Heitor ficou levemente surpreso. Aqueles seiscentos milhões... ele conhecia bem esse valor...Guilherme estava ereto atrás da garota, como uma montanha inabalável, servindo como seu apoio mais firme.Ele arqueou a sobrancelha discretamente, seus olhos ligeiramente baixos, observando a bela nuca da garota, com um sorriso sutil curvando seus lábios finos.Quem poderia imaginar que, no segundo seguinte, Lorena diria algo que deixaria qualquer um furioso:— Eu não te enganei, peguei de forma legítima.Espectro, em seus vinte e oito anos de vida, jamais havia sido tão insultado, nunca tinha encontrado alguém tão descarado!E ela ainda disse isso com tanta facilidade, como se fosse a coisa mais natural do mundo.Ele lhe lançou um olhar feroz:— Legítima? Que droga de legítima! Isso é pegar sem pedir! Você acha que eu sou um caixa eletrônico?— Se eu não tivesse te contado de propósito, até agora você não saberia quem foi. — Desde o início, Lorena manteve uma postura relaxada e indiferente, m
Espectro sentiu que havia encontrado o primeiro grande obstáculo de sua vida. E esse obstáculo se chamava Lorena. Para ela, suas palavras pareciam não passar de vento. O pior de tudo era que ainda havia aparecido um subordinado sem noção: — Espectro, por que eu sinto que ela não está nem um pouco com medo da gente? É como se ela nos tratasse como ar. Espectro lançou a ela um olhar afiado. Não era apenas essa garota que não tinha medo; até mesmo as pessoas que ela trouxera não piscaram ao ver tantos dos seus homens saírem. Momentos depois, Guilherme, com um braço em torno da cintura fina de Lorena e a outra mão enfiada no bolso, se virou levemente, olhando para Espectro e seus homens com um ar de desprezo. Por um breve instante, Espectro achou que a figura dele parecia familiar. Mas aquele rosto era estranho. Homens de boa aparência e boa forma não faltam por aí, e a semelhança no físico poderia ser mera coincidência. Ele rapidamente arranjou uma desculpa para negar
Sob o olhar atento de todos, ele de repente mudou de expressão. O rosto, que antes estava apático e constrangido, foi coberto por um sorriso bobo e servil.Os subordinados da Cidade Fantasma Subterrânea pensaram: "Espectro, se não virar ator, será um desperdício; ele muda de expressão tão rápido."— Podem ir embora, foi um mal-entendido. Somos todos do mesmo lado.Com um aceno de mão e uma única frase, os subordinados da Cidade Fantasma Subterrânea se entreolharam e rapidamente se retiraram.Eles não eram tolos. Tinham escutado claramente a conversa anterior. O grande chefe à sua frente era o verdadeiro líder deles. Se não saíssem agora, quando deveriam sair?Tão duros quanto foram antes, agora estavam completamente submissos....Espectro os levou para um quarto luxuoso.Ele olhou para o casal sentado à sua frente. Seja em aparência ou em aura, os dois combinavam perfeitamente.Ele nunca imaginou que um dia se encontraria em uma situação tão constrangedora.— Então, Sr. Guilherme, qua
Saguão do Hotel Estrela do Mar.Danilo havia procurado Lorena durante toda a manhã. Como ela não atendia o telefone, ele decidiu esperá-la no saguão do hotel.Guilherme entrou no hotel de mãos dadas com Lorena, quando ouviram alguém gritar apressadamente:— Lorena, Lorena, finalmente te encontrei!Os dois se viraram levemente e viram Danilo correndo em direção a eles.Antes que Danilo conseguisse chegar até Lorena, Ethan e Heitor rapidamente o interceptaram, estendendo as mãos para impedi-lo de avançar.Danilo parou a tempo, um tanto surpreso.No País M, quem não sabia que ele era o herdeiro da família Barros? Desde pequeno, ninguém jamais ousou barrá-lo.Foi Lorena quem falou primeiro:— Está tudo bem, não precisam impedi-lo.Ao ouvir isso, Heitor e Ethan abaixaram as mãos.Lorena perguntou:— Você está me procurando por algum motivo?Só então Danilo notou o homem ao lado de Lorena, que ainda segurava a mão dela. O que estava acontecendo?"Lorena está namorando? Lorena tem um namorado
