Ângela disse que primeiro iria deixar Lilian em casa.Lilian imediatamente mencionou o nome de um bairro, que por coincidência era o mesmo onde Lavínia morava, bem próximo ao Residencial Jardim do Norte.Nesse momento, Ângela estava tão absorvida na cena que acabara de presenciar que não prestou atenção ao bairro onde Lilian morava.Quem vive no bairro Rio Douro Residências certamente é alguém rico ou de alta classe, pois as casas lá não são para qualquer um; além de poder pagar, é preciso ter sorte para conseguir uma.Lorena, que não era íntima de ninguém, também não fez muitas perguntas.Depois de deixar as duas em casa, Lorena finalmente se virou para o homem no banco do motorista e perguntou o que ele estava pensando durante todo o trajeto:— Quem era aquela mulher que o Reginaldo estava abraçando?O homem, com suas mãos longas e elegantes segurando o volante, se virou com uma expressão inocente e olhou para ela.— Eu também não sei. Quer ligar e perguntar?O tom de Lorena parecia
O homem olhou para ela com um olhar ligeiramente assustado, deu uma risadinha baixa e rapidamente a beijou.O riso alegre saiu de sua garganta, acompanhado de sua voz profunda, magnética e sedutora:— A resposta da Sra. Santos me agradou bastante.O carro foi ligado novamente, e o homem, com uma mão no volante, segurava a mão dela com a outra, sem querer soltá-la.Na verdade, ela já estava acostumada. Sempre que ele dirigia, sempre que ela estava no banco do passageiro, ele tinha o costume de entrelaçar os dedos com os dela.Depois de um tempo, ela não desistiu da pergunta que fizera antes.Repetiu ela.O motivo era simples: ela realmente não entendia o comportamento de Reginaldo. Se já havia outras mulheres, por que ele não queria se divorciar?"Será que essa tortura mútua tem algum sentido?"Lavínia já lhe falara sobre o caso de Ângela e Reginaldo, e depois Guilherme também lhe contou, mas isso não deveria ser algo que Ângela tivesse que suportar. Ela, na verdade, não tinha culpa nen
Após voltar ao apartamento, Ângela tomou um banho e, em seguida, aplicou compressas de gelo no rosto, passando também uma pomada. Depois, foi para o quarto e se deitou.Ela estava exausta, mas simplesmente não conseguia dormir.Sabia que o cansaço não era físico, mas sim psicológico. Estava tão cansada, tão exausta, a ponto de não conseguir respirar direito. Se sentia sufocada, como se o peso do mundo estivesse sobre ela.E aquela cama ainda estava impregnada com o leve cheiro de tabaco de Reginaldo. Não era um cheiro forte; pelo contrário, tinha um toque suave, quase agradável, mas naquele momento parecia uma faca invisível cravada em seu peito.O que aconteceu naquele dia, embora tenha sido um mal-entendido, a deixara triste, assustada, com raiva e uma imensa necessidade de ter alguém em quem se apoiar. Mas não havia ninguém.E além de não haver ninguém, ela ainda tinha que fingir ser forte.Ela admitia que, às vezes, era dramática, mas sabia que não tinha o direito de ser assim. Por
Ângela acordou por volta das quatro da tarde. Quando abriu os olhos, sentiu uma ardência neles e notou que estavam um pouco inchados. Ótimo, o inchaço do rosto ainda não havia diminuído, e agora os olhos também estavam inchados.Depois de um momento, ela se levantou e foi ao banheiro para se lavar.Ao abrir a porta do quarto, um cheiro forte de fumaça a atingiu, algo irritante.Ela franziu as sobrancelhas, colocou uma mão sobre o nariz e seguiu em direção à sala.Quando estava no meio do caminho, parou subitamente."Quando foi que ele voltou?"O homem estava usando uma camisa branca e calças pretas. Com as longas pernas cruzadas no sofá, um braço casualmente apoiado na lateral do móvel, os músculos do braço delineados perfeitamente sob a camisa. O rosto dele, de perfil, exibia uma beleza impressionante, com uma linha de mandíbula impecável, sem defeitos.Na outra mão, ele segurava um cigarro, deu uma longa tragada e exalou a fumaça branca, que se dispersou lentamente, ocultando parcial
