Nina já havia ligado para o médico de família e deveria chegar a qualquer minuto. Porém, com uma rápida olhada Inês percebeu que a resistência do corpo da menina estava muito baixa. A febre e convulsões eram causadas por uma infecção respiratória.Para Inês ficou claro que a infecção era resultado da negligência da menina que passou o dia vestida inadequadamente se expondo a queda de temperatura que ocorrera no dia. Rapidamente, Inês aplicou duas injeções em Rosana para evitar convulsões e, em seguida, removeu a toalha de sua boca. Em seguida, ela pediu a alguém para usar álcool e fazer uma compressa física no corpo da menina para reduzir a temperatura. O médico estava a caminho para administrar uma injeção antifebril e, após um período de observação, ela não teria mais problemas. A empregada, seguindo as instruções de Inês, pegou o álcool para fazer a compressa e, ao retirar o pijama de Rosana, soltou um grito abafado.- Meu Deus!Inês já estava indo para a porta quando ouviu o gr
Inês, aturdida pelos próprios pensamentos, deixou escapar um riso gélido. A melancolia nos olhos de Emanuel decorria da condição de Rosana. Ao menos, era o que Inês pensava. - Inês, por que você está rindo? - Emanuel perguntou com a voz rouca enquanto acariciava o rosto de Inês.Inês não respondeu, afastou a mão de Emanuel e virou as costas para ele. Emanuel ficou em silêncio por um momento e então foi para o banheiro.O som da água correndo veio do banheiro. Inês franziu o cenho, se levantou e acendeu a luz. Pouco depois, Emanuel saiu do banheiro vestindo pijamas e se aproximou de Inês.- Espere! - Inês falou com frieza. Emanuel deu uma pausa em seus passos.- Ou você sai, ou me deixa ir para outro quarto. - Ela disse.Emanuel, com uma expressão séria, foi direto para a beira da cama. Sem dizer uma palavra, Inês abriu o edredom, pronta para sair da cama. No entanto, Emanuel agiu mais rápido, segurou sua mão para impedir ela de sair da cama e com a outra mão abriu o edredom, deitand
Noites outonais, impregnadas pelo frio úmido das chuvas, trouxeram consigo um ambiente peculiar. Lá fora, os trovões ecoavam enquanto a chuva caía com intensidade. Dentro do quarto, um silêncio profundo reinava, permitindo até mesmo escutar o som suave da agulha caindo. Emanuel ergueu os olhos para a pequena mulher ao seu lado. Naquele momento, seus lábios finos se curvavam levemente, desenhando um sorriso sensual. Seus olhos negros e profundos eram como um lago gelado de profundidade indescritível.- Inês, você está falando sério? - Ele questionou.Inês mexeu os lábios, prestes a responder, mas Emanuel a silenciou com um beijo apaixonado. O aroma intenso de hormônios masculinos praticamente a envolvia. Emanuel não deu a ela chance de resistir, prendendo seus lábios e conquistando ela pouco a pouco......No dia seguinte, depois de uma noite de chuva intensa, a temperatura havia despencado. Antes a temperatura máxima que era de dezoito graus, diminuiu para oito.Emanuel se levantou
Inês olhava furiosa para Emanuel, com o rosto pálido de raiva.- Vai se arrumar! Estarei esperando por você lá embaixo. - Disse Emanuel.Depois das palavras, Emanuel virou as costas e saiu do quarto.Inês se acalmou e, pensando melhor, viu isso como uma oportunidade. Contanto que pudesse sair daquela mansão, teria a chance de escapar de Emanuel.Depois de tomar um banho, ela trocou de roupa, pegou o celular que havia roubado de Rosana ontem e desceu as escadas.Emanuel a esperava na sala de jantar e, ao ver ela se aproximando, se levantou para puxar a cadeira para ela.Enquanto servia canja para Inês, ele disse: - A Valentina mandou uma mensagem dizendo que estará na Cidade J à tarde. Que tal jantarmos juntos esta noite?Inês não disse nada, apenas baixou a cabeça e tomou a canja.- Inês, você está muito magra. Coma mais. Você não pode comer caranguejo agora, então troquei os bolinhos de caranguejo que você gosta por bolinhos de camarão. Experimente. O leite precisa ser bebido todo...
