A noite estava escura como tinta preta. Dentro da casa, copos e taças se entrecruzavam. No jardim externo, um vento forte soprava, prenunciando uma tempestade iminente.Pedro, cambaleante, levantou de sua lona, e com um sorriso sinistro e descontrolado no rosto, encarou Emanuel com um olhar frio e cruel.- Deixa eu te contar então. - Pedro abriu um largo sorriso, sua voz profunda rompendo o silêncio. - A razão pela qual mamãe prefere a mim do que a você é porque eu sou o filho que ela carregou no ventre por dez meses, enquanto você... Pedro fez uma pausa, apontando para Emanuel. - Você não passa de um bastardo cuja mãe é desconhecida!Emanuel sentiu um calafrio na espinha. As palavras de Pedro caíram sobre sua cabeça como um raio num céu claro. As bombas que estavam enterradas em seu coração explodiram completamente! - Agora você sabe por que mamãe prefere a mim do que a você. - Continuou o irmão que não descansava em seu ímpeto de revelar as verdades escondidas pela família.Assim qu
Kayra estava tremendo de raiva:- Seu rebelde, você quer me atacar também, não é?Ângelo se aproximou, com um olhar severo e autoritário fitando Emanuel.- Emanuel, me solte agora! - Ordenou aquela a quem ele chamou de mãe. No entanto, ao invés de soltar, o homem apertou mais ainda.Kayra estava pálida de dor, reclamando:- Ai! Minha mão vai quebrar...Valentina foi a primeira a perceber que algo estava errado com Emanuel, parecia que ele estava fora de controle. Tentando colocar um pouco de senso em sua cabeça descontrolada, ela dizia:- Irmão, solte primeiro... - Ela bateu na mão de Emanuel, mas ele a empurrou com força.Nesse momento, Pedro se levantou e disse:- Pai, mãe, parece que o meu irmão mais velho está tendo um surto psicótico.Valentina ficou chocada, pálida. Os convidados que saíram da casa ao ouvir o barulho, também se chocaram com as palavras de Pedro:- O quê? Sr. Emanuel tem problemas mentais?- Como pode ser, ele sempre pareceu tão normal?- Mas Sr. Emanuel está tão
Família AntunesValentina sabia que, sozinha, era impossível tirar Emanuel da casa da família Antunes. Dessa forma, ela decidiu que deveria ligar para Matheus. Enquanto isso, Ângelo estava observando de longe enquanto cada um dos seguranças eram nocauteados por seu filho. Seu olhar se tornava cada vez mais sombrio e profundo, enquanto decidia fazer algo extremo.Levantando a mão, um guardas-costas se aproximou. Não se sabe que ordem foi dada pelo chefe da casa, mas o serviçal apenas assentiu e entrou na casa, voltando com um rifle de precisão em mãos. Não demorou para que a arma estivesse apontada para a fera descontralada que era Emanuel naquele momento.Valentina, com os olhos arregalados, começou a chorar e gritou:- Pai, não faça isso!"Eles vão matar meu irmão? Como ele pode ser tão cruel?" A irmã quis correr para impedir o guarda-costas, mas foi segurada por dois outros, não conseguindo se aproximar. Antes que o tiro de tranquilizante pudesse ser feito, um disparo soou primeiro.
