Uma semana depois:
Deixar o Paul me beijar e não fazer nada pra impedi-lo, foi loucura, eu sei, mas não resisti. Uma semana depois do beijo e eu estou fazendo de tudo para não cruzar com ele nos corredores da empresa e até agora nem sempre tem dado certo, pois vez ou outra nos vemos no corredor. Seria loucura eu beijar o Paul outra vez depois de tudo que ele está fazendo comigo, ameaçando minha carreira. Tenho feito muita coisa produtiva para a página que mudou completamente desde a minha chegada. Confesso que adorei o novo Layout, tudo! Ah, e minha sala está tão linda, o Landon foi um amor por isso. Durante o final de semana ela mandou uma equipe pra fazer a decoração da sala e quando cheguei aqui na segunda me surpreendi.Eu agradeci muito a ele por isso, mas ele disse que se fosse pra mim trabalhar aqui que pelo menos eu me sentisse confortável e em um lugar só meu.O telefone toca em minha mesa e é a nova secretaria do Paul dizendo que ele solicita minha presença em sua sala. Passo uns minutinhos arrumando alguns detalhes da página e me levanto, saio da minha sala e caminho até a sala do Paul. Dou duas batidas na porta e em seguida ouço ele mandar entrar. Abro a porta e entro. Dou uma olhada rapida na sala que é grande, e bem decorada, muito bonita. Caminho em direção a mesa do Paul onde ele parece concentrado em seu computador. Ele está vestindo uma camisa social preta com as mangas arregaçadas, e realmente ele malha pois é bastante musculoso... fico imaginando como seria ser agarrada por aqueles braços... ele me olha por alguns segundos e seus olhos descem por todo o meu corpo, me despindo. Fico quente, não sei como ele consegue me deixar dessa maneira apenas me olhando, eu odiava esse CEO arrogante, e com o risinho cínico que estampava seu rosto, ele sabia muito bem o que causava em mim.— Marshall, você vai viajar amanhã pra Londres. — meu coração para por um momento tentando compreender o que ele está falando.— Como é que é? - Pergunto e não consigo disfarçar o pânico evidente em minha voz.— Nós vamos pra Londres, temos algumas obras para realizar lá e precisamos de você para fotografar, colocar no site sobre o andamento.Eu não posso ir pro Reino Unido, não quero pisar meus pés lá, se meus pais souberem.. eu não posso ir de jeito nenhum eles vão saber que eu fracassei. E quando souberem, vão dizer 'eu avisei' e eu prefiro morrer a ouvir isso— Oliver, não. - Ele estreita os olhos em minha direção.— Como não, Marshall? Você trabalha para mim e se estou dizendo que você vai é porque vai.— Eu não posso ir.— Você vai! Se me der licença, eu tenho trabalho a fazer. — paro por um segundo me perguntando se vale a pena implorar, decido que não vale a pena perder a dignidade que ainda tenho.Me viro e saio da sala. Caminho até minha sala e entro, me sento na minha cadeira e perco todo o foco. Tudo bem, nós vamos pra Londres e meus pais não vão descobrir nada, mas infelizmente os holofotes tem que estar em todo lugar que o Paul está então não sei se será possível. Nunca parei pra pensar no quanto a mídia pode ser prejudicial... e agora, eu só espero não me tornar vítima dela.***Como pode a cada dia uma pessoa ficar mais bonita? Pois então, com a Annie é assim. Analiso-a por alguns segundos. Hoje ela está usando uma calça azul petróleo, uma blusa com um decote em v e um blazer também azul marinho. Nos pés está usando um scarpin preto e seus cabelos pretos brilhantes estão soltos.— Marshall, você vai viajar amanhã pra Londres. — falo e vejo ela ficar pálida.— Como é que é? — ela fala visivelmente nervosa.— Nós vamos pra Londres, temos algumas obras para realizar lá e precisamos de você para fotografar, colocar no site sobre o andamento. — digo analisando seu comportamento.— Oliver, não.— Como não, Marshall? Você trabalha para mim e se estou dizendo que você vai é porque vai. - Falo sem muita paciência, afinal, eu estava cheio de trabalho a fazer, e apesar de querer desafiá-la, eu tinha que trabalhar.— Eu não posso ir. — ela fala num fio de voz.— Você vai! Se me der licença, tenho trabalho a fazer. — falo mais rude do que o necessário.Vejo ela me olhar como se quisesse suplicar, mas apenas se vira, abre a porta e sai da sala.A Annie é uma mulher muito misteriosa, tá na cara que esconde algo, primeiro aquele episódio com o Cameron, que eu ainda não descobri e agora esse horror visível a Londres. Chegou a hora de descobrir o que essa jornalista esconde. Pego o telefone na mesa e disco o número do meu amigo e detetive, ele atende no terceiro toque.