Uma semana depois...
Desembarcarmos no aeroporto Heathrow, em Londres. Tudo é muito agitado e com pessoas andando de um lado para o outro com pressa, ainda é um pouco difícil me acostumar com toda essa agitação e barulho, mas confesso que é tudo fascinante e novo para mim.
Ethan e eu andamos por entre a multidão de mãos dadas, o que me deixa feliz demais. E pensar que há uma semana pensei que ele não queria mais estar comigo e que me mandaria embora da sua casa, quando na verdade ele estava envergonhado de me chamar para vir com ele para sua terra natal, conhecer sua família. As coisas entre nós têm acontecido tão rapidamente que ainda me sinto um pouco tonta com toda a gama de sensações novas que tem tomado con
Melanie Olho para meu reflexo no espelho do enorme closet do quarto em que Ethan e eu fomos alojados. Desde que fomos acomodados neste quarto não vi mais Ethan, pois o pai dele o chamou para conversar no escritório da casa e até agora ele não voltou. É quase hora do jantar e confesso que estou um pouco apreensiva, pois sei que o jantar será em homenagem ao regresso de Ethan e que a casa terá vários convidados. Quando Hanna, a irmã de Ethan, veio ver se eu estava bem, ela me disse que vários amigos de Ethan estariam presentes e que o jantar seria um pouco formal. Na mesma hora entrei em pânico, porque nunca fui a nenhum evento formal em toda minha vida, mas também, como poderia, não é? Trancada vinte e quatro horas por dia, sete dias por sem
Ethan Não acredito que a maldita da Karen teve a audácia de vir à casa dos meus pais e ainda por cima me beijar na frente de todos, inclusive na frente do meu anjo. Tento tirar a sujeira do seu batom da minha boca, limpando-a com as costas da mão, querendo eliminar qualquer resquício que ela tenha deixado em mim. ─ Ethan... ─ O som do meu nome sussurrado, faz com que olhe para Melanie que está no mesmo lugar que a coloquei, porém com os olhos marejados e a expressão incrédula no rosto bonito. ─ Anjo, eu... ─ Você é casado? ─ Sua pergunta não é nada mais que um sopro.&nbs
KarenUma semana depois... Aguardo pacientemente o telefone chamar do outro lado da linha, enquanto olho o esmalte da unha. ─ Quem fala? ─ O homem atende no terceiro toque. ─ Senhor Hector Guzmán, sou Karen Stwart, sei que não nos conhecemos, mas tenho algo que lhe interessa e gostaria muito de conversar um minuto com o senhor. ─ Olha aqui, dona, não sei quem lhe deu meu número de celular, nem porque uma pessoa do estrangeiro teria algum assunto para tratar comigo, mas lhe adianto que acho muito difícil nós dois termos algum assunto para tratar, portanto, passar bem. ─ Logo em seguida escuto o som da linha indicando que a lig
Melanie ─ Está muito frio, amor! ─ Comento, tentando esquentar as mãos esfregando freneticamente uma na outra, apesar de estar com luvas e toda agasalhada. O clima aqui em Londres é muito frio, o que me faz sentir uma falta absurda do clima do México. ─ Vem cá, Anjo que eu te esquento. ─ Ethan sussurra em meu ouvido, antes de me puxar para seus braços fortes. Meu corpo todo se acende com o contato. É incrível como basta apenas um olhar ou um toque seu para que eu entre em combustão instantaneamente. Aconchego-me em seu abraço forte e carinhoso, sinto seu perfume fazendo meu coração transbordar de amor tão forte e intenso que quase é palpável. Estou muito feliz
Melanie Nunca pensei que pudesse me divertir tanto na companhia de alguém. Hanna é super divertida, ela com toda sua energia contagia quem está ao seu lado e é assim que me sinto agora, super feliz, como nunca sequer imaginei estar. Lembro das vezes que desejei ter uma amiga naquele convento frio e sombrio. Sem sucesso, pois todos lá eram frios e estéreis como o ambiente. ─ Vem, Mel! Temos que entrar nessa loja para comprarmos umas lingeries para nós duas, mais para você do que para mim, porque minha vida sexual ultimamente está um desastre. Já a sua... Quanto fogo hein, cunhadinha! ─ Ela pisca para mim, deixando-me super envergonhada, pois Hanna não foi nada discreta já que a vendedora da loja dá um pequeno sorrisinho assim que entramos na loja i
Melanie Corro o mais rápido que consigo, esbarro em várias pessoas que circulam por entre as ruas de Londres. Não olho para trás a fim de verificar se Ethan está me seguindo, não quero vê-lo e descobrir que tudo o que vivemos foi uma grande mentira, pois ele me enganou desde o momento em que nos vimos em frente ao Centro Médico. Agora compreendo aquela sensação de reconhecimento que senti quando nossos olhares se cruzaram, porque depois que toda a farsa caiu por terra, as lembranças, que antes eram apenas um vislumbre, agora ressurgem fortemente me causando uma certa tontura o que me faz parar de correr e me encostar numa parede e respirar fundo enquanto as lembranças vêm com força total. Tudo vem como um tsunami batendo em mim com viol&ecir
Ethan Giro trezentos e sessenta graus, mas não consigo achar o rastro do meu anjo. Pessoas passam por mim, seguindo seus caminhos, mas sem imaginar o furacão devastando tudo dentro de mim. Desesperado, passo a mão pelos cabelos, frustrado por ter perdido a Melanie de vista em meio à multidão de pessoas durante a hora do Rush. ─ Droga! Onde está você, Anjo? Saio correndo pelas ruas de um lado ao outro, procurando, chamando por ela, sem sucesso, e pouco me importando para as pessoas que me olham como se eu fosse um lunático. Horas mais tarde, entro na casa dos meus pais completamente angustiado e me sentindo o pior dos homens por im
Melanie Amanhã será o meu casamento e eu ainda não consigo compreender direito porque Hector Guzmán pretende me forçar a casar com ele, pois toda a história que ele me contou a respeito de eu fazer parte do Cartel de Sinaloa é surreal demais para mim. Meu pai jamais sequer mencionou nada a esse respeito comigo, se bem que eu era muito nova quando ele morreu para entender qualquer coisa. Hoje faz uma semana que estou presa neste quarto, que é bem bonito, porém as circunstâncias em que me encontro agora não me deixa apreciar a beleza do cômodo, porque é muito difícil para quem está encarcerada, com seu direito de ir e vir cerceado, achar bonito a prisão em que foi obrigada a ficar.