- Não é nada, deixe que ele durma um pouco.Valentina também veio correndo e disse:- Vamos embora daqui primeiro.Ângelo tentou deter eles, mas as pessoas trazidas por Matheus eram demais, e os seguranças, todos feridos, não puderam fazer nada para impedir a saída dos meliantes. O chefe da família assistiu, impotente, enquanto levavam Emanuel, e, furioso, chutou a mesa de centro da sala, exclamando:- Esse desgraçado! Justo no dia do meu aniversário ele faz isso, ele está tentando me matar de raiva? Como está o Pedro? - Ângelo perguntou ao mordomo.- O médico ainda está lá em cima examinando o Pedro. - Respondeu o funcionário.Ângelo subiu as escadas e, ao entrar no quarto, viu sua esposa sentada na beira da cama, enxugando as lágrimas. Em seu lamento, perguntou:- Ângelo, e o Emanuel?Ângelo respondeu com voz fria:- Foi levado por Matheus e Inês.Kayra apertava o lenço com força.- Ângelo, você não pode deixar aquele monstro escapar! Olha o que ele fez com o Pedro!Vendo o filho dei
Inês e Matheus juntos levaram Emanuel de volta à Mansão em Monte Vista. Após ajudar ele a voltar ao seu quarto, sua antiga amada removeu as agulhas de prata de sua cabeça.- Ele ainda vai dormir um pouco antes de acordar.Inês, observando as manchas de sangue nas mãos e no corpo de Emanuel, franziu a testa e perguntou a Valentina:- Não era o aniversário do seu pai esta noite? Como começou a briga?Valentina, olhando para as pontas dos próprios pés e com um olhar evasivo, respondeu:- Eu também não sei o que aconteceu. Só sei que meu irmão feriu Pedro e minha mãe, e então meu pai mandou os seguranças prenderem ele.Enquanto tratava as feridas nas mãos de Emanuel, Inês perguntou:- Por que Emanuel perdeu o controle?Valentina, mordendo o lábio inferior, disse:- Eu não sei.Matheus olhou para Valentina, mas permaneceu em silêncio. Já Inês não fez mais perguntas. Após tratar as feridas nas mãos de Emanuel e fazer um exame, descobriu que ele não tinha outros ferimentos. Só então ela se se
O vidro da janela era golpeado com força pela chuva urgente. Inês saiu da cama para fechar a abertura, e de repente, ela viu uma silhueta no jardim lá embaixo. Esfregou os olhos e percebeu que era Emanuel, que deveria estar deitado na cama, inconsciente. "Quando ele acordou? Por que ele foi lá fora se molhar na chuva?"Fabiano, segurando um guarda-chuva, estava perto de Emanuel. Ele tentou se aproximar para proteger Emanuel com o guarda-chuva, mas Emanuel o empurrou com força. - Vá embora! - A voz de Emanuel era como o rugido de um animal encurralado.Ele ficou lá parado na chuva, com os punhos cerrados. A atadura no dorso de sua mão já estava molhada pela chuva, revelando manchas de sangue. Um trovão soou estrondosamente, clareando o céu chuvoso.Inês correu escada abaixo sem pegar um guarda-chuva e entrou na chuva.- Srta. Inês! Fabiano tentou passar o guarda-chuva para ela, mas ela não aceitou e correu diretamente para Emanuel, que caiu de joelhos no chão e rugiu para o céu: - Ah
Ao ouvir aquilo, Emanuel baixou a cabeça e encontrou o olhar cheio de ternura de Inês.- Por que pedir desculpas? - Ele raramente a via com essa expressão."Quem deveria pedir desculpas sou eu."- Naquela noite, você disse que nunca usaria seus sentimentos como moeda de troca.Emanuel ficou surpreso por um momento, lembrando daquela noite que fora mencionada.Inconscientemente, ele abraçou Inês mais forte.- Inês, eu...Se é uma troca, que seja. Desde que ela fique ao seu lado, mesmo que seja uma troca, ele aceitaria.Antes que Emanuel pudesse terminar, no entanto, Inês o interrompia:- Deixe eu terminar. - Inês piscou. - Naquela hora, não reagi, mas depois entendi. Logo que começamos a namorar, falei sobre o projeto periferia norte para você, sem considerar seus sentimentos, e causei um mal-entendido. Emanuel, eu queria dizer que, assim como você, jamais usaria sentimentos como moeda de troca. Naquela noite, quando disse que tinha decidido ser sua namorada, era de coração. Queria esta
Inês tinha um sorriso nos lábios vermelhos, percebendo que ele havia parado repentinamente por essa razão. Ela entrelaçou seus dedos com os de Emanuel e o beijou nos lábios, sussurrando em seu ouvido:- Minha menstruação acabou!Uma noite em claro.Lá fora, o trovão e a chuva continuavam incessantes, os galhos das árvores balançando na chuva noturna, assim como os dois, entrelaçados sem fim dentro da casa....Quando Inês acordou novamente, já estava claro. A janela estava entreaberta, e as cortinas balançando ao vento. A cama ao seu lado estava vazia, e não havia barulho vindo do banheiro, indicando que Emanuel provavelmente não estava no quarto. Ela então se sentou, esfregando a cintura dolorida. Não parando por aí, pressionou suas têmporas, cada vez mais convencida de que algo tinha acontecido com Emanuel na noite passada. Ele sempre fora uma pessoa tão controlada, como seria capaz de perder o controle daquela maneira?Inês se vestiu e, depois de se arrumar, saiu do quarto, logo ven