Após Ian expor sua ideia, percebeu que o rosto do presidente Reginaldo estava ainda mais fechado. Mas... Ele realmente achava que essa ideia era boa. "Se dermos à Sra. Araújo o que ela mais quer, o problema será resolvido, não é?" Então, decidiu insistir um pouco mais. — Presidente Reginaldo, sério, o senhor pode tentar. — Ian nem sabia de onde tirou tanta coragem, mas achava que, já que o lado do Sr. Guilherme não estava funcionando, esse era o método mais eficaz. — Veja bem, se o senhor assinar, a Sra. Araújo não terá mais preocupações. Depois, o senhor pode usar a desculpa de ir ao cartório para tratar do divórcio e, com isso, levar a Sra. Araújo até lá. Ela não vai acabar saindo? Ian estava empenhado em recomendar sua ideia, pois realmente acreditava que era uma boa solução. — O que quer dizer com "se eu assinar, ela não terá mais preocupações"? De repente, a voz gelada do homem chegou aos seus ouvidos, fazendo Ian tremer. Felizmente, ele teve a agilidade para respo
Ela já havia tomado sua decisão e não iria hesitar, mas... Será que Reginaldo seria tão generoso a ponto de deixá-la ir? Por que ela tinha a sensação de que... Enquanto essa dúvida surgia em sua mente, Luiz disse: — Mas o Presidente Reginaldo tem uma exigência. Ângela hesitou por um instante. Ela já sabia que seria assim. Respirou fundo e perguntou: — Qual é a exigência dele? Desde que ele assinasse os papéis do divórcio, se a exigência estivesse dentro de suas capacidades, ela poderia considerá-la. Luiz não enrolou e foi direto ao ponto: — O Presidente Reginaldo exige encontrá-la antes de assinar. Ângela não aceitou de imediato. Refletiu por alguns instantes e ponderou seriamente sobre o pedido de Reginaldo. Depois de alguns segundos, ela respondeu calmamente: — Advogado Luiz, por favor, diga a ele que eu aceito encontrá-lo, mas ele terá que assinar primeiro. Luiz ficou surpreso. Aquilo soava como um jogo de empurra-empurra. — Srta. Ângela, posso perguntar
— Brigou com alguém? Lorena olhou para ele, notando o curativo transparente colado na testa, o canto da boca machucado e alguns arranhões no pescoço, como se tivesse sido atacado por um gato. Na posição de cunhada, e por humanidade, ela sentiu que deveria demonstrar alguma preocupação. Thomas mal teve tempo de responder quando ouviu a voz indiferente de Guilherme: — Thomas, pelo amor de Deus, não diga a ninguém que você é meu irmão. Thomas olhou para Guilherme, confuso, com o rosto cheio de interrogações. Lorena também piscou os olhos, esperando a próxima fala dele. Ela sabia que ele ainda não havia terminado. Então, sob o olhar de expectativa dos dois... Ele ergueu preguiçosamente as pálpebras com elegância, os lábios finos se abriram e, com uma calma aristocrática, disse: — Brigou e ainda conseguiu sair machucado? E ainda tem a cara de pau de vir aqui? Eu não tenho um irmão tão fraco assim. — Ao terminar, ele ainda lançou um olhar para Thomas, cheio de desdém. Tho
Thomas soube que tinha entrado nos tópicos em alta, e a notícia chegou pela boca de um amigo. Ele nunca imaginou que Manuella, aquela garota traiçoeira, pudesse causar tantos problemas para ele! Antes mesmo de ter a chance de procurar Manuella para acertar as contas, os problemas já haviam batido à porta por conta própria. Infelizmente, eram problemas que ele não podia enfrentar sozinho. — Thomas, eu lhe dou meia hora para aparecer na minha frente! A voz fria e implacável de Michele atravessou o telefone como uma faca, perfurando seus tímpanos. Em seguida, a ligação foi encerrada abruptamente, sem que ele tivesse qualquer chance de se explicar. Thomas não era tolo e sabia que voltar para casa sozinho não era uma boa ideia. Com o peso que sua posição tinha na família, ele certamente levaria uma boa bronca se aparecesse sem apoio. Por sorte, Lorena estava em casa. Ela havia acabado de visitar Raja e acabara de voltar. Antes que Lorena pudesse reagir, Thomas já havia dis