— Fala, Paul.— Iae, Max. Preciso que você descubra tudo sobre a vida de uma mulher.— Mais uma de suas conquistas, cara? — ele fala em brincadeira.— Depende do que você descobrir.— Pode falar de quem se trata e o que quer saber.— Annie Marshall... — ele me interrompe.— Caralho, a jornalista? Paul se estiver afim dela você está ferrado, quem é louco de ficar com uma jornalista?— Para de falar bobagem, Max, e sim é a jornalista, quero saber tudo sobre ela até o tipo sanguíneo, não deixe passar nenhuma informação.— É pra isso que você me paga. Pra quando quer?— O mais rápido possível. — digo, nos despedimos e desligo.Em breve eu descobriria o que a Annie escondia, e porque de tanto nervosismo da sua parte quando citei que viajariamos para Londres. Não foi algo premeditado, mas agora, eu estava muito ansioso para saber. A jornalista certinha e atrevida também escondia segredos, quem poderia imaginar, não?O avião pousa em Londres às 10:00 da manhã, agora estamos indo em direção ao hotel em que ficaremos. A Marshall não deu uma palavra comigo desde a hora que entramos no avião, ela fica sempre conversando com o Landon e fingindo que eu não existo. Percebo que ela ficou mais retraída desde que o avião pousou. Infelizmente o Max ainda não terminou sua "pesquisa" sobre ela, pois ainda não me enviou nada.Hoje o dia vai ser tranquilo, ainda bem, pois amanhã o dia vai ser uma loucura, iremos visitar algumas construções e passaremos a semana inteira em Londres avaliando essas obras. Algum tempo depois o motorista estaciona o prédio em frente ao Four Seasons.***Depois de um funcionário do hotel trazer minhas malas para o quarto, e em seguida sair, me sento na cama, tomo coragem e disco o número da minha irmã, quando penso em desligar, ouço sua voz abafada no outro lado da linha.- Annie, você enlouqueceu?- Oi, Claire, será que dá pra gente se encontrar hoje?- Meu Deus, Annie, você está no
Acordo com o barulho do despertador e uma dor de cabeça horrível, me arrependo amargamente por ter bebido tanto ontem a noite. Me lembro de ver o Paul com uma mulher e sinto um gosto amargo na minha boca. Depois de me arrastar até o banheiro e tomar um banho, a campanhia do quarto toca e vejo que é o Landon.O Landon está se saindo um ótimo amigo comigo, uma pessoa bastante compreensiva e fiquei muito grata por ele sair do meu quarto ontem a noite, sendo que ele poderia tentar alguma coisa e se aproveitar que eu estava bêbada.- Você está péssima. - lanço-lhe um olhar furioso.- Obrigada. - ele ri.- Não, não. Você está linda, mas parece cansada.- Obrigada e sim, estou cansada. Não estou habituada a beber.- Hoje o dia vai ser cansativo, então acho melhor você ficar. - dou risada.- Só se for pra o seu chefe surtar e ameaçar acabar com a minha carreira.- Relaxa, eu me resolvo com ele. Passe a manhã inteira descansando, durma e vou pedir para trazerem algo pra você comer. - ele diz e
Pelo resto do dia eu faço apenas meu trabalho, o Paul não me disse nada e não jogou piadinhas. Que bom, pois eu estava estressada, melancólica e me sentia muito carente. Depois de ter feito um balanço geral da minha vida, eu percebi o quanto minha existência é vazia. Anos de faculdade e trabalho resultaram em que? Nada!Quando sai da casa dos meus pais eu queria liberdade, fugir do autoritarismo e me rebelar. Consegui? Por um tempo sim, mas sinto que estou sendo controlada de novo, Deus sabe o quanto eu odeio ser controlada, mas infelizmente será assim até eu pensar em algo e tomar as rédeas da minha vida. Por ora eu iria apenas fazer o meu trabalho e tentar não matar o Paul sempre que ele determinasse alguma regra.A limousine para em frente ao hotel e desço antes do motorista abrir a porta. Paul me olha confuso e desce logo atrás de mim. Presumo que o motorista tenha ficado sem entender nada. Passo pela porta giratória do hotel, entro na recepção e caminho até o elevador que acabou d
