Ao chegarmos na casa do senhor Vasques, a primeira pessoa que encontramos foi o Paulo, ele estava parado na porta de entrada da casa. Sua expressão era de triunfo, o que me deixou incomodado. Ele nos deu espaço para entrar na casa, ao seguirmos para a sala, encontramos minha mãe, o senhor Vasques e próximo da janela, o meu pai. Seus ombros estavam tensos, minha mãe estava com as orelhas vermelhas, algo me dizia que eles já haviam discutido.
- Oi meninos, que bom que vieram. - O senhor Vasques parecia extremamente preocupado.- Claro pai. Qual o problema? - Jay olha para meus pais desconfiado. - Acho bom vocês se sentarem.- Falou o senhor Vasques. - Não precisa ser tão cortês Júlio. - Resmungou meu pai. - Não são mais crianças.- Ricardo, aqui não é sua casa. - Destacou minha mãe.- Meninos sente. - Repetiu o pai do Jay.- Você também Paulo.Fizemos o que ele mandou, eu e Jay sentamos no sofá de dois lugares que tinha na sala, Paulo seChegamos no apartamento em tempo recorde, sinto que Jay está mais calmo, então resolvo perguntar o que houve na casa.- Pode me dizer o que aconteceu na casa?- Humm. - Ele respira fundo e se dispara a falar. - Mandei seu pai embora, e ele me xingou, aí te xingou também, perdi minha paciência, e dei um soco nele, então começamos a brigar, meu pai me tirou de cima dele, aí ele corre pra fora e tentou te bater, mas consegui chegar a tempo.- Ok! - Murmuro surpreso. Ele me olha chocado.- Só vai me dizer isso? - Pergunta surpreso. - Eu bati no seu pai.- Ele mereceu. - Eu sorri. - Só fiquei preocupado de você ter se machucado. Porém vi que você está bem.- Humm. - Ele sorri, depois começa a rir descompensadamente. - Bem, agora se você não tiver certeza do que sente por mim, eu estaria surpreso.- Descobri que te amo. - Respondo sorrindo, ele arregala os olhos. - Então vou te perguntar uma coisa. - Ergo as sobrancelhas. - James, você ace
Jay mantinha roupas e produtos de higiene pessoal, tanto na casa do seu pai, quanto na casa que pertenceu a mãe dele. Nós estávamos na casa que era da mãe dele, pois temiamos que meu pai fosse nos procurar no dormitório ou na casa do senhor Vasques.Arrumamos as malas dele em mais ou menos em uma hora, apesar de tudo o que havia acontecido durante o dia, nós dois estávamos sorridentes, eu sentia que um peso enorme havia sido tirado dos meus ombros, Jay parecia mais brincalhão e mais leve. Sabíamos que teria muito o que enfrentarmos daqui por diante, mas naquele momento era só nós dois e íamos aproveitar o máximo disso.- Eu vou tomar um banho, ok - Falo, indo para o banheiro, Jay já havia se banhado. - Escolha um filme que eu estouro a pipoca.- Ok! - Ele sorriu. - Só não demore muito, se não começo a assistir sem você.- Pode deixar. - Murmurei.Antes de ligar o chuveiro, verifiquei meu celular, havia uma mensagem da minha mãe, dizendo que ela
Faltava apenas 10 min para o início do festival, o teatro estava uma loucura o dia todo, Sara e Anna foram as que mais correram, Paulo ajudou, mas permaneceu amuado em um canto, até mesmo Miguel não parou. Eu e o Jay ficamos encarregados com a venda de ingressos, porém não tivemos tempo de conversarmos.- E ai, nervoso? - Sara me olhou, eu estava no camarim do teatro, junto com os que iriam se apresentar.- Um pouco e você? - Respondo, Sara iria ser a apresentadora do evento, apesar de ela ser tímida, ela falava super bem em público.- Um pouco também. - Ela segura minha mão, percebo que suas mãos estão geladas. - Estou com frio na barriga.- Fique calma! - Tento tranquilizá-la. - O Jay vai te ajudar lá em cima.- Eu sei. - Ela tentou sorrir. - Durante a passagem de som, você estava maravilhoso.- Obrigado, espero que de tudo certo.- Murmuro.- Vai dar sim, pandinha. - Jay surgiu atrás de mim, me deu um beijo no rosto e se diri
JAYFoi tão de repente, que em um momento estávamos de mãos dadas e no outro ele havia me jogado na calçada. Eu não conseguia acreditar, ele lá caído sem se mover.- LÉO!!! - Grito e corro ao seu encontro, ele estava desmaiado e havia muito sangue.O motorista sai do carro, ele estava cambaleante, quando encaro ele entro em choque, era o seu Ricardo.- Meu filho! - Ele sussurra e cai de joelhos no chão.Certas coisas acontecem para nos provar o quão difícil é a vida. Eu deveria lutar por ele, afinal ele me salvou. E eu sempre vou amá-lo.
