—Você tem que encontrar alguém que lhe ame de verdade até a meia-noite do dia 24 de dezembro senão você será um pássaro para toda vida!
Ainda posso ouvir minha mãe me falar isso enquanto estávamos sentadas na minha cama olhando as inúmeras revistas de modas que se encontram espalhadas em cima da mesma. Ela me olhou com seus lindos olhos azuis enquanto me dizia essas palavras me fazendo piscar os olhos enquanto olhava para um vestido vermelho bordado que se encontrava estampado na página de revista na minha frente, mais tudo que eu conseguia fazer era olhar para a página onde se encontrava o vestido enquanto minha mãe me falava que eu poderia me tornar um pássaro pelo resto da minha vida.
—Todos os dias a partir de hoje você se transformara em um pássaro as 18 horas e só voltara a forma humana no raiar do dia, minha criança! - Ela me disse enquanto deslizava as mãos pelos meus cabelos negros.
Seu sorriso sempre tão radiante se encontrava tão triste que me fazia tentar lhe confortar mais como confortar alguém que lhe diz que você as 18 horas se tornará um pequeno pássaro?
Como olhar para a minha mãe sem pensar que ela estava doida ao me falar que as 18 horas me tornarei um pequeno pássaro?
Eu não sabia o que fazer.
Não sabia o que pensar.
Mais tudo que consegui fazer foi apontar para o vestido vermelho na página e falar "Esse vestido está perfeito para o meu aniversário" com um pequeno sorriso enquanto pensava se devia pedir para o meu pai internar minha mãe.
Mais agora aqui no meu quarto olhando para a janela alta enquanto penso no que minha mãe me disse, a única coisa que consigo pensar é que quando as 18 horas chegar eu me transformarei em um pássaro, um pequeno pássaro.
Olho rapidamente para o pequeno relógio que se encontrava na minha cabeceira e vejo que faltam poucos minutos para as 18 horas, respiro fundo enquanto penso em tudo que me fora dito.
Eu teria que encontrar alguém que me amasse, alguém que me amasse de verdade não como todas essas pessoas que nos rodeiam. Eu precisava encontrar uma pessoa que me amasse pelo que eu era e não pela minha beleza e nem pelo meu dinheiro.
Suspirando puxo meus joelhos para cima os abraçando enquanto coloco a cabeça em cima deles, não posso acreditar que me tornarei um pássaro as 18 horas, minha mãe era uma louca, não era capaz de me tornar um pássaro.
Dou uma pequena risada enquanto sinto um aperto no peito, parecia que algo estava se contorcendo dentro de mim, abraço mais ainda meus joelhos enquanto a dor se tornava cada vez mais presente, posso sentir meus ossos se quebrando, se partindo enquanto solto um pequeno gemido contido por pequenos soluços que escapam de minha boca sem minha permissão.
Olho rapidamente para o pequeno relógio e vejo 18 horas em ponto, então era verdade, eu seria um pássaro essa noite.
Não consigo conter o grito de pânico que escapa da minha boca enquanto abraço mais ainda meus joelhos e coloco minha cabeça contra os mesmos, os soluços deslizam pelos meus lábios enquanto a dor se tornava mais e mais intensa...
—Calma, criança...A dor vai passar é só deixar ela sair! - Ouço a voz de minha mãe deslizar ao meu redor enquanto a dor vinha e vinha mais forte a cada momento, sinto seus braços me circularem enquanto os seus soluços me fazem soluçar também.
Levo minha mão esquerda contra a manga de seu vestido e a aperto.
—Mãe...-Sussurro entre os soluços contidos.
—Deixe a dor sair, aceite o pássaro sair e ai dor passara! - Ela me diz enquanto respiro fundo e puxo o ar para mim tentando aceitar a dor mais tudo que sinto é alivio.
Era como se algo dentro de mim estivesse se libertado, algo contido e mantido prisioneiro, então abro os olhos e vejo o rosto de minha mãe tão perto de mim que me assusto, seus olhos azuis estão banhando de lagrimas contidas e um pequeno sorriso em seus lábios se encontra presente.
—Você é um pequeno pássaro agora, minha criança! - Minha mãe me disse enquanto me pega em suas mãos me fazendo ver de perto seus olhos azuis com pequenas pontinhas brancas. — Sei que é difícil de acreditar mais você não é a primeira e nem a última a se transformar em um pássaro.