Mas, naquele momento, Ângela lhe causava uma sensação de impotência; ele também não sabia como acalmar as pessoas.De repente, ouviu a voz de Ângela, fria e distante:— Obrigada pela preocupação, Presidente Reginaldo, mas estou bem. Se não tiver mais nada a dizer, vou voltar para o meu quarto. — E, sem esperar uma resposta, ela rapidamente se virou e correu para o quarto.Um estrondo.A porta foi fechada com força.Reginaldo parou por um momento.Ele era uma fera ou um monstro?Lavínia já havia chegado de viagem para a Cidade B, e já passava das seis da tarde.Lorena também lhe havia contado sobre Ângela pelo WhatsApp, e, quando chegou ao apartamento, quem atendeu a porta foi o tio dela, o que a deixou completamente assustada...Reginaldo observou sua sobrinha, que, ao vê-lo, teve sua expressão instantaneamente tomada pelo medo. Ele realmente era tão assustador assim?— Ah... tio... Eu não sabia que você estava aqui, então... Eu vou indo. — Lavínia disse tudo isso, gaguejando, e antes
— O quê?! — Henrique ficou completamente em choque, seus olhos se arregalaram enquanto ele olhava para Lorena, incrédulo. — Presidenta Lorena, por favor, não está brincando comigo, né? Essa piada não tem graça nenhuma. "Não é só sem graça, é até assustadora, né?" Ele nunca havia pensado em alcançar grandes feitos na vida; sempre quis ser apenas um trabalhador simples e honesto. Quando conheceu Lorena e passou a ser seu braço direito, ele já se sentia sortudo. Cinco minutos antes, Lorena havia ligado para ele pelo telefone interno, pedindo que entrasse. Ele achou que seria uma orientação sobre o trabalho diário. Mas... quem poderia imaginar que a sua presidente, Lorena, soltaria uma bomba como essa: — Assistente Henrique, eu quero te colocar no cargo de CEO do Grupo X. Lorena observou Henrique, que estava visivelmente assustado, com uma expressão serena, como se já soubesse exatamente como ele reagiria. Ela estava sentada na cadeira de executivo, com a coluna reta e li
— Então, Presidente Lorena, por que sou eu? Você poderia facilmente encontrar outro gerente para substituir e administrar a empresa. — Henrique perguntou novamente.Logo em seguida, ele viu Lorena lhe lançar um olhar cheio de significado.— Presidente Henrique, você já me viu pessoalmente entrevistando alguém? Lorena já o tratava como Presidente Henrique, e isso fez com que Henrique ficasse sem palavras por um momento.Henrique refletiu por um instante e percebeu que, na verdade, nunca a havia visto entrevistar ninguém. A única exceção era ele, ninguém mais.Então, Lorena, de forma tranquila, continuou:— Você acha que eu o passei para o Balbo na época sem um motivo? Henrique hesitou por um momento.Se ele ainda não entendesse naquele momento, realmente não seria digno da dedicação e do esforço que Lorena colocava em sua formação.— Além disso, se eu fosse contratar outro gerente para cuidar da empresa, teria que pagar dois salários. Eu posso ter dinheiro, mas não sou burra. Henriqu
— Voltar para o instituto de pesquisa. — Lorena respondeu sem hesitar.O homem ficou momentaneamente surpreso, mas logo um sorriso divertido brilhou em seus olhos. Ele já deveria ter imaginado isso.Naquela palestra, ela brilhou intensamente, com tanta facilidade, com confiança estampada no rosto, o brilho nos olhos e o sorriso suave nos lábios; tudo indicava que ela realmente gostava daquilo. Naquele momento, ela era como uma pérola radiante, deslumbrante e atraente.A mulher que ele amava, sua Sra. Santos, como poderia ser uma pessoa comum?— Tá bom, faça o que quiser.A voz dele, baixa e suave, ainda mantinha seu tom sedutor, penetrando nos ouvidos dela.Ela levantou a cabeça, olhando para o rosto nobre e bonito do homem, inclinando ligeiramente a cabeça para trás, piscando com seus olhos em formato de amêndoas.— Você não vai me impedir?Guilherme, vendo a expressão de dúvida no rosto delicado dela, riu baixinho e perguntou de volta:— Por que eu deveria impedir?— Você sabe o que