Lorena percebeu que a gravata dele estava um pouco torta e, naturalmente, estendeu a mão para ajustá-la.O homem abaixou ligeiramente os olhos, observando a mulher à sua frente, que arrumava sua gravata com seriedade.Ela já havia trocado para o último vestido: um vestido de noiva branco. Naquele momento, parecia uma princesa recém-chegada do céu, com uma beleza pura e etérea. Sua pele, alva como porcelana, se fundia perfeitamente com o vestido.Seus longos cabelos negros estavam presos nas costas com uma fita branca formando um laço, e brincos compridos de franjas pendiam de ambos os lados. Em seu pescoço esguio, repousava um colar fino com um pingente de coração.Essa cena foi capturada pelo fotógrafo.A emoção que surgia espontaneamente era a mais autêntica e também a imagem mais bela.Observá-los era como contemplar uma pintura a óleo perfeita, sem qualquer defeito.— Pronto.Após terminar de ajeitar, ela deu um leve tapinha nas dobras do tecido em seu peito.Nos olhos de Guilherme
Assim que entrou, ouviu um grito repleto de ofensas afiadas e amargas.— Você, vadia sem vergonha! Está se envolvendo com o pai do meu filho, sua puta de amante!De imediato, avistou Ângela, sentada no banco, com a cabeça baixa e em completo silêncio, seu cabelo ligeiramente bagunçado.Uma policial próxima fez um alerta à mulher gorda.— O que está gritando? Fale baixo, isso não é a sua casa!A mulher, visivelmente enfurecida, colocou as mãos na cintura e encarou Ângela com fúria, ignorando totalmente o aviso da policial. Ela começava a falar sobre o comportamento recente do pai de seu filho, que, segundo ela, estava excessivamente atencioso, pegando a criança para levá-la às aulas extracurriculares. Hoje, ela resolveu seguir o homem secretamente, sem contar nada, e o flagrou sorrindo e abraçando uma professora muito bonita. Sem conseguir se controlar, se aproximou e deu um tapa na mulher.— Como você tem coragem de se achar uma pessoa exemplar? Você, que está tentando seduzir o mari
Alguém chamou a polícia, e eles se dirigiram à delegacia.Após a investigação, alguém teria que pagar a fiança. Ela não queria procurar aquele homem, não estava com o celular e, além do número dele, só se lembrava do número de Lavínia, então acabou ligando para ela. No final, a mulher, diante do olhar frio de Lorena e das evidências, não teve outra opção a não ser pedir desculpas a Ângela. — Professora Ângela, desculpe, foi um mal-entendido da minha parte. A atitude da mulher era sincera, e Ângela não tinha o que dizer. Ela realmente não queria criar mais confusão. — Deixe pra lá, pode ir embora. Quanto às aulas da sua filha, não vou mais dar. Você pode procurar outra professora, e eu também vou avisar à direção. A mulher sorriu sem graça e acenou com a cabeça. — Está bem, obrigada, professora Ângela. Em seguida, ela puxou o homem ao lado, que havia acabado de ser duramente repreendido por Lorena, e olhou para ele com raiva: — Não vai embora ainda? Quer continuar aqui
Ela, por acaso, também gostava de estudar carros, então tinha algum conhecimento sobre o mercado.Ângela acenou com a cabeça; sabia o motivo de Lilian estar surpresa, mas não havia o que fazer. O homem dentro do carro tinha uma posição privilegiada, e, por isso, o carro que ele dirigia não poderia ser nada comum.Quando Lilian entrou no carro, o que a surpreendeu ainda mais foi que, dentro, estavam um homem e uma mulher belíssimos.Além disso, a aura de ambos exalava uma impressão clara de aristocracia, e o poder de seus olhares era impressionante, especialmente o do homem no banco do motorista.Ângela fez uma breve apresentação.Lorena sorriu e cumprimentou: — Olá.Lilian, um pouco tímida, respondeu: — Oi, linda. — Principalmente porque a amiga de Ângela era simplesmente deslumbrante.Ela sempre achou Ângela muito inteligente e bonita, mas não imaginava que a Lorena fosse ainda mais linda. Lorena tinha uma beleza fria e elegante, o tipo de beleza que fazia qualquer um querer olhar