6 MESES DEPOIS-Oi Jay! - Sara me cumprimenta.- Obrigada por dar carona pra mim e para o Miguel.- Disponha. - Murmuro. Sara e Miguel estavam dividindo um pequeno apartamento próximo ao campus da faculdade. - Aliás cadê o Miguel.- Ele foi comprar um café pra gente. - Ela olhou o celular. - Ele já está chegando.- Ok. - Respondo.- O que você acha que vai acontecer hoje com o Seu Ricardo, no tribunal? - Ela me encarou preocupada.- Não sei. - Falo com sinceridade. - A advogada de acusação é a Dona Martha, e ela nunca perde uma causa.- Sim, foi isso que a tia Mali falou. - Ela respirou fundo. - Você falou com o Paulo? Ele anda um pouco ocupado ultimamente.- Falei ontem, vou ajudar ele na empresa à partir da semana que vem. - Respondo. - Hoje ele estará um pouco ocupado.- Ah sim. - Ela mordeu os lábios. - Anna me perguntou dele.- Não
Léo estava em coma à seis meses já, durante o atropelamento, ele levou uma pancada muito forte na cabeça, os médicos fizeram o possível, mas agora só dependia dele, querer acordar. Eu ia todos os dias no hospital, e eu falava com ele, na esperança de que um dia ele acordasse.- Jay, vou conversar com o médico e ligar para os avós do Léo, você fica com ele?- Claro tia. - Ela nem precisava perguntar. Vejo ela sair calmamente. Dona Martha podia aparentar ser forte, mas eu já à vi chorar no leio do filho, e a consolei muitas vezes, da mesma forma que ela me consolou.- Jay. - Ela me olhou da porta. - Posso comprar um lanche pra você?- Tudo bem tia. - Ela sai, pego na mão do Leo, sempre macia e delicada, ele dormindo parecia um anjo, seus longos cílios, sobrancelhas bem definidas, seu nariz e boca delicados, Toquei sua bochecha macia como uma pena. - Você é lindo pandinha, queria que você se olhasse com meus olhos. - Respirei fundo. - Quando você vai
Sara havia me chamado para se encontrar com ela no bar e restaurante em frente a Universidade, eu tinha cogitado dezenas de vezes não aceitar o convite, ou simplesmente não ir. Mas eu conhecia a Sara, se eu não fosse ela iria atrás de mim.- Você veio! - Ela sorriu. Miguel abriu espaço para mim na mesa. - Que cara é essa Jay?- O de sempre. - Chamei o garson. - Um refrigerante de limão.- Claro Jay. - Ele anotou depois me encarou. - Como está o Léo?- Dormindo. - Respondo. - O médico nos falou que agora só depende dele.- Entendi, o menino faz falta aqui. - Ele suspirou. - Estamos rezando por ele.- Obrigado - Murmurei.No atropelamento, Léo bateu com muita força a cabeça, quebrou uma perna e duas costelas. Ele perdeu muito sangue, só não morreu por milagre, após um uma semana na UTI, seu corpo foi melhorando, mas ele não acordou. Foi aí que os médicos notaram um coágulo no cérebro. Foi feito uma cirurgia na cabeça para a retir
LÉOImagine como fiquei perdido.Acordei em uma cama de hospital confuso, ao o meu lado estava um Jay muito abatido, porém quando me viu abriu o sorriso mais lindo que tinha visto. Após um período de euforia, acabei apagando novamente, mas dessa vez acordei em poucas horas.Quando estava um pouco mais em mim, me contaram que eu havia ficado em coma por mais de 6 meses, me falaram também que quem havia causado meu " acidente " , fora meu pai, mas esse no caso ele queria ter atingido o Jay. Eu esperava muita coisa de meu pai, porém não esperava que ele se comportasse de maneira tão cruel. Meu pai foi condenado. Minha mãe se separou dele, Paulo assumiu a empresa, o senhor Vasques comprou parte de alguns sócios e começou a ajudar meu irmão. Jay também ajudavá-o, mas ainda fazia a faculdade de música. O que eu fiquei bastante surpreso,