A madrugada era o melhor horário para o funcionamento oficial da Cidade Fantasma Subterrânea. Lorena trocou de roupa, vestindo calças e camiseta pretas, um boné preto e uma máscara preta, deixando à mostra apenas seus olhos escuros e sombrios. Esse tipo de traje era o mais comum na Cidade Fantasma Subterrânea. Afinal, quem frequentava esse lugar não queria ser reconhecido. No entanto, entrar na Cidade Fantasma Subterrânea não era tarefa fácil; sem uma insígnia especial, era impossível. Isso porque, na superfície, a Cidade Fantasma Subterrânea era apenas um bar comum. Lorena abaixou um pouco o boné com a mão e foi sozinha até o balcão do bar. — Três taças de "Tarde da Morte". Uma voz fria soou nos ouvidos do barman. Instintivamente, o barman lançou um olhar para a pessoa à sua frente e discretamente pressionou um botão preto escondido no balcão. Logo, um homem se aproximou do balcão, trocando olhares com o barman, que então olhou para Lorena, que mantinha a cabeça ba
Espectro estava sentado como um verdadeiro chefe, com as pernas cruzadas, recostado no encosto do sofá, com os olhos semicerrados, observava a mulher à sua frente, vestida de preto, que deixava à mostra apenas os olhos.— Você está dizendo que é a Sombra?Lorena também o observava. Espectro era o responsável pela Cidade Fantasma Subterrânea, e toda a autoridade naquele lugar estava nas mãos dele. Contudo, o que a surpreendeu um pouco foi o fato de que o líder da Cidade Fantasma Subterrânea parecesse bastante jovem. Além de ser atraente, com olhos negros profundos e intensos, e um nariz afilado e imponente, sua pele era um tanto escura, e havia uma pequena cicatriz em sua testa. Essa cicatriz, longe de prejudicar sua aparência, na verdade, deixava uma impressão ainda mais marcante, como se fosse sua assinatura.Ao mesmo tempo, ela sabia que existia um chefe nos bastidores da Cidade Fantasma Subterrânea, mas ninguém sabia quem era.Lorena tirou a máscara, revelando um rosto pequeno e d
Espectro olhou para ela, percebendo que não parecia estar ali para arrumar confusão. Afinal, como chefe da Aliança Velada, não faria sentido perder tempo com algo tão trivial.Se ela estava disposta a agir pessoalmente, era sinal de que seu vice-líder realmente havia feito alguma estupidez pelas suas costas.Ele fez um gesto para uma das pessoas ao seu lado.— Vá, chame o Severino.— Sim, Espectro.Pouco tempo depois, o homem chegou.— Espectro, você me chamou?Severino entrou diretamente, ignorando Lorena, e se aproximou de Espectro com uma atitude bajuladora.Espectro deu uma olhada nele, mas não respondeu de imediato. Em vez disso, se virou para Lorena, indicando com um aceno de cabeça:— Aí está ele.Severino ficou confuso. O que significava aquilo?Só então ele seguiu o olhar de Espectro e percebeu a presença de Lorena."De onde veio essa mulher?"Ele pensou que fosse mais uma das beldades selecionadas por Espectro para o leilão, e que ele havia sido chamado para estabelecer o pre
Caso contrário, com o poder da Aliança Velada, por que eles precisariam dele para resolver isso? Seria totalmente desnecessário.— Ser alvo do chefe da Aliança Velada... Vice-chefe, você realmente é abençoado, hein? Que sorte! — Espectro disse com um tom zombeteiro, totalmente despreocupado, nada parecido com a atitude que um responsável deveria ter.Severino ficou chocado, suas pernas imediatamente fraquejaram.— Aliança Velada...?Ele tinha aceitado apenas um pedido comum, como é que acabou envolvido com a Aliança Velada?Ele tinha verificado tudo, e aquela pessoa não tinha nenhuma relação com a Aliança Velada.Dois disparos ecoaram no ambiente.Antes que alguém pudesse reagir, a Águia do Deserto dourada de Lorena já havia disparado duas vezes contra Severino.Os tiros atingiram perfeitamente seus dois ombros, acertando em cheio nas escápulas.Severino ainda estava tentando processar o fato de que Lorena fazia parte da Aliança Velada quando seu corpo já estava caindo ao chão.Espectr
