Murilo segurou delicadamente o pulso de Lavínia. — Não brinque, estou perguntando seriamente. — Eu também estou sendo muito séria. — Rebateu Lavínia. — Com qual olho você viu que estou grávida? Ou isso é só fruto da sua imaginação? Os olhos de Murilo tremularam levemente. Ele apertou os lábios antes de responder: — Eu vi o teste de gravidez que você usou no banheiro. "Banheiro? Teste de gravidez?" Ela alongou o tom e soltou um "Ahh" como se tivesse entendido. — Ah, você está falando disso? Não é meu. Então ela acrescentou. — Eu só tenho 24 anos, ainda quero aproveitar a vida. Não quero ter filhos tão cedo. O entusiasmo que Murilo sentia era como uma montanha-russa despencando de repente. "Não é dela? Ela não está grávida." Ao ouvir a confissão, ele não pôde evitar se sentir um pouco decepcionado. Sempre quis que ela engravidasse, mas a vigilância dela com métodos contraceptivos era irritantemente impecável. Com os lábios finos e apertados, ele perguntou: — Então
Lorena voltou para a mansão, mas não viu Guilherme, e Vítor informou que ele ainda não havia retornado. Ela olhou para o relógio na sala de estar; já eram sete e meia, e, normalmente, a essa hora, ele já estaria de volta. Pegou o celular e notou que o homem não havia enviado nenhuma mensagem para ela. Instintivamente, arqueou uma sobrancelha e, em seguida, digitou algo rapidamente e enviou. Naquele momento, Guilherme, que ainda estava no escritório fazendo hora extra, permanecia sentado na posição principal da sala de reuniões. Seu rosto imponente e refinado exibia uma expressão glacial, e seus olhos penetrantes, como se embebidos em tinta negra, emanavam uma frieza assustadora que fazia qualquer um estremecer. Ninguém se atrevia a abrir a boca. O presidente da empresa estava claramente insatisfeito com os projetos apresentados pela equipe. No início, ele teve paciência para apontar os problemas, mas, com o passar do tempo, a pressão na sala aumentou. Era como estar à beira d
O homem observava os lábios vermelhos e sedutores dela, que se abriam e fechavam, enquanto seus olhos se enchiam subitamente de um brilho ardente. Sentiu uma vontade imensa de puxá-la para seus braços e apertá-la com força. Ele sorriu indulgentemente e disse: — Está bem. Lorena, segurando o computador, se sentou no tapete. O notebook estava apoiado na mesa à sua frente, e ela puxou uma almofada do sofá atrás dela para abraçar. Guilherme, por sua vez, lançou um olhar furtivo na direção dela. Aquele rosto delicado, de pele clara e ligeiramente rosada, estava excepcionalmente concentrado diante da tela do computador. Suas mãos repousavam no teclado, digitando sem parar por um único segundo. Ele não fazia ideia do que ela estava escrevendo. O escritório estava envolto em uma harmonia peculiar. Exceto pelo francês fluente e agradável que ocasionalmente escapava dos lábios de Guilherme, só se ouvia o som suave das teclas sendo pressionadas por Lorena. Era uma cena surpreendenteme
Lorena primeiro depositou um beijo na testa dele e, em seguida, deslizou até os lábios finos do homem. Aquela posição para beijar... era a primeira vez para ambos. Ela pretendia apenas um selinho leve, mas, assim que tentou se afastar, o homem segurou sua nuca com uma das mãos, trazendo seus lábios de volta. Ele mordiscou suavemente os lábios dela, invadindo sua boca e assumindo o controle. As línguas dançavam juntas de maneira íntima, como se ele estivesse saboreando a mais deliciosa iguaria da Terra. Quando o beijo se tornou tão intenso que parecia não ter fim, foi Guilherme quem decidiu interromper. Ambos ficaram ofegantes, com os rostos escondidos no pescoço um do outro. A voz rouca de Guilherme soou ao pé do ouvido dela: — Sra. Santos, tem algo importante para me dizer? Lorena levou alguns segundos para recuperar o fôlego antes de se endireitar e, limpando a garganta, respondeu: — Que tal fazermos um check-up amanhã? Guilherme franziu o cenho, confuso: — Por qu
