“Por um uma questão de proteção inconsciente apertei o filhote em meus braços, como se quisesse a todo custo protegê-lo daquela pessoa, mas era realmente isso? Era realmente protegê-lo ou me proteger? Me proteger dela, estava com medo dela, aquela mulher que deveria cuidar de mim e me amar incondicionalmente.”“Minha mãe?”Depois que soube que aquela mulher à minha frente era minha mãe, fiquei mudo por um tempo, me senti sufocado, não sabia como reagir aquilo, nem mesmo o que falar e nem o que pensar.“O que ela queria com meu tio? Ela estava atrás de mim? Ou nem mesmo conseguia reconhecer o próprio filho, era tão difícil assim? Eu estava tão irreconhecível que ele nem podia se lembrar do meu rosto? Como? Por quê? O que eu deveria fazer? Eram tantas perguntas sem resposta que minha mente ficou enevoada, pensei que estava livre, que não teria mais medo dela, mas não quando a reconheci aqui na minha frente, eu temi, temi por minha vida.”“E se ela estiver atrás de vingança? O que eu dev
De madrugada quando percebi que Ayanne já estava dormindo, decidi colocá-la na cama, mesmo que aquela posição em que a mulher estava em meus braços era realmente confortável, porém sabia que se ficássemos ali, a mesma acordaria totalmente dolorida, e também não seria confortável para nós dois, me levantei do sofá tomando todo o cuidado para não acordá-la, assim que consegui sair coloquei a mulher de barriga para cima já que assim seria mais fácil para mim pegá-la, alcancei o controle na mesinha de centro e desliguei a televisão por fim pude levantar seu corpo, caminhei calmamente para o quarto para não fazer movimentos bruscos, assim que cheguei no cômodo vi akira deitado na cama preguiçosamente do mesmo jeito que a mulher havia o deixado. “O que eu faço com você em? Só sabe comer e dormir. Continuei caminhando em direção à cama, porém dei a volta para poder colocar seu corpo na posição correta, a depositei na cama com todo cuidado, arrumei sua cabeça no travesseiro, andei até onde o
Quando finalmente cheguei no final do dia estava extremamente cansada, já que havia chegado em uma parte com muitos detalhes, não podia fazer movimentos bruscos ou pesar a mão, então todo aquele cuidado excessivo era muito cansativo, mas tudo bem não podemos fazer um bom trabalho sem esforço, é o mínimo.– Aya? – A voz da mulher me despertou, virei para olhá-la enquanto retirava os fones que já estavam desligados.– Sim? – Levantei a sobrancelha enquanto esperava pelo que a mulher queria dizer.– Você trouxe guarda-chuva? – Olhei para a janela fechada do estúdio, nem percebi que estava chovendo.– Ah não, esqueci. – A última vez que andei com guarda-chuva cheguei encharcada de qualquer jeito, talvez devesse comprar um maior.– E como você vai embora? Aquele homem vem te buscar? – Perguntou olhando para a porta, constatando que Ethan não estava lá fora.– Ainda tenho coisas a fazer, pedi para ele não vir se também estiver ocupado. – A verdade é que Ethan não havia falado comigo o dia t
– A porta… – Parei assim que vi a mulher de mais cedo em pé em minha porta com um sorriso calmo, o que me causou muitos arrepios.– Olá, me chamo Laura Black, sou a mãe do Ethan, prazer em conhecê-la. – Não sabia como reagir, fiquei muda por alguns segundos sem saber o que responder.“O que eu faço? Ela é mesmo a mãe dele? Eu deveria ser gentil, certo? Afinal, Ethan é meu namorado, deveria me dar bem com sua mãe. Não sabia realmente o que fazer, então forcei um sorriso.”– O-olá, sou a Ayanne, prazer em conhecê-la também. – Tentei ser gentil, mesmo morrendo de medo.– Não pudemos nos apresentar mais cedo, desculpe meu filho, ele tem um temperamento e tento. – Sorriu enquanto dava alguns passos para dentro, se convidando a entrar.– Você deve ser a namorada dele, certo? Muito bonita, essa é sua casa? Você mora sozinha? – A mulher falava enquanto olhava ao redor, olhei para fora rápido, mas não vi Ethan em lugar algum e as luzes da sua casa estavam ligadas, então talvez ele estivesse se
