Davi se virou para olhar Isabel, temendo que algo pudesse impedir sua partida.Isabel pegou o celular, era sua mãe.Certamente, sua mãe queria saber se o avião havia decolado pontualmente e se Isabel ainda estava no aeroporto.Quando os filhos viajam para longe, as mães ficam preocupadas, e sua mãe não seria diferente.Isabel respirou fundo, se ajustou e atendeu a ligação.Ela colocou o celular no ouvido e, sorrindo, disse:— Mãe, o avião está prestes a decolar. Vou te ligar quando eu pousar para dizer que cheguei bem.Do outro lado da linha, Rafaela originalmente chamou o nome de Isabel, mas ao ouvir suas palavras, ficou em silêncio.— Mãe? — Chamou Isabel.Rafaela respondeu:— Está bem, eu entendi. Que bom que você está bem... — A voz de Rafaela era suave, mas ao prestar atenção, era possível notar um leve tremor.Isabel franziu a testa, sentindo algo estranho no tom de sua mãe.— Mãe, aconteceu alguma coisa? — Perguntou Isabel imediatamente.Rafaela apenas disse:— Não aconteceu nad
A voz de Isabel tremia, e seu tom aumentava um pouco. Justo quando Guilherme estava prestes a contar algo para Isabel, o ombro dela foi tocado por alguém.— Bela, venha comigo. — A voz de Samuel soou por trás dela.Isabel, surpresa, disse:— Tio...Samuel assentiu, olhando para Isabel por mais alguns segundos e sorriu:— Você ainda tem um bom coração, pensei que realmente iria embora.— A vovó sofreu um acidente de carro... — Isabel começou a falar, sentindo-se injustiçada.Samuel franziu a testa e levou Isabel para um corredor que levava a uma sala de emergência privada.Isabel caminhou pelo longo corredor e viu sua família.Sentado no sofá, em silêncio, estava seu avô Henrique, e na porta, abraçando sua mãe Rafaela, estava seu pai...Quando Isabel e Samuel chegaram, todos levantaram a cabeça.Ao ver Isabel, todos pareceram surpresos, mas não tanto quanto esperavam.— Mãe... Por que não me contou que a vovó sofreu um acidente de carro? — Isabel reclamou.Se Isabel tivesse desligado o
Durante a madrugada começou a chover novamente. Às oito e meia da manhã, Isabel saiu da sala de cirurgia. Ao deixar a sala, ela não foi até a entrada do pronto-socorro. Isabel tinha medo de ver o rosto de sua família, de ver a decepção estampada neles. Sem ter para onde ir, ela se escondeu no Base I.Davi, ao ver Isabel voltar, perguntou ansiosamente: — Líder, como está a avó?Isabel levantou a cabeça. Olhou para os equipamentos eletrônicos no Base I e, ao pensar na avó, não pôde deixar de sorrir. Esses equipamentos não foram todos desenvolvidos por pessoas que dedicaram suas vidas à pesquisa? — Líder, você... — Davi ficou preocupado.— Isabel, por favor, não sorria, esse sorriso está me assustando. — Disse Davi. Fernando se aproximou, trazendo um copo d'água para Isabel. Ela olhou para os dois jovens à sua frente e finalmente abriu a boca. Sua voz estava rouca, quase inaudível:— Eu me esforcei ao máximo para tratar o braço da minha avó.Isabel fez todo o possível para tratar o b
Os internautas mostravam profunda preocupação com essa tragédia. Alguém digitou:"Sra. Natacha não pode ter problemas agora, eu vi o projeto em que ela está trabalhando. Esse projeto é grandioso, e se for bem-sucedido, a Sra. Natacha será uma pessoa que nosso país precisará respeitar!"Outra pessoa escreveu:"Mesmo que o projeto não seja bem-sucedido, ainda acho a Sra. Natacha incrível. Se esse projeto realmente conseguir despertar pessoas em estado vegetativo, quantas famílias sem esperança serão salvas!"Isabel lia os comentários, ficando cada vez mais angustiada. Como era possível que uma senhora tão dedicada ao bem-estar do país e de todos, não fosse poupada pelo destino?De repente, lágrimas caíram na tela do celular, e Isabel percebeu que estava chorando. Ao lembrar do cartão bancário que sua avó lhe deu antes de partir, Isabel não conseguiu conter as lágrimas, que caíam incessantemente.Nem sua avó poderia imaginar, pensou Isabel, que quando ela partisse, sua saúde estaria boa,
