Lorena sentiu como se tivesse mordido a própria língua, arrependida de ter feito aquela pergunta. Guilherme era direto demais, tão direto que ela ficou sem palavras, atordoada. Ela rapidamente mudou de assunto, gaguejando um pouco enquanto falava: — Ah... é... eu vou ver o Durval. — E, logo após terminar a frase, saiu apressada do sofá, quase correndo em direção à sala de cinema. Guilherme observou aquele jeito atrapalhado e incrivelmente fofo, vendo sua esposa nervosa e envergonhada desaparecer no corredor, e não pôde evitar um sorriso afetuoso. Sua esposa ainda era muito tímida. O que ele faria com isso? Nesse momento, seu telefone tocou. — Alô. Do outro lado da linha: — Sr. Guilherme, detectamos membros da aliança Fronte Dragão Vermelho na Cidade B há cerca de uma hora. Mas o tempo foi curto, e não conseguimos rastrear a localização. Guilherme ouviu calmamente o relatório e respondeu com indiferença: — Eu sei. O interlocutor ficou em silêncio por um momento.
Após subirem para o andar superior, Durval segurou o braço de Lorena e caminhou à frente, seguido por três homens corpulentos. Pietro observava as duas figuras à sua frente e, se lembrando da cena no andar de baixo, comentou com uma expressão de diversão maliciosa:— Guilherme, parece que seu cunhado não está muito satisfeito com você, hein.Logo depois que Pietro disse essas palavras, Durval, que sempre teve medo de estranhos, de repente mostrou uma postura mais firme. Ele se voltou para Guilherme e respondeu com uma certa insolência:— Isso não é da sua conta.Pietro e João caíram na gargalhada ali mesmo. Era a primeira vez que viam Guilherme ser confrontado dessa maneira, e a cena foi simplesmente sensacional."Pense bem, o poderoso e temido Sr. Guilherme, respeitado por todos, nunca tinha sido confrontado assim por ninguém. E Durval foi o primeiro a ousar enfrentá-lo de maneira tão firme e decidida."Até Lorena não esperava essa reação de Durval.Os olhos negros de Guilherme estav
Joaquim nunca imaginou que um dia estaria jantando na mesma mesa com algumas das grandes figuras do país. Sua Lorena conhecia pessoas incomuns, assim como ele.Quando Lavínia e Murilo apareceram juntos, Pietro sentiu no ar um leve cheiro de algo ilícito.— Vocês dois? — Perguntou ele, estreitando os olhos e olhando de um para o outro.Acostumado a circular entre muitas mulheres, Pietro não deixaria passar despercebida aquela mudança sutil, facilmente detectável por seus olhos experientes.Murilo, com sua habitual elegância, ajeitou os óculos de armação dourada, sempre com aquela aura de refinamento. Ele respondeu calmamente:— Sim, é exatamente o que você está pensando.Pietro e João, que não sabiam de nada, ficaram arrasados na hora. Nunca lhes passou pela cabeça que Murilo ficaria com Lavínia. Não havia relação alguma entre os dois, nem sequer se viam muito. Como é que em poucos dias já tinham se tornado um casal?Para eles, Guilherme e Murilo eram os menos prováveis de se envolverem
Dentro do café. No canto da cabine. Lorena, com os braços cruzados, se sentava em frente a Felipe, sua expressão tranquila e indiferente, lançando a ela um olhar desinteressado. — Fale, o que quer perguntar? Ou veio aqui para defender sua noiva? Felipe olhava para seus traços delicados e frios, seu rosto pálido e impecável. Ela ainda mantinha aquele ar distante e orgulhoso. — Tem passado bem ultimamente? Lorena arqueou levemente as sobrancelhas, olhando para ele como se estivesse diante de um estranho, seu tom frio misturado com sarcasmo: — Presidente Felipe, o que está acontecendo com você? O sol nasceu no oeste hoje? Seu distanciamento o deixou um pouco desconfortável, embora ele não soubesse exatamente o porquê. Por um longo tempo, Felipe não foi direto ao ponto, fazendo perguntas aleatórias. Impaciente, Lorena disse diretamente: — Presidente Felipe, se tem algo a dizer, seja rápido. Não tenho tempo para andar em círculos com você! Felipe viu que ela franzia as
