Durante toda a manhã, Isabel esteve absorvendo a experiência de Aurora e aprendendo.De fato, como Aurora havia mencionado, havia todo tipo de pacientes.Alguns tinham lágrimas nos olhos, implorando para que Aurora os salvasse, outros estavam com as sobrancelhas franzidas, exibiam uma teimosia de "não acredito em você". E o mais irritante nem eram os pacientes, mas os acompanhantes.Como o homem à sua frente.- Que doença essa mulher tem para gastar tanto dinheiro? Eu já não tenho mais dinheiro para tratá-la! Só quero saber uma coisa: você consegue curá-la ou não?Diante delas estava um homem de meia-idade maltrapilho, com cerca de cinquenta anos, exalando uma aura indescritivelmente grosseira.Ao seu lado, estava sentada uma mulher de trinta e poucos anos, bonita e delicada, mas visivelmente tímida.- Doutora, eu gostaria de saber se minha doença... ainda tem cura? - Sua voz era extremamente baixa, como se pudesse ser levada pelo vento.- Nem consegue ter um filho! Que tratamento nada
Ela tinha acabado de começar a trabalhar no hospital quando encontrou esse casal. Seu coração mole a fez ajudar a mulher, mas o homem descobriu e se aproveitou disso, começando a extorqui-la, exigindo que ela comprasse carro e casa, e sustentasse o casal para o resto da vida!Eles falaram com firmeza: "Você não é rica? Então deve fazer o bem até o fim!"Desde então, Aurora ficou com medo dessas pessoas mal-intencionadas.- Eu entendi, Aurora. - Respondeu Isabel seriamente.- Certo, vá tirar uma soneca. - Aurora tirou os óculos e esfregou as têmporas, visivelmente cansada.Isabel se aproximou e disse:- Aurora, me deixe massagear você.Aurora inicialmente quis recusar, mas ao sentir as mãos de Isabel, percebeu que era realmente agradável. Não conseguiu dizer não.Aurora se perguntava o que tinha feito para merecer a filha da família Castro lhe fazendo uma massagem.- Você aprendeu a fazer massagem? - Perguntou Aurora a Isabel.Isabel balançou a cabeça.Aurora sorriu de forma constrangid
Depois do almoço, Isabel estava se familiarizando com o ambiente quando recebeu uma mensagem de Samuel.Samuel mandou: "Sobrinha, venha, o tio vai te levar para se divertir!"Isabel respondeu: "Querido tio, sou uma trabalhadora, tenho que trabalhar."Samuel insistiu: "Trabalhar o quê? A família Castro não consegue te sustentar?"Isabel suspirou, sabendo que eles poderiam sustentá-la, mas ela não poderia depender da família Castro para sempre.Samuel então sugeriu: "Então hoje à noite, o tio te leva para comer bem, para te recompensar."Isabel sorriu e respondeu: "Está bem."Samuel provavelmente achava que o jantar da noite passada com Ricardo a havia deixado desconfortável e queria recompensá-la.Isabel estava a caminho do elevador quando, de repente, viu uma figura familiar e humilde na recepção.Isabel franziu a testa. Não era a mulher que ela havia visto mais cedo? Ela estava vestida modestamente, com roupas brancas simples e calçava sapatos baixos. Seus cabelos negros estavam preso
A voz furiosa do homem ecoava nos ouvidos das pessoas ao redor, deixando todos um pouco irritados.- O que quer dizer com 'mulher tem uma vida miserável'?- De onde veio esse homem, sem um pingo de educação?- Chamem a polícia, rápido!A mulher estava sendo espancada, com sangue escorrendo pelo nariz. Ela jazia no chão, sem forças.Apesar dos esforços das pessoas para impedir, o homem não mostrava sinais de parar e insistia em perguntar:- Ainda quer se tratar? Vai continuar fugindo? Responda! - Ele desferiu um tapa especialmente cruel.A mulher chorava, seu coração tomado pela tristeza. Algumas pessoas lamentavam não terem nascido em uma sociedade mais livre, enquanto outras, vivendo na sociedade atual, questionavam o porquê de continuarem a viver!Isabel se sentia profundamente angustiada. Embora Aurora a tivesse advertido repetidamente para não se envolver nos assuntos dos pacientes, diante dessa cena, ela não conseguia mais ignorar.Porque a humilhação do homem não se limitava à mu