Tento dizer algo mais tudo que consigo é soltar um pequeno piado que faz com que minha mãe de uma pequena risada enquanto alisa minhas pelagens, ela sorri e depois se levanta da minha cama comigo em suas mãos quentinhas me mantendo aquecida e protegida.
—Então Dalila se transformou! — Meu pai diz com um pequeno sorriso triste nos lábios me fazendo piar como um pequeno passarinho o fazendo rir enquanto desliza a ponta do dedo contra minha cabeça — Não se preocupe encontraremos o seu amor verdadeiro antes do seu aniversário.
Fico ali olhando de um para o outro, eles pareciam tão grandes e eu tão pequena, ou fosse o fato de eu estar agora na forma de um pássaro mais parecia que o mundo era mais assustador do que já era. Tudo era tão grande e tão brilhante que me fazia piscar os olhos enquanto me aconchego ainda mais entre as mãos quentinhas da minha mãe.
—Você acha que conseguiremos encontrar o verdadeiro amor de Dalila até no aniversario dela?- Minha mãe pergunta para meu pai que a olha com os olhos brilhando.
Eu conseguia ver o pequeno brilho prateado dos olhos castanhos de meu pai enquanto ele sorria para minha mãe e também conseguia ver o amor transbordar de seus olhos enquanto a olhava.
Então é isso que é amor verdadeiro?
Olhos brilhando? Sorrisos bobos? Tudo isso significa amor verdadeiro?
Eu vou ficar assim quando encontrar meu amor verdadeiro?
Não obrigada, não quero parecer uma boba como meu pai está parecendo, não quero parecer uma idiota loucamente apaixonada por alguém prefiro ser um pássaro para toda a vida do que parecer uma boba.
Penso enquanto me agito nas mãos de minha mãe batendo as assas que eram mantidas encolhidas entre as suas mãos, me contorço toda para tentar sair das mãos dela mais tudo que consigo é ficar cada vez mais presa entre suas mãos.
-Não precisa ficar com ciúmes minha pequena passarinha, eu também te amo! — Meu pai diz enquanto desliza a ponta do dedo pelo meu rosto.
Com raiva pico o dedo dele com prazer o fazendo recolher a mão enquanto eu começo a piar como se estivesse rindo da cara de meu pai que parecia tão assustando com seus grandes olhos castanhos arregalados.
—Ela acabou de picar o próprio pai? — Meu pai pergunta para minha mãe que apenas dá de ombros como se disse que aquilo não a importava me fazendo inclinar a cabeça para cima.
Meus olhos de pássaro não conseguem pegar todo o ambiente apenas o sorriso quase escondido de minha mãe que tentava conter o riso pelo fato de meu pai parecer tão assustado com o fato de que sua pequena princesa ter o picado.
Dou uma pequena risada que sai como um gargarejo que faz com que minha mãe me olhe rapidamente com seus olhos azuis cravados em mim.
—Você sabe que seu pai amanhã vai ficar emburrado num canto da casa. —Ela me diz enquanto me leva até a altura de seus olhos, posso ver seus sinais de idade com mais precisão.
A vontade de falar: Mãe, a senhora está ficando velha é muito forte mais me contenho porque não sei se ela consegue entender o que falo, a única coisa que faço é encostar minha cabeça contra seu rosto enquanto aliso sua pele pálida.
—Ah, com sua mãe você é toda amor, né? —Ouço meu pai diz enquanto minha mãe apenas desliza a ponta do dedo contra minhas pelagens me fazendo gemer.
É tão gostoso ser cuidada assim, é como se eu fosse um recém-nascido outra vez, mais dessa vez eu sou um pequeno pássaro que deve encontrar o verdadeiro amor antes que a meia-noite do dia do seu aniversário chegue.
Sinto-me como se estivesse com uma corda no pescoço.
-Agora quem tem ciúmes é você! —Minha mãe disse com um pequeno sorriso nos lábios vermelhos.
A olho como se fosse a primeira vez que a vejo, porque aquele sorriso parece tão brilhante? Porque olhando de baixo eu consigo ver o porque deles se amarem tanto? Minha mãe também já foi um pássaro?
—Já fui um pequeno pássaro amarelo!-Ela me diz enquanto olha para mim.
—Um lindo pássaro amarelo que sempre me visitava e ficava ali do meu lado ouvindo eu falar mal dela mesma! —Meu pai disse com um pequeno sorriso brincalhão em seus lábios enquanto minha mãe lhe mostrava a língua.