Felipe olhou para ela como se estivesse encarando uma estranha.— Desde quando você se tornou tão gananciosa por dinheiro?Lorena soltou uma risadinha.— Viver não é justamente sobre ganhar dinheiro? Por que falar em ganância? Ou será que ganhar dinheiro virou crime?— Ganhar dinheiro não é crime, mas ao menos garanta que ele seja limpo! — Retrucou Felipe com sarcasmo.Ela soltou uma risada fria, o sorriso em seu rosto ficando ainda maior.— Os nobres amam dinheiro e o adquirem de forma honrada. Eu nem roubo, nem assalto. Faço tudo de forma legítima. Posso garantir que meu dinheiro é muito mais limpo que o seu.Vendo a teimosia dela, Felipe elevou o tom de voz instantaneamente:— Você sabe que isso pode arruinar sua vida inteira!Lorena respondeu com um sorriso enigmático, como se fosse uma rocha inabalável. Não importava o que Felipe dissesse, ela permanecia impassível, tratando suas palavras com desdém.— O Presidente Felipe já deve ter ouvido a frase: "O homem morre por riqueza, o p
— O marido não ganha dinheiro para a esposa gastar? Isso aqui é a sua mesada.Lorena ficou sem palavras... Não eram duzentos, nem dois mil ou vinte mil... Eram duzentos milhões... E ele falava como se fosse duzentos..."Quem é que recebe duzentos milhões de mesada?"Quando voltou para a empresa, comentou com Lavínia, que quase se ajoelhou de surpresa.Lavínia exclamou:— Caramba! Não é à toa que é o Sr. Guilherme, chamar duzentos milhões de mesada... Só ele mesmo teria autoridade para falar isso. Tenho que admitir, ter um marido bilionário é outra coisa, até a mesada começa com bilhões.Lorena continuava sem palavras.Lavínia suspirou:— Lorena, você está no topo da cadeia alimentar das mesadas, um verdadeiro exemplo a ser canonizado.Isso é o que se chama de "comparação que mata de inveja" – um exemplo vivo.— Com um marido tão rico, Lorena, seria melhor você ficar em casa cuidando dos filhos. — Brincou Lavínia.Lorena respondeu:— Você realmente acha que eu sou o tipo de pessoa que f
Lorena se sentou no sofá com uma postura altiva e ao mesmo tempo preguiçosa, suas longas pernas cobertas por uma calça preta de corte amplo, cruzadas uma sobre a outra. Ela era incrivelmente bonita, com traços impecáveis que escondiam um orgulho gélido e intimidante. Toda sua presença emanava uma pressão sufocante, fazendo com que as pessoas ao seu redor hesitassem em provocá-la. Ela tinha esse dom: as pessoas a detestavam, mas, ao mesmo tempo, a temiam.Sempre que isso acontecia, Daniel e seu filho se lembravam daquela mulher do passado. Ela também tinha essa aura opressiva.— Diga logo, o que vocês querem comigo? — Lorena lançou a eles um olhar frio, já que ninguém se manifestava, e tomou a iniciativa de falar.De acordo com o roteiro habitual, seu querido avô e seu querido pai começariam com uma bronca. Mas, curiosamente, dessa vez, eles pularam essa parte. Que surpresa...Ela estreitou os olhos levemente, em um gesto de desconfiança. Sua guarda se levantou instantaneamente; isso n
"Se apoiar mutuamente? Ajudar um ao outro? Não é à toa que são pai e filho, conseguem mesmo dizer algo tão descarado assim?"Será que eles tinham perdido a memória? Esqueceram completamente o que fizeram com ela no passado?"Agora vêm dizer que são uma família? Que piada! Que absurdo!"Ela riu, uma risada carregada de intenso sarcasmo.— Agora somos uma família? Quando sou útil, somos uma família. Quando não tenho mais utilidade, sou um estorvo, é isso?Diante do questionamento direto e afiado de Lorena, pai e filho da família Amorim ficaram pálidos, completamente embaraçados.Eles subestimaram o grau de decepção de Lorena com a família Amorim. Ela já não tinha mais esperança alguma nesse lar, por qualquer afeto ou amor paternal. Ela já não precisava de nada disso.No momento em que mais precisava de carinho familiar, foram eles que a empurraram ao abismo, quebrando as poucas expectativas que ela ainda tinha e jogando elas ao chão, impossíveis de consertar. Mesmo que fossem reparadas,