Inês hesitou por um bom tempo, mas no final atendeu a ligação.- Alô.No momento seguinte, uma voz grave soou do outro lado:- Querida esposa, como você tem passado esses dias?Inês sentiu dor de cabeça ao ouvir como ele se dirigia a ela.- João, eu não sou sua esposa!- Como não é? Nós até realizamos a cerimônia de casamento.Irritada, Inês respondeu rangendo os dentes:- Por favor, fale direito!"Quando foi que eu me casei com ele?"Do outro lado da linha, João resmungou friamente:- Eu sabia que você ia negar! Sem coração!Inês não queria perder tempo discutindo, então foi direto ao ponto:- Por que você me ligou?- Vera disse que você levou o composto A117, é isso mesmo? - A voz de João soava preguiçosa ao telefone.- Sim. - Inês pausou, explicando. - João, eu preciso urgentemente do A117, então...Ela foi interrompida pelo homem:- Não me importa sua urgência, você tem uma semana para me devolver!Inês apertou o telefone firmemente e disse:- João, eu realmente preciso do A117, po
Thiago, que estava de guarda, prontamente respondeu. João se aproximou e ordenou:- Mande alguém para o País A para investigar Inês. Quero saber o que ela está fazendo. Ela sabe o quanto o A117 é importante para mim e ainda assim ousa não devolvê-lo.- Sim, senhor.Thiago sentia-se um tanto resignado, lamentando não ter investigado Inês mais a fundo da última vez.- Patrão, o menino acordou. - A voz de um empregado soou repentinamente atrás dele.João se virou e viu um menininho de cerca de quatro anos, esfregando os olhos enquanto corria para seu quarto.O garotinho estava vestido com um pijama preto e branco, abraçando um ursinho. Seu rostinho ainda carregava sinais de sono, era extremamente adorável.O pequeno correu até o homem, apontou para o celular sobre a mesa e depois para ele, seus olhos escuros como tinta cheios de questionamento.João ergueu as sobrancelhas e perguntou:- O que houve?O garoto moveu os lábios, mas não emitiu som.João, que entendia leitura labial, esboçou u
País A, Cidade J.Inês passou a noite em claro, e saiu da farmácia apenas ao meio-dia do dia seguinte.Emanuel a estava esperando desde cedo, e ao vê-la sair, apressou-se em levá-la para comer fora.- Você não dormiu a noite toda, depois de comer, você precisa descansar.Inês, enquanto comia, balançou a cabeça e disse:- Não é necessário, eu só preciso de um café. Pretendo ter esse antídoto pronto até o meio dia de amanhã.Emanuel, acariciando sua cabeça, disse:- Não precisa ter tanta pressa.Inês respondeu com um sorriso:- É a primeira vez que vejo alguém envenenado tão despreocupado.Emanuel falou:- Não é que eu não esteja preocupado, mas eu confio em você.Na verdade, ele tinha um desejo secreto de que ela demorasse a desenvolver o antídoto, para que pudesse ficar mais tempo ao seu lado.Emanuel temia que, assim que seu veneno fosse curado, ela o deixasse.Inês o encarou e assentiu:- Emanuel, eu disse que salvaria você, e vou cumprir com minha palavra.Após o almoço, Inês preten
Valentina acenou com a cabeça. De repente, ela se lembrou de algo e perguntou:- Irmão, você não acha que o papai deixaria o Pedro interferir nos negócios da empresa, né?- Isso é difícil de dizer. - Os olhos de Emanuel eram frios. - Afinal, nosso pai sempre foi um tanto imprevisível.Valentina franzia a testa, sem dizer uma palavra....Inês não tinha descansado durante a noite e dormiu profundamente.De repente, um toque de telefone a acordou.Ela pensou que era o despertador, mas ao pegar o celular, percebeu que era uma ligação.Um número estrangeiro.Inês sentou-se e passou a mão nos cabelos, apertando o botão de atender.- Alô. - Não houve resposta do outro lado da linha. - Olá?Inês tentou falar na língua do país M, mas mesmo assim não obteve resposta.Ela olhou para o celular; a ligação ainda estava ativa.Nesse momento, a porta do quarto se abriu.Emanuel entrou e a viu, confusa, sentada na cama com o celular na mão.- Você acabou de acordar?- Sim. - Inês esfregou os olhos e
