Quando finalmente cheguei no final do dia estava extremamente cansada, já que havia chegado em uma parte com muitos detalhes, não podia fazer movimentos bruscos ou pesar a mão, então todo aquele cuidado excessivo era muito cansativo, mas tudo bem não podemos fazer um bom trabalho sem esforço, é o mínimo.– Aya? – A voz da mulher me despertou, virei para olhá-la enquanto retirava os fones que já estavam desligados.– Sim? – Levantei a sobrancelha enquanto esperava pelo que a mulher queria dizer.– Você trouxe guarda-chuva? – Olhei para a janela fechada do estúdio, nem percebi que estava chovendo.– Ah não, esqueci. – A última vez que andei com guarda-chuva cheguei encharcada de qualquer jeito, talvez devesse comprar um maior.– E como você vai embora? Aquele homem vem te buscar? – Perguntou olhando para a porta, constatando que Ethan não estava lá fora.– Ainda tenho coisas a fazer, pedi para ele não vir se também estiver ocupado. – A verdade é que Ethan não havia falado comigo o dia t
– A porta… – Parei assim que vi a mulher de mais cedo em pé em minha porta com um sorriso calmo, o que me causou muitos arrepios.– Olá, me chamo Laura Black, sou a mãe do Ethan, prazer em conhecê-la. – Não sabia como reagir, fiquei muda por alguns segundos sem saber o que responder.“O que eu faço? Ela é mesmo a mãe dele? Eu deveria ser gentil, certo? Afinal, Ethan é meu namorado, deveria me dar bem com sua mãe. Não sabia realmente o que fazer, então forcei um sorriso.”– O-olá, sou a Ayanne, prazer em conhecê-la também. – Tentei ser gentil, mesmo morrendo de medo.– Não pudemos nos apresentar mais cedo, desculpe meu filho, ele tem um temperamento e tento. – Sorriu enquanto dava alguns passos para dentro, se convidando a entrar.– Você deve ser a namorada dele, certo? Muito bonita, essa é sua casa? Você mora sozinha? – A mulher falava enquanto olhava ao redor, olhei para fora rápido, mas não vi Ethan em lugar algum e as luzes da sua casa estavam ligadas, então talvez ele estivesse se
– Mas querido… estou pedindo para você me perdoar, você sabe que eu não fiz por mal. – A voz de Laura parecia extremamente chateada e magoada.– Se você quer perdão okay, eu perdoo. – Ethan abaixou a voz, mas seu tom ainda era sarcástico, e por alguns segundos se formou um grande silêncio.“Perdoou pelo quê? Meu Deus o que essa mulher fez para ele!? Estava me corroendo de ansiedade e curiosidade, mas não era nem hora de fazer questionamentos e muito menos me meter.”– Você… me perdoa? – A mulher repetiu com se estivesse surpresa.– Sim, não é isso que você queria, então perdoo. – Mesmo ele dizendo isso ainda podia sentir seu corpo rígido, mesmo que ele estivesse falando aquilo não era realmente de coração.– Ah, meu amor, muito obrigada, eu juro que vou ser uma boa mãe para você! – A mulher falou empolgada, mas não sei o que ela fez em seguida, provavelmente avançou para cima de Ethan, pois o mesmo recuou me fazendo recuar junto.– Ótimo, perfeito, agora volta para sua casa. – O home
– Ao menos você me mostrou que tudo não passava de um teatrinho. – Sua voz saiu assustadoramente serena, a mulher bateu o pé como uma criança mimada e saiu porta afora sem se importar com a chuva, senti meu coração martelar em meu peito como uma criança jogando basquete, olhei para o homem não com um olhar de pena, mas de compreensão, agora tudo fazia sentido, ela quem era a culpada daquilo tudo, do olhar severo no rosto do homem, sem pensar duas vezes corri para os seus braços, assim que toquei seu peito, pude sentir o quanto sua voz transmitia o contrário do seu corpo, seu coração também estava em um ritmo acima do normal como se tivesse corrido uma maratona, ele me abraçou como se estivesse tentando me proteger, uma mão em minha cintura e a outra na altura do meu ombro tocando minha nuca, mas só queria saber do que exatamente ele estava me protegendo, da sua mãe? Não estava, mas com medo dela, estava morrendo de raiva só de pensar em suas palavras.– Me desculpe! – Sussurrou em meu
