Inês olhava furiosa para Emanuel, com o rosto pálido de raiva.- Vai se arrumar! Estarei esperando por você lá embaixo. - Disse Emanuel.Depois das palavras, Emanuel virou as costas e saiu do quarto.Inês se acalmou e, pensando melhor, viu isso como uma oportunidade. Contanto que pudesse sair daquela mansão, teria a chance de escapar de Emanuel.Depois de tomar um banho, ela trocou de roupa, pegou o celular que havia roubado de Rosana ontem e desceu as escadas.Emanuel a esperava na sala de jantar e, ao ver ela se aproximando, se levantou para puxar a cadeira para ela.Enquanto servia canja para Inês, ele disse: - A Valentina mandou uma mensagem dizendo que estará na Cidade J à tarde. Que tal jantarmos juntos esta noite?Inês não disse nada, apenas baixou a cabeça e tomou a canja.- Inês, você está muito magra. Coma mais. Você não pode comer caranguejo agora, então troquei os bolinhos de caranguejo que você gosta por bolinhos de camarão. Experimente. O leite precisa ser bebido todo...
- Inês, você ainda não recebeu a notícia, né? Seu avô faleceu ontem. Quando o levaram para o hospital, ele já não estava respirando. Infelizmente, não conseguiram reanimar ele. - Noemia estava sentada na cama do hospital, falando com Inês do outro lado da linha.- Impossível! - Um grito de Inês ecoou pelo celular. Noemia sorriu levemente e continuou.- Se não acredita, pode perguntar ao Sr. Emanuel. Mas acho que ele não vai te contar. Ouvi dizer que ele bloqueou todas as informações, manteve a notícia da morte do seu avô bem guardada. Acredito que ele tenha feito isso para te manter no escuro. Já que você doou seu sangue para mim, vou te contar mais uma coisa. O corpo do seu avô já foi levado para a Funerária Paz Celestial e depois será cremado. - Noemia terminou e lembrou de algo mais, advertindo. - Não deixe o Sr. Emanuel descobrir que fui eu quem te contou tudo isso, senão ele vai ficar furioso.Sem dar chance a Inês de responder, Noemia desligou o celular diretamente. Ela olhou pa
Emanuel mudou abruptamente a expressão facial, um lampejo de pânico passou por seus olhos. Ele rapidamente pegou Inês nos braços e saiu às pressas.Ao entrar no carro, Emanuel instruiu imediatamente o motorista a ir para o hospital.- Inês, Inês, acorda... - Emanuel continuou dando leves tapas nas bochechas de Inês, seu tom agora um pouco frenético.O carro acelerou pelo caminho, diretamente para o hospital mais próximo.Emanuel correu para o hospital segurando Inês e gritando por um médico.Em pouco tempo, médicos e enfermeiros correram em sua direção, colocaram Inês em uma maca e a levaram para a sala de emergência.Emanuel tentou acompanhar ela, mas foi impedido por uma enfermeira.Desesperado, ele esperou do lado de fora, rezando para que Inês ficasse bem.Cerca de vinte minutos depois, um médico saiu da sala de emergência e disse: - Não se preocupe, a paciente desmaiou devido a uma baixa de açúcar no sangue, agora ela está bem.Ouvindo isso, Emanuel finalmente respirou aliviado.
