Assim que eu cheguei em casa, eu resolvi ter uma conversa muito séria com Vincenzo, achei que seria o certo a se fazer.
- O que houve? - Perguntou.
- Queria conversar contigo. - Falei. - Olha, eu quero que você saiba que eu sempre gostei muito de ti, desde quando éramos pequenos, você foi o meu primeiro amor, foi com você que eu me descobri, que eu dei o meu primeiro beijo, que eu perdi a virgindade e isso nunca vai mudar. E você além de meu melhor amigo, é meu primo, possuímos o mesmo sangue, e eu não quero que as coisas fiquem estranhas entre a gente. - Fiquei um pouco em silêncio. - Eu te amei e amei muito, mas você desapareceu por meses, eu sei que a culpa não foi sua, mas de qualquer forma eu sofri muito com isso e nesse tempo eu me relacionei com outra pessoa. Alex foi muito bom pra mim, me ajudou nos momentos mais difíceis, ele que esteve do meu lado quando você n&a
Um ano. Um ano já havia se passado.As coisas não mudaram muito de lá pra cá. Eu estava morando com meus pais e irmãos. Noah, Kim e eu estávamos cada vez mais unidos. Meu irmão até chamava papai de ''pai'' e ele o chamava de ''filho'', confesso que ficava muito feliz com isso.Eu estava todo bobo com Ryan, o moleque era incrível, havia dito pra toda sua turma que ele tinha dois pais, como Alex e eu não morávamos juntos, tínhamos uma espécie de guarda compartilhada do garoto, ele morava com Alex, porém volta e meia ia pra minha casa e quando isso acontecia era a maior bagunça, Kim e ele faziam a maior farra juntos, meus pais também gostavam muito dele, o pequeno era adorável.Estávamos de férias do colégio, graças a Deus, ou seja, tinha todos os dias livres para fazer o que eu quisesse, que era ficar acordado até
Vincenzo me olhou sem entender nada, e na moral nem eu estava entendendo. No quarto de Martin havia diversos pôsteres de garotas de lingerie e outras com os peitos à mostra, confesso que aquilo me repugnou e acho que meu primo estava sentindo o mesmo.- O que é isso? - Questionei.- Ah, eu sei que vocês não curtem, mas eu acho elas tão perfeitas. - Disse Martin.Eu jurava que Martin era gay, sei lá, ele estava tão próximo de Vi que eu tinha certeza que estava rolando algo entre eles, pelo jeito me enganei feio e o pior foi ver a decepção do rosto do meu primo, ficou o tempo todo quieto e cabisbaixo. Martin me comentou várias vezes que Vi estava diferente e que não sabia o que era, mas eu sabia bem.Meu primo dormiu na minha casa naquela noite e parecia distante.- Fica assim, não. - Falei. - Ele é um idiota que não sabe o que está pe
Confesso que não parava de pensar naqueles telefonemas, mas provavelmente devia ser algum trote de gente que não tem mais o que fazer, detesto essas coisas.Nano e Noahforam proquarto de meu irmão, acabei optando por ficar com eles. Os dois jogavam vídeo game, estava esperando a minha vez para jogar e Kim estava em meu colo.Eis que de repente escutamos um barulho vindo do lado de fora de nossa casa, barulho de algo caindo, olhamos assustados para o lado que vinha o barulho sem saber o que aconteceu.- Que barulho foi esse? - Perguntou Kim assustada.- Não sei, vou lá ver, você fica aqui. - Falei.- Vou contigo. - Falou Nano.- Eu também. - Disse Noah.Fomos vagarosamente até a sala de minha casa e olhamos pela janela, mas não vimos ninguém, apenas um vaso de planta caído, o que me deixou meio grilado.- Que estranho isso. - Falou Nan