- Inês, você ainda não recebeu a notícia, né? Seu avô faleceu ontem. Quando o levaram para o hospital, ele já não estava respirando. Infelizmente, não conseguiram reanimar ele. - Noemia estava sentada na cama do hospital, falando com Inês do outro lado da linha.- Impossível! - Um grito de Inês ecoou pelo celular. Noemia sorriu levemente e continuou.- Se não acredita, pode perguntar ao Sr. Emanuel. Mas acho que ele não vai te contar. Ouvi dizer que ele bloqueou todas as informações, manteve a notícia da morte do seu avô bem guardada. Acredito que ele tenha feito isso para te manter no escuro. Já que você doou seu sangue para mim, vou te contar mais uma coisa. O corpo do seu avô já foi levado para a Funerária Paz Celestial e depois será cremado. - Noemia terminou e lembrou de algo mais, advertindo. - Não deixe o Sr. Emanuel descobrir que fui eu quem te contou tudo isso, senão ele vai ficar furioso.Sem dar chance a Inês de responder, Noemia desligou o celular diretamente. Ela olhou pa
Emanuel mudou abruptamente a expressão facial, um lampejo de pânico passou por seus olhos. Ele rapidamente pegou Inês nos braços e saiu às pressas.Ao entrar no carro, Emanuel instruiu imediatamente o motorista a ir para o hospital.- Inês, Inês, acorda... - Emanuel continuou dando leves tapas nas bochechas de Inês, seu tom agora um pouco frenético.O carro acelerou pelo caminho, diretamente para o hospital mais próximo.Emanuel correu para o hospital segurando Inês e gritando por um médico.Em pouco tempo, médicos e enfermeiros correram em sua direção, colocaram Inês em uma maca e a levaram para a sala de emergência.Emanuel tentou acompanhar ela, mas foi impedido por uma enfermeira.Desesperado, ele esperou do lado de fora, rezando para que Inês ficasse bem.Cerca de vinte minutos depois, um médico saiu da sala de emergência e disse: - Não se preocupe, a paciente desmaiou devido a uma baixa de açúcar no sangue, agora ela está bem.Ouvindo isso, Emanuel finalmente respirou aliviado.
Aeroporto.Depois de Thiago e João desembarcarem, eles ligaram seus celulares e perceberam que cada um tinha uma chamada não atendida. Era um número desconhecido, com a localização na Cidade J.Thiago ligou de volta.Quando a ligação foi atendida, ele disse: - Alô, no meu celular consta uma chamada não atendida sua, você é quem?- Thiago, sou eu. - A voz de Inês veio do outro lado da linha.- Inês, tudo bem com você? - Thiago levantou uma sobrancelha desconfiado. - Sim. - A voz de Inês estava sem energia, difícil de acreditar que ela estava realmente bem.- Acabamos de chegar na Cidade J, onde você está? Vamos te buscar. - Ele disse. - Vocês estão na Cidade J? - Inês hesitou por um momento e continuou. - Espere por mim no aeroporto. Preciso confirmar algo agora. Assim que eu resolver, entro em contato com vocês.- O que você precisa confirmar? - Thiago perguntou enquanto encarava João ao seu lado. Antes que ele pudesse obter uma resposta, a ligação já tinha sido desligada.- O que
Emanuel permanecia tenso parado à porta, escutando o lamento de Inês, com o coração apertado a ponto de quase sufocar. No final, ele não conseguiu esconder dela.Emanuel apertou os punhos com força e deu passos difíceis para entrar.No salão, Inês estava de joelhos ao lado do corpo do Sr. Gustavo, e Túlio estava atrás dela, com a cabeça baixa e os olhos levemente vermelhos. Ao ouvir passos, Túlio se virou e viu Emanuel se aproximando, vestindo um terno preto. Ele olhou para Inês e depois para Emanuel, recuando para o lado.Inês segurava a mão fria e magra do avô, com o rosto pálido cheio de lágrimas.- Vovô, vovô... Desculpe, vovô... - Inês havia perdido o seu único parente vivo. Ela simplesmente não conseguia aceitar essa realidade, tomada pela dor. No seu interior, ela acreditava que tudo era sua culpa. Se ela tivesse ouvido o avô e deixado Emanuel, nada disso teria acontecido. Para ela, a sua teimosia havia resultado na morte de seu avô. Nesse momento, ela se arrependia profundament