Despertei sentindo a cabeça como se fosse explodir de tanta dor. Remexi-me na cama e deparei-me com Patrick. Eu estava coberta junto dele com o edredom. Realmente havia pego no sono, pois sequer vi ele me cobrindo.
Sentei-me na cama, com dificuldade, ainda sentindo cólicas, embora mais fracas. Patrick abriu os olhos, com dificuldade, e espreguiçou-se:
- Amo dormir ao seu lado.
- Isso não vai me convencer... – Deixei claro.
Ele riu e levantou a coberta a fim de levantar-se.
- Clara! – gritou, levantando os braços, com a bermuda e parte da camiseta toda ensanguentada.
Fiquei observando-o, completamente confusa.
- Eu acho... Que menstruei! – ele disse, retirando a camiseta imediatamente, em pânico, fazendo-me cair na risada.
Duas semanas depois e eu estava subindo um morro em Gold Coast, no jipe de Patrick, enquanto minha sogra nos acompanhava dirigindo o car
- E então, Clara? Vai ficar aí ou virá ver a casa em que morará nos próximos 4 anos e 4 meses? – Sophie perguntou, com as mãos na cintura parada atrás de nós.Eu ri, de forma irônica, olhando para Patrick:- E você ainda tenta dizer que isso pode ter um futuro...Patrick tentou pegar meu braço, mas desvencilhei-me e fui para a entrada da residência.A grama verde tomava conta de do espaço do terreno, que era todo gradeado, com ferros retos e brancos que tinham em torno de 50 cm de altura, como se fosse somente para delimitar um espaço entre a casa e a “selva”.O primeiro andar não era bem um andar, embora tivesse o tamanho de cada um dos demais. Era como se fosse a estrutura de um bolo, que segurava tudo o resto. Em alvenaria branca, com algumas portas em vidro e lâmpadas ao longo de toda parede, o lugar servia apenas para abrigar as escadas que davam para o andar dois. Este, por sua vez, era todo em piso que parecia de vidro e à direita tinha uma piscina gigantesca, cujo formato se a
Seu pau deslizava com muita facilidade e aquilo incrivelmente me dava ainda mais prazer. Parecia que eu nunca estive tão molhada na vida. E enquanto Patrick me fodia, eu via o mar à frente.Num transe entre prazer, imagem do mar, sensação de paz e vontade de pelo menos uma vez na vida esquecer o passado e seguir em frente, dando uma chance ao meu marido e a mim mesma, me dei ao prazer de gozar e gemer feito uma puta, ouvindo o eco dos meus miados tomarem conta de todo o espaço onde estávamos.Até que Patrick gemeu quase num grito... E senti seu líquido morno e espesso me invadir, dando um passo para o lado, em segundos sentindo descer pelas minhas pernas.- Que... Porra é esta? – Praticamente gritei.- Acho... Que a camisinha estourou.Olhei para o chão e vi a camisinha sem uma gota de sêmen dentro.- Você... Não pôs a camisinha?Patrick sorriu:- Vamos ter um bebê.- Seu doente! – O empurrei com força, fazendo-o quase cair.- Doente? Sou doente porque quero ter um filho com você?- E
E o ano de 2005 passou lento, parecendo que tinha dois dias dentro de um.Na noite da virada de 2005 para 2006 sequer saí do meu quarto e como não ouvi fogos, imaginei que dormi antes da meia-noite.Não dirigi... Simplesmente porque cada vez que colocava a mão no volante era como se um flashback passasse pela minha cabeça: Pipeline na janela, a lomba gigantesca, o cão atropelado que não morreu, o homem do estacionamento que me guiou de forma errada propositalmente e alguém com a arma na minha cabeça me mandando descer do carro.Então eu respirava fundo e descia, incapaz de seguir em frente.Eu imaginava que todas as pessoas tinham suas limitações e medos, por mais que não quisessem admitir. Mas no meu caso, eles pareciam tantos... E impossíveis de serem superados.Quando precisava ir para o trabalho, geralmente Patrick me levava aos lugares em que eu p
