Lindsey MartinelliO dia seguinte ao que saí de casa, logo pela manhã, recebi uma mensagem de Levi, querendo saber como eu e Eva, estávamos. Agora ele se preocupa? Ele que vá cuidar da priminha querida dele. Não me sentia preparada para trocar mensagem com ele ainda, tratei de ignorar. Custei muito a pegar no sono, repassando cada palavra que Kiara havia me dito, e diante daquilo eu tinha duas certezas: ela queria me fazer perder meu bebê e não sentia nenhum remorso por isso. E se de fato Levi sabia dos sapos, o que me faz acreditar que sim, já que não negou quando mencionei, ele não sabia de sua intenção. Caso contrário, por mais que amasse sua família, ele não a colocaria em nossa casa. Mas isso não o isentava da sua omissão, nem das outras coisas.Tratei de desviar o foco ou ficaria nervosa como ontem, observando a tela, vi que também tinha uma mensagem de Nick, eu não tinha falado que fui novamente para o hospital, então, como estou bem e em casa, apenas respondo isso. Aproveito
Lindsey MorganCinco minutos depois, entro na sala. Daniel está de costas, posso ver que segura um porta retrato nas mãos, desvio o olhar para o urso e quando volto para o doutor, ele está me olhando.— Bem ciumento seu marido... — fala com seu jeito descontraído — Já estava fazendo uma anotação mental para ligar para o meu buco-maxilo-facial — não resisti e sorri.— Também não precisa exagerar...— Está brincando? Já viu o tamanho daqueles bíceps? — sim, eu já tinha visto tudo nele e o que mais me chamava a atenção com certeza não eram seus braços, sentindo meu rosto esquentar, tratei de mudar de assunto.— Obrigada por ter vindo. Estamos bem — digo passando a mão em meu ventre.— Fico feliz em saber, espero que esteja se alimentando e se hidratando bem.— Estou sim, hoje, depois de muitos meses, não acordei tão enjoada e também não coloquei o café e nem o almoço para fora.— Mas essa é uma ótima notícia.Convidei-o para sentar-se e conversamos mais alguns minutos e logo Daniel preci
Levi MartinelliPouco mais de meia hora depois, retornei para o apartamento, o silêncio era ensurdecedor. Estava a ponto de ir à loucura. Soltei o cachorro e deixei que ficasse livre pela sala e me sentei no sofá. Uma movimentação na porta me chamou a atenção. Era Kiara, eu havia lhe dado uma chave extra, caso precisasse sair e Lindsey e eu não estivéssemos em casa. Puta que pariu! Kiara, eu havia me esquecido dela.— Não acredito que você me esqueceu naquela clínica — foi logo reclamando.— Boa noite para você também — respondi irônico.— Escutou o que falei? Deixou-me sozinha num ambiente estranho e ainda não foi me buscar.— Em primeiro lugar, não era um lugar estranho. Segundo, se você pode sair só para fazer compras, pode voltar da clínica também.Ela empalideceu visivelmente em minha frente.— De que está falando? — pergunta mudando o tom de voz. Agora não querida prima, estou ligado em você.— Diga-me você — concedi para ver se ela seria honesta comigo como eu esperava que foss
Enquanto isso... Na Itália...Mateo Vince MartinelliConversas altas, risos alegres, nem parecia ser apenas um dia de semana. Eu observava minha grande família reunida, comemorando os preparativos de algo que não trazia felicidade ao meu coração. Mas não era só eu... Olho para Julianna isolada em um canto, ela parece pensativa, um comportamento avesso ao seu temperamento alegre.Eu fazia o possível para tirar da mente nossa conversa de hoje à tarde e o nosso quase beijo. Não podia continuar com isso. Não era justo com ela, não era justo com Paty e nem comigo. A vida não era justa.Decido me recolher mais cedo e após me despedir de todos, caminho até minha noiva.— Quer que a leve para casa?— Não precisa. Eu vim de carro e você parece cansado.— Tudo bem, na verdade estou mesmo um pouco cansado. E você ainda vai ficar ou já está indo?— Vou agora, tenho plantão amanhã cedo.— Vou acompanhá-la até o carro então.Espero enquanto se despede dos nossos familiares e a sigo até o lado de fo
