DamonDurante o final de semana, eu descobri uma nova habilidade de Violet: me evitar a qualquer custo.Ela se tornou mestre em desaparecer quando eu estava por perto. Se eu entrava na sala, ela saia discretamente. Quando me aproximava do escritório, lá estava ela, escapando por entre meus dedos. Até mesmo nas refeições, sempre arranjava uma desculpa para não sentar à mesa comigo, preferindo comer no quarto ou simplesmente desaparecendo para "fazer algo importante."Era quase como se ela estivesse criando uma bolha ao redor de si mesma, tentando se proteger, ou talvez fugindo de mim. Mas o que me intrigava ainda mais era o fato de que ela estava tentando me evitar com tanta dedicação, e isso, de alguma forma, despertava algo em mim. Uma sensação estranha.Eu sabia o que ela pensava. Estava constrangida pelo acontecimento do escritório. Ela achava que, com esse afastamento, conseguiria me fazer desistir de qualquer interação mais... próxima. Claro, estava enganada.Sempre que ela fazia
VioletEu suspirei, encarando meu reflexo no espelho. Era impossível ignorar o calor que subia pelo meu rosto toda vez que lembrava da última vez que ficamos juntos no mesmo ambiente por mais de cinco minutos. Damon sentado ali, tão relaxado, com aquele maldito controle rosa na mão, tinha sido uma visão que eu queria apagar da memória, mas parecia impossível.Eu não sabia o que era pior: o fato de ele ter usado aquilo contra mim ou o fato de meu corpo ter traído todos os meus princípios e se rendido completamente à situação. Só de pensar nisso, meu estômago revirava, e eu não sabia se era de vergonha ou... outra coisa que não queria admitir.Mas ele estava certo. Tínhamos um papel a cumprir. E eu precisava lembrar a mim mesma, repetidamente, que isso era apenas um contrato. Um acordo para ambos alcançarmos nossos objetivos. Nada mais. Então, lá estava eu, me arrumando para um jantar que, na minha cabeça, seria puramente estratégico. Claro, isso não explicava o motivo de eu ter escolhi
DamonParei em frente ao restaurante, o manobrista já vindo em nossa direção para levar o carro. Saí do veículo e contornei rapidamente para abrir a porta para Violet, mas meu humor azedou ao vê-la já do lado de fora, me esperando de pé, alheia ao gesto que eu pretendia fazer.— Poderia ter esperado eu abrir a porta — comentei, aproximando-me e levando uma das mãos até a base de sua cintura. O toque foi instintivo, quase possessivo.— Tenho mãos, Damon — ela respondeu, o tom carregado de desafio, enquanto erguia aqueles olhos azuis para mim.Pisquei lentamente, tentando engolir a resposta que quase escapou. Apenas respirei fundo, um sorriso contido nos lábios, e indiquei co
VioletDamon estava com aquele olhar. O olhar de quem estava prestes a jogar uma bomba em cima de você, e algo me dizia que vinho era uma bebida fraca demais para engolir o que viria a seguir. Eu podia ver nos olhos dele que ele estava se divertindo com a situação, e isso me deixava ainda mais nervosa. Eu não sabia o que ele estava planejando, mas sabia que, se fosse algo como as outras "propostas" que ele já me fizera, eu não ia gostar nem um pouco.Tentei manter a calma, mas meu coração estava acelerado, meu estômago dava voltas. Não era fácil lidar com Damon, especialmente quando ele começava a usar esse tom. Era como se ele soubesse exatamente o que fazer para me deixar desconfortável, e eu não estava pronta para o que ele estava prestes a dizer.Eu não sabia se ele estava falando sério ou se estava me provocando novamente. Mas a palavra "bônus" ecoou na minha cabeça. Não era como se eu tivesse pedido algo além do que já estava acordado, e o que ele queria agora? Ele deu um gole
DamonViolet me olhava, os olhos arregalados, as bochechas coradas e a respiração presa nos pulmões. Eu não podia fazer mais nada para pressionar sua decisão, eu sabia o que queria, e deixei claro para ela, agora restava esperar que Violet me quisesse tanto quanto eu a desejava.O silêncio entre nós parecia uma eternidade. O calor que emanava da sua pele, o nervosismo estampado no rosto, era tudo o que eu podia perceber enquanto ela digeria minhas palavras. Eu não a conhecia o suficiente, mas sabia que ela estava atenta aos detalhes, analisando cada movimento meu, cada sílaba que eu proferia. Era difícil prever o que ela faria, mas eu tinha o controle da situação.— Violet — falei, com um tom mais suave, quase um sussurro, t
VioletQuando Damon fez sua proposta, eu engasguei com a possibilidade."Eu quero você, Violet." A frase ecoava na minha mente como um eco distante, repetindo-se em um loop hipnotizante, como se meu cérebro se recusasse a acreditar que ele realmente havia dito aquilo.Levantei os olhos para ele, buscando qualquer traço de sarcasmo ou provocação, mas o que encontrei foi um olhar firme, quase desafiador. Meu coração começou a bater mais rápido, como se soubesse algo que eu ainda não havia compreendido.Aquelas palavras dele soaram como uma confirmação, uma fantasia que eu estava tentando manter no fundo da minha mente, e agora estava virando realidade.
DamonViolet estava quieta, o que não era uma surpresa, mas dessa vez o silêncio dela parecia mais carregado, quase palpável. Quando a garçonete voltou com o cardápio de sobremesas, ela balançou a cabeça em recusa, sem sequer erguer os olhos. Eu não pressionei. Alguma coisa estava passando pela cabeça dela, algo que eu não conseguia decifrar naquele momento, mas que claramente a incomodava. Deixei que ela ficasse com seus próprios pensamentos enquanto chamei o garçom para fechar a conta.Depois de uma despedida rápida e nada calorosa, seguimos até a saída. Entreguei uma boa gorjeta ao manobrista que trouxe meu carro até a entrada. Ele agradeceu com um sorriso, mas meu foco estava em Violet, que parecia ainda mais retraída enquanto entrava no carro.
VioletO despertador tocou, o som cortando o silêncio da manhã como uma lâmina afiada, anunciando o fim das minhas férias. O som irritante ressoou no quarto, e eu murmurei algo que nem eu mesma entendi, provavelmente um xingamento. Sem paciência para o mundo, quase joguei o despertador no chão para desligá-lo, só para poder voltar a me esconder no aconchego do travesseiro.Mas não podia. A realidade não me deixava dormir.Com um suspiro exasperado, me sentei na cama, olhando para o espaço, tentando encontrar algum motivo para me levantar. Mas não havia.De modo automático, como se o corpo soubesse o que fazer mais do que a minha mente, peguei a pilha de roupas que havia deixado separada