Meus pais não eram o tipo de casal que demostrava seus sentimentos na frente dos outros, eu sempre via meus pais demostrando os sentimentos apenas entre si e sozinhos, lembro-me de uma vez ter perguntando para a minha mãe o porquê deles nunca deixarem os outros verem o quanto eles se amavam, ela apenas me olhou e sorriu enquanto me falava que o amor que ambos sentiam um pelo outro era apenas da conta deles e não dos outros.
Eu tentava sempre entender o que ela queria dizer com isso mais eu sempre ria quando me dava conta de que eles eram aquele casal bobo dos contos de fadas dos quais eu era tão fascinada quando criança.
Mexo-me entre as palmas das mãos de minha mãe vendo meu pai se inclinar para lhe beijar os lábios vermelhos me fazendo querer levar as mãos até meus olhos para tampa-los.
Que nojo, penso enquanto me lembro que nesse momento sou um pequeno pássaro que nem mãos tem para tampar os olhos e não ver a cena na minha frente.
Meu Deus, eu posso ver a língua do meu pai entrando na boca de minha mãe.
Caramba, isso não é algo que uma pessoa normal querer ver e nem saber como é, pai!
Penso enquanto pico o dedo da minha mãe a fazendo me soltar, posso ouvir seu pequeno gemido de dor enquanto voo para o interior do meu quarto querendo fugir dos dois que se eu não estivesse ali com certeza já estariam se comendo no meio do corredor.
Voou até minha cama e deixo-me cair em cima dela enquanto me aconchego mais ainda contra o macio colchão, com minhas pequenas asas tento puxar o lençol de 100 fios egípcios para mim mais percebo que ser um pássaro não é para qualquer um, então com o bico puxo o lençol até mim.
Se alguém me visse agora diria que o pássaro é domesticado, mais não é nada disso. É só a princesinha da casa em sua forma de pássaro!
—Enrico, será que conseguiremos salvar nossa filha da maldição? —Posso ouvir minha mãe sussurrar para o meu pai que apenas suspira enquanto murmura algo que não consigo entender.
—Ela é uma Brandão, claro que conseguira encontrar o amor verdadeiro antes que a maldição se cumpra! —Meu pai diz todo orgulhoso, posso imagina-lo estufando o peito enquanto uma mecha de seus cabelos negros lhe cobrem o um olho o fazendo suspirar enquanto atira com a mão essa pequena mecha de cabelo para trás.
—Mais eles são iguais a mim, não aceitarão o verdadeiro amor enquanto não perceber que é o outro quem vai poder salva-la! —Minha mãe sussurra para meu pai, seu sussurro parece uma pequena melodia aos meus ouvidos.
—Não será tão difícil assim fazer ela se dar conta de que ele é quem ela ama de verdade, Cassandra! —Meu pai disse risonho me fazendo ronronar como um pequeno filho ao ser cuidado pelos pais—Os dois viveram tanto tempo juntos que vai ser fácil mostrar que se amam.
Minha mãe solta uma pequena risada nasal como se disse que não acredita em nada que meu pai disse, o que era verdade.
Porque nem eu mesma acreditava no que ele dizia, eu já amava alguém? Quem seria essa pessoa, meu pai deve ser mais doido que minha mãe.
-Porque você riu, Cassandra? - Posso ouvir meu pai perguntar para minha mãe enquanto ouço o barulho dos seus saltos contra o chão, dou uma pequena risada mental enquanto meu pai corre trás de minha mãe pelo corredor.
Aconchego mais ainda contra o lençol tentando me cobrir e fugir da realidade que nesse exato momento caiu sobre mim.
Eu era um pássaro, um pequeno pássaro até o raiar do dia seguinte por causa de uma maldição e eu tinha menos de um mês para encontrar o meu verdadeiro amor antes de me tornar um pássaro para toda vida.
Sinto-me bem o bastante para abrir os olhos me fazendo ver meu quarto não tão grande assim..Opa, espera eu posso ver meu quarto do tamanho dele? Ergo-me rapidamente da cama me fazendo ficar um pouco tonta enquanto puxo o lençol para mim, observo tudo ao meu redor, o quarto não está tão pequeno como ontem a noite, posso ver o armário branco do jeito que ele é e não um armário branco grande e assustador.
Olho para baixo e vejo o lençol cobrindo-me, tampando minha nudez do mundo e evitando que outros me vejam nua.
Querem dizer então que tudo não passou de um sonho? Um sonho ruim o bastante para parecer tão real? Suspirando me jogo na cama, o lençol se desloca me deixando nua enquanto observo o teto branco com pequenos anjos desenhados por um artista de renome que no momento não sei o nome.
