Capítulo 58

Era noite quando encostei o carro na calçada de casa, não consegui descer imediatamente, novamente luzes acesas, depois de um toque na buzina do carro e um rosto claro de cabelos curtos apontando na porta e sumindo logo em seguida, fechei os olhos e me pus a pensar, por que eu me ligava tanto àquela garotinha? Seria simpatia pelo seu sofrimento?

Dizem que os opostos se atraem e os iguais se repelem, mas eu e ela éramos absolutamente iguais, ambos tínhamos perdido um ente querido quase nas mesas circunstâncias, a música nos unia, as circunstâncias nos unia e o brilho de seus olhos infantis que me remetia a treze anos atrás, de volta aos tempos em que um único ser vivente me arrebatava a alma, foi duro demais superar essa fase, precisei viver três anos ali mesmo em Lençóis Paulista tentando superar as desgraças de minha vida, quando achei que era hora de viver sai da cidade voltando pra capital quando  encontrei em Valparaíso uma garota branca de sorriso infa

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