No dia seguinte.Lorena seguiu o endereço que Ademir lhe dera e chegou ao apartamento onde sua mãe havia morado anteriormente. Ela já havia confirmado com Michele antes. No entanto, segundo ambos, nenhum dos dois jamais havia visitado esse apartamento, apenas conheciam o endereço. Ela não esperava que, depois de mais de vinte anos, o prédio ainda estivesse lá. Estava não apenas renovado, mas agora um condomínio bem conhecido na área. Seguindo o número do apartamento, ela foi até o bloco C, subiu até o 18º andar e parou em frente à porta do apartamento 1810. Inês, observando Lorena parada ao lado da porta, comentou: — Sra. Santos, antes de virmos, perguntei ao pessoal da administração do prédio e eles disseram que este apartamento está desocupado há muito tempo. A dona deste apartamento é justamente sua mãe, Sra. Santos. Disseram, também, que alguém vem regularmente para limpar o lugar. Ethan já foi procurar essa empregada.— Alguém vem regularmente limpar? Lorena franziu l
"Quem é essa pessoa? Por que ela levou a foto? Que segredo poderia haver em uma simples fotografia?" Nesse momento, Lorena tinha ainda mais certeza de que havia alguém nas sombras observando cada um de seus movimentos, mas não conseguia encontrar nenhum rastro. ... Ethan saiu da agência de serviços domésticos e, ao entrar no carro, disse: — Sra. Santos, o responsável pela agência afirmou que eles nunca viram o contratante. O contato foi sempre iniciado pela outra parte. O pagamento foi feito de uma vez só para cinco anos, e a única coisa que eles têm é um sobrenome: Medeiros. Além disso, todos os telefonemas vieram de locais diferentes. Eu já verifiquei, são todos números virtuais. Sobrenome Medeiros? Isso não correspondia às iniciais gravadas na pulseira de prata deixada por sua mãe. Quanto mais a outra parte tentava impedi-la de descobrir, mais ela se sentia determinada a investigar. Ela refletiu por um momento e disse: — Vamos para o Instituto Global de Negócios!
Lorena se sentou ao lado da cama para descansar um pouco. Assim que saiu do quarto, ouviu o som da porta da frente. O bip... da abertura com cartão e o som da porta se abrindo. Ela mal franziu as sobrancelhas quando um rosto familiar e ansioso apareceu diante dela. Antes que pudesse reagir, foi envolvida em um abraço quente e familiar, impregnado com o cheiro característico de âmbar gris. No momento em que Guilherme a abraçou, o peso que ele sentia no peito finalmente se dissipou. Com o olhar um pouco atordoado, Lorena perguntou: — Você... como veio parar aqui? Inês Heitor e os outros, que haviam entrado logo atrás, lançaram uma breve olhada e, entendendo o momento, deram meia-volta e saíram, fechando a porta atrás de si.Na sala. No sofá. O rosto do homem estava um pouco sombrio, tudo por causa de uma certa mulher que não havia comido na hora certa e acabara tendo uma crise de hipoglicemia. — Agora estou bem. — Lorena, um pouco culpada, segurou o braço dele, o ba
No dia em que Guilherme veio, ela já havia compartilhado suas dúvidas com ele.Neste momento, a mais de dez mil quilômetros de distância, na Cidade B.Mansão da família Amorim.Samuel e Nina chegaram de repente à casa da família Amorim, e Melissa, ao saber da visita, se arrumou meticulosamente antes de descer as escadas.Ela sempre mantinha a imagem de uma jovem dama educada e graciosa, gentil e amável, com gestos elegantes e nobres.Mesmo que sua reputação quase tivesse desmoronado recentemente, isso não parecia ter afetado muito sua posição.Ela continuava sendo a querida filha da família Amorim, ainda vivendo sob o título de jovem talentosa da alta sociedade.— O que traz vocês dois aqui hoje? — Perguntou Davi com um sorriso caloroso e acolhedor.Na verdade, Samuel nunca havia concordado com o casamento entre Felipe e Melissa, e, após o incidente da última transmissão ao vivo, ele ficou ainda mais desapontado com a ideia de Melissa como sua futura nora.Ele, na verdade, preferia Lor