Ele voltou à Cidade X, e assim que chegou, recebeu a notícia de que Lorena estava no Grupo JM. E não é que ele, por acaso, tinha um tempo livre e decidiu procurá-la?Lorena acabara de dar algumas instruções a Heitor sobre o que ele precisava fazer, quando a porta do escritório foi aberta.Ambos pensaram que fosse Guilherme, que estava retornando de uma reunião, mas, na verdade, quem apareceu foi Reginaldo.Lorena levantou involuntariamente uma sobrancelha e, logo em seguida, de forma educada, o cumprimentou:— Reginaldo.Heitor exclamou:— Sr. Reginaldo.Reginaldo fez um leve aceno com a cabeça e, sem pressa, caminhou até o sofá e se sentou.Heitor, que já estava há tanto tempo ao lado de Guilherme, percebeu de imediato a atmosfera tensa e estranha que pairava no ar.Sem alternativas, ele comentou:— Bem, Sra. Santos, vou preparar um café para o Sr. Reginaldo.Assim como Lorena, Heitor também sentiu a tensão no ar. Lorena, por sua vez, optou por ignorar o clima e fingir que não notava
No escritório, o ambiente estava estranhamente silencioso. Reginaldo apertou os olhos negros e disse algo que parecia normal, mas sem muita convicção: — Ela é minha esposa legalmente! Ou seja, "Isso é motivo suficiente, não é?" Lorena não se impressionou, mas manteve um leve sorriso nos lábios: — Mas, pelo que sei, vocês estão em processo de divórcio. Reginaldo hesitou. — Além disso, ouvi dizer que Ângela já assinou. — Lorena continuou, mantendo os olhos fixos em Reginaldo, sem se intimidar diante de sua aura opressiva. — O mais importante é que ela já assinou o acordo de divórcio por duas vezes. — Enquanto eu não assinar, nada disso tem valor! Lorena não discordou, apenas acenou com a cabeça e perguntou: — Você já parou para pensar no porquê de Ângela querer se divorciar? Reginaldo, ao ouvir isso, apertou os lábios e franziu as sobrancelhas. Lorena sabia que ele jamais refletira sobre isso. Ela suspirou internamente e disse o que muitos temiam falar: — Eu s
— Amor, você voltou. Guilherme também caminhou em direção a ela e logo a abraçou pela cintura, se inclinando levemente para depositar um beijo em sua testa. — Você esperou muito? Ela balançou a cabeça. — Foi um bom tempo, mas estou um pouco com fome. O homem riu baixinho. — Tudo bem, quando chegarmos em casa, vou te alimentar bem. Lorena, ao ouvir isso, perguntou de imediato: — Posso fazer o pedido do jantar? — Sra. Santos, fique à vontade para pedir o que quiser. Guilherme, com destreza, esticou os dedos longos e delicados para afagar suavemente o nariz pequeno e arrebitado dela, seus olhos brilhando de carinho, e sua voz repleta de ternura e adoração. Os dois, em perfeita sintonia, ignoraram completamente a presença da outra pessoa no sofá e começaram a conversar entre si. Reginaldo estava com uma expressão feia, com as sobrancelhas franzidas. Logo, uma voz sarcástica e cheia de ironia ecoou pelo escritório: — Então as pessoas realmente têm duas faces. Hoj
Após Ian expor sua ideia, percebeu que o rosto do presidente Reginaldo estava ainda mais fechado. Mas... Ele realmente achava que essa ideia era boa. "Se dermos à Sra. Araújo o que ela mais quer, o problema será resolvido, não é?" Então, decidiu insistir um pouco mais. — Presidente Reginaldo, sério, o senhor pode tentar. — Ian nem sabia de onde tirou tanta coragem, mas achava que, já que o lado do Sr. Guilherme não estava funcionando, esse era o método mais eficaz. — Veja bem, se o senhor assinar, a Sra. Araújo não terá mais preocupações. Depois, o senhor pode usar a desculpa de ir ao cartório para tratar do divórcio e, com isso, levar a Sra. Araújo até lá. Ela não vai acabar saindo? Ian estava empenhado em recomendar sua ideia, pois realmente acreditava que era uma boa solução. — O que quer dizer com "se eu assinar, ela não terá mais preocupações"? De repente, a voz gelada do homem chegou aos seus ouvidos, fazendo Ian tremer. Felizmente, ele teve a agilidade para respo
