Damon
"Onde diabos você está"
Mandei a mensagem depois de procurar Edgar em cada canto da empresa. Os funcionários já começavam a me olhar torto por me verem perambulando por aí.
A irritação me consumia cada vez mais. Eu não estava nem um pouco no clima para as brincadeiras de Edgar, especialmente depois de tudo o que aconteceu nas últimas horas. Tentei manter o foco, mas não estava funcionando. A frustração que eu sentia em relação a Violet, Tompson, o maldito acordo, tudo isso estava me deixando cada vez mais tenso.
Girei a cadeira para o outro lado, tentando conter a raiva que se formava em meu peito, e olh
VioletParamos em uma charmosa cafeteria para recuperar as energias. O dia havia passado voando, e eu não tinha mais forças para sequer uma risada. Era estranho como as coisas mudavam tão rapidamente, como se as horas se esvaíssem de mim sem eu sequer perceber. Eu havia começado o dia cheia de vontade de mudar, de me reinventar, e agora, com as sacolas cheias de roupas e o cabelo mais leve, parecia que tudo tinha se tornado... cansativo. Estava exausta, fisicamente e emocionalmente.Olhei para os dois ao meu redor. Mary estava com aquele olhar crítico, mas de alguma forma, até ela parecia mais relaxada depois de tantas horas passando por lojas. Edgar, por outro lado, estava como sempre: confiante, com um sorriso no rosto, parecendo não se importar com nada além de fazer a missão acontecer.
DamonCom um toque contido na porta, o som já familiar de alguém prestes a me trazer mais problemas, eu me preparei para o que provavelmente seria mais uma dor de cabeça.— Entre. — Minha voz saiu firme, mas sem entusiasmo.A porta se abriu e Eathan Tompson entrou no meu escritório, o queixo erguido com uma falsa superioridade que só servia para me irritar ainda mais. Ele parecia acreditar que podia me encarar de igual para igual.Tompson se sentou na cadeira à minha frente, um gesto que parecia mais desafiador do que respeitoso. Ele cruzou as pernas, ajeitando o terno com uma calma que quase me fazia rir de desgosto. Era como se ele acreditasse que o peso da situação não era suficiente para desestabiliz&
VioletEu estava há meia hora sentada no escritório que Damon tinha em casa, que agora era meu até minha "estadia" aqui terminar.O "presente" que Edgar havia me dado estava dentro de uma pequena sacola em cima da mesa. Era engraçado como algo tão pequeno podia carregar tanto peso. Ele parecia me encarar, como se tivesse vida própria, e eu não conseguia desviar o olhar.É só um presente, pensei, tentando me convencer. Mas era mais do que isso. Era a representação de algo que eu nunca pensei em priorizar: eu mesma. Edgar havia sido claro em sua intenção quando me entregou aquilo. Ele queria que eu me permitisse descobrir, experimentar... sentir. DamonSentia o peso do mundo sobre as costas, mas ainda tinha um último objetivo antes de cair na cama: contar à Violet que ela teria acesso livre ao ex. O pensamento era irritante, mas inevitável. Tompson tinha que cumprir sua função, e minha esposa não podia depender de mim para tudo.Saí do elevador, ignorando a frustração, e comecei a olhar em volta pelo apartamento. O silêncio era inquietante. Violet nunca estava quieta demais. Caminhei pelo corredor e parei em frente ao escritório.A visão quase me fez rir, mas o cansaço me segurou. O cômodo, que antes estava em perfeita ordem, parecia ter sido atingido por um tornado. Sacolas, roupas, caixas e até mesmo algo que parecia ser uma lingerie estavam espalhados por toda p70° Capítulo
VioletCavar um buraco e me esconder dentro dele nunca me pareceu ser uma opção tão boa quanto agora.Quero morrer. Sumir. Evaporar. Qualquer coisa que me tirasse dessa situação absurda em que me enfiei.Ele sabia. Damon sabia. Não era apenas o controle que ele segurou com aquele maldito sorriso presunçoso; era o controle de toda a situação. E eu, como uma perfeita idiota, estava exatamente onde ele queria que eu estivesse: desconcertada, vulnerável e sem saída.Minhas bochechas ardiam, e não era apenas pela vergonha. Era o calor, o embaraço, e, para meu horror, algo mais profundo e inconfessável. Minha respiração estava irregular, mas eu me recusei a ceder à onda de emoções que me atravessava.Encostada na porta fechada do escritório, deixei meu corpo escorregar lentamente até o chão.Choraminguei, enfiando o rosto nas mãos, como se pudesse apagar tudo o que tinha acabado de acontecer. Mas era impossível. As imagens estavam gravadas em minha mente como uma tatuagem indesejada.Maldit
DamonDurante o final de semana, eu descobri uma nova habilidade de Violet: me evitar a qualquer custo.Ela se tornou mestre em desaparecer quando eu estava por perto. Se eu entrava na sala, ela saia discretamente. Quando me aproximava do escritório, lá estava ela, escapando por entre meus dedos. Até mesmo nas refeições, sempre arranjava uma desculpa para não sentar à mesa comigo, preferindo comer no quarto ou simplesmente desaparecendo para "fazer algo importante."Era quase como se ela estivesse criando uma bolha ao redor de si mesma, tentando se proteger, ou talvez fugindo de mim. Mas o que me intrigava ainda mais era o fato de que ela estava tentando me evitar com tanta dedicação, e isso, de alguma forma, despertava algo em mim. Uma sensação estranha.Eu sabia o que ela pensava. Estava constrangida pelo acontecimento do escritório. Ela achava que, com esse afastamento, conseguiria me fazer desistir de qualquer interação mais... próxima. Claro, estava enganada.Sempre que ela fazia
VioletEu suspirei, encarando meu reflexo no espelho. Era impossível ignorar o calor que subia pelo meu rosto toda vez que lembrava da última vez que ficamos juntos no mesmo ambiente por mais de cinco minutos. Damon sentado ali, tão relaxado, com aquele maldito controle rosa na mão, tinha sido uma visão que eu queria apagar da memória, mas parecia impossível.Eu não sabia o que era pior: o fato de ele ter usado aquilo contra mim ou o fato de meu corpo ter traído todos os meus princípios e se rendido completamente à situação. Só de pensar nisso, meu estômago revirava, e eu não sabia se era de vergonha ou... outra coisa que não queria admitir.Mas ele estava certo. Tínhamos um papel a cumprir. E eu precisava lembrar a mim mesma, repetidamente, que isso era apenas um contrato. Um acordo para ambos alcançarmos nossos objetivos. Nada mais. Então, lá estava eu, me arrumando para um jantar que, na minha cabeça, seria puramente estratégico. Claro, isso não explicava o motivo de eu ter escolhi
DamonParei em frente ao restaurante, o manobrista já vindo em nossa direção para levar o carro. Saí do veículo e contornei rapidamente para abrir a porta para Violet, mas meu humor azedou ao vê-la já do lado de fora, me esperando de pé, alheia ao gesto que eu pretendia fazer.— Poderia ter esperado eu abrir a porta — comentei, aproximando-me e levando uma das mãos até a base de sua cintura. O toque foi instintivo, quase possessivo.— Tenho mãos, Damon — ela respondeu, o tom carregado de desafio, enquanto erguia aqueles olhos azuis para mim.Pisquei lentamente, tentando engolir a resposta que quase escapou. Apenas respirei fundo, um sorriso contido nos lábios, e indiquei co