Diante do grito de Benjamin, Lorena nem mesmo piscou. Inclinou levemente a cabeça e colocou a mão no ouvido, como se estivesse limpando a cavidade auricular. Era como se o grito não fosse para ela. Mantinha-se tranquila e indiferente. Era precisamente essa atitude despreocupada que fazia com que Benjamin não tivesse como extravasar sua raiva. Lorena ficou em silêncio por alguns segundos, levantou levemente as pálpebras, e em seus olhos pairava uma frieza assustadora. Sua voz era neutra, com um leve toque de frieza. Ela disse:— Na verdade, eu não me importava com as ações da família Amorim, e além disso, eu já tinha conseguido a herança da minha mãe. Minha intenção era devolver as ações a vocês assim que tivesse um tempo livre. Ao ouvirem isso, Daniel e Benjamin expressaram uma alegria nos olhos, mas antes que pudessem comemorar por alguns segundos, Lorena mudou o tom: — Mas agora, eu não quero mais devolver. Os sorrisos dos dois ficaram congelados no mesmo instante.
Luiz estava muito calmo, sem pressa. Tirou um documento da bolsa de couro que carregava e disse: — Este é o documento assinado pela Sra. Stéphanie na época. É legalmente válido, em conformidade com a lei, e sua data é anterior ao contrato que vocês assinaram. — Em seguida, Luiz acrescentou. — Na verdade, no contrato que a Sra. Stéphanie assinou com vocês, esse documento também foi mencionado, e vocês concordaram e assinaram. Neste momento, Daniel e seu filho ficaram como se tivessem levado uma pancada na cabeça, percebendo que tinham sido enganados por Stéphanie. Lúcia não sabia o conteúdo completo do acordo entre eles, mas ouviu uma parte importante e imediatamente sorriu, com um ar de satisfação: — Pai, essa vagabunda não se casou, então este acordo ainda é válido. Daniel, ao ouvir isso, se animou e disse a Luiz, um pouco insatisfeito: — Advogado Luiz, a Lorena não se casou, então ainda podemos recuperar aqueles trinta por cento das ações. — Quem disse que eu não me cas
Sabendo que Ângela viria para a Cidade B, Lavínia reservou uma mesa no Sabores do Solar com um dia de antecedência, e as três foram a esse restaurante ocidental sofisticado na hora do almoço. As três eram muito atraentes, cada uma com seu charme único, e rapidamente chamaram a atenção de muitas pessoas. Mas todas já estavam acostumadas com isso e, ao se sentarem, começaram a conversar como boas amigas. Ângela não tinha muitos amigos próximos, mas desde que conheceu Lavínia e Lorena, ela passou a sorrir mais e a falar mais também. Lavínia tomou um gole de água com limão e perguntou: — Ângela, o que veio fazer na Cidade B desta vez? Ângela hesitou um pouco antes de responder. Ela sorriu e disse: — Eu pretendo me mudar para a Cidade B. Lavínia e Lorena acharam que tinham ouvido errado e olharam surpresas para ela. Ângela fez um bico e perguntou: — O que foi? Não estão felizes em me ver? Lavínia balançou a cabeça: — Não, não, só estou surpresa. Lorena perguntou:
— Já paguei a conta, Lavínia. Você e Ângela me esperem um pouco, vou ao banheiro. Lorena tinha acabado de sair do banheiro e, ao chegar nas escadas, deu de cara com Melissa, que não via há quinze dias. Ela lançou apenas um olhar indiferente e já estava prestes a descer a escada, quando a voz suave e delicada de Melissa soou: — Irmã, espere um pouco, tenho algo a lhe dizer. Lorena a ignorou, mas uma mão se estendeu à sua frente, bloqueando sua passagem. Ela franziu as sobrancelhas, um traço de desagrado passou por seus olhos. — Não se faça de parente. Minha mãe só teve uma filha. — Lorena ergueu levemente as pálpebras, dizendo friamente, sem deixar espaço para discussão. Melissa não se mostrou irritada nem constrangida; parecia que até o destino estava a seu favor. Ela não esperava encontrar Lorena, essa pirralha, quando Solange a convidou para jantar ali hoje. Ela já tinha ouvido de sua mãe sobre o que acontecera anteontem: que Lorena havia se casado e assumido direta
