— Ah, eu não sou cega, já sabia que a Kayra estava interessada no meu tio. Na verdade, Lavínia reconheceu Kayra no primeiro momento em que a viu. Afinal, ela também fazia parte desse círculo social, então já a tinha visto antes. Ângela, por outro lado, ficou um pouco surpresa. — Mas estou curiosa, o que aconteceu entre vocês? Lavínia perguntou, intrigada. Na verdade, ela havia ouvido um pedaço da conversa curta entre elas na loja Fada Bella. Ela se lembrava de que as duas costumavam se dar bem, mas, para Ângela tratá-la com tanta frieza, certamente Kayra tinha feito algo grave. Lorena, ao lado, ouvia sem entender muito bem. Ângela refletiu por um momento antes de começar a falar. Na verdade, ela e Kayra eram colegas de faculdade, ambas formadas em dança. Durante a universidade, eram boas amigas. Mas, no ano da formatura, as duas participaram de um grande concurso de dança. Porém pouco antes de Ângela entrar no palco, descobriu que seu figurino havia sido cortado em pedaço
Ian levou cerca de trinta minutos para descobrir o paradeiro de Ângela. Ele parecia hesitante, mas, por fim, tomou coragem e disse cuidadosamente:— Hum, Presidente Reginaldo, que tal dar uma olhada nas suas mensagens do WhatsApp?Ian estava acompanhando Reginaldo em uma viagem de negócios às filiais internacionais da empresa. Eles trabalhavam desde cedo até tarde da noite, tão ocupados que precisavam até mesmo planejar o tempo para ir ao banheiro, sem falar em verificar mensagens pessoais no celular.Com a correria, Reginaldo mal tinha tempo, ainda mais ele, que já não tinha o hábito de checar o celular por conta própria.Quando Ian recebeu uma ligação do chefe, finalmente viu a mensagem que a Sra. Araújo havia enviado para o seu celular pessoal. A mensagem era do segundo dia da viagem:[Sr. Ian, por favor, avise seu chefe para verificar as mensagens do WhatsApp. Mas, acredito que ele não tenha tempo para isso. Se for o caso, pode dizer por mim: quero me divorciar. Não quero nada, já
— O que você disse? Dentro da Mansão do Sol, Lorena pensou que estivesse ouvindo coisas. Guilherme havia acabado de lhe dizer que Reginaldo estava em uma viagem de negócios há mais de uma semana. Ele não sabia sobre o desejo de Ângela de se divorciar e só ficou sabendo disso hoje, quando já estava na Cidade B. Da última vez que ela mencionou algo sobre isso para ele, ele já havia desconfiado. Pelo caráter de Reginaldo, era difícil acreditar que ele aceitaria o divórcio tão facilmente. Mas não esperava que houvesse uma reviravolta no meio disso tudo. Ao mesmo tempo, Lorena também admirava a coragem de Ângela, que agiu primeiro e explicou depois. ... No dia seguinte. Ângela, suportando a dor por causa de todo o corpo, se levantou com dificuldade, pois tinha uma aula marcada para as dez horas. As ameaças de Reginaldo na noite anterior não surtiram efeito nela, mas, assim que saiu correndo do elevador, ele a pegou. Em seguida, ele a levou de volta ao apartamento no andar
Lilian é uma verdadeira tagarela. Ela acabou de se formar neste ano, mas já leciona na academia de dança há mais de um ano, começando como professora em tempo parcial e agora trabalhando em tempo integral.— Ângela, é realmente a sua primeira vez ensinando crianças?Ela perguntou, com certa incredulidade. Lilian havia assistido a uma das aulas de Ângela e achou a abordagem dela bem diferente, muito interessante, nada parecida com a de alguém que não tinha experiência anterior em ensino.Ângela assentiu com a cabeça.— Sim, é realmente a primeira vez. Mas eu não sou tão boa quanto você diz. Ainda tenho muito a aprender com vocês.Enquanto conversavam, as duas entraram em um restaurante próximo.Era hora do almoço, e o lugar estava cheio de pessoas. Afortunadamente, ainda havia uma mesa livre.As duas se sentaram e rapidamente pediram os pratos.Nesse momento, um pequeno alvoroço surgiu na entrada do restaurante.A curiosidade é um traço natural das pessoas.Lilian virou a cabeça em dire