Puxo o lençol para cobrir minha cabeça tentando fugir da realidade, mais antes mesmo de conseguir cobrir minha cabeça por inteiro o lençol é puxado da minha mão com força me fazendo arregalar os olhos negros para a minha mãe que se encontrava parada na minha frente me olhando com seus olhos azuis gelados.
—Que bom que acordou, precisamos conversar! —Ela me diz com sua voz fria e calculista tão diferente da mulher do meu sonho que me olhava com os olhos brilhando e com um pequeno sorriso triste nos lábios.
—Eu não quero! —Digo enquanto tento puxar o lençol outra vez para mim mais minha mãe o joga para longe do meu alcance me fazendo ter que me cobrir com as mãos.
—Tome, vista essa roupa! —Ela me diz enquanto me joga uma muda de roupa que para no meu colo me fazendo a olhar enquanto ela se levanta da minha cama, minha mãe usava um lindo vestido verde água no estilo indiano.
Olho para o vestido que está no meu colo e vejo um vestido azul marinho com pequenas rendas negras por ele inteiro, ele era todo fechado.
—Porque vou usar essa roupa? —Pergunto enquanto pego o vestido o jogando para o lado e me levanto.
Minha mãe me olha com seus olhos gelados e aponta rapidamente para o meu banheiro deixando claro que é para que fosse para o mesmo tomar banho enquanto ela escolhe meu sapato.
—Mãe é sério, porque eu tenho que vestir essa roupa? —Pergunto enquanto entro do meu banheiro.
Quero entender o que está acontecendo mais tudo que consigo fazer é tomar um banho bem quente e tentando ao máximo prolonga-lo para não ter que sair do meu quarto, porque o sonho ainda se encontrava fresco na minha mente.
—Dalila, saia logo desse banheiro que temos que conversar antes de descermos! —Ouço a voz da minha mãe abafada do outro lado da porta me fazendo ter que desligar a água que estava conseguindo me fazer fugir da realidade que estava batendo na minha porta.
—Oque? —Pergunto enquanto abro a porta.
Minha mãe se encontrava sentada na minha cama com seus cabelos loiros jogados para o lado com pequenas tranças espalhadas entre seus fios loiros ela me olhou enquanto dava pequenas batidinhas contra o colchão me fazendo arquear uma sobrancelha como se estivesse perguntando o que ela queria.
—Sente-se logo aqui, Dalila que não temos todo o tempo do mundo para conversar! —Ela me diz enquanto me olha me fazendo rapidamente sentar do seu lado. Um silencio constrangedor se estala entre nós duas me fazendo olhar para frente enquanto engolia em seco, eu e minha mãe não éramos tão unidas assim. Eram poucas vezes em que agíamos como mãe e filha, somos duas estranhas que convivem em baixo do mesmo teto. —Bem, como começar essa conversa sem te assustar? —Ela se pergunta enquanto olha para todo canto menos para mim, como se fugisse da conversa que a mesma queria ter. Cruzo minhas pernas enquanto coloco minha cabeça em cima da mesma esperando que ela comece a tal conversa mais tudo que consigo ouvir é apenas a respiração de minha mãe e a minha nesse quarto tão grande.
Ando de um lado para o outro enquanto levo minha mão esquerda para debaixo do meu queixo, paro olho para frente e depois volto a andar de um lado para o outro. Não consigo acreditar que ele seja meu amor verdadeiro, não é possível...eu acabei de conhecer o cara. Não tinha que ter todo aquele drama de primeiro encontro, primeiro beijo, primeiro tocar de mão e primeira troca de olhares? Então porque pulamos tudo isso? Porque fomos logo direto para amor à primeira vista e "Preciso que você me ame senão serei um pássaro para toda vida" ? Não podia ter todo aquela pompa de início? Me pergunto enquanto tento me manter calma, mais a minha calma naquele momento não existe, o que se encontra ali comigo é o pânico de saber que o meu amor verdadeiro não me ama. <
—Você parece ser tão fofo... — Ele me fala em um pequeno sorriso enquanto que seus olhos se podia ver um pequeno brilho.Amore, eu sou fofa mais to ficando assustada com o andar dessa carruagem!Olho-o com meus pequenos olhos e ele fica me encarrando, seus olhos me encarram como se tivesse tentando desvendar o que se encontra no meu interior, mais eu apenas olho depois para outro lado enquanto mordo seu dedo com força o fazendo me soltar. Ele leva a mão para bem longe de mim.—Menino mau! —Ele me diz com aquela famosa voz de pai reprimindo o pequeno filho levado.Olha, aqui moço eu sou moça.... Está ouvindo, criatura!