Julianna Pia MartinelliOlho em volta e percebo que me afastei muito da casa grande, na Quinta. Sinto o frio atravessar os meus ossos. Como estou perto da casa do Lorenzo, sigo para lá.— Ju? O que houve? — Mandy pergunta assim que me vê.— Lorenzo está aí?— Sim, acabou de colocar o Bê para dormir e foi para o escritório. Entre, está tremendo — ela puxa uma manta e coloca sobre os meus ombros. — Vou fazer um chá, vá lá que levo para você.Conheço o lugar, então sigo para lá, bato na porta e entro, meu irmão fica surpreso quando me vê e vem até mim.— Julianna, esteve chorando?Ele sempre soube dos meus sentimentos por Mateo e sempre disse que eu deveria falar o que sentia para ele. Então conto o que aconteceu entre nós, mas sem entrar em muitos detalhes, não quero falar de nosso beijo e nem do que senti ao ter suas mãos me tocando...— Você aqui e o Levi lá com problemas...— Levi?Ele me conta que ontem ficou muito preocupado com Levi e então ligou para saber como estava tudo por lá
Levi MartinelliA terça-feira chegou e com ela, mais um dia sem mia bella. Hoje seria o terceiro dia sem ela e meu coração não estava suportando sua ausência. Deitado em nossa cama, repasso mentalmente a via crucis que foi o meu dia de ontem e a raiva aflora, fazendo meu sangue borbulhar. De súbito, sinto-me, assim como ontem, selvagem e ressentido por ela não ter aceitado me receber. Uma pontada na cabeça me diz que devo me controlar, respiro fundo, e aos poucos, a raiva vai fenecendo, alcançando um nível mais controlável. Não é momento para me deixar levar pelo sangue quente, desse jeito não conseguirei nada, afinal, o único culpado por tudo sou eu mesmo. Preciso pensar com clareza e achar um jeito de trazer minha mulher de volta e logo.Mesmo que ela não queira me ver e nem me escutar, vou mimá-la, mesmo estando longe, não deixarei de cuidar de mia bella. Conheço sua rotina, sei do que ela gosta, quais são suas preferências e pensando nisso, sento-me na cama.Minha cabeça está expl
Levi Martinelli— O que estamos fazendo aqui? — ela pergunta quando me vê estacionar na clínica médica.— Não lhe parece óbvio?— Não me responda com outra pergunta. Não foi isso que pensei quando me chamou para um passeio...— Quem falou em passeio foi você, eu disse apenas que iriamos sair e que seria uma surpresa.— Vamos embora, não vou entrar aí...— E por que não?— Eu já tenho um médico e já estou me tratando...— Corrigindo... Você foi a um médico e agora vai a outro. Quero outra opinião e fará novos exames também.— Por favor... — coloca a mão no peito e começa a respirar com dificuldade.— Vai descer por bem ou terei que levá-la a força? — digo sério, encarando seu rosto. — E não se preocupe se começar a passar mal, já estamos em um hospital mesmo, será mais rapidamente atendida, então pode espernear a vontade.— Levi... Primo...Abro minha porta e desço, dou a volta e abro a porta do seu lado, seguro em seu braço e digo quase rosnando.— Desça e ande com suas pernas, caso c
Levi MartinelliFechei o notebook em minha frente e me recostei à cadeira.Olho para o telefone, cabisbaixo. Por que mia bella não havia ligado? Não que eu esperasse, na verdade, esperava sim, mas no fundo sabia que ela não o faria.Fecho os olhos e por um momento as lembranças de suas palavras ontem à noite vem em minha mente..."— O que quer que eu faça para ter você de volta? Preciso de você amore mio — implorei.""— Isso é você quem vai ter que decidir — foi até a porta e abriu. — Boa noite, Levi. A partir de hoje, nosso único assunto será Eva. Feche a porta quando sair. Adeus!"Uma ova que seria assim!A verdade é que eu já sei o que devo fazer, será minha cartada final. Mas, antes, farei uma última tentativa de levá-la de volta comigo antes de fazer o que tinha que ser feito. Porém, corro o risco de ela não me dar à chance de falar e eu preciso dizer tudo que está em meu peito, preciso pedir seu perdão e abrir meu coração para ela.Pego uma folha de papel e começo a rabiscar uma