Não acredito que a maldita da Karen teve a audácia de vir à casa dos meus pais e ainda por cima me beijar na frente de todos, inclusive na frente do meu anjo. Tento tirar a sujeira do seu batom da minha boca, limpando-a com as costas da mão, querendo eliminar qualquer resquício que ela tenha deixado em mim.
─ Ethan... ─ O som do meu nome sussurrado, faz com que olhe para Melanie que está no mesmo lugar que a coloquei, porém com os olhos marejados e a expressão incrédula no rosto bonito.
─ Anjo, eu...
─ Você é casado? ─ Sua pergunta não é nada mais que um sopro.
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KarenUma semana depois... Aguardo pacientemente o telefone chamar do outro lado da linha, enquanto olho o esmalte da unha. ─ Quem fala? ─ O homem atende no terceiro toque. ─ Senhor Hector Guzmán, sou Karen Stwart, sei que não nos conhecemos, mas tenho algo que lhe interessa e gostaria muito de conversar um minuto com o senhor. ─ Olha aqui, dona, não sei quem lhe deu meu número de celular, nem porque uma pessoa do estrangeiro teria algum assunto para tratar comigo, mas lhe adianto que acho muito difícil nós dois termos algum assunto para tratar, portanto, passar bem. ─ Logo em seguida escuto o som da linha indicando que a lig
Melanie ─ Está muito frio, amor! ─ Comento, tentando esquentar as mãos esfregando freneticamente uma na outra, apesar de estar com luvas e toda agasalhada. O clima aqui em Londres é muito frio, o que me faz sentir uma falta absurda do clima do México. ─ Vem cá, Anjo que eu te esquento. ─ Ethan sussurra em meu ouvido, antes de me puxar para seus braços fortes. Meu corpo todo se acende com o contato. É incrível como basta apenas um olhar ou um toque seu para que eu entre em combustão instantaneamente. Aconchego-me em seu abraço forte e carinhoso, sinto seu perfume fazendo meu coração transbordar de amor tão forte e intenso que quase é palpável. Estou muito feliz
Melanie Nunca pensei que pudesse me divertir tanto na companhia de alguém. Hanna é super divertida, ela com toda sua energia contagia quem está ao seu lado e é assim que me sinto agora, super feliz, como nunca sequer imaginei estar. Lembro das vezes que desejei ter uma amiga naquele convento frio e sombrio. Sem sucesso, pois todos lá eram frios e estéreis como o ambiente. ─ Vem, Mel! Temos que entrar nessa loja para comprarmos umas lingeries para nós duas, mais para você do que para mim, porque minha vida sexual ultimamente está um desastre. Já a sua... Quanto fogo hein, cunhadinha! ─ Ela pisca para mim, deixando-me super envergonhada, pois Hanna não foi nada discreta já que a vendedora da loja dá um pequeno sorrisinho assim que entramos na loja i
Melanie Corro o mais rápido que consigo, esbarro em várias pessoas que circulam por entre as ruas de Londres. Não olho para trás a fim de verificar se Ethan está me seguindo, não quero vê-lo e descobrir que tudo o que vivemos foi uma grande mentira, pois ele me enganou desde o momento em que nos vimos em frente ao Centro Médico. Agora compreendo aquela sensação de reconhecimento que senti quando nossos olhares se cruzaram, porque depois que toda a farsa caiu por terra, as lembranças, que antes eram apenas um vislumbre, agora ressurgem fortemente me causando uma certa tontura o que me faz parar de correr e me encostar numa parede e respirar fundo enquanto as lembranças vêm com força total. Tudo vem como um tsunami batendo em mim com viol&ecir
Ethan Giro trezentos e sessenta graus, mas não consigo achar o rastro do meu anjo. Pessoas passam por mim, seguindo seus caminhos, mas sem imaginar o furacão devastando tudo dentro de mim. Desesperado, passo a mão pelos cabelos, frustrado por ter perdido a Melanie de vista em meio à multidão de pessoas durante a hora do Rush. ─ Droga! Onde está você, Anjo? Saio correndo pelas ruas de um lado ao outro, procurando, chamando por ela, sem sucesso, e pouco me importando para as pessoas que me olham como se eu fosse um lunático. Horas mais tarde, entro na casa dos meus pais completamente angustiado e me sentindo o pior dos homens por im
Melanie Amanhã será o meu casamento e eu ainda não consigo compreender direito porque Hector Guzmán pretende me forçar a casar com ele, pois toda a história que ele me contou a respeito de eu fazer parte do Cartel de Sinaloa é surreal demais para mim. Meu pai jamais sequer mencionou nada a esse respeito comigo, se bem que eu era muito nova quando ele morreu para entender qualquer coisa. Hoje faz uma semana que estou presa neste quarto, que é bem bonito, porém as circunstâncias em que me encontro agora não me deixa apreciar a beleza do cômodo, porque é muito difícil para quem está encarcerada, com seu direito de ir e vir cerceado, achar bonito a prisão em que foi obrigada a ficar. 
Ethan Assim que o carro para, escuto as portas abrirem e, em seguida, sou arrastado para fora do veículo até entrarmos em algum lugar, pois escuto quando uma porta é aberta para em seguida ser fechada as nossas costas. O homem que me conduz faz com que me sente em uma cadeira para só então tirar o capuz que cobre minha cabeça. Pisco várias vezes para tentar me acostumar à claridade da luz que está sobre minha cabeça. Olho ao redor e percebo que estou em uma sala fechada, em minha frente jaz uma cadeira vazia e, olhando para a porta, vejo um homem de braços cruzados guardando a saída. ─ Por que estou aqui? Quem são vocês e o que querem de mim? ─ Questiono sem receber n
Melanie O cansaço quer me dominar, mas apesar disso não paro. Corro e corro o mais rápido que minhas pernas consigam suportar. É difícil correr pelo terreno irregular da floresta com galhos pelo chão e folhas que, com o orvalho, ficam úmidas tornando o percurso mais difícil, mas mesmo assim não desisto de ir em busca da minha liberdade. A escuridão da madrugada e os ruídos de animais rastejando ou simplesmente caminhando me deixam com muito medo de topar com algum bicho feroz, contudo, não paro e continuo meu caminho por saber que estou em desvantagem, mesmo estando protegida pelo manto da escuridão da noite, sei que os homens de Hector estão em meu encalço e que eles estão em maior número, portanto, não posso s