Um terno sob medida impecavelmente cortado evidenciava o ar nobre do homem. Ele era extremamente bonito; cada traço de seu rosto, analisado individualmente, era de uma beleza singular, mas juntos formavam o que parecia ser o rosto mais perfeito, como se esculpido pelas próprias mãos de Deus, sem nenhum defeito.No entanto, sua expressão fria e rígida transmitia uma sensação de distância, exalando uma aura de gelo que afastava os outros.Marcelo era um pesquisador, e seu estilo de vestir geralmente era casual: calças cáqui e uma camisa branca combinados com um par de tênis, transmitindo uma aura de simplicidade e estabilidade. Guilherme, por outro lado, exalava uma maturidade imponente e autoritária.Embora os estilos fossem completamente opostos, de alguma forma estranha, havia algo que os unia.Danilo, ao sair do carro, se deparou com a cena constrangedora e ficou um pouco sem jeito.Ele sempre soube que seu irmão gostava de Lorena.Naquela época, Lorena tinha apenas dezenove anos, e
Sr. Tiago chamou Lorena sozinha para o escritório.Na sala de estar, naturalmente, restaram apenas três pessoas: os irmãos Marcelo e Danilo, além de Guilherme, que estava sozinho.Mesmo não estando em seu próprio território, aquele homem carregava uma aura de rei.Assim que Sr. Tiago e Lorena saíram, a poderosa presença que ele vinha suprimindo foi liberada de imediato.Mesmo sentado, ele parecia um imperador que dominava o mundo.Danilo se sentia bastante desconfortável, como se estivesse sentado sobre espinhos. Dizem que, quando rivais no amor se encontram, faíscas voam.Ele também não queria se envolver no silencioso campo de batalha entre aqueles dois homens, então encontrou uma desculpa para sair, afinal, sua tarefa estava cumprida.Guilherme cruzou as pernas e se recostou no sofá, com uma postura descontraída e confortável, como se estivesse em sua própria casa.A mão longa e bem delineada do homem repousava casualmente sobre o joelho, enquanto a ponta do dedo girava levemente o
Duas horas depois.Guilherme saiu da mansão da família Barros com as mãos dadas com Lorena.Tiago queria que Lorena ficasse para o jantar, mas, se ela ficasse, o outro também teria que ficar, então ele decidiu que nenhum dos dois ficaria.— O que você estava conversando com o Marcelo lá embaixo? Assim que entrou no carro, Lorena fez uma pergunta, principalmente porque, quando saiu, viu que Marcelo estava com uma expressão estranha. Ele raramente mostrava esse tipo de emoção: distraído e abatido.Guilherme brincava com os dedos dela e respondeu calmamente: — Conversamos sobre assuntos de homens.Lorena ficou sem palavras. No entanto, deu uma explicação breve: — Eu só vejo o Marcelo como um irmão.Ao ouvir isso, o homem sorriu levemente: — Eu sei, afinal, sou mais excelente que qualquer um. Até um tolo escolheria a mim.Lorena ficou sem palavras novamente. Ele realmente tinha a pele bem grossa, mas essa confiança era algo de que ela até gostava. Dessa vez, não respondeu, apen
Lorena resolveu a questão de Ricardo e, assim que saiu, encontrou Guilherme voltando de seus afazeres.Ao vê-la, a frieza e o ar ameaçador do homem se transformaram instantaneamente em ternura e suavidade. Ele deu alguns passos largos até ela e, ao segurar sua mão pequena, seu olhar ficou sério, e suas sobrancelhas espessas se franziram levemente.— Por que sua mão está tão fria?Em seguida, ele envolveu a outra mão dela na palma grande e quente dele, percebendo que estava igualmente gelada. Seu rosto se contorceu em descontentamento.— O Espectro não ligou o aquecedor para você?Espectro, que estava saindo pela esquerda, ouviu a frase inesperadamente. Ele hesitou, sem saber se deveria continuar andando ou parar."Estamos apenas em outubro, o tempo está só um pouco frio, não é para tanto que precise de aquecimento." Pensou.Ao ver Guilherme, um leve sorriso sempre se formava nos lábios de Lorena. Ela disse:— Estou bem, só lavei as mãos agora.Ela tinha acabado de resolver as coisas p