Mesmo que ele tentasse esconder, ele parecia incomodado, me arrependi por seguir em frente e feito a pergunta, mas agora era tarde, palavras são umas das coisas que nunca voltam, me levantei sentando no sofá para olhar melhor para o seu rosto, ele suspirou e concordou com a cabeça, senti meu coração pesar.– Sim… foi ela e meu padrasto, foi por isso que vim morar com meu tio, quando fiz 16 conseguir fugir e… – O interrompi, não precisava de mais detalhes, apenas aquilo já me fazia entender o quanto ele havia sofrido na mão daquela mulher, era compreensível, ele tinha razão em ficar daquele jeito, e por isso o abracei com todas as forças que tinha, o abracei como se minha vida dependesse disso, e seu sofrimento estava estampado em seu corpo.– Está tudo bem, você conseguiu, está seguro agora, você foi forte tão forte, eu me orgulho de você. – Quando o choque do que estava acontecendo passou ele me abraçou forte, afundando o rosto em meu pescoço, senti algo molhado no mesmo lugar, foi q
“Tudo o que havia pensado e feito estava naquelas palavras, tudo voltando à minha mente.”“Por algum motivo entendia aquela reação, principalmente quando entendi como o homem se comportava com as outras pessoas e se mostrava diferente comigo, e principalmente com Flora e Megan, de algum jeito podia sentir, mesmo que não entendesse o motivo ainda podia sentir, Ethan era igual a mim, ele também havia sofrido, não sei por quem, mas sei de que forma, sabe para as pessoas de fora, seu rosto pode ser marca de uma briga feia entre homens adultos, ou por ele parecer algum tipo de valentão, mas essas mesmas pessoas não havia realmente como era sua personalidade, elas apenas o procuravam quando precisavam de algum serviço urgente em sua casa, mas não se preocupavam em realmente conversar com ele.”“– Você não tem medo? – O olhei sem entender.”“ – Não tem medo de ter um vizinho como ele? Como posso dizer. – Deu uma pequena pausa, talvez escolhendo bem as palavras que usaria, no final de contas
Quando vi Laura naquele dia pela manhã já havia percebido que ela não me deixaria em paz, mas temia que ela fizesse algo contra Ayanne, aquela mulher era louca, um monstro, tudo o que ela fez no passado não podia de forma alguma ser apagado, passei o dia todo perdido em pensamentos, não sabia o que fazer realmente, mas sabia que alguma hora meu passado chegaria nos ouvidos da mulher que eu amava, e se ela ouvisse tinha certeza que se afastaria na mesma hora, eu temia por isso, e quando busquei a mulher em seu trabalho sem tê-la avisado deixou meu coração ainda mais perturbado, acreditava que ela ficaria chateado comigo, tinha certeza afinal estava chovendo e eu sabia que ela havia saído sem guarda-chuva, quando a senti me abraçar daquele jeito estava ainda mais nervoso, não menti sobre o celular havia me esquecido de colocar para carregar, nunca em toda a minha vida mentiria para ela se não houvesse realmente um bom motivo. Quando fui buscar Akira na casa de Flora a mulher me pergunt
– Mas querido, eu te criei com tanto amor e carinho, por que você não precisa de mim? – Talvez tivesse que lembrar para aquela mulher tudo o que passei em suas mãos em minha infância, se aquilo era chamado de criar, acredito que nem uma aranha sobreviveria ao seu próprio veneno.– HA! HA! HA! Você deve estar doente, só pode, a cadeia queimou seu cérebro? Como você tem a cara de pau de dizer isso? Como uma mãe faz o que você fez comigo? Você é realmente impressionante, merece um grande prêmio de atuação. – Não pude me conter com tanta hipocrisia.– Filho não estou atuando, estou falando sério com todo o meu coração, seu pai está de prova juro em… – Como ela tinha coragem de ainda citar o meu pai?– PARA DE FALAR DO MEU PAI! QUEM VOCÊ PENSA QUE É? UMA MULHER QUE NÃO DEMOROU NEM DOIS MESES PARA LEVAR OUTRO PARA CASA! – Senti Ayanne estremecer atrás de mim e apertar minha mão, não deveria deixá-la passar por tudo isso, ela não merecia ter que presenciar uma cena dessas, tentei ao máximo m