Cidade J.Inês ficou ao lado de Emanuel durante toda a noite, até que, na manhã seguinte, seu estado finalmente se estabilizou.Ela o examinou e tirou sangue para enviar para análise.Não demorou muito para que os resultados dos exames chegassem.A toxina no sangue de Emanuel havia diminuído em oitenta por cento.Inês suspirou aliviada, planejando retirar mais sangue dele em algumas horas para outra análise.Com a situação de Emanuel mais estável, ela se lembrou da ligação que João havia feito no dia anterior.Ela ligou o celular e encontrou várias chamadas perdidas dele.Inês sentiu-se inquieta, lembrando-se do tom de João na ligação; parecia que ele já sabia sobre ela e Emanuel."Estou em apuros agora. Conhendo o temperamento do João, ele com certeza vai causar problemas."Inês pensou em retornar a ligação, mas logo descartou a ideia."Melhor explicar isso pessoalmente."De qualquer forma, ela precisava levar o restante do composto A117 de volta.Inês enviou uma mensagem de voz para
Inês estava completamente exausta, e agora que Emanuel não corria mais perigo, ela finalmente podia dormir tranquilamente. Ela deu algumas instruções a Emanuel e depois voltou para o seu próprio quarto.Quando as duas saíram do quarto, Emanuel pegou seu celular e enviou uma mensagem para Matheus. Meia hora depois, Matheus chegou à mansão em Monte Vista.Olhando para o relatório de exame de sangue de Emanuel, Matheus falou com admiração:- Inês realmente tem habilidades impressionantes. Em apenas alguns dias, ela curou seu envenenamento.Emanuel, sentado na cabeceira da cama e com os braços cruzados, olhou calmamente para ele e perguntou:- Você trouxe o que eu pedi?Matheus tirou um pequeno frasco de vidro verde do bolso e questionou:- O que você vai fazer com pó de coentro?Emanuel era alérgico a coentro e normalmente não toca na coisa. Emanuel pegou o frasco e disse simplesmente:- Será útil.Matheus franziu a testa, confuso, e perguntou:- Você é alérgico a coentro. Como pode ser
- O que houve?Inês olhou fixamente para Emanuel, sentindo algo estranho no modo como ele a encarava, como se tivesse algo a dizer.- Nada. - Emanuel acariciou os cabelos de Inês, com a voz um pouco rouca. - Desculpe por te preocupar novamente.- Não precisa pedir desculpas, o importante é que você esteja bem.Emanuel a observava com um olhar enigmático.Inês terminou de aplicar o remédio nele e checou o ferimento de bala em seu braço direito.Emanuel estava sofrendo com uma infecção recorrente do ferimento devido ao veneno do Sol Poente, mas agora que o veneno havia sido neutralizado, a inflamação finalmente começou a desaparecer.- Acho que esse ferimento vai deixar uma cicatriz.Inês de repente se lembrou que ele havia se ferido por causa dela. Esta era a segunda vez que ele se feria por sua causa.Emanuel sorriu levemente, despreocupado:- Cicatrizes não deixam um homem mais atraente?Inês respondeu sem pensar:- Mesmo sem cicatrizes, você já é muito atraente! Você poderia entrar n
O beijo do homem era um tanto bruto, como um peixe encalhado que finalmente conseguia voltar para o oceano.Inês apoiava as mãos no peito dele, tentando escapar, mas sem conseguir se desvencilhar. Depois de saciar-se com seus lábios, Emanuel percorreu com beijos a clavícula e o pescoço dela, delicadamente. - Emanuel, você... A voz sensual e rouca do homem ecoou em seu ouvido: - Inês, essa boca sua, é absolutamente perfeita! - Concluindo, ele beliscou suavemente a carne macia de sua cintura.A cintura era o ponto sensível de Inês. Ao ser tocada, suas pernas amoleciam imediatamente. Emanuel aproveitou a oportunidade para beijar seus lábios novamente. Inês, passivamente, suportava o beijo fervoroso do homem, até quase ficar sem ar, quando finalmente ele a soltou.Ele acariciava as bochechas de Inês, com um olhar cheio de ternura, e disse:- Inês, você também gosta um pouco de mim, não é?Inês mordeu os lábios com força.- Não...- Sem mentiras!Inês amaldiçoou baixinho em seu coração e
