Bem morar sozinho era uma experiência nova para mim, apesar de ainda permanecer no dormitório da faculdade até o final do semestre. No entanto, o que eu não esperava era a quantidade de coisas que eu possuía, só de livros deu umas quatro caixas grandes, além das minhas roupas e meus enfeites geeks, eu sou um nerd.
- Nossa vida! - Encarei as dezenas de caixas. - Da onde surgiu tudo isso?- Eu também queria saber. - Minha mãe responde indiferente. - Vamos precisamos comprar mais algumas coisas, e temos que ir no mercado encher as prateleiras. - Ok. - Respondo seguindo ela.Minha mãe insistiu em pagar tudo, mesmo eu implorando para eu pagar.- É o minimo que eu posso fazer . - Falou ela entrando no apartamento. - Sou sua mãe. - Ela parou e suspirou. - Nem sempre eu agi como tal.- Do que está falando mãe? - Olhei ela calmamente. - Eu deveria ter impedido da primeira vez que ele te bateu, mas não pensei na época. - Respondeu ela. - Meu pai nunEu estava parado na porta da casa da Sara segurando um pote de sorvete e uma garrafa de vinho, Jay vinha logo atrás de mim com uma caixa de cerveja e um senhor Vasques sonolento e resmungão. Bati na porta, mas quem abriu foi a "Nona" , a avó das meninas, Dona Giordana era italiana, que detestava o nome, e nos obrigava a chamá-la sempre de Nona. Ela era uma mulher espirituosa, que após a morte do marido ( que era extremamente violento pra ela e super maxista), estudou e se formou em gastronomia, e tinha um canal no YouTube sobre comidas no mundo. Então ela vivia viajando. Até tinha um namorado escocês.- Léo!!! - Ela me abraçou. - Cada vez mais lindo e gentil.- Nona!! - Beijei o rosto dela. - Que saudade da senhora, cada vez mais linda. - Eu não estava mentindo, a Sara era incrivelmente parecida com ela. - A senhora está cada vez mais famosa.- Ah!! Pare com isso, vamos entrar. - Ela olhou atrás de mim. - Olha só quem está um rapaz forte. - Ela abraço
Durante o almoço fiquei o mais longe possível do meu pai, tentei ignorá-lo, mas foi praticamente impossível, por causa das encaradas que ele me dava. Além de mim, quem não falava com ele era minha mãe, percebi um clima bastante pesado entre eles, resolvi perguntar ao Paulo.- Aconteceu alguma coisa entre o pai e mãe?- O que você acha? - Paulo me olhou com raiva, então abaixou a voz. - Ontem eles discutiram de novo por sua causa. A mamãe não aceita o fato de o papai ter te expulsado de casa, mas você sabe que ele não vai ceder, somente se você pedir desculpas pra ele.- Não vou fazer isso. - Falo teimoso.- Você só vai se contentar quando os dois estiverem separados! Tudo o que aconteceu é sua culpa, você não consegue manter essa boca fechada.- Desculpe senhor perfeição. Não consigo ser igual a você, porque não tenho um irmão para assumir as minhas cagadas. - Falo irritado.- Seu...- Léo. - Era Anna. - Pode me ajudar um minuto?- Clar
Recobro a consciência em um ambiente claro e com cheiro de álcool, percebi ser um hospital. Eu estava com uma dor horrível no lado esquerdo do meu rosto e no lado direito da cabeça. Quando passei a mão na cabeça, havia um enorme galo. Consegui me lembrar o que tinha acontecido, as aulas de box do meu pai havia surtido efeito.- Aí! - Tentei me levantar, mas explodiu luzes no meu globo ocular.- Léo! - Minha avó apareceu ao meu lado.- Vovó! - Olhei para ela confuso. - O que aconteceu?- Ah! Meu docinho! Teu pai passou de qualquer limite. Ele te machucou muito. - Ela me olhou preocupada.- Sério vó, nem percebi. - Respondo. - Mas por que estou no hospital?- Você teve uma concussão. - Paulo apareceu na porta do quarto. - Você ficou apagado por um dia.- O quê?! - Olhei para ele assustado.- Vim ver se você estava melhor! - Ele falou. - O médico que você iria receber alta assim que acordasse.- Claro. - Murmurei. Percebi que ele estava
