Vermelho era minha cor favorita. Era uma cor associada ao amor, sangue flores e ao poder. E era assim que eu me sentia essa noite, poderosa. Um belo e longo vestido vermelho abraçava minhas curvas, tinha uma fenda discreta na parte dos joelhos que ia até o chão. Nos pés eu usava um scarpin preto e cachos caiam pelas minhas costas, pois minha irmã havia me ajudado a arrumar o meu cabelo. - Você está vestida para matar, Anelise, por Deus. - Minha irmã diz e olho novamente para o espelho. Eu estava nervosa, sabia que toda a elite de New York estaria presente no evento dessa noite e não poderia negar que aparecer em público com o Paul em um evento tão grande, me deixava apreensiva, tinha medo de qual manchete estaria nos principais veiculos de comunicação amanhã. Mas o Paul estava certo, se eu ficasse preocupada com o que a mídia acharia de alguma coisa, não daria para ter uma vida.- Eu estou nervosa. - Falo respirando fundo. - Tenha calma, você está incrível. - Você deveria ter acei
- Se mantenha firme, Anelise. Você consegue. - Dean fala e paro de correr para tentar controlar minhaa respiração. - Não vou ultrapassar meus limites. - Falo ofegante e bebo um pouco da minha água. O Dean havia me chamado para correr hoje cedo pois sabia que eu estava na cidade, a Claire saiu cedo para a faculdade e para não ficar sozinha, eu decidi aceitar.- Eu só acho que você conseguiria muito mais. - Ele diz parando ao meu lado.- Talvez, se eu não fosse tão sedentária. Vamos tomar café em algum lugar. - Falo e ele dá risada.Eu havia passado alguns meses longe de Nova Iorque, havia voltado para Londres para receber minha parte da herança do meu pai e fiquei algum tempo com a minha mãe. Ela havia vendido a casa em que morava com meu pai e comprado uma propriedade menor, acredito que foi por esse motivo que passei mais tempo lá. Foi um alívio não precisar conviver com as lembranças ruins que a casa em que cresci me trazia. - E aí, tem planos do que vai passar a fazer aqui? Esto
— Annie, tem uma pessoa querendo falar com você. — Kimberlly me avisa, mas noto a hesitação na sua voz.Olho de relance para o relógio, mesmo sabendo que minha agenda estava livre. A semana estava frenética, a venda da Times estampou os principais veículos de Nova York, e, apesar de toda a agitação, eu estava tranquila. Não temia mais os holofotes nem a exposição, afinal, agora eu era a proprietária de uma das maiores revistas do país. Estava onde sempre quis.— Não tenho horário marcado com ninguém, Kimberlly. — respondo, voltando minha atenção aos documentos espalhados pela mesa.Sinto o olhar dela em mim, persistente, como se estivesse tentando preparar o terreno para uma notícia desagradável.— Annie… eu não queria insistir, mas o Paul está aí, e ele não parece disposto a sair sem falar com você. — ela diz com uma cautela que faz o meu estômago revirar.O nome dele soa como um tiro abafado no peito. Eu sabia que reencontrá-lo era apenas uma questão de tempo, mas nunca imaginei que
Olá, escrevo essa nota sem saber se alguém está realmente lendo essa história. Esse livro teve um alcance muito grande nas primeiras semanas, mas foi só. É um livro muito especial para mim e eu sempre achei que ele seria um sucesso. Pode não ter um número muito grande de leitores, mas eu prometo que vou tentar ir com ele até o fim. Obrigada a todos pela leitura.
Uma semana depois eu estava me preparando para fazer a cobertura de um evento beneficente. Sabia que seria um evento grande e os principais nome da cidade estariam lá. Era sem dúvidas uma oportunidade de levar o nome da revista mais adiante agora comigo a frente dela. Eu escolhi a dedo os jornalistas que estariam lá fazendo a cobertura assim como o colunista e o editor que estaria lá cuidando de tudo. Estava tentando me manter tranquila, mas precisava conversar com a Kimberlly. Ela foi minha editora chefe e acabei perdendo o cargo aqui na empresa quando ainda era funcionária por culpa dela, porque ela havia aceitado a chantagem do meu para mandar-me embora, então é claro que eu não nutria nenhum sentimento de confiança por ela, mas não poderia negar que ela fazia um excelente trabalho na revista. - Annie, pediu para me chamar? - Ela entra na sala, eu havia deixado a porta aberta. - Sente-se, por favor. - Falo indicando a cadeira a minha frente. A Kimberlly estava levemente trêmu
Chego ao evento acompanhada por Dean, enquanto Claire vem com Landon. Meu ex-namorado sempre me traz uma sensação de paz e segurança, e acho ótimo estar ao lado dele esta noite. Estou no meu limite com Paul. Não consigo mais esconder todo o desejo e a tensão que sinto por ele, e odeio que minha mente me traia dessa maneira. Assim que entramos no evento, os flashes das câmeras se voltam para nós, mas não quero me preocupar com nada relacionado ao trabalho. Minha equipe está lá para isso, e sei que só terei que intervir se for realmente necessário. Kimberlly vai cuidar de tudo – não foi à toa que a escolhi para liderar. O salão de festas está lotado com a elite de Nova Iorque. Lustres de cristal pendem do teto, lançando reflexos dourados por todo o ambiente. O chão de mármore brilha sob os saltos das convidadas, e a música suave de um quarteto de cordas cria um pano de fundo elegante. É, sem dúvidas, uma noite importante. — Aqui dentro está quente — comenta Claire. Ela está deslu
Eu não sei se algum dia realmente amei o Dean. Ele me trouxe muita segurança quando vivíamos em Seattle, sempre presente, confiável. Era o que eu precisava na época. Mas o Paul… O Paul me desafiava, me questionava, e eu amava isso. Cada parte.— Annie, temos um problema na sala de imprensa — Kimberlly surge de repente, com urgência.Eu cheguei aqui querendo apenas aproveitar o evento, desligar a mente por algumas horas. Mas agora, com tudo parecendo tão perfeito, até o trabalho me parece um pequeno inconveniente.— Dean, será que podemos conversar depois? — pergunto, incerta, sem realmente saber o que dizer. Não é como se ele não soubesse o que eu sentia pelo Paul.— Fique tranquila, Annie. Na verdade, estou procurando uma pessoa que conheci há alguns dias. Não sei o nome dela, mas tenho certeza de que ela estaria em um evento como esse — ele responde, e o alívio me atinge como uma brisa.— Quem sabe eu posso te ajudar a encontrar? — sugiro, notando Kimberlly me aguardando, impaciente
A porta do apartamento de Paul se fechou atrás de nós, e uma onda de nostalgia me atingiu. O ambiente estava suavemente iluminado, mas o que mais me impressionou foram as memórias que invadiram minha mente: risadas, conversas profundas e a sensação inconfundível de estar verdadeiramente viva ao seu lado. Ele se virou para mim, um sorriso brincando nos lábios. O calor do seu olhar me fez sentir um misto de felicidade e apreensão. — Sinta-se à vontade — disse ele, gesticulando para o sofá. — Quer um vinho? — Sim, por favor — respondi, minha voz soando mais suave do que eu pretendia. Enquanto ele se movia para a cozinha, a lembrança de nós dois juntos me envolveu como uma névoa. Os momentos em que tudo parecia mais simples e leve invadiam minha mente, e eu me perguntei se aqueles dias ainda existiam. O aroma do vinho tinto se misturava ao ar fresco da noite, mas eu me sentia presa em um turbilhão de emoções. Quando Paul voltou com as taças, sentei-me no sofá, observando-o. Ele parec