Capítulo 3

Mostro para a Marshall como funciona a página das Indústrias e ela apenas fica calada assentindo pra tudo que falo. Ela parece triste, abalada, mas não tô nem aí. Ela vai se arrepender por ter cruzado meu caminho.

Ligo para o Landon, que é meu primo e vice presidente da empresa e peço pra ele vir até a minha sala. Minutos depois ele entra na sala e me lança um olhar questionador quando vê a Marshall. Em seguida volta sua atenção para ela.

— Annie Marshall, soube que você fará parte da equipe da nossa empresa de agora em diante, seja bem vinda. — Landonn diz sorrindo.

— Obrigada...?

— Blake, Blake Landon.

Eu sei que ele está pensando em seduzi-la, mas não vou deixar, não quero relacionamentos amorosos entre membros da minha empresa, não depois do escândalo envolvendo minha ex secretária.

— Landon, temos algumas salas vazias neste andar, você pode mostrar para a Srta, Marshall? Depois que ela escolher, venha até a minha sala, por gentileza. — falo e volto minha atenção para o computador enquanto eles saem da sala.

***

Landon é muito educado, diferentemente do Paul. Ele insistiu para que eu desse uma olhada em todas as salas mas preferi ficar com a primeira que entrei. A sala é branca e grande, enorme pra falar a verdade. Possui duas mesas de escritório modernas, uma fica próxima a grande sacada de vidro e a outra fica encostada na parede esquerda, ambas possuem duas cadeiras, mas era só isso. A sala enorme estaria vazia se não fosse pelas mesas e cadeiras.

— Marshall...

— Me chame apenas de, Annie, ok? — Landon sorri e concorda.

— Certo, Annie, você pode decorar a sala como quiser. É só você me chamar aqui e eu faço um esboço de como você quer, certo?

— Muito obrigada, Landon.

— Imagina. Bom, eu vou ver o que o Paul quer, se precisar de qualquer coisa é so me chamar.

— Certo. — ele se vira pra sair — Ah, você pode pedir ao chefe que mande um computador pra cá? — falo e ele assente e sai da sala.

Coloco minha bolsa em uma das cadeiras e fico sem saber o que fazer nessa enorme sala. Me viro para a sacada e observo a movimentada Manhanttan aos meus pés. É um vai e vem de carros sem fim, eu sempre adorei isso em aqui em New York, o movimento da cidade que não dorme. Aqui é definitivamente uma selva, uma selva de pedra. Muito diferente da cidadezinha que eu morava antes, mas não posso negar que sinto falta de algumas coisas. Coisas mínimas, como acordar sem ter preocupações. Nenhum CEO chantagista e bonito demais me atormentavam antes...

Os custos para se manter nessa cidade são altíssimos, por sorte eu havia comprado um belo apartamento aqui no tempo que eu estava no auge de minha carreira. Se tivesse sorte eu ainda conseguiria voltar a ser jornalista em algum momento da minha vida... batidas na porta me tiram de meus pensamentos. Mando entrar e em seguida um homem de uns 27 anos entra trazendo consigo uma caixa.

— Olá, eu sou Mark. — ele diz sorrindo educadamente.

— Olá, Mark, eu sou Annie. — sorrio simpaticamente.

— Bom, eu trabalho na parte de informática da empresa e vim trazer um computador que o Sr Oliver mandou.

— Ah, claro, fique a vontade.

***

Depois que o Mark colocou o computador na mesa eu fiquei um pouco perdida, desnorteada, sem saber o que fazer. Respiro fundo e me sento na cadeira. Entro na página das Indústrias Oliver, abro minha bolsa, pego um bloco de notas e começo a anotar todos os erros, o que precisa ser modificado. Abro um programa no computador e começo a fazer um novo Layout, visto que o antigo estava totalmente antigo, nenhum um pouco atrativo tampouco moderno. Passo um bom tempo assim, fazendo o rascunho de como ficará o site. O site é basicamente mostrando todas as obras da construtora, indicando arquitetos, essas coisas. Devo confessar que eles fazem um ótimo trabalho, é tanta construção maravilhosa, vai de obras desde a mais moderna arquitetura a obras com designer antigo, é incrível! Ouço batidas na porta e em seguida o Landon entra trazendo uma pasta nas mãos.

— Annie, vim trazer sua carta de admissão. Você só precisa ler e se concordar com os termos, assinar. — ele diz e dou risada.

— Como se eu tivesse outra opção. — falo pegando a pasta de duas e tirando o contrato de dentro.

— Eu não sou favorável ao que o Paul está fazendo, mas infelizmente eu não posso fazer nada pra te ajudar.

— Você não tem obrigação de me ajudar. — falo e começo a ler o contrato.

O salário é realmente bom e o contrato é de dois anos e diz que se eu sair antes do prazo eu tenho que pagar uma multa caríssima.

Então é isso, durante dois anos tenho que me dedicar única e exclusivamente para essa empresa. Leio tudo calmamente e depois assino. Volto a colocar o contrato dentro da pasta e entrego ao Landon.

— Eu acredito que o Paul esteja fazendo isso porque ele quase perdeu o cargo de CEO e quase que suas ações são bloqueadas.

— Eu não sabia disso.

— Pois é. — Landon diz e se levanta me deixando sozinha e pensativa na sala.

***

Eu conversei com o Landon para ele se manter afastado da Marshall, mas ele riu da minha cara e ainda disse que eu não tinha moral nenhuma pra falar nada, visto que eu me envolvi com minha secretária. Eu fiquei com raiva, lógico, mas ele está certo. Eu só espero que aquela jornalista de quinta não cause problemas em minha empresa. Eu expliquei ao Landon que a obriguei a trabalhar para mim e ainda ameacei-a, caso ela não aceitasse, ele não concordou, só quer ser o certinho em tudo, por fim, pedi para ele entregar o contrato e mandar ela assinar.

Passo o resto do dia atarefado e cheio de reuniões. Por volta das 19:00, saio da minha sala e vejo que a empresa está praticamente vazia. Caminho até o elevador e me surpreendo em ver Marshall esperando o elevador. Aproveito para dar uma olhada em sua bunda. Ela é gostosa pra caralho, tenho certeza que não vai ser um tédio trabalhar com ela. Como se percebesse minha presença ela se vira, me lança um olhar de desprezo e entra dentro do elevador que acabou de chegar, entro também.

— Gostando das novas acomodações, Marshall?

— Nem um pouco. — ela diz dando de ombros.

— Então vai ter que se acostumar, pois de acordo com o contrato que você assinou, você ficará aqui durante dois anos.

— Isso é o que veremos.

— O que você está tramando sua jornalista de quinta? — ela dá risada e caminho em sua direção, ela encosta na parede do elevador e coloco meus braços ao seu redor, prendendo sua passagem.

Ela me olha com a respiração entrecortada e os lábios rosados entreabertos, com uma mão passo o dedo em seu lábio e com a outra, passo o braço ao redor de sua cintura e puxo-apara mim. O elevador apita avisando que chegamos ao nosso andar e imediatamente nos soltamos. Ela me dá um tapa na cara e sai pisando duro. Vejo enquanto passa pela recepção e caminha em direção ao estacionamento do prédio. Vamos ver em quanto tempo em consigo faze-la descer desse salto e fazer com que ela seja minha. Confesso que não estou acostumado com mulheres com essa postura firme em relação a mim, não sei se isso que está me atraindo tanto nela, mas ela está me tirando dos eixos. Essa jornalista ainda vai ser minha.

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