Como Paulo estava no apartamento, resolvi ficar no dormitório do campus, assim que entrei, Miguel me fez dezenas de perguntas e me ajudou com as matérias que eu havia perdido. Na verdade ele foi atencioso a semana toda, para mim isso tinha dedo da Sara, essa, por sinal, enchia a minha caixa de mensagens todos os dias. Mas eu percebi que apenas uma pessoa havia se afastado de mim, o Jay, ele sempre estava ocupado, mandava mensagens perguntando como eu estava, porém só isso. Era raro vê-lo no campus da faculdade. E nos ensaios ele mantinha distância de mim.Preferi me manter calado, mas me sentia cada vez mais triste, e pior, sentia saudades dele. No ensaio final para o festival, ele ficou em um canto e eu no outro, notei que ele me dava olhares furtivos, porém fiquei longe. Vi, também, que meu irmão encarava o Jay, e me encarava, e sempre que eu via o Jay vir para minha direção, o Paulo aparecia na cola dele, e o fazia mudar de direção.A situação c
Acordei no domingo de manhã, com batidas fortes na porta do meu quarto, olhei no relógio, não eram nem 6h da manhã. As batidas ficavam cada vez mais impacientes.- Já vou. - Me levando desorientado. Quando abro a porta levo um susto ao dar de cara com o Jay. - O que faz aqui? - Ele estava cheirando a bebida alcoólica.- Léo. - Ele sussurrou e invadiu meu quarto. - Eu estou tão cansado. - Sua fala estava enrolada.- Você está bêbado? - Pergunta idiota! Era evidente a embriaguez dele.- Eu tomei algumas garrafas de vinho que estavam no meu quarto, e algumas doses de uísque. - Ele riu abobado e se jogou em cima de mim. - Eu queria ter vindo ontem. - Coloco ele em minha cama, ele começou a rir histérico, fechei a porta e o olhei confuso. - Não faça essa cara Léo. - Mais risos. - Você... Eu... Eu estraguei a sua vida, tudo porque eu sou um egoísta de merda...- Do que está falando Jay? - Ele se levanta e segura meu rosto.- Eu te amo. - Ele encosta a te
Mensagem do Paulo:"Quero falar com você. "Eu:" O que é?"Paulo:" Estou à procura do Jay, você sabe onde ele está?"Eu:" Por que eu saberia onde ele está?"Paulo:" Fui na casa do pai dele, e ele não está lá, e estou aqui no dormitório, e ele também não está."Eu:"E daí?"Paulo:" Ele me falou um coisa que envolve você. "Eu:"E...?"Paulo:" Vou te ligar."Espero alguns segundos.- Diga. - Resmungo baixinho.- Você sabe onde está o Jay?- Não, por que saberia? - Minto.- Ele não te falou nada?- Ele me falou muita coisa, especifique Paulo.- O que está rolando entre vocês? Você sabe o que ele é?- Do que está falando? - Me esquivo, Jay resmunga algo incoerente enquanto adormece na minha cama.Eu havia lhe dado banho e colocado ele pra dormir na minha cama.- Você sabe que o Jay gosta de homens? - Sua voz estava estranhamente vaga.- E o que tem isso?- V
- Eu estava pensando em convidar a Sara para passar uma semana na casa dos meus pais. - Miguel me entrega uma lata de refrigerante, nós dois estávamos descansando após uma semana exaustiva de provas, logo entrariamos de férias então todo mundo estava em expectativa. Eu estava mais ansioso que o normal, no dia seguinte seria o festival.- Seria uma boa ideia. - Respondo sonolento. - Se vocês querem firmar as coisas entre vocês, você precisa apresentar ela para seus pais.- Vou conversar com ela. - Ele bocejou.- E você e o Jay?- O que tem? - Pergunto na defensiva.- Eu vi que vocês tomam café todos os dias, e almoçamos juntos também. Perguntei pra Sara, ela me falou que vocês estão namorando. - Ele sorriu.- Estamos nos entendendo. - Encarei ele. - Você não vê problema?- Sobre o quê?- Eu e ele.- Por vocês serem homens? - Ele me olhou curioso. - Foi um choque no começo, mas não vejo problema em nada. Vocês são adultos, e eu não tenho n
Ao chegarmos na casa do senhor Vasques, a primeira pessoa que encontramos foi o Paulo, ele estava parado na porta de entrada da casa. Sua expressão era de triunfo, o que me deixou incomodado. Ele nos deu espaço para entrar na casa, ao seguirmos para a sala, encontramos minha mãe, o senhor Vasques e próximo da janela, o meu pai. Seus ombros estavam tensos, minha mãe estava com as orelhas vermelhas, algo me dizia que eles já haviam discutido.- Oi meninos, que bom que vieram. - O senhor Vasques parecia extremamente preocupado.- Claro pai. Qual o problema? - Jay olha para meus pais desconfiado.- Acho bom vocês se sentarem.- Falou o senhor Vasques.- Não precisa ser tão cortês Júlio. - Resmungou meu pai. - Não são mais crianças.- Ricardo, aqui não é sua casa. - Destacou minha mãe.- Meninos sente. - Repetiu o pai do Jay.- Você também Paulo.Fizemos o que ele mandou, eu e Jay sentamos no sofá de dois lugares que tinha na sala, Paulo se