Ela já havia tomado sua decisão e não iria hesitar, mas... Será que Reginaldo seria tão generoso a ponto de deixá-la ir? Por que ela tinha a sensação de que... Enquanto essa dúvida surgia em sua mente, Luiz disse: — Mas o Presidente Reginaldo tem uma exigência. Ângela hesitou por um instante. Ela já sabia que seria assim. Respirou fundo e perguntou: — Qual é a exigência dele? Desde que ele assinasse os papéis do divórcio, se a exigência estivesse dentro de suas capacidades, ela poderia considerá-la. Luiz não enrolou e foi direto ao ponto: — O Presidente Reginaldo exige encontrá-la antes de assinar. Ângela não aceitou de imediato. Refletiu por alguns instantes e ponderou seriamente sobre o pedido de Reginaldo. Depois de alguns segundos, ela respondeu calmamente: — Advogado Luiz, por favor, diga a ele que eu aceito encontrá-lo, mas ele terá que assinar primeiro. Luiz ficou surpreso. Aquilo soava como um jogo de empurra-empurra. — Srta. Ângela, posso perguntar
— Brigou com alguém? Lorena olhou para ele, notando o curativo transparente colado na testa, o canto da boca machucado e alguns arranhões no pescoço, como se tivesse sido atacado por um gato. Na posição de cunhada, e por humanidade, ela sentiu que deveria demonstrar alguma preocupação. Thomas mal teve tempo de responder quando ouviu a voz indiferente de Guilherme: — Thomas, pelo amor de Deus, não diga a ninguém que você é meu irmão. Thomas olhou para Guilherme, confuso, com o rosto cheio de interrogações. Lorena também piscou os olhos, esperando a próxima fala dele. Ela sabia que ele ainda não havia terminado. Então, sob o olhar de expectativa dos dois... Ele ergueu preguiçosamente as pálpebras com elegância, os lábios finos se abriram e, com uma calma aristocrática, disse: — Brigou e ainda conseguiu sair machucado? E ainda tem a cara de pau de vir aqui? Eu não tenho um irmão tão fraco assim. — Ao terminar, ele ainda lançou um olhar para Thomas, cheio de desdém. Tho
Thomas soube que tinha entrado nos tópicos em alta, e a notícia chegou pela boca de um amigo. Ele nunca imaginou que Manuella, aquela garota traiçoeira, pudesse causar tantos problemas para ele! Antes mesmo de ter a chance de procurar Manuella para acertar as contas, os problemas já haviam batido à porta por conta própria. Infelizmente, eram problemas que ele não podia enfrentar sozinho. — Thomas, eu lhe dou meia hora para aparecer na minha frente! A voz fria e implacável de Michele atravessou o telefone como uma faca, perfurando seus tímpanos. Em seguida, a ligação foi encerrada abruptamente, sem que ele tivesse qualquer chance de se explicar. Thomas não era tolo e sabia que voltar para casa sozinho não era uma boa ideia. Com o peso que sua posição tinha na família, ele certamente levaria uma boa bronca se aparecesse sem apoio. Por sorte, Lorena estava em casa. Ela havia acabado de visitar Raja e acabara de voltar. Antes que Lorena pudesse reagir, Thomas já havia dis
Thomas ficou sem palavras. Foi quando Davi falou: — Querido neto, conte para o vovô o que aconteceu. Thomas obedeceu e contou tudo novamente, tão detalhadamente que parecia que ia descrever cada pessoa que estava no bar. No final, apontou para a testa e para o canto da boca com um olhar de mágoa: — Esses machucados aqui foram causados por aquela garota. Eu fui supercavalheiro, nem toquei nela! Só a empurrei de leve para me afastar. Quem diria que ela iria puxar a minha roupa? Eu não percebi e acabamos caindo juntos. Foi daí que tiraram aquela foto que vocês viram na internet, onde parecia que eu estava em cima dela fazendo algo indecente. Os ferimentos no rosto de Thomas, na verdade, haviam sido notados por todos assim que ele entrou, mas ninguém tinha pensado muito no assunto. Afinal, desde pequeno ele vivia com um machucado aqui, outro ali. Todos já estavam acostumados. — Mas por que a garota te bateria sem motivo? — Michele perguntou, indo direto ao ponto. Thomas rele