Ângela disse que primeiro iria deixar Lilian em casa.Lilian imediatamente mencionou o nome de um bairro, que por coincidência era o mesmo onde Lavínia morava, bem próximo ao Residencial Jardim do Norte.Nesse momento, Ângela estava tão absorvida na cena que acabara de presenciar que não prestou atenção ao bairro onde Lilian morava.Quem vive no bairro Rio Douro Residências certamente é alguém rico ou de alta classe, pois as casas lá não são para qualquer um; além de poder pagar, é preciso ter sorte para conseguir uma.Lorena, que não era íntima de ninguém, também não fez muitas perguntas.Depois de deixar as duas em casa, Lorena finalmente se virou para o homem no banco do motorista e perguntou o que ele estava pensando durante todo o trajeto:— Quem era aquela mulher que o Reginaldo estava abraçando?O homem, com suas mãos longas e elegantes segurando o volante, se virou com uma expressão inocente e olhou para ela.— Eu também não sei. Quer ligar e perguntar?O tom de Lorena parecia
O homem olhou para ela com um olhar ligeiramente assustado, deu uma risadinha baixa e rapidamente a beijou.O riso alegre saiu de sua garganta, acompanhado de sua voz profunda, magnética e sedutora:— A resposta da Sra. Santos me agradou bastante.O carro foi ligado novamente, e o homem, com uma mão no volante, segurava a mão dela com a outra, sem querer soltá-la.Na verdade, ela já estava acostumada. Sempre que ele dirigia, sempre que ela estava no banco do passageiro, ele tinha o costume de entrelaçar os dedos com os dela.Depois de um tempo, ela não desistiu da pergunta que fizera antes.Repetiu ela.O motivo era simples: ela realmente não entendia o comportamento de Reginaldo. Se já havia outras mulheres, por que ele não queria se divorciar?"Será que essa tortura mútua tem algum sentido?"Lavínia já lhe falara sobre o caso de Ângela e Reginaldo, e depois Guilherme também lhe contou, mas isso não deveria ser algo que Ângela tivesse que suportar. Ela, na verdade, não tinha culpa nen
Após voltar ao apartamento, Ângela tomou um banho e, em seguida, aplicou compressas de gelo no rosto, passando também uma pomada. Depois, foi para o quarto e se deitou.Ela estava exausta, mas simplesmente não conseguia dormir.Sabia que o cansaço não era físico, mas sim psicológico. Estava tão cansada, tão exausta, a ponto de não conseguir respirar direito. Se sentia sufocada, como se o peso do mundo estivesse sobre ela.E aquela cama ainda estava impregnada com o leve cheiro de tabaco de Reginaldo. Não era um cheiro forte; pelo contrário, tinha um toque suave, quase agradável, mas naquele momento parecia uma faca invisível cravada em seu peito.O que aconteceu naquele dia, embora tenha sido um mal-entendido, a deixara triste, assustada, com raiva e uma imensa necessidade de ter alguém em quem se apoiar. Mas não havia ninguém.E além de não haver ninguém, ela ainda tinha que fingir ser forte.Ela admitia que, às vezes, era dramática, mas sabia que não tinha o direito de ser assim. Por
Ângela acordou por volta das quatro da tarde. Quando abriu os olhos, sentiu uma ardência neles e notou que estavam um pouco inchados. Ótimo, o inchaço do rosto ainda não havia diminuído, e agora os olhos também estavam inchados.Depois de um momento, ela se levantou e foi ao banheiro para se lavar.Ao abrir a porta do quarto, um cheiro forte de fumaça a atingiu, algo irritante.Ela franziu as sobrancelhas, colocou uma mão sobre o nariz e seguiu em direção à sala.Quando estava no meio do caminho, parou subitamente."Quando foi que ele voltou?"O homem estava usando uma camisa branca e calças pretas. Com as longas pernas cruzadas no sofá, um braço casualmente apoiado na lateral do móvel, os músculos do braço delineados perfeitamente sob a camisa. O rosto dele, de perfil, exibia uma beleza impressionante, com uma linha de mandíbula impecável, sem defeitos.Na outra mão, ele segurava um cigarro, deu uma longa tragada e exalou a fumaça branca, que se dispersou lentamente, ocultando parcial