"Monstros e fantasmas são reais. Eles são a manifestação dos sentimentos obscuros de nossas almas."Charlotte Sanchéz. Estava sentindo-me angustiada, precisava conversar com alguém, desabafar, mas tudo o que havia-me acontecido, acho que não melhoraria nem se eu falasse com alguém. Levantei- me da cama e me retirei do quarto, descendo as escadas. Eu precisava tomar um ar, mas estava à procura de um lugar solitário, que não houvesse pessoas. Caminhei em diversos cômodos, mas ainda não havia encontrado um local bom. O último lugar foi atrás do colégio, havendo uma treliça na parede. As subi e cheguei até o terraço. Caminhei até a beirada do telhado e sentei-me, olhando ao redor da escola. Estar ali, havia tranquilizado-me e poder sentir a brisa do vento batendo em meu rosto, estava sendo um dos melhores momentos. Algum tempo mais tarde, ouvi Leon me chamar. Olhei para trás assustada, torcendo para que ele não se aproximasse. — Charlotte, o que está fazendo? — indagou Leon preocu
'É incrível e inacreditável como um sorriso consegue esconder sentimentos mais obscuros, em que a própria tristeza não consegue camuflar!!'Charlotte Sanchéz. Levantei-me da cama e fui ao banheiro. Ao sair do mesmo, direcionei-me ao guarda-roupa. Peguei meu uniforme e o vesti. O uniforme era um conjunto de uma saia, na qual a mesma ia até um pouco acima dos joelhos, Na parte de cima usávamos uma blusa de manga comprida, ambas azuis escuras. Para completar, uma gravata. Hoje nós não teríamos a primeira aula, por conta da reunião com os professores. Retirei-me do quarto e segui em direção ao refeitório. Ao chegar, entrei e peguei uma bandeja, colocando os alimentos. Caminhei até a mesa onde Polo e Christian estavam. Mas assim que estava caminhando em direção a eles, Ligia colocou o pé na minha frente e acabei tropeçando. Lígia era uma das garotas com quem os garotos desejavam dormir. Ela era loira, seus olhos eram verdes, magra e sua estatura mediana. — Ops, foi sem querer — Lígi
"Olhos obscuros te observam"Charlotte Sanchéz. Assim que Leon subiu para o seu quarto, decidi ir ao jardim. Me retirei da sala e segui ao local. Ao chegar, sentei-me num tronco e comecei a reler o poema. Às vezes eu pensava em como seria a minha vida se meus pais não tivessem me colocado no internato. Talvez teria sido bom, mas minha mãe teria reencontrado a Sr.Fleury e nós teríamos jantado em sua casa, e provavelmente, eu teria conhecido Leon... talvez não eu pudesse mudar o futuro. Leon Fleury. Após eu entrar em meu quarto, deitei-me na cama e reli o poema. O poema fazia-me pensar na Charlotte e cada vez que eu pensava nela, eu me sentia bem. Levantei-me e me retirei do quarto, seguindo para o dormitório da Charlotte. Queria lhe fazer companhia e revê-la. Assim que cheguei ao quarto, bati na porta, mas Charlotte não atendeu-me. Bati novamente, mas sem sucesso. Em seguida, abri a porta e não a vi. Saí de seu quarto zangado em sua busca. Rapidamente desci as escadas, tentand
"A vida é em muitas vezes obscura mas, os olhos de Deus (estrelas) nos fazem todos os dias lembrar que existem pessoas maravilhosas que estão esperando somente a oportunidade de nos fazer feliz."Thierry Bonnet. Estava na biblioteca, mas não consegui me concentrar no livro, a minha mente sempre voltava na Charlotte. Eu sentia falta dela, mas com o ciúmes do Leon, ficava complicado conversar com ela. Amanhã, sábado, seria o aniversário da Charlotte, ela completaria dezessete anos. Eu queria surpreendê-la com um presente, mas infelizmente, eu não a conhecia tão bem. Leon Fleury. Eu estava no quarto, deitado e repentinamente, lembrei-me do aniversário de Charlotte. Eu precisava pensar em um presente para dar a ela, algo especial que a fizesse gostar. Charlotte Sanchéz. Eu havia retornado ao jardim. Deitei-me no gramado e olhei para o céu, refletindo sobre as coisas. Algum tempo depois, eu havia lembrado do meu aniversário. Amanhã eu estaria completando dezessete anos e eu tinha
