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- K, é com ela que você vai sair? – Isa me perguntou para mim fazendo um sinal inquietante para Pamela.

- K? – Ian perguntou. – Ah você é o amiguinho da Isa que veio de Londres.

- Amiguinho? Eu cresci come ela. – Falei lançado um olhar sério para Ian.

Naquele momento percebi, jamais seriamos amigos, assim como Isa nunca ia gostar de Pamela, minha noite perfeita foi por agua abaixo.

- Bem já que estamos aqui, por que não lanchamos juntos? – Ian falou.

Eu e Isa encaramos Ian, mas acabamos concordando, “Isso está indo de mal a pior”, pensei. Sentamo-nos em uma mesa e uma garçonete nos atendeu.

- O que desejam? – Ela perguntou.

- Quatro cafés grandes, por favor. – Pedi, ela sorriu para mim, provavelmente pelo sotaque e educação.

- Nossa Kayque, parece que perdeu os olhos quando olhou para a garçonete. – Ian falou.

A garçonete era bonita, mas não reparei nela, não sou esse tipo de cara, “O que esse idiota acha que está fazendo?”, pensei, olhei para o lado e Pamela me olhou torto, “Ótimo, não pode piorar”.

- Onde comprou essa roupa Pamela? Numa liquidação de Black Friday? – Isa perguntou a Pamela.

“É, pode piorar”, pensei chateado.

- Não querida, eu comprei ela hoje mesmo. – Pamela respondeu seca.

- Nossa Kayque, por causa dela que você queria um Camaro tão urgente? Que estranho. – Isa alfinetou.

Pamela ia falar, mas eu me interpus.

- Pelo menos eu sei aproveitar as vantagens que tenho, não preciso passar dificuldade como certas pessoas por aí. – Disse e fiz uma menção para Ian.

- Hunf, Londrinos são todos iguais, se acham. – Ele retrucou.

- Engraçado você dizer isso, Isa também é Londrina. – Eu falei indiferente.

Ian hesitou, parece que ele esqueceu esse detalhe.

- Isa é diferente, ela é muito amigável comigo. – Ela falou depois de um tempo.

- Ah, você tem sorte, ela é bem pouco sociável. – Falei.

- Bem pouco sociável, mas virei sua amiga, certo? – Isa lançou.

- Notei que você é pouco sociável, me chamou de vadia sem me conhecer ontem. – Pamela falou.

- Escuta aqui sua...

Isa ia falar, mas eu a puxei para um canto.

- Isa, por favor. – Eu falei de onde Pamela e Ian não pudessem ouvir.

- Você não disse que ia sair com essa vagabunda. – Isa retrucou.

- Foi por isso que eu não disse, você ia surtar, e você também não me disse que ia sair com Ian. – Falei.

- Você não perguntou. – Ela replicou.

- Ok, me desculpe, será que podemos voltar e ter um café tranquilo? – Perguntei.

- Com essa vadia aqui? Nunca. – Isa respondeu.

Minha vontade era de sacudir ela até ela pedir para parar, mas me controlei, ela era sempre assim com minhas outras amigas, por isso eu tinha pouquíssimas quando estava em Londres. Quando chegamos à mesa o café já havia chegado, e Ian e Pamela estranhamente conversavam.

- Bem vamos tomar nosso café. – Eu disse me sentando.

- Se você segurar a sua língua a gente pode tentar. – Ian provocou.

Eu estava perdendo a paciência, eu belisquei a perna para não voar por cima da mesa e soca-lo até o dia seguinte.

- Ok Ian, vou tentar me controlar. – Eu disse parecendo calmo.

- Eu perdi a fome. – Isa disse. – Não da pra tomar café com vocês dois juntos aqui.

Eu me levantei da mesa.

- Certo! Então fica com esse nojento aí! Eu e Pamela vamos embora! – Falei zangado para Isa.

- Claro, eu vejo que a sua amiga está doida para transar, por que não passam em um motel? – Isa provocou.

Eu olhei para ela e para Ian, ele tinha um sorriso sarcástico no rosto.

- Diga pro seu Mr. Sou Humilde pra ele ir pro inferno, ah e antes que eu me esqueça, quer que eu venha te buscar Isa? Ele provavelmente volta de ônibus para casa – Eu disse apontando para Ian. – Vamos Pamela.

Eu deixei o dinheiro na mesa e saí com Pamela do restaurante, estava magoado com Isa e estava furioso com Ian, a ideia de soca-lo ainda não tinha saído da minha cabeça. Eu e Pamela entramos no meu carro.

- Quer ir pra sua casa? – Eu perguntei a ela.

- Depois disso eu quero sim. – Ela falou.

Eu dei a partida no carro e comecei a guiar.

- Sua amiga é uma idiota. – Pamela disse.

- Não a julgue mal, ela tem muito ciúme dos amigos, principalmente se for amizade com garotas.

- O namorado dela até que é legal. – Pamela falou.

Eu apertei as mãos no volante.

- Ele não é namorado dela, é um amigo, ele é que é um idiota, você viu como ele falou comigo? – Falei.

- Sim, mas ele me pareceu legal quando conversamos. – Ela falou.

“Essa é a pior noite da minha vida”, pensei revirando os olhos. Fiquei calado o resto da viajem, deixei Pamela na porta de casa.

- Apesar de ter sido ruim eu gostei de estar com você hoje. – Ela disse virando o meu rosto.

Então ela me beijou, mas não no rosto, um beijo de verdade, ficamos naquilo alguns segundos e depois ela piscou um olho para mim e saiu. Eu fiquei parado como uma estatua dentro do carro, depois de um minuto meu cérebro processou tudo.

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