Thomas ficou sem palavras. Foi quando Davi falou: — Querido neto, conte para o vovô o que aconteceu. Thomas obedeceu e contou tudo novamente, tão detalhadamente que parecia que ia descrever cada pessoa que estava no bar. No final, apontou para a testa e para o canto da boca com um olhar de mágoa: — Esses machucados aqui foram causados por aquela garota. Eu fui supercavalheiro, nem toquei nela! Só a empurrei de leve para me afastar. Quem diria que ela iria puxar a minha roupa? Eu não percebi e acabamos caindo juntos. Foi daí que tiraram aquela foto que vocês viram na internet, onde parecia que eu estava em cima dela fazendo algo indecente. Os ferimentos no rosto de Thomas, na verdade, haviam sido notados por todos assim que ele entrou, mas ninguém tinha pensado muito no assunto. Afinal, desde pequeno ele vivia com um machucado aqui, outro ali. Todos já estavam acostumados. — Mas por que a garota te bateria sem motivo? — Michele perguntou, indo direto ao ponto. Thomas rele
No começo, ela pensou que era um golpe. Se não fosse pelo fato de a pessoa do outro lado da linha ser uma mulher com uma voz extremamente agradável, até mais bonita do que as vozes das alunas do curso de locução da sua universidade, e principalmente pela forma como a outra se apresentou, o que a deixou assustada, provavelmente teria desligado.Ela se levantou da cama de repente e perguntou:— Quando? — E logo emendou. — Tudo bem, espere um pouco. Já estou indo.A colega de quarto e melhor amiga viu Manuella se levantar apressada, pegar um casaco, calçar os sapatos e pegar a bolsa. Tudo isso em menos de um minuto. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Manuella já tinha saído pela porta.Com as palavras entaladas na garganta, a amiga não teve escolha a não ser pegar o celular e enviar uma mensagem para ela.Manuella, com seu talento natural para esportes, desceu os cinco andares da residência de uma vez só. Ao chegar à entrada da universidade, rapidamente parou um táxi. Assim que entr
No fim das contas, Lorena achou melhor chamá-la diretamente pelo nome: — Tá bom, você também não precisa me chamar de cunhada. Pode me chamar pelo nome. Eu me chamo Lorena. Manuella imediatamente percebeu que havia sido direta demais e se corrigiu: — Ah, claro, irmã linda! Você é tão bonita. Posso te chamar de irmã, tá bom? Lorena não iria discutir com ela por causa de um apelido e foi direto ao ponto: — Posso te perguntar por que você postou aquele texto no Facebook? Ao ouvir isso, Manuella entregou a amiga na mesma hora: — Ah, irmã, não fui eu que postei, foi uma amiga minha... Eu tentei impedir, mas não consegui. A tal amiga, naquele momento, estava no dormitório, espirrando sem parar. Lorena olhou para Manuella, arqueando uma sobrancelha. — Na verdade, tudo que está naquele post do Facebook é o oposto da verdade. — Manuella mordeu os lábios e abaixou ligeiramente a cabeça, hesitante, mas acabou confessando. — Na verdade, fui eu que tentei flertar com Thomas, fui
Naquela noite, Thomas tinha acabado de sair de um clube com os amigos quando, de repente, uma garota usando um volumoso casaco branco de plumas, mas com uma silhueta esguia e elegante, veio correndo em sua direção. Um dos amigos, com olhos atentos, imediatamente reconheceu quem era. Com um leve empurrão no ombro de Thomas, o amigo disse: — Sr. Thomas, não é aquela garota que confessou os sentimentos para você no bar da última vez? Ela está vindo na nossa direção agora. A palavra "confessou" se tornou um verdadeiro pesadelo para Thomas. A cena de Manuella roubando dele um beijo à força ainda vagava, vívida, em sua mente. O nome dela passou rapidamente pela sua cabeça, o fazendo se arrepiar da cabeça aos pés. Um calafrio percorreu seu corpo enquanto ele lançava um olhar rápido na direção indicada pelo amigo. Bastou um segundo de reconhecimento. Sem hesitar, Thomas se virou e começou a correr em direção ao estacionamento. O amigo, confuso, gritou atrás dele: — Sr. Thomas