Dentro do café. No canto da cabine. Lorena, com os braços cruzados, se sentava em frente a Felipe, sua expressão tranquila e indiferente, lançando a ela um olhar desinteressado. — Fale, o que quer perguntar? Ou veio aqui para defender sua noiva? Felipe olhava para seus traços delicados e frios, seu rosto pálido e impecável. Ela ainda mantinha aquele ar distante e orgulhoso. — Tem passado bem ultimamente? Lorena arqueou levemente as sobrancelhas, olhando para ele como se estivesse diante de um estranho, seu tom frio misturado com sarcasmo: — Presidente Felipe, o que está acontecendo com você? O sol nasceu no oeste hoje? Seu distanciamento o deixou um pouco desconfortável, embora ele não soubesse exatamente o porquê. Por um longo tempo, Felipe não foi direto ao ponto, fazendo perguntas aleatórias. Impaciente, Lorena disse diretamente: — Presidente Felipe, se tem algo a dizer, seja rápido. Não tenho tempo para andar em círculos com você! Felipe viu que ela franzia as
Felipe olhou para ela como se estivesse encarando uma estranha.— Desde quando você se tornou tão gananciosa por dinheiro?Lorena soltou uma risadinha.— Viver não é justamente sobre ganhar dinheiro? Por que falar em ganância? Ou será que ganhar dinheiro virou crime?— Ganhar dinheiro não é crime, mas ao menos garanta que ele seja limpo! — Retrucou Felipe com sarcasmo.Ela soltou uma risada fria, o sorriso em seu rosto ficando ainda maior.— Os nobres amam dinheiro e o adquirem de forma honrada. Eu nem roubo, nem assalto. Faço tudo de forma legítima. Posso garantir que meu dinheiro é muito mais limpo que o seu.Vendo a teimosia dela, Felipe elevou o tom de voz instantaneamente:— Você sabe que isso pode arruinar sua vida inteira!Lorena respondeu com um sorriso enigmático, como se fosse uma rocha inabalável. Não importava o que Felipe dissesse, ela permanecia impassível, tratando suas palavras com desdém.— O Presidente Felipe já deve ter ouvido a frase: "O homem morre por riqueza, o p
— O marido não ganha dinheiro para a esposa gastar? Isso aqui é a sua mesada.Lorena ficou sem palavras... Não eram duzentos, nem dois mil ou vinte mil... Eram duzentos milhões... E ele falava como se fosse duzentos..."Quem é que recebe duzentos milhões de mesada?"Quando voltou para a empresa, comentou com Lavínia, que quase se ajoelhou de surpresa.Lavínia exclamou:— Caramba! Não é à toa que é o Sr. Guilherme, chamar duzentos milhões de mesada... Só ele mesmo teria autoridade para falar isso. Tenho que admitir, ter um marido bilionário é outra coisa, até a mesada começa com bilhões.Lorena continuava sem palavras.Lavínia suspirou:— Lorena, você está no topo da cadeia alimentar das mesadas, um verdadeiro exemplo a ser canonizado.Isso é o que se chama de "comparação que mata de inveja" – um exemplo vivo.— Com um marido tão rico, Lorena, seria melhor você ficar em casa cuidando dos filhos. — Brincou Lavínia.Lorena respondeu:— Você realmente acha que eu sou o tipo de pessoa que f
Lorena se sentou no sofá com uma postura altiva e ao mesmo tempo preguiçosa, suas longas pernas cobertas por uma calça preta de corte amplo, cruzadas uma sobre a outra. Ela era incrivelmente bonita, com traços impecáveis que escondiam um orgulho gélido e intimidante. Toda sua presença emanava uma pressão sufocante, fazendo com que as pessoas ao seu redor hesitassem em provocá-la. Ela tinha esse dom: as pessoas a detestavam, mas, ao mesmo tempo, a temiam.Sempre que isso acontecia, Daniel e seu filho se lembravam daquela mulher do passado. Ela também tinha essa aura opressiva.— Diga logo, o que vocês querem comigo? — Lorena lançou a eles um olhar frio, já que ninguém se manifestava, e tomou a iniciativa de falar.De acordo com o roteiro habitual, seu querido avô e seu querido pai começariam com uma bronca. Mas, curiosamente, dessa vez, eles pularam essa parte. Que surpresa...Ela estreitou os olhos levemente, em um gesto de desconfiança. Sua guarda se levantou instantaneamente; isso n