Annie se levanta e volta a se sentar novamente.- Você está bem? - pergunto e ela coloca a mão na cabeça, como se estivesse tonta.Vê-la nesse estado, me deixa mal. Eu forcei-a a vir para Londres, forcei a ir para Birminghan e a cada dia que passa, ela deve me odiar mais e mais.- Está feliz agora? - Annie pergunta me encarando, seu olhar está perdido.- Porque eu estaria, Marshall? - pergunto e ela dá uma risada amarga.- Você conseguiu o que queria, me deixar mal, me humilhar. - ela grita - Você não sabe nada sobre mim.- Você também não sabe nada sobre mim, Annie. Você sabe o que a mídia sabe, foi muito conveniente pra você soltar matérias deturpadas. Você nem me procurou para ouvir minha versão do caso. Você sequer procurou a Erica. É esse tipo de jornalismo destrutivo que você faz? - ela se levanta e sai do quarto.*****Annie narrando:Saio do quarto do Paul enfurecida e vou para o meu. Estou estr
Landon não sabe se ri ou se se contém, em relação ao mini ataque de histeria da minha irmã.- Agora a Abby me supervisionando. Era só o que faltava. - falo pegando um sanduíche e me sentando na mesa.Dou uma olhada em meu relógio e vejo que só tenho 10 minutos para comer o sanduíche antes de entrar em outra reunião.- Você está ferrado, cara. Eu odiaria estar na sua pele, deve ser difícil ser você. - Landon ri.- Difícil você vai ver quando a Annie for minha. E ela vai ser. Essa mulher está me deixando louco.Annie Narrando:Entro na minha sala e ligo o notebook. Sei que irmã do Paul está sendo cautelosa e ela tem todo o direito de fazer isso. Afinal, eu publiquei a porcaria daquela matéria sobre seu irmão. Como se não fosse o bastante ter que lidar com o Paul, agora eu teria que lidar com sua irmã também.Abro a página das Indústrias Oliver e me concentro nisso, há muito trabalho a ser feito.*****No fim da tarde, quando estou me preparando para ir embora, Paul entra na minha sala.
Landon se levanta e o Paul entra na sala. Me irrito com sua falta de educação.- Faça a gentileza de bater antes, essa sala é meu local de trabalho. Temporariamente, mas é. - falo impacientemente.- Landon, preciso falar com você. - ele diz ignorando meu comentário.Landon assente e sai da minha sala.- Arrume uma mala. Vamos fazer uma viagem para a Espanha amanhã. Tenho algumas obras para fiscalizar lá, ficaremos uma semana. - ele diz fazendo menção de sair, mas corro até a porta, bloqueando sua passagem.- Paul, não. Eu não vou. Não posso ir. - falo e ele me olha com impaciência.- Como se você tivesse opção, Marshall. Você trabalha para mim, e sim, vai para essa viagem. - sinto vontade de bater nele por ser tão frio.- Paul, olha só. Minha irmã está aqui, ela não sabe nada sobre Nova Iorque, ela não vai saber se virar se eu não estiver aqui. - falo.- Você já percebeu o quanto subestima as pessoas? Sua irmã não é criança, ela vai saber se virar. Existe telefone, Marshall. - ele diz
Visto minha roupa enquanto tento controlar minha respiração. O Paul estava perto demais de mim para que eu pudesse pensar com clareza. Estar em um lugar minúsculo, e sentindo seu corpo no meu me fez passar por um momento de insanidade. Me olho no espelho e meu rosto está corado, estou completamente quente. Saio do banheiro e o Paul não está mais no quarto. Tento ajeitar meus cabelos, mas tenho certeza que assim que sair desse quarto, a Abgail e o Landon vai ter certeza que nos beijamos. Por fim, saio do quarto pois sei que a qualquer momento terá outra turbulência e eu simplesmente tenho certeza que entraria em pânico se estivesse nesse quarto sozinha.Ao sair do quarto, o Landon está sentado ao lado do Paul e caminho até o meu lugar, ao lado da Abgail. Paul não olha para mim, mas a Abgail e o Landon ficam me observando o tempo inteiro. Tenho certeza que o meu rosto acaba de atingir o tom mais forte de vermelho.- Annie, você já havia vindo a Tenerife? - Landon pergunta.- Não, é a pr
Depois que a Abby sai do quarto, tomo um banho e penteio meus cabelos. Visto o vestido que ela me deu e é um vestido de verão confortável e bonito. Ela também deixou uma sandália que cabe perfeitamente no meu pé. Quando termino de me arrumar saio do quarto e encontro o Paul no corredor. Ele está com roupas casuais, muito diferente do homem de negócios que só anda de terno.Assim que abro a porta do meu quarto, ele analisa cada cantinho do meu corpo, sem precisar disfarçar seu olhar sobre mim.- Bom dia, Marshall. A Abby avisou pra você que hoje pela manhã o Landon e eu temos uma reunião e não será necessário que você vá?- Avisou sim. - falo tentando conter o calor que atravessa meu corpo com sua presença.Isso tudo é uma droga, meu corpo não deveria reagir assim a sua presença, a sua voz.Landon sai do seu quarto e também está com roupas tão casuais quanto a de Paul.- Como vai, Annie? Você viu o nascer do sol naquele quarto? A Abby nunca deixou nenhum de nós ficarmos nesse quarto, e