— O quê, você quer me convidar para jantar? Espera aí, você não está no País N?Lorena tinha acabado de voltar para a mansão e estava prestes a sair do carro quando recebeu uma ligação de Sebastião.Do outro lado da linha, Sebastião deu um assobio.— Agora estou na Cidade B.Lorena nem pensou antes de recusar:— Estou ocupada.Como ela poderia sair com ele? Isso só causaria confusão.— Por quê? Eu mal consegui vir até aqui, e você tem coragem de me rejeitar? — Questionou Sebastião, com uma ponta de decepção.Lorena apertou o osso do nariz com uma das mãos, um pouco impaciente.— Tenho coisas para fazer. Se vira por aí nos próximos dias. Quando eu terminar tudo, te procuro.— Você não vai para aquela reunião chata, né? — Sebastião captou a ideia imediatamente.Lorena respondeu com um "uhum" e logo perguntou casualmente:— E você, veio para Cidade B fazer o quê?— Vim procurar uma Gatinha Selvagem. — Sebastião abaixou a voz ao dizer isso. — O Emerson me ajudou a descobrir que essa gatinh
Assim que essas palavras foram ditas, o rosto de Marcelo, que estava conversando com Kelly, ficou subitamente sombrio, embora mantivesse a compostura.Todos à mesa voltaram imediatamente os olhares para os principais envolvidos: Lorena e Guilherme.A leve mudança na expressão de Marcelo não passou despercebida aos olhos atentos de Kelly, mas ela não disse nada, afinal, era um assunto pessoal deles.Guilherme segurava a mão esquerda de Lorena e acariciava suavemente seus delicados e elegantes dedos com o polegar.O rosto do homem, esculpido como uma obra-prima, possuía traços definidos e detalhados, em uma perfeição quase inalcançável.Seus traços rígidos, geralmente frios, se suavizaram instantaneamente.— Na primavera do ano que vem. — Ele sorriu e respondeu. — Naquela época, faremos questão de convidar o Presidente Ademir.— Muito bem, então estarei esperando. — Ademir respondeu com alegria, quase como se estivesse casando uma filha.Lorena olhou para a mão do homem que segurava a de
— Sr. Sebastião, Sr. Sebastião, aguarde um momento, lá dentro...Com um estalo, a porta foi empurrada com força, emitindo um som alto de colisão.— Lena...Dentro, uma dúzia de pessoas virou a cabeça para olhar para a porta, e Sebastião imediatamente se deparou com uma dezena de olhares curiosos, ficando com as palavras presas na garganta.À primeira vista, as pessoas na mesa tinham uma presença imponente, e suas roupas eram todas feitas sob medida. Sebastião, que crescera em uma família tradicional, já havia desenvolvido um olhar afiado para essas coisas.Mas no segundo seguinte, ele encontrou um par de olhos cristalinos que, apesar de belos, emanavam uma frieza enigmática."Será que a Lena está realmente ocupada? Em uma negociação?"Ele sabia que Lorena estava gerenciando uma empresa.Será que ele tinha estragado tudo?Na mente de Sebastião, os pensamentos giravam rapidamente. Ele, que havia entrado com tanta determinação, temia mais do que tudo que Lorena ficasse irritada. Se ele re
Eles tiveram, no máximo, uma noite juntos, e agora já estavam em círculos completamente diferentes; mas esse cara insistia em persegui-la sem parar!Sebastião levantou a cabeça e olhou para Ademir, cujo rosto estava sombrio e assustador, mas ele não se importou. Deu uma leve tossida e disse: — Então, papai da Gatinha Selvagem, tenho uns assuntos pessoais com ela, então vou levar essa pessoa comigo.Ademir ficou atônito com esse "papai da Gatinha Selvagem". O cara até parecia bem apresentável, bonito e tudo, mas como é que falava daquele jeito...Kelly abaixou levemente a cabeça ao ouvir o apelido que o cara deu para seu pai. Não conseguiu segurar e revirou os olhos; era cada coisa que tinha que ver!Os cantos da boca de Pietro e dos outros se contraíram. Se fosse falar assim com o futuro sogro, provavelmente significava que não veria o sol do dia seguinte.Guilherme também não pretendia interferir; afinal, era um assunto particular. Além disso, o sobrenome do homem era Nunes, e em Ci
