Um mês depois
Acordo assustado e vejo que ainda é madrugada. Observo o quarto escuro e apenas a luz da lua filtra através das cortinas escuras, tudo está silencioso e apenas o ruído baixo do aquecedor preenche o cômodo. Sinto minha respiração pesada e sei que estava tendo outro pesadelo. Mas, para minha sorte, não me lembro. Sinto apenas uma sensação de terror e desespero. Eu olho para o lado e minha Geny está dormindo pacificamente, ao lado da nossa cama, está o berço onde meu filho dorme. Eu corro minhas mãos sobre meu rosto e respiro fundo para me acalmar, me levanto e caminho até o berço de madeira, sempre procuro verificar pelo menos uma vez na noite se minha família dorme bem e peço a Deus para que me dê forças para defender o que é meu.
Vejo os traços de Geny em seu rostinho, mas seus cabelos
Nunca desejei poder… Nunca quis mais do que meu parceiro, um menino órfão que cresceu ao meu lado, tornou-se meu melhor amigo acima de tudo. sempre esteve comigo, me ensinando a sobreviver, o único dono do meu sorriso.todas as manhãs abro os olhos e vejo o azul escuro de suas íris me admirando, sou levada todas as manhãs para um banho relaxante em uma cachoeira escondida na floresta.— Devagar Khan, faz frio pela manhã e ele sempre se assusta se eu entrar imediatamente.— Desculpe. Você sabe que eu sempre esquento você. — Eu estou sempre aqui para você, lembra? minha pequena guerreira. — Ele beija minha bochecha. Khan adora segurar meu rosto já que tenho bochechas até demais.Posso estar cega pelo amor que sinto por ele, mas o sorriso de Khan é lindo, sua pele bronzeada é de deixar qualquer outra mulher com inveja de mim. As mechas pretas do seu cabelo comprido tocam meu rosto enquanto me beija. Quase me
— mamãe?— Sim, querido?— Quando o papai vai voltar? Já se passaram dois anos desde que ele saiu. Sinto muito a falta dele.— Não sei, Drake... Seu pai sempre foi assim, sempre foi fascinado por coisas desconhecidas, mas tenha paciência querido, ele nunca nos abandonaria.— Ele já nos abandonou.><— Drake! — Eu te amo filho.O som grave dos dois tiros ecoa na minha memória como se eu ainda pudesse ouvir. Sinto meu pulso acelerado. Como sempre, se minha mente permanecesse em branco, sem executar nada, os pensamentos ruins voltavam. Levei 8 anos para me ajustar aos pesadelos. Encaro a sala vazia a minha frente enquanto tento me acalmar com as memórias que me assombram. Tenho tudo o que os homens querem e, ao mesmo tempo, não tenho nada. Tudo está vazio, apenas objetos sem vida e sem nenhum poder mágico que faça todos os seus desejos se torna
GenySinto o cheiro da brisa fresca vindo da floresta antes de abrir os olhos.Os pássaros cantam alto lá fora e os raios do sol penetram a cabana. Meu corpo ainda está pesado do cansaço da rotina de ontem. Eu apenas sinto um pequeno corpo se mover contra mim antes de ouvir algo que ouço quase todos os dias.— Mamãe estou com fome. — Eu a sinto passar por cima de mim na cama com dificuldade para alcançar o outro lado. Abro os olhos e a vejo sentar-se à minha espera. Callie tem apenas 5 anos, mas na minha mente já se passaram 5 anos desde que minha vida mudou para sempre.Respiro fundo, deixando um leve sorriso se espalhar pelo meu rosto. O dia está começando a clarear quando me levanto para cuidar dela. Callie está sempre com fome pela manhã. Exatamente como alguém que já conheci. Vou para a outra sala na cabana, onde guardo minhas armas e pego minhas adagas. Eu os coloco em cada lado do meu quadr
— Você já está indo meu amor?Ouço a voz de Katelyn atrás de mim quando saio de casa com uma mala na mão. Meu helicóptero com o piloto já esperando por mim. O sol já está alto no céu, embora ainda esteja frio, será uma longa viagem e provavelmente colocarei meus pés em terra ao anoitecer. Sairei de helicóptero para o aeroporto privado, a 30 quilômetros de minha casa onde moro à beira-mar.— Sim. — Nos vemos em breve. — Digo sem emoção. Eu a beijo rapidamente e tento me afastar, mas Kate agarra meu braço com as duas mãos.— Você não vai me dizer para onde você está indo? E se algo acontecer? Como vou saber onde está?Libero o ar preso em meus pulmões em frustração. Não, eu não acho que sou bom para ter uma família. Ter uma mulher me manipulando com besteiras. Só dois meses morando juntos e já estou me irritando com essa mulher. Não estou e nunca estive apaixonado por Kate. Não acredito nessas coisas,