Isabel sorriu amargamente. Somente os incompetentes tentavam controlar a vida e a morte dos outros!- Então venha tentar. - Isabel disse com uma expressão fria, sua estava mente clara e tranquila.- Você está me ameaçando? - O homem olhou para Isabel, respirando com dificuldade. - Acha que eu não tenho coragem?A mulher no chão começou a se levantar lentamente, abraçando a perna do homem e balançando a cabeça.- Doutora, obrigada... Não vou mais me tratar, não vou. - Ela chorava, lágrimas escorrendo pelos olhos vermelhos de tanto chorar. Até mesmo os traços do tempo haviam desaparecido para Isabel.- Não vou me tratar mais, eu volto para casa com você, farei tudo o que você mandar... - A mulher implorava, agarrada à perna do homem. - Vamos para casa... Pare com isso.Todos estavam assistindo àquela cena como se fosse uma comédia. Isabel sentiu uma profunda tristeza ao olhar para aquela mulher, ela via a si mesma. Implorando desesperadamente por amor ao lado de José.Será que uma mulhe
Isabel lançou o homem ao chão com um golpe brutal de judô. As pessoas ao redor que assistiam à cena aplaudiram entusiasmadas:- Bata nele! Mate ele!- Você não nasceu da sua mãe? Como pode ter tanta maldade contra uma mulher?O homem, com sangue no canto da boca, olhava atordoado para o teto, mexendo levemente os dedos no chão. Isabel olhou friamente para ele, limpando o canto da própria boca com a ponta dos dedos. Em seguida, fez um gesto com a mão, chamando ele, sem expressão, exalando uma aura de frieza e indiferença:- Se levante como um homem!A mulher ao lado, vendo seu homem caído no chão, chorou enquanto se arrastava até ele, implorando a Isabel:- Não, por favor, não bata nele...Isabel ficou surpresa. Ela ainda estava pedindo clemência por esse homem?- Não o machuque, se você o machucar, nossa família estará arruinada...Isabel ficou chocada. Mesmo nessa situação, ela ainda falava sobre "nossa família".Isabel estava prestes a dar outro soco, mas a mulher se colocou à frent
No caminho de volta ao hospital, Isabel ligou para Davi:- Apague todas as notícias sobre mim que surgiram hoje no hospital. Davi, não quero ver nada sobre mim na internet.Davi respondeu:- Sim.Quando Isabel voltou ao hospital, tudo já havia voltado ao normal. Os pacientes estavam sempre indo e vindo, então não era surpreendente que não soubessem do que havia acontecido momentos antes. Os médicos e enfermeiros que viram Isabel tinham um olhar de admiração. Com tantas pessoas apenas observando, foi apenas Isabel que agiu. Ela era incrível!Isabel foi até o ambulatório e, se lembrando das repetidas advertências de Aurora para não se envolver nos assuntos dos pacientes, ela ainda assim se envolveu...Ela não sabia como Aurora iria repreendê-la. Reunindo coragem, Isabel bateu na porta.- Entre. - A voz de Aurora era fria.Isabel se preparou mentalmente e, ao abrir a porta, percebeu que Aurora apenas a olhou de relance e disse:- Vamos trabalhar.Isabel ficou surpresa.Ela se lembrou de
- Com certeza foi alguma mulher que fez isso. - Samuel ainda xingava. - Ele é realmente descarado!Isabel assentia enquanto o acompanhava nas críticas:- Ele é mesmo um sem vergonha!- Não se preocupe, sobrinha. É difícil encontrar um sapo de uma perna só, mas homens de duas pernas têm por toda parte! Quando você se divorciar dele, seu tio vai te ajudar a encontrar um homem melhor! - Samuel deu um tapinha no ombro de Isabel.Isabel acenou vigorosamente:- Obrigada, tio!Mal sabia ela, que José ao caminho do hospital, espirrou violentamente.Ele cheirou.Ao seu lado, Vitor perguntou cautelosamente:- Sr. Silva, pegou um resfriado? Vou preparar uma sopa quente para o senhor.- Não! - José nem terminou de falar e espirrou novamente.Ele fez um gesto com a mão, indicando que Vitor não precisava se preocupar.Vitor tossiu discretamente e não pôde deixar de olhar novamente para o arranhão no pescoço de José. O arranhão era bem evidente, claramente feito por alguém.Provavelmente aconteceu du