Depois que Sebastião se sentou, ficou bem quieto, apenas comendo, sem dizer nada. Ninguém entendeu o que ele estava tentando fazer com aquela ação.Quando o jantar terminou, Reginaldo foi o primeiro a sair, seguido por João e Pietro. Lavínia, que não queria sair tão cedo porque queria ouvir as fofocas, foi puxada por Murilo sem que ele dissesse uma palavra.Marcelo também se levantou em seguida para partir, olhando com gentileza para Lorena enquanto dizia:— Lorena, Danilo e eu vamos voltar para o hotel.Lorena sorriu e respondeu:— Está bem, descansem bem esta noite. Até amanhã.Marcelo assentiu:— Até amanhã.Antes de sair, Marcelo ainda deu uma última olhada em Guilherme, mas não disse nada.Nesse momento, no salão privado restavam apenas Ademir e sua filha, juntamente com o casal Guilherme e Lorena, e ainda Sebastião, sentado como um senhor teimoso, imóvel.— Lorena, Guilherme, nós vamos indo também. — Disse Ademir, se levantando, e Kelly naturalmente o acompanhou.Dessa vez, Seba
Sebastião ficou sem palavras diante da resposta brusca que recebeu.Guilherme não se preocupava com quem Sebastião era, qual era sua relação com Lorena ou com a possibilidade de ele influenciar seu casamento. Afinal, ele jamais permitiria que qualquer pessoa interferisse ou impactasse seu relacionamento com Lorena.Sebastião o olhou novamente e percebeu que a aura do homem à sua frente se intensificava cada vez mais. Antes, ele não havia notado que Guilherme exalava uma presença tão poderosa; parecia que o homem estava, até então, reprimindo essa aura exclusiva de alguém com grande autoridade.Para alguém com uma presença tão forte e opressiva, certamente não se tratava de um playboy comum.Lorena, ao ouvir as palavras de Guilherme, deu uma risada discreta e despreocupada.Sebastião respirou fundo, apertou os dentes e estalou a língua.— Lena, você vai ficar aí parada vendo os outros intimidarem seu irmão? Todos esses anos cuidando de você foram em vão.Irmão?Guilherme ficou levemente
Kelly parou de andar. Ela olhou para o homem à sua frente, que a cumprimentava com um sorriso maroto. "Que irritante! Tinha que encontrá-lo logo aqui? Ele deve ser mesmo um cachorro, né? O nariz dele é tão sensível! Como ele sabia que eu estava aqui?" Ela então olhou para o assento ao lado dele, o número 22. "Encontrá-lo já era ruim, mas por que tinha que ser justo ao lado dele?" Como Ademir ocupava uma posição mais alta, ele estava sentado na fila da frente, e ela não poderia trocar de lugar com o pai. — Senta aí. O que foi? Tá com medo que eu te morda? — Sebastião olhava para ela parada e deu uma batidinha no assento 22 ao lado dele, falando num tom provocador que parecia pedir para levar um soco. Kelly revirou os olhos, soltou as mãos ao lado das pernas, fechou e abriu os punhos, e começou a repetir mentalmente: "Não fica irritada, não fica irritada, ficar irritada dá rugas." Repetiu isso várias vezes até se sentir melhor. Ela deu alguns passos, girou o calcanhar e
Na primeira fila, estavam sentados os grandes nomes da área de pesquisa farmacêutica. Sentado na quarta fila, Sebastião olhava para as costas de um certo homem, pressionando a língua contra o canto da boca. Ao se lembrar da noite passada, se sentiu incomodado. No entanto, tinha que admitir que Guilherme era um homem com um histórico e uma posição social suficientemente fortes. Só em termos de status, ele era, de fato, uma boa combinação para Lorena. "Mas um homem tão excelente assim... será que ele é realmente tão fiel nos relacionamentos?" Não era que ele duvidasse do charme de sua Lena, mas sim da sinceridade dos homens. Ele próprio era o melhor exemplo disso. Ao lado, Kelly voltou para o assento que lhe pertencia. Estar perto dele era irritante, mas ela não tinha outra escolha. Quando percebeu que ele estava fixamente olhando para frente, ela ficou curiosa e acompanhou seu olhar, tendo uma ideia que passou rapidamente por sua cabeça. Então, ela comentou suavemente: —