O sol nasce no horizonte enquanto eu observo o oceano abaixo. O restante da equipe já se prepara para as buscas. Está quente aqui, apesar da brisa fresca que vem do oceano. Olho em volta e vejo o avião com os jipes prontos. A ilha é um lugar paradisíaco, picos rochosos desaparecem entre as nuvens, um oceano tão azul quanto o céu. Só preciso me lembrar que não estou de férias.Mesmo estando na ilha, temo que algo dê errado. Nas anotações de meu pai, ele disse que havia civilização. É bem possível, já que a ilha é enorme, só preciso ter um cuidado redobrado para não ganhar uma flecha na cabeça.— Qual é o plano para começarmos? — Pergunta Frost se aproximando enquanto observo um vulcão à distância. Parece longe o suficiente, felizmente eu tenho os jipes, ou levaria horas apenas caminhando.— Essa ilha possuí civilização, ou já possuiu, de qualquer maneira é bom que estejamos armados caso haja alguma surpresa. — Digo e vo
A mulher sabe que não há saída quando mostra aos meus homens suas presas, pura raiva em seus olhos. Eles mantêm suas armas apontadas para sua cabeça. Ela só não atacou ainda porque protege a criança que está entre suas pernas com um olhar assustado.— Merda. — Me deixo levar pela simpatia. Não sei por quê, mas não quero que eles as machuquem.— Abaixem suas armas! — Não atirem! — Recuem! — Minhas ordens são claras e quando eles finalmente recuam, baixando a guarda, a mulher se move em questão de segundos, quando algo pendurado em seu pescoço brilha e em segundos eu sinto uma onda invisível me lançar brutalmente contra uma árvore. Demoro um pouco para entender o que está acontecendo ao meu redor. Mas não vejo mais nenhum dos homens da minha equipe por perto. E
— Você não vai comer? — Eu levo meu olhar para a mulher que me observa com atenção, percebendo que mal toquei na comida que ela me ofereceu. A carne que ela oferece é assada por fora e crua por dentro. Ainda estou me perguntando por que ela me deu a liberdade de estar aqui, o que ela está aprontando?— Pode comer se quiser, está tudo limpo, você não vai morrer, não se preocupe, eu acho. — Ela sorri para mim.— Por que “Eu acho?”— Não sei se o seu estômago está forte, outras pessoas que passaram por aqui, passaram mal porque era diferente da dieta deles, eu acho, mas sobreviveram.— Obrigado, mas não estou com fome. — Digo e me preparo para sua reação ao recusar sua “hospitalidade.”Felizmente, eu não confio nela e não vou fazer nenhum tipo de amizade, pois ela provavelmente vai me odiar pela manhã.Geny vem até mim, pegando a tigela da minha mão e comendo ela mesma
A viagem é cansativa. Eu mantenho a mulher sedada como um bicho e isso me deixa doente a ponto de piorar minha dor de cabeça. Mas ela me daria um trabalho extra em não cooperar ou matar alguém na esperança de voltar para casa. Um lugar que ela não verá tão cedo se não me ajudar. Mais uma vantagem para eu conseguir o que quero, são 9 mil quilômetros de mar separando a minha casa da dela. Geny ficará louca quando acordar, mas estará em um lugar seguro, longe de pessoas que podem machucá-la e com sua filha ao seu lado.Finalmente chegamos e conseguimos pousar o avião sem grandes dificuldades. Minha vontade de chegar em casa e tomar banho é gritante. Mas primeiro... Saio da cabine do avião e vou para onde o restante da equipe está. A primeira coisa que procuro é Callie e a vejo dormindo no colo de Lyz, com as mãos livres, vou até o desgraçado que já parece saber o que vou fazer. Frost tenta ficar na frente de todos para ser o primeiro a descer do avião. Mas p