Isabel trocou mais algumas palavras com Enzo antes de se despedir. Ao entrar no elevador, Isabel sentiu que Enzo estava agindo de maneira muito estranha, demonstrando uma simpatia incomum.“Se fosse para visitar a avó, deveria ser um dos mais velhos da família Vieira a vir. Algo está muito estranho com o Enzo”, pensou Isabel, dando de ombros.Quando Isabel saiu do elevador, se apressou a voltar para o quarto do hospital. Assim que chegou à porta do quarto e a empurrou ligeiramente, ela ouviu o som suave do choro de sua avó.O choro de sua avó era tão baixo que Isabel quase não a ouviu, a menos que prestasse muita atenção.Isabel apertou a maçaneta, sem saber se deveria ou não entrar. A força que sua avó mostrava diante dos outros e da família era apenas uma fachada. A verdadeira solidão e desamparo só se manifestavam quando ela estava sozinha.Isabel abaixou a cabeça e suspirou levemente em seu íntimo.A vida era uma série de desafios constantes que era preciso enfrentar, isso era nor
Todos ficaram olhando para Isabel, atônitos e um deles falou:— Como assim a Isabel já tem até crachá? A chefe realmente concordou que Isabel trabalhasse aqui?Nesse momento, o celular de todos apitou com uma mensagem de boas-vindas escrita pela chefe:"Notificação: Isabel assumirá oficialmente o cargo da Dra. Natacha e liderará todos nós na continuação do desenvolvimento do projeto."Todos começaram a murmurar baixinho:— Isabel pode até ter vindo trabalhar aqui, mas nosso financiamento de pesquisa está quase acabando. Em alguns dias, esse projeto vai ser interrompido!Logo em seguida, outra mensagem apareceu no celular de todos:"Notificação: Este projeto acaba de concluir a sexta rodada de financiamento, e agora os recursos são abundantes. Por favor, continuem a se dedicar ao projeto com tranquilidade. Obrigado a todos por contribuírem para a medicina nacional. O trabalho de vocês é muito apreciado!"Com isso, todos ficaram em silêncio.No segundo seguinte, começaram a discutir anim
Quando Isabel saiu da Base N, ela deu de cara com o maior investidor do local, Estêvão Lourenço.Estêvão era um homem de mais de quarenta anos, oriundo da Cidade G. Seu pai estava em estado vegetativo há trinta anos, e Estêvão sempre investiu nesse projeto na esperança de alcançar um bom resultado, não só para seu pai, mas também para todos que estavam na mesma situação.— Isabel, amanhã às oito da manhã, organizarei uma coletiva de imprensa para você. Vou anunciar oficialmente que você assumirá o projeto da Base N. O que acha? — Disse Estêvão com um sorriso.Isabel piscou e respondeu:— Estou aqui para fazer pesquisa, não precisa fazer uma coletiva de imprensa para mim.— Justamente porque você está aqui para fazer a pesquisa e que quero realizar essa coletiva. Quero que todos saibam que não desistimos desse projeto de pesquisa. Além disso, depois que você ajudou a professora a conseguir o Pau-Brasil, fiquei especialmente grato pela sua dedicação à Base N. Portanto, dessa vez, não me
Estêvão estava ouvindo com muita atenção e, quando não entendia algo, perguntava a Isabel. Ele não tinha muito conhecimento sobre medicina, mas sabia que dinheiro era essencial, por isso sempre investia na Base N.A conversa entre os dois foi bem animada. Isabel passou a conhecer melhor Estêvão, ele era extremamente competente em seu trabalho e falava de forma muito organizada. Além disso, Estêvão tinha uma postura muito educada, ele sempre olhava nos olhos de Isabel quando falava e respondia a cada palavra dela.Isabel comentou sobre suas ideias para o futuro da Base N, e Estêvão a elogiou, demonstrando grande expectativa por seus planos. Esse apoio mental deu a Isabel uma motivação significativa.Isabel sentia que Estêvão seria um excelente parceiro de aprendizado para ela no futuro. Afinal, ela teria que trabalhar com muitas pessoas na Base N. Mais importante ainda, Estêvão nunca interrompia Isabel enquanto ela falava, ele sempre esperava ela terminar antes de compartilhar seus pr