Emanuel não esperava que Inês entrasse de repente. Ele tentou parar, mas já era tarde demais. A adaga penetrou a ferida que ainda não havia cicatrizado, e o sangue jorrou imediatamente. Inês entrou correndo e arrancou a adaga das mãos de Emanuel.- Emanuel, o que você está fazendo?!Uma sombra escura passou pelos olhos de Emanuel, ele cobriu a ferida que sangrava e disse:- Nada.Inês gritou furiosamente:- Nada? Você se esfaqueia por nada?!Emanuel ficou em silêncio por alguns segundos e disse:- Foi um acidente, não foi de propósito.- Você está mentindo como uma criança!Inês estava louca de raiva. Nem uma criança acreditaria naquela desculpa esfarrapada.Emanuel baixou os olhos, encarando o braço ensanguentado, sem dizer uma palavra.Inês mordeu os dentes com força, pressionou a adaga contra o peito dele e disse:- Se você quer morrer, vá logo! Ninguém vai te impedir!Emanuel arqueou uma sobrancelha, encarando os olhos vermelhos da mulher à sua frente, e disse:- Inês, eu não quer
Emanuel sabia que sua tática não era muito astuta, mas no momento não tinha outra melhor. A Inês do presente não era mais aquela que o amava incondicionalmente. Ele não se sentia seguro em sua presença, nem tinha confiança.Inês, com o nariz ardendo, segurando as lágrimas que surgiam em seus olhos, disse:- O Emanuel que eu conheci nunca faria algo tão estúpido!O Sr. Emanuel, que sempre se achava superior e invencível, recorreu à automutilação para manter uma mulher... Era inacreditável.Se ela não tivesse entrado naquele momento, quem sabe o que mais ele seria capaz de fazer.Inês se arrepiava só de pensar.Emanuel, com um olhar pesado, disse:- Isso porque antes eu não sabia o quanto te amava, o quanto temia te perder.Inês apertava os punhos, sentindo uma vontade de bater em alguém.Ele a amava tanto, ela deveria estar feliz.Mas Inês não conseguia sentir um pingo de alegria.- Emanuel, é isso que você chama de amor? - Inês olhava friamente para a ferida dele. - Uma pessoa que não
Inês olhou discretamente para Emanuel e disse:- Já não tenho mais nada para fazer aqui, por que eu ficaria?Valentina rapidamente interveio:- Como assim não tem nada para fazer aqui? Meu irmão ainda não se recuperou totalmente, Inês, você é médica, tem que se responsabilizar pelos seus pacientes.Inês deu um sorriso irônico e, olhando fixamente para Emanuel, falou:- Eu sou médica, não sou Deus. Eu não posso salvar quem quer morrer!- Irmão. - Valentina piscava insistentemente para Emanuel. - Peça desculpas para a Inês agora, faça ela ficar.Emanuel se aproximou, parando diante de Inês.- Para onde você vai?- Isso não é da sua conta! - Inês o encarou friamente. - Estou com pressa, não fique no meu caminho!- Inês, se você está chateada pelo que aconteceu, eu peço desculpas...- Eu não estou chateada! - Teimou ela. - Afinal, quem está ferido não sou eu, quem sente dor não sou eu, não tenho por que ficar chateada por alguém que não tem nada a ver comigo!Emanuel sentiu uma pontada em
Emanuel disse:- Mande alguém atrás dela, vejam aonde ela vai....Inês saiu da mansão em Monte Vista, chamou um carro pelo aplicativo e foi direto para o aeroporto. Chegando lá, ela ligou para Thiago, e não demorou muito para um funcionário do aeroporto encontrá-la e entregar-lhe uma passagem para o País F. Thiago estava esperando por ela na sala VIP do aeroporto. Assim que Inês entrou, viu Thiago sentado em uma cadeira de massagem, lendo alguns documentos. Ao vê-la, Thiago se levantou e disse:- Inês, quanto tempo. - Inês entregou-lhe a bagagem, sentou-se no sofá e antes que pudesse falar, ele continuou. - Na ligação, parecia que você estava chorando, quem te magoou?Ele notou que os olhos de Inês estavam vermelhos e um pouco inchados. Inês olhou para ele e respondeu:- Thiago, mesmo depois de três anos você não aprendeu a ter tato! - Vendo que ele não respondia, ela mudou de assunto. - Por que João mandou você vir me buscar?João sempre o mantinha ao seu lado, a não ser que fosse