Kayra se aproximou de Ângela. — É realmente você, Ângela. Eu acabei de dizer para o Reggie que essa silhueta parecia muito com a sua, mas ele não acreditou. Sua voz era suave e doce como uma fonte de água pura, e em seu rosto brilhava um sorriso encantador. Ângela não olhou para ela, mas aquele "Reggie" de quem ela falava seria... "Ian está aqui, então Reginaldo também deve estar. Logo, o Reggie de quem Kayra fala é Reginaldo." Esse pensamento mal passou pela cabeça de Ângela quando um aroma familiar de perfume masculino a envolveu. Ela se virou e viu Reginaldo ao seu lado. O homem vestia um terno preto, exalando um charme maduro e reservado. Seu rosto austero não deixava transparecer nenhuma expressão. Mas... Kayra usava um casaco masculino marrom que parecia muito familiar, porque ela mesma o comprou para Reginaldo, e de repente, Ângela achou aquilo insuportavelmente desagradável, como se um zumbido ecoasse em sua cabeça. Ela sentiu um nó na garganta e uma forte pon
Em um café.Lorena semicerrava os olhos, observando Álvaro sentado à sua frente, degustando calmamente o café em suas mãos com uma elegância despreocupada.— Não me diga que me chamou aqui só para assistir você beber café.Ela já estava sentada há cinco minutos, e ele não tinha dito uma palavra. Se não fosse por sua boa educação, já teria virado as costas e ido embora.— Calma, um bom café deve ser apreciado enquanto está quente. Depois que esfria, o sabor não é o mesmo. — Respondeu Álvaro sem pressa.Após um longo silêncio, ele finalmente disse sua segunda frase:— Você é a convidada especial e secreta do Encontro Acadêmico Mundial de Pesquisa Médica de amanhã.Não era uma pergunta; era uma afirmação.Lorena franziu ligeiramente as sobrancelhas, seus olhos, como estrelas brilhantes no céu noturno, o fitando diretamente. Ele parecia inexpressivo, com aqueles olhos ligeiramente enigmáticos e lábios vermelhos que se moviam em um tom calmo. Em seguida, ele abriu as mãos e disse:— Eu não
— O quê, você quer me convidar para jantar? Espera aí, você não está no País N?Lorena tinha acabado de voltar para a mansão e estava prestes a sair do carro quando recebeu uma ligação de Sebastião.Do outro lado da linha, Sebastião deu um assobio.— Agora estou na Cidade B.Lorena nem pensou antes de recusar:— Estou ocupada.Como ela poderia sair com ele? Isso só causaria confusão.— Por quê? Eu mal consegui vir até aqui, e você tem coragem de me rejeitar? — Questionou Sebastião, com uma ponta de decepção.Lorena apertou o osso do nariz com uma das mãos, um pouco impaciente.— Tenho coisas para fazer. Se vira por aí nos próximos dias. Quando eu terminar tudo, te procuro.— Você não vai para aquela reunião chata, né? — Sebastião captou a ideia imediatamente.Lorena respondeu com um "uhum" e logo perguntou casualmente:— E você, veio para Cidade B fazer o quê?— Vim procurar uma Gatinha Selvagem. — Sebastião abaixou a voz ao dizer isso. — O Emerson me ajudou a descobrir que essa gatinh
Assim que essas palavras foram ditas, o rosto de Marcelo, que estava conversando com Kelly, ficou subitamente sombrio, embora mantivesse a compostura.Todos à mesa voltaram imediatamente os olhares para os principais envolvidos: Lorena e Guilherme.A leve mudança na expressão de Marcelo não passou despercebida aos olhos atentos de Kelly, mas ela não disse nada, afinal, era um assunto pessoal deles.Guilherme segurava a mão esquerda de Lorena e acariciava suavemente seus delicados e elegantes dedos com o polegar.O rosto do homem, esculpido como uma obra-prima, possuía traços definidos e detalhados, em uma perfeição quase inalcançável.Seus traços rígidos, geralmente frios, se suavizaram instantaneamente.— Na primavera do ano que vem. — Ele sorriu e respondeu. — Naquela época, faremos questão de convidar o Presidente Ademir.— Muito bem, então estarei esperando. — Ademir respondeu com alegria, quase como se estivesse casando uma filha.Lorena olhou para a mão do homem que segurava a de