Chegamos em casa finalmente, olho para trás e o carro já não está mais lá, sinto um grande alívio, ainda bem que as crianças não viram nada, pois ficariam assustadas. Assim que entramos em casa, eles saem correndo para brincar.- Preciso falar contigo. - Digo à Noah.- O que houve? - Ele me questiona notando minha aflição.Conto sobre o ocorrido e ele fica preocupado, e na moral eu também estava, não imaginava quem poderia estar me seguindo e nem tinha noção do motivo disso, tinha muito medo de alguém querer fazer mal pra mim ou pra minha família, mas quem? Ninguém me passava pela cabeça, ainda estava com muito medo por causa das crianças.Ryan e Kim surgem do nada correndo, correm pela casa brincando de pega - pega, dava para ver em suas carinhas como estavam se divertindo, adorava vê-los juntos, era tão
- O que houve? - Perguntei à Vi.- O idiota do Martin. - Falou.- O que ele fez?- Nada. Quer dizer, tudo.- Ok, não entendi. - Falei.- Ah peguei aquele imbecil na cama com uma garota.- Vixi. Que droga, mas bem que você sabia que ele é hétero. - Falei.- Sim, mas eu não estava preparado pra ver uma coisa dessas. - Disse Vincenzo.Vitinha ficado bem chateado e eu não gostava de ver meu primo daquele jeito, devia ser bem difícil gostar de um cara hétero, já é complicado gostar dos gays quanto mais de um hétero. Queria tanto poder ajudá-lo, pena que não tinha nada que eu pudesse fazer.- Fica assim, não. - Falei. - Você ainda vai achar um cara bem legal.- Tomara. - Ele disse.Vincenzo foi pra sua casa e logo após eu me deitei para dormir, fiquei ainda pensando se
Não aguentava mais essas ''brincadeirinhas'', quem será que estava fazendo tudo isso? Queria tanto descobrir.''Já sei.'' - Pensei. - Só pode ser coisa dos idiotas do Bruce e do Taylor, eles ainda estão furiosos que foram expulsos da escola e agora querem se vingar de mim.Só podia ser isso. Com certeza era coisa deles e provavelmente aquele ''presentinho'' era pra mim, agora as coisas começavam a fazer sentido na minha cabeça.Quando cheguei em casa contei para meus pais e pra Noah o que eu estava pensando, papai não levou muita fé, mas mamãe e Noah falaram que era uma possibilidade e eu estava convicto disso. Pena que eu não sabia onde aqueles lesados moravam, pois senão iria com meus pais até lá e conversaríamos com os responsáveis deles, será que até longe da escola eles não vão me deixar em paz? Pior que eu nunca
- Mike, aquela senhora estava brigando com vocês só por que vocês são gays? - Perguntou Kim.- Sim, meu amor. - Respondi.- Por quê? - Ela questionou.- Porque tem pessoas que não nos entendem, que acham que somos errados só porque temos uma forma de amar diferente da maioria das pessoas.- Eu não vejo mal nisso. - Falou Ryan.- Nem eu. - Disse Kim.Alex e eu abraçamos eles, tínhamos um amor incondicional pelos dois.Assim que Kim e eu chegamos em casa, notamos meus pais e Noah sentados no sofá, estava um clima tenso no ar, mamãe parecia que estava chorando, fiquei meio preocupado, com medo até de saber o que havia acontecido e comecei a criar mentalmente diversas teorias sobre o que poderia ter acontecido para mamãe ficar desse jeito.- O que houve? - Perguntei receoso.- Sua mãe recebeu um bilhete. - Disse papai.<
Nos deitamos novamente, mas eu ainda estava meio assustado, com medo de ver aquele vulto de novo, não sabia se era um espírito que eu vi passar ou alguma pessoa que realmente estava rondando a casa, sinceramente não sei o que eu preferia que fosse.Vi dormiu mais rápido, demorou uns 10 minutos pra pegar no sono, já eu fiquei mais uma meia hora acordado, tapado até o nariz e com os olhos arregalados de tanto medo e pavor que aquela coisa seja lá o que fosse aparecesse de novo.No dia seguinte tudo estava normal como sempre, mas eu ainda estava com medo de quem quer que fosse voltar.- Pai, mãe, eu quero um cachorrinho. - Disse Kim durante o café da manhã.- Um cachorrinho, filha? - Perguntou papai parecendo não aprovar muito a ideia.- É papai, um cachorrinho de quatro patas, que faz ''au au'' e abana o rabo quando está feliz.- Mas amor, um cachorrinho