"Se apoiar mutuamente? Ajudar um ao outro? Não é à toa que são pai e filho, conseguem mesmo dizer algo tão descarado assim?"Será que eles tinham perdido a memória? Esqueceram completamente o que fizeram com ela no passado?"Agora vêm dizer que são uma família? Que piada! Que absurdo!"Ela riu, uma risada carregada de intenso sarcasmo.— Agora somos uma família? Quando sou útil, somos uma família. Quando não tenho mais utilidade, sou um estorvo, é isso?Diante do questionamento direto e afiado de Lorena, pai e filho da família Amorim ficaram pálidos, completamente embaraçados.Eles subestimaram o grau de decepção de Lorena com a família Amorim. Ela já não tinha mais esperança alguma nesse lar, por qualquer afeto ou amor paternal. Ela já não precisava de nada disso.No momento em que mais precisava de carinho familiar, foram eles que a empurraram ao abismo, quebrando as poucas expectativas que ela ainda tinha e jogando elas ao chão, impossíveis de consertar. Mesmo que fossem reparadas,
— Lorena, não seja tão abusiva! — Lúcia saltou como uma mulher descontrolada, apontando o dedo para ela e a xingando sem parar. — Quem você pensa que é para exigir que a Mel se ajoelhe para você? Não tem capacidade nenhuma, mas a sua arrogância é enorme. Você nem sequer é digna de amarrar os sapatos da minha Mel!Lorena sorriu, sem se abalar pela raiva:— É verdade, eu não tenho capacidade. Então, por que vocês continuam vindo atrás de mim? Se ela é tão capaz, por que não entra na associação sozinha?Lúcia hesitou por um momento.Melissa, ao lado, rangia os dentes, olhando para Lorena com ódio, mas sua personagem de boa samaritana não permitia que ela a confrontasse abertamente. Só conseguia expressar seu rancor de um ângulo em que os homens da família Amorim não pudessem ver.— Vovô, papai, pelo futuro da família Amorim, eu... eu estou disposta a me ajoelhar diante de Lorena.Lorena observava calmamente enquanto Melissa se esforçava para manter sua fachada de bondade e gentileza.— Vo
Daniel simplesmente ignorou suas palavras. Ele deu uma ordem fria para os quatro seguranças de preto: — Levem-na para o segundo andar e a tranquem lá! — Sim, senhor! O segurança à frente acatou a ordem e se aproximou. Ele mal havia estendido a mão, ainda sem tocar no ombro de Lorena, quando um grito agudo ecoou pela sala, seguido por um estrondo de algo pesado caindo no chão. Todos na sala olharam horrorizados para a sombra negra que voou pelos ares e caiu no meio da sala. A família Amorim olhou chocada para Lorena. "Como... como ela fez isso? Ela realmente conseguiu chutar um homem corpulento para longe?" Isso era inacreditável! Melissa olhou boquiaberta para Lorena, engolindo em seco. Ela se lembrou da última vez em que Lorena, como se fosse uma pessoa anormal, teve força suficiente para erguê-la e jogá-la na piscina. Os três seguranças restantes ficaram paralisados. Eles apenas viram Lorena movendo a mão com uma velocidade estranha, segurando o pulso do seguran
— É você. — Benjamin olhou para o rosto belo e familiar de Guilherme e perguntou instintivamente. "Aquele é o homem que estava com Lorena na porta do sanatório da última vez. O que ele está fazendo aqui?" Lorena também olhou surpresa para Guilherme, que se aproximava. O que ele estava fazendo aqui? — Você se machucou? — Foi a primeira coisa que Guilherme perguntou, verificando se ela estava ferida. Lorena balançou a cabeça: — Eles nem tiveram chance de me tocar. Heitor e os outros atrás dele ouviram o tom orgulhoso de sua Sra. Santos, e seus lábios se contraíram levemente. Não é à toa que ela é do Sr. Guilherme, sempre tão altiva e confiante. Eles então lançaram mais um olhar para os homens caídos no chão, gemendo de dor, e concluíram que esses sujeitos até tinham sorte. Pelo menos não haviam derramado sangue. Melissa, ao ver novamente aquele homem belo, não conseguiu evitar se perder em pensamentos, sendo atraída por ele. Ao vê-lo tão atencioso com Lorena, o ciúme rapi