiosa e tudo mais. - talvez outra hora Maria. - suspirei - estou feliz de mais para lembrar disso... - ih... já tive noticias ruins esse ano para uma vida, então é melhor nem dizer mesmo. - é... mas e você? como está... ai dentro?
O pior de ser sempre a pessoa desorientada e confusa não é o que as pessoas pensam ou dizem. Não é ficar perplexa quando as outras pessoas já sabiam da história, não é a distante, mas de algum modo sempre perceptível cara de assustada. Não é nem o fato de quase todo mundo achar que você é assim por que não tem inteligência o bastante para ser diferente disso. O pior é o fato de que, quando acontece alguma coisa realmente improvável, não há como escapar do estado de choque, ou do medo avassalador que te invade. Nicole desapareceu como o de costume, e me deixou agachada em posição fetal no fim do corredor. Com medo de mais para me mover, ou fazer qualquer outra coisa que não fosse chorar. Eu esperava que de alguma forma Mariana fosse aparecer e me tirar dali, mas o tempo foi passando e percebi que, imperdoavelmente, eu estava sozinha. Não ousei mover um músculo, mal respirava... Pode ter sido
Corri para abraça-los, nada mais parecia importar, eles estavam ali e isso já era o suficiente. Os dois se levantaram para um abraço, três corpos unidos e um alivio evidente para todos nós. - oi Analu! linda como sempre... - Dominic disse sorrindo. - Dominic seu idiota! onde esteve? -perguntei. - nem eu sei... essa é a pior parte, mas ta tudo bem, - ele me deu um leve soco no braço - então sentiu a minha falta... bom saber. - não senti sua falta... - menti. Mariana estava maravilhada, os olhos fixados em Dominic e um sorriso que parecia não querer desaparecer. - Analu... - John interrompeu - precisamos conversar, se não se importa. - Hoje não. - falei - só... me deixe esquecer um pouco tudo isso e ficar feliz como uma pessoa normal, está bem? - quem é esse cara ai? - Dominic perguntou.
Não dá pra explicar o quanto dormir na minha cama foi reconfortante, era como a sútil porém real sensação de estar deitada em uma nuvem. Acordei às dez horas da manhã, a casa estava silenciosa como o de costume, Edwart e mamãe já estavam no trabalho e eu teria um dia inteiro para curtir preguiça. Eu estava precisando disso. A primeira coisa que fiz foi desligar o celular, não queria ser incomodada de forma alguma. Tomei banho, comi panquecas e depois me dei conta que não havia nada mais para se fazer. Comecei limpando o pó da estante da sala, em seguida fui para o meu quarto e organizei minhas coisas, mas isso ocupou menos de uma hora de meu abundante tempo livre. Resolvi dar um banho em Hans, mas mesmo com muito esforço, acabei toda arranhada e Hans continuou sem banho. Procurei em minha estante algo que eu quisesse ler, mas nada me chamou muita atenção. De repente me vi sentada revendo a matéria que estava
beijo pareceu ter durado apenas alguns míseros segundos, estávamos o mais perto que conseguíamos estar um do outro e mesmo assim ainda não era o suficiente. Possivelmente eu nunca estaria completamente satisfeita. Notei que Leinad me analisava, havia um sorriso microscópico surgindo em sua boca. - O que foi? - perguntei. - Pode me explicar tudo isso? não que eu não tenha gostado... só... me pegou completamente de surpresa... Fitei o chão por um momento, sentindo minhas bochechas queimarem sem que eu pudesse impedir. - Hey... - ele disse enquanto pegava minha mão delicadamente - não se preocupe com isso está bem? deixa pra lá, acho que... se explicar perde a graça. Sorri. - Você disse a mesma frase que Daniel me disse uma vez... exatamente a mesma frase... me diga Leinad, você é o Daniel? -
Estava na porta da casa de Lucy, tentando me convencer de que era o certo a fazer... por que sem ela, sinceramente? não estava dando. Uma semana havia se passado após o meu pequeno contra tempo com Leinad, não havíamos nos visto desde então, e eu preferia que fosse assim. Bati na porta, antes que meu cérebro tivesse tempo para desistir. Por sorte, foi Lucy quem atendeu. - O que você quer? - ela disse séria, mas notei que ela estava feliz por me ver. - quero minha amiga de volta... - pensei que não fosse dizer nunca! -Disse, meio séria e meio brincalhona. - amigas de novo? - perguntei? - fazer o que né? Abri os braços e a puxei para um abraço, o cheiro de Lucy me invadiu, e eu senti um alivio imenso por tê-la comigo. De repente, eu já não estava mais sozinha. Eu tinha Lucy,