- Não casei de mentira. E no fim, tia Dorinha conseguiu alcançar seu objetivo. Ela pediu a duração de dez anos com a intenção de que eu entendesse o que era o amor, já que achava que eu não gostava de ninguém e não tinha responsabilidade afetiva com as mulheres. Me apaixonei por você em menos de um ano... E sei o que é o amor. E ao final dos dez anos, terei meu coração completamente partido... E chorarei talvez pelo resto da minha vida. A velha me fodeu, esta é a verdade.Engoli em seco, incerta sobre o que aquele homem de fato sentia por mim.- Você estragou tudo. – Aleguei.- Se eu tivesse feito diferente, você teria deixado de amá-lo?- Eu... Sinceramente não sei. Porque você o tempo todo fez tudo errado.Patrick riu e retirou uma borracha do bolso, amarrando os num rabo de cavalo. Eles já haviam cr
- Patrick? – um grupo se surfistas se aproximou de dele – Patrick Huxley?- Sim, sou eu.- Um amigo nosso comprou uma de suas pranchas... Será que é possível que faça para nós também, personalizadas?Patrick olhou para os jovens e depois para mim e Artemis e acabou indo conversar com eles, já que gostava de se exibir e aquela era uma ótima oportunidade, embora não quisesse me deixar sozinha com seu amigo.Andei alguns passos e Artemis me acompanhou. Sentei-me sobre a prancha e fique observando o mar. Ele fez o mesmo.- Este lugar é lindo! – Falou, contemplando as ondas perfeitas.- Sim... Embora o lugar onde morássemos antes fosse bem melhor.- Por que se mudaram então?- Para que eu não pudesse ter minha independência. – Sorri, sem olhá-lo.Artemis ficou um tempo sem dizer nada, sequer olhando
- Isso é pelo tapa? Saiba que você mereceu... Provocou até que eu lhe batesse.Comecei a andar mais rápido e Patrick apressou o passo também. Aproveitei que ele levou as pranchas ao jipe e saí correndo.A praia não tinha muitas pessoas e os poucos frequentadores estavam no mar, tentando surfar. Me surpreendi ao ver Patrick correndo na minha direção. E quanto mais eu tomava velocidade, mais ele parecia chegar perto.Até que tropecei e caí e logo ele me alcançou, se deitando sobre mim, agarrando-se ao meu corpo e rolando, nos enchendo de areia, que se grudou a nossa pele e cabelos úmidos.Senti o peso de seu corpo sobre o meu e nossos olhares se encontraram. Eu não disse nada, mas talvez todo o ódio que sentia por ele estava nítido nas minhas írises.- Não faça nenhuma besteira, Clara. Sabe que não pode voltar atr
Na semana seguinte, Patrick foi surpreendido ao ser convidado para uma sessão de fotos representando uma marca de roupas masculinas famosa na Austrália. O cachê oferecido era um valor exorbitante e embora ele não precisasse, já que era bilionário, seu ego falou mais forte, fazendo-o aceitar.Não bastasse o celulares não funcionar no alto do morro, onde morávamos, a linha fixa telefônica também era muito instável e eu não tinha certeza se era algo planejado ou eu era mesmo azarada, mas o fato é que cada vez que eu precisava usar, não conseguia.Não queria me fechar em torno de mim mesma, já que cada vez saía menos do quarto e não tinha vontade de fazer mais nada.Eu só contava o tempo, como uma prisioneira. Ri de mim mesma ao pegar uma caneta e rabiscar na parede branca um risco e acima a data almejada: 2 de janeiro de 2010.Estava recortando umas revistas em que apareciam minhas fotos e nome nos créditos e montando uma pasta, sobre a minha cama, ao som de Ramones,
Mas pedidos não eram realizados a não ser nos contos de fadas, filmes e novelas fantasiosas. Nem as novelas mexicanas, com todas as maldades de suas vilãs, eram capazes de me fazer ter esperanças de ser a mocinha que conseguiu dar a volta por cima.Olhei no relógio e já passava da meia-noite. Fui até a cozinha e tomei um copo de água e na volta observei a lua cheia no céu, iluminando toda a casa de vidro no alto do morro. Ela já havia sido o ponto luminoso no ombro de alguém. E seguia ali comigo. Embora Pedro não estivesse, ela ainda se preocupava em me mostrar que a luz ainda existia... Mesmo que tão distante.Respirei fundo e subi para o próximo andar. Vi a porta do quarto de Patrick entreaberta e achei que ele ainda estivesse acordado. Mas quando olhei pela fresta aberta o vi deitado na cama, virado de lado, com os cabelos dourados sobre o travesseiro, a luz natural da