Não acho que vou suportarA cada drama um pedaço de mim morreComo um tipo de sádicoEu acho que ele gosta de ver a dor nos meus olhos...Ele me beijou e prometeu que eu ficaria bemNós dois sabemos que isso é mentiraQuanto mais eu fico com ele, menos eu fico viva...Charlotte Sanchéz. Assim que consegui soltar minhas mãos, o empurrei. — Você está louco? — meus olhos marejaram. — Eu louco? Por você sempre. — Me deixe em paz! Como pode não se importar pelo o que está fazendo comigo? — Acredite, eu me importo e muito. Sei que estou te machucando em tudo o que faço, mas como eu disse, tenho muito mais medo de perder você e não consigo ter controle ao seu lado! — Se você se importasse de verdade, não estaria fazendo isso comigo. — EU ME IMPORTO... eu me importo e muito! Você que não consegue me dar uma chance. Queria me esquivar de Leon, mas ele estava muito perto e eu estava com medo dele me puxar novamente. Me afastei de Leon e retornei para mesa. Me aproximei da minha mãe e se
"Ei, seja qual for o motivo que esteja te entristecendo, lembre-se: nada é pra sempre. Tudo passa. E amanhã é um novo dia." Charlotte Sanchéz. Entrei em casa e os cumprimentei, olhei para Dylan e Christian, que ainda estavam na porta, mas ambos não se sentiram à vontade em ficar e acabaram indo embora. Caminhei até minha mãe e a puxei para um canto. — Mãe, por que eles estão aqui? — indaguei em tom baixo. — Eles vieram falar sobre os negócios da empresa e Leon veio junto. — Entendi... enfim, vou para o meu quarto. Subi as escadas e segui para o quarto. Entrei e fechei a porta, deitando-me na cama. Eu estava cansada, ficava me perguntando do porquê a minha mãe teve que trabalhar para a família Fleury. A única coisa que fazia bem, era o bom salário que meus pais ganhavam. Era horrível ter que ver o Leon em minha casa e o que mais me preocupava, era pensar que ele poderia começar a frequentar minha casa com sua família.
“Mas não deixe que isso o prenda. Não sente aqui e espere. Pegue sua vida e vá vivê-la.” Depois que Leon e sua família foram embora, me sentei ao lado da minha mãe. — Eles vão vir sempre aqui? — Não, mas de vez em quando sim, temos muitos assuntos sobre o trabalho e coisas a resolver. — Entendi. — Por que? Não gosta que eles venham aqui? — Não é isso, só queria saber mesmo. — Charlotte, antes de você ir, eu e seu pai precisamos lhe contar algo. — Tudo bem, podem falar. — Então... eu estou grávida — sorriu. — O que? — indaguei surpresa. — Ainda não sabemos o sexo do bebê. — Como... — suspirei — Vocês têm certeza? — Então, eu estava tendo muitos enjoos e tonturas, então resolvi comprar o teste e deu positivo. — Não acredito, estou tão feliz por vocês — sorri animada. — Fico feliz por você estar contente. — Bom, mãe, preciso subir, tenho algumas atividades da escola para terminar. — Claro, vai lá. Subi as escad
"Temos que sobreviver à vida."Charlotte Sanchéz. Sentei-me no tronco que havia no jardim e comecei a pensar um pouco. Tentei espairecer, mas minha mente sempre voltava para a minha mãe. Eu sentia medo, mas ao mesmo tempo estava tranquila, porque se minha mãe não temia isso, por que eu ficaria com medo? Talvez eu estivesse exagerando. Levantei-me e entrei no colégio, seguindo para a biblioteca. Assim que entrei, sentei-me à mesa, começando a ler. Algum tempo mais tarde, Leon se aproximou e sentou ao meu lado. — Oi, Charlotte, nós não conversamos hoje. — Tanto faz — respondi indiferente, mantendo minha atenção no livro. — Estou falando com você! — E eu estou ouvindo! Leon pegou o livro da minha mão e o fechou, colocando-o ao seu lado na cadeira. — Devolve meu livro — tentei pegar. Ele pegou em meu pulso e me empurrou de volta para o lugar. — Eu devolvo, mas antes fale comigo! — sorriu. — O que você quer falar? — Só quero conversar