– Mas querido… estou pedindo para você me perdoar, você sabe que eu não fiz por mal. – A voz de Laura parecia extremamente chateada e magoada.– Se você quer perdão okay, eu perdoo. – Ethan abaixou a voz, mas seu tom ainda era sarcástico, e por alguns segundos se formou um grande silêncio.“Perdoou pelo quê? Meu Deus o que essa mulher fez para ele!? Estava me corroendo de ansiedade e curiosidade, mas não era nem hora de fazer questionamentos e muito menos me meter.”– Você… me perdoa? – A mulher repetiu com se estivesse surpresa.– Sim, não é isso que você queria, então perdoo. – Mesmo ele dizendo isso ainda podia sentir seu corpo rígido, mesmo que ele estivesse falando aquilo não era realmente de coração.– Ah, meu amor, muito obrigada, eu juro que vou ser uma boa mãe para você! – A mulher falou empolgada, mas não sei o que ela fez em seguida, provavelmente avançou para cima de Ethan, pois o mesmo recuou me fazendo recuar junto.– Ótimo, perfeito, agora volta para sua casa. – O home
– Ao menos você me mostrou que tudo não passava de um teatrinho. – Sua voz saiu assustadoramente serena, a mulher bateu o pé como uma criança mimada e saiu porta afora sem se importar com a chuva, senti meu coração martelar em meu peito como uma criança jogando basquete, olhei para o homem não com um olhar de pena, mas de compreensão, agora tudo fazia sentido, ela quem era a culpada daquilo tudo, do olhar severo no rosto do homem, sem pensar duas vezes corri para os seus braços, assim que toquei seu peito, pude sentir o quanto sua voz transmitia o contrário do seu corpo, seu coração também estava em um ritmo acima do normal como se tivesse corrido uma maratona, ele me abraçou como se estivesse tentando me proteger, uma mão em minha cintura e a outra na altura do meu ombro tocando minha nuca, mas só queria saber do que exatamente ele estava me protegendo, da sua mãe? Não estava, mas com medo dela, estava morrendo de raiva só de pensar em suas palavras.– Me desculpe! – Sussurrou em meu
Mesmo que ele tentasse esconder, ele parecia incomodado, me arrependi por seguir em frente e feito a pergunta, mas agora era tarde, palavras são umas das coisas que nunca voltam, me levantei sentando no sofá para olhar melhor para o seu rosto, ele suspirou e concordou com a cabeça, senti meu coração pesar.– Sim… foi ela e meu padrasto, foi por isso que vim morar com meu tio, quando fiz 16 conseguir fugir e… – O interrompi, não precisava de mais detalhes, apenas aquilo já me fazia entender o quanto ele havia sofrido na mão daquela mulher, era compreensível, ele tinha razão em ficar daquele jeito, e por isso o abracei com todas as forças que tinha, o abracei como se minha vida dependesse disso, e seu sofrimento estava estampado em seu corpo.– Está tudo bem, você conseguiu, está seguro agora, você foi forte tão forte, eu me orgulho de você. – Quando o choque do que estava acontecendo passou ele me abraçou forte, afundando o rosto em meu pescoço, senti algo molhado no mesmo lugar, foi q
“Tudo o que havia pensado e feito estava naquelas palavras, tudo voltando à minha mente.”“Por algum motivo entendia aquela reação, principalmente quando entendi como o homem se comportava com as outras pessoas e se mostrava diferente comigo, e principalmente com Flora e Megan, de algum jeito podia sentir, mesmo que não entendesse o motivo ainda podia sentir, Ethan era igual a mim, ele também havia sofrido, não sei por quem, mas sei de que forma, sabe para as pessoas de fora, seu rosto pode ser marca de uma briga feia entre homens adultos, ou por ele parecer algum tipo de valentão, mas essas mesmas pessoas não havia realmente como era sua personalidade, elas apenas o procuravam quando precisavam de algum serviço urgente em sua casa, mas não se preocupavam em realmente conversar com ele.”“– Você não tem medo? – O olhei sem entender.”“ – Não tem medo de ter um vizinho como ele? Como posso dizer. – Deu uma pequena pausa, talvez escolhendo bem as palavras que usaria, no final de contas