No castelo sob as montanhas Leenders, no quarto das crianças.Luís estava sentado em frente ao computador, segurando um celular do qual a chamada já tinha sido encerrada. Seu rostinho delicado e angelical estava cheio de mágoa."Eu não disquei errado, não. Eu reuni muita coragem para fazer esta ligação."Luís reiniciou o gravador e tocou a gravação da chamada que acabara de fazer.- Alô. Olá. Olá, quem fala? Ninguém responde, provavelmente foi engano.Luís ouviu aquelas breves frases repetidas vezes.Seu rostinho macio estava cheio de esperança."A voz da mamãe é tão bonita. Ela também deve ser muito bonita. Eu quero tanto ver a mamãe."Pensando nisso, Luís lembrou-se das palavras do "Grande Demônio".Ele não podia ver a mamãe, sua presença a faria sofrer.Luís abraçou o celular, fungou e apertou os lábios firmemente."Mamãe..."...Cidade J.Depois de dois dias, Inês finalmente conseguiu preparar o antídoto para o veneno do Sol Poente usando o composto A117.Ela fez o melhor que pôde
Inês estava prestes a responder quando, de repente, ouviu Emanuel, no quarto, emitir um gemido de dor.- João, estou ocupada agora, nos falamos depois. - Após dizer isso, Inês desligou o telefone.Ela correu de volta para o lado da cama e viu que o corpo de Emanuel estava se contorcendo, então rapidamente segurou seus ombros.- Emanuel, aguente firme um pouco mais.Inês pegou um kit de acupuntura do armário de remédios, preparando-se para aplicar algumas agulhas nele.Nesse momento, o celular dela tocou novamente.Era João outra vez.Inês, impaciente, desligou o celular....Do outro lado do oceano, em um castelo antigo.Um homem, com o rosto sombrio, sentava-se na cadeira do chefe, insistindo em ligar para Inês repetidas vezes.Até que...- Desculpe, o telefone que você ligou está desligado, por favor, tente mais tarde..."Desligado?"João, com os olhos perigosamente sombrios, fixou o olhar na pilha de documentos na mesa, sua expressão tornou-se extremamente sinistra."Muito bem, ela
Cidade J.Inês ficou ao lado de Emanuel durante toda a noite, até que, na manhã seguinte, seu estado finalmente se estabilizou.Ela o examinou e tirou sangue para enviar para análise.Não demorou muito para que os resultados dos exames chegassem.A toxina no sangue de Emanuel havia diminuído em oitenta por cento.Inês suspirou aliviada, planejando retirar mais sangue dele em algumas horas para outra análise.Com a situação de Emanuel mais estável, ela se lembrou da ligação que João havia feito no dia anterior.Ela ligou o celular e encontrou várias chamadas perdidas dele.Inês sentiu-se inquieta, lembrando-se do tom de João na ligação; parecia que ele já sabia sobre ela e Emanuel."Estou em apuros agora. Conhendo o temperamento do João, ele com certeza vai causar problemas."Inês pensou em retornar a ligação, mas logo descartou a ideia."Melhor explicar isso pessoalmente."De qualquer forma, ela precisava levar o restante do composto A117 de volta.Inês enviou uma mensagem de voz para
Inês estava completamente exausta, e agora que Emanuel não corria mais perigo, ela finalmente podia dormir tranquilamente. Ela deu algumas instruções a Emanuel e depois voltou para o seu próprio quarto.Quando as duas saíram do quarto, Emanuel pegou seu celular e enviou uma mensagem para Matheus. Meia hora depois, Matheus chegou à mansão em Monte Vista.Olhando para o relatório de exame de sangue de Emanuel, Matheus falou com admiração:- Inês realmente tem habilidades impressionantes. Em apenas alguns dias, ela curou seu envenenamento.Emanuel, sentado na cabeceira da cama e com os braços cruzados, olhou calmamente para ele e perguntou:- Você trouxe o que eu pedi?Matheus tirou um pequeno frasco de vidro verde do bolso e questionou:- O que você vai fazer com pó de coentro?Emanuel era alérgico a coentro e normalmente não toca na coisa. Emanuel pegou o frasco e disse simplesmente:- Será útil.Matheus franziu a testa, confuso, e perguntou:- Você é alérgico a coentro. Como pode ser