Aeroporto.Depois de Thiago e João desembarcarem, eles ligaram seus celulares e perceberam que cada um tinha uma chamada não atendida. Era um número desconhecido, com a localização na Cidade J.Thiago ligou de volta.Quando a ligação foi atendida, ele disse: - Alô, no meu celular consta uma chamada não atendida sua, você é quem?- Thiago, sou eu. - A voz de Inês veio do outro lado da linha.- Inês, tudo bem com você? - Thiago levantou uma sobrancelha desconfiado. - Sim. - A voz de Inês estava sem energia, difícil de acreditar que ela estava realmente bem.- Acabamos de chegar na Cidade J, onde você está? Vamos te buscar. - Ele disse. - Vocês estão na Cidade J? - Inês hesitou por um momento e continuou. - Espere por mim no aeroporto. Preciso confirmar algo agora. Assim que eu resolver, entro em contato com vocês.- O que você precisa confirmar? - Thiago perguntou enquanto encarava João ao seu lado. Antes que ele pudesse obter uma resposta, a ligação já tinha sido desligada.- O que
Emanuel permanecia tenso parado à porta, escutando o lamento de Inês, com o coração apertado a ponto de quase sufocar. No final, ele não conseguiu esconder dela.Emanuel apertou os punhos com força e deu passos difíceis para entrar.No salão, Inês estava de joelhos ao lado do corpo do Sr. Gustavo, e Túlio estava atrás dela, com a cabeça baixa e os olhos levemente vermelhos. Ao ouvir passos, Túlio se virou e viu Emanuel se aproximando, vestindo um terno preto. Ele olhou para Inês e depois para Emanuel, recuando para o lado.Inês segurava a mão fria e magra do avô, com o rosto pálido cheio de lágrimas.- Vovô, vovô... Desculpe, vovô... - Inês havia perdido o seu único parente vivo. Ela simplesmente não conseguia aceitar essa realidade, tomada pela dor. No seu interior, ela acreditava que tudo era sua culpa. Se ela tivesse ouvido o avô e deixado Emanuel, nada disso teria acontecido. Para ela, a sua teimosia havia resultado na morte de seu avô. Nesse momento, ela se arrependia profundament
Thiago descobriu que a localização do celular da Inês estava na Funerária Paz Celestial. Ao chegar lá, ele avistou duas ambulâncias saindo da funerária, seguidas por três ou quatro carros.Thiago correu em direção ao tumulto para obter informações e, ao retornar, sua expressão se tornou séria. Ele olhou para João e disse: - O avô da Inês faleceu, o corpo está lá dentro.O rosto de João ficou instantaneamente sombrio, e ele saiu do carro. Ao entrar na sala mortuária, João dirigiu seu olhar para os funcionários que limpavam manchas de sangue no chão e franziu a testa.- O que aconteceu aqui? Por que há tanto sangue no chão? - Ele perguntou. - Deve ser do Emanuel. Ouvi dizer que a Inês o esfaqueou no coração. - Thiago respondeu.João semicerrou os olhos, seu olhar era feroz. Era algo que deveria ter sido feito há muito tempo!Inês havia esfaqueado Emanuel na sala mortuária do avô dela. Isso indicava que o avô dela provavelmente havia sido morto por Emanuel. João encarou a foto do Sr. Gu
UTI era para ser um lugar tranquilo, mas agora havia se tornado um campo de batalha sem fumaça.- Vocês não precisam ficar tão nervosos, só estou passando para dar uma olhada. - João olhava para as pessoas em sua frente com desdém.- Eu acho que você veio aqui só para fazer piadas, não é? - Matheus resmungou.- Piadas? Que engraçado. - João o encarou e disse. Ele perguntou ao médico de Emanuel sobre os ferimentos dele, e aquela facada... Se a Inês tivesse avançado mais um centímetro, o Emanuel estaria agora deitado em um caixão. Ela era médica, conhecia cada parte do corpo como a palma da mão. Mesmo de olhos fechados, poderia enfiar a faca no coração de Emanuel. Mas, Inês, no final, poupou sua vida. Isso era completamente uma piada. - Diga a Emanuel que no futuro, eu, João, usarei todo o poder da Seita Invisível para tornar a vida dele um verdadeiro inferno! Se Inês escolheu deixar ele vivo, então ele seguirá a vontade dela do pior jeito possível. - Que grande bravata! - Bryan, com o
Um estrondo ecoou quando a porta do quarto foi chutada pelo lado de fora. Vários homens totalmente armados invadiram, e logo em seguida, um homem de sobretudo preto e botas de montaria entrou, dando passos largos.As enfermeiras e médicos no quarto se assustaram e se encolheram, com medo de fazer qualquer movimento. “Como essas pessoas conseguiram entrar com tantos seguranças do lado de fora? Poderia ser...” Antes que Nina pudesse concluir seu pensamento, João abriu o cobertor que estava na cama e retirou o sobretudo para envolver Inês, levantando ela horizontalmente.João olhava fixamente para Inês, seus olhos cheios de complexidade. Que estupidez! Conhecia ela há tantos anos, nunca a tinha visto tão desarrumada. Sempre foi ela quem causava sofrimento aos outros, agora havia chegado a vez de alguém a fazer sofrer, mas ele não ia deixar barato. - Inês, estou levando você para casa. - Disse João suavemente, abraçando Inês e se preparando para sair.- Ei, para onde vocês estão levando