— Annie, tem uma pessoa querendo falar com você. — Kimberlly me avisa, mas noto a hesitação na sua voz.Olho de relance para o relógio, mesmo sabendo que minha agenda estava livre. A semana estava frenética, a venda da Times estampou os principais veículos de Nova York, e, apesar de toda a agitação, eu estava tranquila. Não temia mais os holofotes nem a exposição, afinal, agora eu era a proprietária de uma das maiores revistas do país. Estava onde sempre quis.— Não tenho horário marcado com ninguém, Kimberlly. — respondo, voltando minha atenção aos documentos espalhados pela mesa.Sinto o olhar dela em mim, persistente, como se estivesse tentando preparar o terreno para uma notícia desagradável.— Annie… eu não queria insistir, mas o Paul está aí, e ele não parece disposto a sair sem falar com você. — ela diz com uma cautela que faz o meu estômago revirar.O nome dele soa como um tiro abafado no peito. Eu sabia que reencontrá-lo era apenas uma questão de tempo, mas nunca imaginei que
Olá, escrevo essa nota sem saber se alguém está realmente lendo essa história. Esse livro teve um alcance muito grande nas primeiras semanas, mas foi só. É um livro muito especial para mim e eu sempre achei que ele seria um sucesso. Pode não ter um número muito grande de leitores, mas eu prometo que vou tentar ir com ele até o fim. Obrigada a todos pela leitura.
Uma semana depois eu estava me preparando para fazer a cobertura de um evento beneficente. Sabia que seria um evento grande e os principais nome da cidade estariam lá. Era sem dúvidas uma oportunidade de levar o nome da revista mais adiante agora comigo a frente dela. Eu escolhi a dedo os jornalistas que estariam lá fazendo a cobertura assim como o colunista e o editor que estaria lá cuidando de tudo. Estava tentando me manter tranquila, mas precisava conversar com a Kimberlly. Ela foi minha editora chefe e acabei perdendo o cargo aqui na empresa quando ainda era funcionária por culpa dela, porque ela havia aceitado a chantagem do meu para mandar-me embora, então é claro que eu não nutria nenhum sentimento de confiança por ela, mas não poderia negar que ela fazia um excelente trabalho na revista. - Annie, pediu para me chamar? - Ela entra na sala, eu havia deixado a porta aberta. - Sente-se, por favor. - Falo indicando a cadeira a minha frente. A Kimberlly estava levemente trêmu
Chego ao evento acompanhada por Dean, enquanto Claire vem com Landon. Meu ex-namorado sempre me traz uma sensação de paz e segurança, e acho ótimo estar ao lado dele esta noite. Estou no meu limite com Paul. Não consigo mais esconder todo o desejo e a tensão que sinto por ele, e odeio que minha mente me traia dessa maneira. Assim que entramos no evento, os flashes das câmeras se voltam para nós, mas não quero me preocupar com nada relacionado ao trabalho. Minha equipe está lá para isso, e sei que só terei que intervir se for realmente necessário. Kimberlly vai cuidar de tudo – não foi à toa que a escolhi para liderar. O salão de festas está lotado com a elite de Nova Iorque. Lustres de cristal pendem do teto, lançando reflexos dourados por todo o ambiente. O chão de mármore brilha sob os saltos das convidadas, e a música suave de um quarteto de cordas cria um pano de fundo elegante. É, sem dúvidas, uma noite importante. — Aqui dentro está quente — comenta Claire. Ela está deslu