— José? Ele mereceu ser internado! — Rafaela resmungou.Hugo, embora concordasse com Rafaela, ainda assim a repreendeu:— Você sabe disso no seu coração, por que dizer em voz alta? Você não deveria medir suas palavras?Rafaela imediatamente fez um gesto de cuspir.Henrique também começou a tossir, e Rafaela foi até ele, perguntando:— Pai, você está se sentindo mal?Henrique havia estado doente recentemente.Parecia que o melhor seria levar Henrique para casa primeiro. Não era adequado ele ficar ali.— Pai, volte para casa. Eu e Hugo cuidaremos da mamãe. — Rafaela tentou acalmá-lo.Henrique balançou a cabeça, mas logo teve outro acesso de tosse.Rafaela realmente sentia pena de Henrique.Henrique e Natacha tinham sido apaixonados a vida toda. Embora Natacha fosse uma pessoa séria, Henrique gostava de ser cuidado por ela.— Não me peça para voltar para casa. Enquanto Natacha não acordar, eu não ficarei tranquilo. — Henrique segurou novamente a mão de Natacha.Rafaela não teve escolha a
As vozes das duas enfermeiras foram ficando cada vez mais baixas, até que Isabel não conseguia mais ouvi-las. Isabel não pôde evitar que as palavras das enfermeiras ecoassem em seus ouvidos. "Sr. Silva está ferido."Não é de se admirar que, quando José foi procurar Isabel, a mão de José estivesse tão quente. Não é de se admirar que José estivesse sempre inconsciente, afinal, as feridas de José estavam repetidamente infeccionadas...O corpo de José estava muito mais debilitado em comparação ao de Inácio. A constituição física de Inácio era claramente superior.Falando nisso, sobre Inácio...Isabel pegou o telefone, estava prestes a perguntar se Inácio já havia chegado ao seu destino quando recebeu uma mensagem dele. Inácio enviou uma foto com a mensagem: "Cheguei em segurança, nos vemos em alguns dias."Isabel respondeu: "Desculpe por não ter ido com você."Inácio respondeu: "Sua família é prioridade, espero que sua avó esteja bem."Isabel respondeu: "Obrigada, Sr. Fernandes."Inácio
Carolina viu Isabel e imediatamente se virou para ir embora. Isabel a seguiu de perto, segurando o braço de Carolina e a arrastou em direção ao estacionamento.— Isabel! Me solta, Isabel! — Gritou Carolina, furiosa.Isabel não disse nada, mantendo uma expressão inabalável enquanto puxava Carolina com força, os dedos apertando ela dolorosamente.— Isabel! Se você continuar, eu vou chamar a polícia.Isabel deu um tapa no rosto de Carolina, que se chocou contra um carro.Carolina levantou os olhos, olhando para Isabel com surpresa.— Chame a polícia. — Disse Isabel, arregaçando as mangas. — Hoje eu vou te dar uma lição, e não me importo se eu for presa. Carolina, olha só o que você fez, você ainda se considera humana?Ao ouvir isso, Carolina percebeu que Isabel sabia de tudo. Ela abaixou a cabeça, sem coragem de falar nada. Mordendo o lábio, Carolina acariciou o rosto onde havia sido atingida.Isabel olhou para Carolina com ódio nos olhos.— Carolina, não vou nem mencionar os últimos anos
Os olhos de Carolina se arregalaram instantaneamente, ela sentiu claramente seus pés saírem do chão.“Isabel enlouqueceu de verdade, será que ela quer me matar?”— Isabel, matar é crime! — Gritou Carolina.Isabel semicerrou os olhos e disse:— Crime? Pense no que você me fez todos esses anos, quanto tempo você acha que ficaria presa?Carolina não teve coragem de responder, apenas respirou ofegante, implorando:— Isabel... Não...— Quando você me empurrou na água, me incriminou e me atacou, você nunca teve um pingo de misericórdia! — Ao dizer isso, Isabel apertou ainda mais as mãos.Carolina agarrou o pulso de Isabel, tentando afastar suas mãos. — Isabel... — Carolina estava quase sem forças.Isabel olhou para Carolina com um sorriso e disse:— Que pena, você vai morrer primeiro.— Isabel... se meus pais e meu irmão souberem que você me matou, eles não vão te perdoar! — Lágrimas escorriam do rosto de Carolina.Muitas pessoas passavam por ali, mas ninguém tinha coragem de se aproximar. T