uspiro enquanto caminho por aquela pequena trilha de pedras brancas em direção a casa branca ao lado da nossa. Olho de canto de olhos para minha mãe que era só sorrisos enquanto eu era apenas arrepios e suspiros. —Pare de suspirar como uma boba apaixonada, criatura! —Minha me diz enquanto toca a campainha que faz eco no interior da casa —Aja como uma pessoa normal. —Ah, claro sou tão normal que me transformo em pássaro as 18 horas! —Digo bem sarcástica com um pequeno sorriso de canto. Ela me olha com seus olhos me fuzilando e dá um lindo pisão no meu pé. —Osp, desculpe –me filha, está bem? —Ela me pergunta com um pequeno sorriso sarcástico nos lábios enquanto coloca o braço ao redor da cintura de meu pai que apenas suspira e encos
Minha mãe se encontra na minha frente com seus cabelos loiros presos em um rabo-de-cavalo enquanto que esses olhos se encontram em mim ali na cama encolhida como uma bola. —Dalila, eu já te disse deixa a dor sair, quanto mais você a conte-la mais ela vai lhe machucar! —Ela me diz com um pequeno sorriso nos lábios enquanto desliza os dedos da mão contra meus cabelos. Ela tira uma pequena mecha molhada do meu rosto. Desliza os dedos pelos fios como uma pequena pena. —Eu também neguei a dor nas primeiras vezes, quando mais eu a negasse mais ela se tornava forte, parecia tomar todo o meu corpo e eu apenas podia fazer era ficar ali parada esperando o sol raiar ou desmaiar de dor —Ela me diz com um pequeno sorriso nos lábios. Seus lábio
Eu fiquei com Asula até quando eu pude. Velei seu sono e fiquei a olhar seu rosto sereno enquanto seu peito subia e descia me fazendo lembra dos gominhos e o trajeto das pequenas trilhas de água, balancei a cabeça de um lado para o outro enquanto o olhava, queria gravar seu rosto sereno e calmo na minha mente. Ele suspira fundo e se vira me deixando a ver suas costas largas e musculosas cobertas por uma enorme tatuagem de asas, mas elas estavam desenhadas na forma tribal.Olhar para aquela tatuagem ali e não poder tocar me parecia uma tortura, oh, eu o estava amando mesmo!Com esses pensamentos em mente olhei para a janela aberta e sem pensar lacei voo em direção a minha casa, a única coisa que eu queria fazer naquele momento era pensar. Pensar no que fazer se caso ele me renegue e eu me
—Ei, sabia tem gente aqui! —Minha mãe fala enquanto arrasta a cadeira do meu lado, mas eu ainda tinha meus olhos grudados no Asula que estava parado do meu lado desviando de meus olhos como o Diabo foge da cruz —Dalila, para de olhar assim, caramba! —Minha mãe me diz enquanto me dá um pequeno chute contra a canela. Apenas gemo e esfrego uma perna na outra porque a criatura chutou forte e tenho certeza que vai ficar vermelho e depois roxo. —Que violência é essa, eu sou sua filha, caramba! —Digo enquanto afasto a cadeira um pouco para poder esfregar o local onde ela me chutou e eu posso ver o pé dela pronto para me dar um novo chute. —Nem ouse! Ela me olha com seus olhos de cão do inferno, posso ver o próprio diabo reencarnado na minha mãe quando ela me olha assim. Engulo em seco enqu
Há momentos na vida que devemos olhar para o céu e dizer graças a Deus, mas há momentos na vida que queremos apenas atirar alguém pela sacada. Eu nesse momento estava tentada a atirar minha mãe e a minha tia pela sacada enquanto eu me faço de a Egípcia. Mas a única coisa que eu podia fazer nesse momento era sorrir e falar Amei, Gostei, Esse não. —Até parece que eu vou casar! —Digo logo depois de minha mãe ter me mostrando o 10º vestido e ter achado que ele não era digno para ser usado numa data tão importante como meu aniversário. Vejo minha mãe deixar o vestido cair de suas mãos e minha tia se virar para mim com seus olhos arregalados como se estivesse com medo de algo. —Vira essa boca para lá, guria! —Ela me diz enquanto se sent