Hospital Esperança. Em frente à sala de cirurgia. Felipe chegou apressado, depois de ter recebido a ligação de Solange, nem sequer terminou a reunião e correu direto para o hospital. Assim que Solange o viu, começou a falar, chorando: — Primo, a Mel... ela perdeu muito, muito sangue. Os olhos negros de Felipe se estreitaram, seu rosto ficou frio e ele perguntou: — O que exatamente aconteceu? Como a Mel pode ter caído da escada assim, de repente? No telefonema, Solange apenas mencionou que Melissa havia caído da escada, sem dar mais detalhes. Com os olhos vermelhos, Solange apontou com raiva para Lorena e os outros, que estavam sentados a uma certa distância. — Foi ela, foi a Lorena que empurrou a Mel. Ela tem inveja porque a Mel está grávida do seu filho. Combinei de almoçar com a Mel no Sabores do Solar, e acabamos encontrando a Lorena por lá. Ela bloqueou a Mel na entrada da escada, e parece que discutiram. A Lorena, irritada, empurrou a Mel. Essas palavras eram a
Ao ouvir as palavras, Lorena não se irritou; seu rosto permanecia assustadoramente calmo. Pelo contrário, Ângela e Lavínia, ao ouvirem, quase soltaram palavrões. Como poderia existir um pai assim? As duas são filhas, mas a diferença no tratamento é tão gritante. Sem se importar com o que acontecera, ele só sabia culpar, e sua boca parecia despejar esgoto!Nesse momento, Samuel e Nina também chegaram, mas eles apenas cumprimentaram educadamente e depois ficaram em silêncio ao lado.Enquanto isso, na internet, um vídeo estava sendo compartilhado loucamente.Era o vídeo de Lorena empurrando Melissa da escada no restaurante Sabores do Solar. No vídeo, apesar de só aparecer o perfil de Lorena, quem a conhecia pôde reconhecê-la de imediato.Na internet, a liberdade de expressão é garantida, e há todo tipo de comentário.Um post já acumulava milhares de comentários:[Mamãe sempre dizia que mulheres bonitas são venenosas, e não estava errada!][Essas irmãs ricas são de tirar o fôlego, estão no
— Sr. Guilherme, já mandei alguém pegar as imagens de segurança do Sabores do Solar, mas, por coincidência, a posição da câmera foi bloqueada pela Sra. Santos. — Disse Heitor, visivelmente nervoso. O mais problemático era que a parte capturada pela câmera realmente parecia que a Sra. Santos estava empurrando a pessoa. Eles estavam a caminho do hospital. — Faça com que excluam imediatamente os vídeos da senhora! Guilherme tinha um rosto sombrio e elegante, mas seus olhos estavam cheios de uma frieza mortal, quase congelante. — Sim. Em seguida, Heitor fez uma ligação. Não se sabia o que a outra pessoa disse, mas ele desligou o telefone com um olhar perplexo e se virou para o banco de trás: — Sr. Guilherme, me informaram que, há cinco minutos, os vídeos e artigos sobre a Sra. Santos já foram retirados. O homem estava prestes a dizer algo quando seu telefone tocou. Era uma ligação de Murilo. — Alô. — Guilherme, você não precisa vir ao hospital, vá direto para a deleg
Além disso, a presença daquele homem era imponente.Quando Felipe e Benjamin chegaram e viram Lorena, imediatamente começaram a acusá-la:— Você é simplesmente a vergonha da nossa família Amorim. Nunca imaginei que você pudesse ser tão cruel a ponto de empurrar Melissa da escada, a fazendo perder o bebê. Ela ainda tenta te defender mesmo depois de acordar. Desta vez, não importa o quanto sua irmã tente te proteger, você vai ter que pagar pelo que fez!Antes que Lorena pudesse responder, Guilherme, que a abraçava, acariciou sua cabeça, indicando que ele cuidaria do assunto.— Pagar o quê, exatamente?Os lábios de Guilherme se curvaram levemente para baixo, os contornos de seus olhos angularmente definidos se ergueram um pouco, e um olhar sombrio e profundo se cobriu de uma camada de gelo, sua voz era tão fria que fez todos sentirem um calafrio.Benjamin não sabia qual era a identidade de Guilherme, mas a poderosa aura de autoridade que emanava dele era sufocante, causando uma sensação