Eu não sei se algum dia realmente amei o Dean. Ele me trouxe muita segurança quando vivíamos em Seattle, sempre presente, confiável. Era o que eu precisava na época. Mas o Paul… O Paul me desafiava, me questionava, e eu amava isso. Cada parte.— Annie, temos um problema na sala de imprensa — Kimberlly surge de repente, com urgência.Eu cheguei aqui querendo apenas aproveitar o evento, desligar a mente por algumas horas. Mas agora, com tudo parecendo tão perfeito, até o trabalho me parece um pequeno inconveniente.— Dean, será que podemos conversar depois? — pergunto, incerta, sem realmente saber o que dizer. Não é como se ele não soubesse o que eu sentia pelo Paul.— Fique tranquila, Annie. Na verdade, estou procurando uma pessoa que conheci há alguns dias. Não sei o nome dela, mas tenho certeza de que ela estaria em um evento como esse — ele responde, e o alívio me atinge como uma brisa.— Quem sabe eu posso te ajudar a encontrar? — sugiro, notando Kimberlly me aguardando, impaciente
A porta do apartamento de Paul se fechou atrás de nós, e uma onda de nostalgia me atingiu. O ambiente estava suavemente iluminado, mas o que mais me impressionou foram as memórias que invadiram minha mente: risadas, conversas profundas e a sensação inconfundível de estar verdadeiramente viva ao seu lado. Ele se virou para mim, um sorriso brincando nos lábios. O calor do seu olhar me fez sentir um misto de felicidade e apreensão. — Sinta-se à vontade — disse ele, gesticulando para o sofá. — Quer um vinho? — Sim, por favor — respondi, minha voz soando mais suave do que eu pretendia. Enquanto ele se movia para a cozinha, a lembrança de nós dois juntos me envolveu como uma névoa. Os momentos em que tudo parecia mais simples e leve invadiam minha mente, e eu me perguntei se aqueles dias ainda existiam. O aroma do vinho tinto se misturava ao ar fresco da noite, mas eu me sentia presa em um turbilhão de emoções. Quando Paul voltou com as taças, sentei-me no sofá, observando-o. Ele parec
Depois de tomarmos café, tomamos banho e ficamos um tempo no sofá, aproveitando mais um tempo juntos. Mas Landon entrou no apartamento de Paul com um sorriso que parecia deslocado no seu rosto. -Eles moravam no mesmo prédio, então estavam sempre invadindo a privacidade do outro.- Eu conhecia aquele sorriso — ele costumava ser radiante, mas hoje estava carregado de algo diferente, como se escondesse uma tristeza que ele tentava mascarar. Ele se jogou no sofá ao nosso lado, deixando escapar um longo suspiro dramático. — Vocês não vão acreditar — ele começou, sua voz carregada de frustração. — Claire e eu… achamos melhor nos afastar. Minhas mãos, que estavam apoiadas no colo, se entrelaçaram nervosamente. Claire era minha irmã, e embora eu soubesse que os dois não tinham exatamente um relacionamento convencional, não imaginava que as coisas tinham chegado a esse ponto. — O que aconteceu? — perguntei, tentando manter a voz neutra, mesmo sentindo uma leve tensão no peito. Paul, ao meu
Ao abrir a porta do meu apartamento, uma leve tensão pairava no ar. Claire já estava acordada e, ao me ver, seu olhar não trazia surpresa, apenas um conhecimento silencioso.— Você e o Paul são tão óbvios — ela disse, um sorriso leve nos lábios, mas sem entusiasmo.Coloquei minha bolsa em uma poltrona e me juntei a ela no sofá, envolvendo-a em um abraço.— Fiquei sabendo sobre o que aconteceu entre você e o Landon — falei, sentindo a tensão no ar. Claire permaneceu em silêncio por um tempo, como se estivesse reunindo coragem para falar.— É complicado, Annie. O Landon é um cara incrível, e eu estou confusa — ela finalmente admitiu, sua voz baixa e hesitante. — É tudo muito novo pra mim. Não sei o que eu quero. Só não quero me prender em um relacionamento agora. O Landon merece alguém com certezas, não com dúvidas. Não é justo da minha parte fazer isso com ele.Ela parecia abalada, e eu pude sentir a dor na sua voz. Cada palavra que Claire dizia era como um eco dos meus próprios medos.