— Olha só para você, nesse estado deplorável. Eu até acho que Isabel e Estêvão combinam bem. Só que Estêvão é um pouco mais velho que Isabel! — Enzo descascou uma tangerina, mas antes que pudesse comer, José lhe jogou uma almofada. A tangerina caiu no chão, e Enzo ficou desolado. — A tangerina não tem culpa! Se você está chateado, pode me bater, mas por que bater na minha tangerina?— Eu só quero bater em você. — José respondeu friamente.Enzo riu e disse:— Como está o seu ferimento? Quando você vai receber alta? Estou ansioso para ver como você vai implorar o perdão da Isabel. — Enzo até assentiu enquanto falava. — O deus da Cidade A caiu do pedestal, como é essa sensação?A boca de Enzo parecia uma metralhadora, falando sem parar. Quando ele estava prestes a continuar, viu que José levantou a almofada ao lado.Enzo fez uma pausa e disse:— Eu paro de falar, mas primeiro abaixe essa almofada! — José, ao ver Enzo fechar a boca, colocou a almofada de volta. Enzo tossiu e continuou: — E
— Edifício comercial! Você viu isso? O Estêvão dá muita importância à Isabel! — Enzo comentou enquanto comia o último gomo da tangerina. José permaneceu em silêncio. Enzo olhou para ele e insistiu. — Você não tem nada a dizer?— Já acabou? Pode ir embora. — José respondeu friamente.Enzo, irritado, retrucou:— José, você está solteiro por uma razão. Merece ser enganado!O rosto de José endureceu e ele declarou:— Sai daqui!Enzo soltou uma risada fria. “Se soubesse que ele reagiria assim, nem teria vindo contar essa notícia.”— Embora você me mande embora, ainda vou te dizer uma coisa, José, se você quer reconquistar a Isabel, precisa se apressar! Caso contrário, vai acabar sem nada!José franziu as sobrancelhas novamente e disse:— Saia logo!A porta do quarto foi fechada com força. O silêncio tomou conta do ambiente.“Isabel e Estêvão estão trabalhando juntos. Desde que Isabel e eu nos divorciamos, sempre há um novo rosto ao lado dela.”José não pôde evitar a inquietação que crescia
Carolina não conseguia responder à pergunta de José.No início, quando Carolina conheceu José, ela não entendia por que ele era tão frio com ela. Carolina pensava que José simplesmente fosse assim com todo mundo, até que um dia ela o viu sorrindo para Isabel.Enquanto todos riam de Isabel, José foi o único que franziu a testa, pedindo a todos que parassem de rir. Foi então que Carolina percebeu que José não era frio.Na época da universidade, José era muito próximo de Isabel, eles estavam quase sempre juntos. Por ser amiga de Isabel, Carolina foi se aproximando aos poucos, se juntando ao grupo dos dois.Carolina observava José todos os dias e notou que ele só era diferente com Isabel. Como Carolina era amiga de Isabel, José ocasionalmente também a ajudava. Até que um dia, enquanto Carolina levava algo para José a pedido de Isabel, alguém a acertou com uma bola de basquete, e José a ajudou...A partir desse momento, Carolina passou a sentir um ciúme profundo de Isabel cada vez que José
— Espera! — Lívia chamou Carolina.Carolina se virou.Lívia foi até a mesa de cabeceira. Ela olhou para o buquê de flores e as frutas, depois lançou um olhar para Carolina.Após um breve momento, Lívia pegou os itens e os arremessou em direção a Carolina.— Leva suas coisas e some daqui! O que você acha que isso aqui é? Um lixão? — A voz de Lívia estava carregada de sarcasmo.José apertou os lábios e, buscando uma posição confortável, se deitou, pegando o celular para ler as notícias.Carolina começou a chorar e disse:— Tia, você não precisava ser tão cruel comigo, né? Eu vim ver o Zé sem nenhuma má intenção!— Já estou sendo gentil por não te varrer daqui com uma vassoura! — Lívia respondeu com desprezo. — Você não sabe o que fez? Sua cara é mais grossa que lixa! Como é que uma mocinha consegue ser tão descarada?Lívia continuou a xingar com ainda mais ferocidade.O rosto de Carolina ficou paralisado.“Eu sou Carolina, a filha mais velha da família Soares! Como Lívia ousa me comparar