Heitor logo voltou. As pessoas encarregadas de proteger a Sra. Santos, escondidas nas sombras, nunca haviam se afastado, então bastou a ele fazer algumas perguntas para descobrir tudo. Ele relatou, em detalhes, com quem Lorena esteve ontem, aonde foi e quem encontrou. O homem estava meio reclinado na cadeira de escritório, com as pernas cruzadas em uma postura casual, mas ainda assim imponente, típica de um líder. Ele ouvia calmamente o relato. Depois de um momento, arqueou ligeiramente as sobrancelhas e perguntou: — Hospital? Quem está grávida? Heitor respondeu: — Sr. Guilherme, é a Srta. Ângela. Guilherme ficou levemente surpreso por alguns segundos antes de perguntar de maneira casual: — Reginaldo não sabe, certo? Nesse momento, Heitor hesitou por um instante antes de responder: — Acredito que o Sr. Reginaldo ainda não saiba. Nossos homens perguntaram ao médico, e ele mencionou que parece que a Srta. Ângela está pensando em abortar o bebê. Os lábios de Guilherm
— Ou será que você está desesperada para que os outros saibam que quer ser amante de alguém, não é? Kayra ficou com o rosto pálido e tenso. Alguém irritou Ângela hoje? Ângela não prestou atenção nela e continuou: — Calma, não é exatamente isso que você quer, subir de posição para se tornar a esposa dele? Você já esperou tanto tempo, então não vai fazer diferença esperar só mais um pouco. — Depois de dizer isso, ela já estava prestes a sair, mas ainda acrescentou. — Espero que tenha sucesso em alcançar seu objetivo e se tornar a esposa dele. Depois de dizer a última frase, Ângela saiu sem olhar para trás. Lilian voltou a si e rapidamente correu atrás dela. As mãos de Kayra, que estavam caídas ao lado do corpo, agora estavam firmemente fechadas, e seus dentes rangeram de raiva. As palavras de Ângela foram como um tapa na cara dela. Felizmente, não havia muitas pessoas na entrada da academia de dança naquele momento. "Mas o que significava aquela última frase dela?" Logo, u
— Que foi? Eu pareço assustador? Lavínia deu um leve chute na perna dele, lançando um olhar de reprovação ao mesmo tempo. Murilo respondeu: — Não assustador, deslumbrante. Serve assim? Lavínia não perdeu tempo com a provocação. Tinha ido até lá por um motivo sério e foi direto ao ponto: — Me diga, você tem o relatório médico do Sr. Guilherme? Murilo hesitou por um instante. Guilherme, com sua previsão certeira. Sem demonstrar emoção, ajustou os óculos com o dedo indicador. Logo, sua voz grave, serena e com um toque de elegância ressoou: — Por que quer saber disso? Lavínia respondeu com firmeza: — Que pergunta... É óbvio que é por algo importante. O homem, calmo e meticuloso, respondeu com princípios claros: — Isso é confidencial. Pertence à privacidade do paciente. Sem a autorização do interessado, não posso divulgar. Essa é uma regra formal do hospital. Proteger a privacidade do paciente é um dos princípios éticos fundamentais da minha profissão como médico
Do outro lado, atenderam rapidamente. Lavínia suspirou profundamente: — Lorena, eu acabei falhando. Lorena, por outro lado, não pareceu surpresa. Então, Lavínia começou a despejar, em detalhes e com emoção, tudo o que havia acabado de passar com Murilo. Ao ouvir isso, Lorena não conseguiu evitar que seu olho se contraísse ligeiramente e, com um toque de resignação, disse: — Você tem certeza de que foi um desentendimento? Não parece mais uma exibição de afeto? Lavínia ficou em silêncio por um momento. Lorena então perguntou pelo telefone: — Mas, afinal, qual é a situação de vocês dois? Ela respondeu sinceramente: — A situação é que um quer casar, o outro ainda não. Lorena levou a mão à testa, um tanto exasperada... Depois que Murilo saiu, ele relatou a Guilherme que Lavínia havia ido procurá-lo. Fazer algo tão impulsivo sem ter nenhum herdeiro... talvez só ele fosse capaz disso. No fim das contas, tudo se resumia ao fato de que Guilherme amava demais Lorena