Medo é aquilo que mais agonia o ser humano, com medo as pessoas cometem erros, agem de forma equivocada, e até magoam aos outros.
É por isso que o medo é um dos bens mais preciosos aos quais estão guardados no baú dos cavaleiros das sombras.
Eu? Eu guardo meu medo no bolso não porque gosto do medo, mas por que não dá para se livrar dele. Não deve se ter medo de ter medo, é algo natural que difere um animal de um ser evoluído.
O que fazemos com ele é o que realmente importa, se melhoramos nossa conduta e buscamos uma saída ao qual não só recorra ao medo divino aí sim teremos feito a coisa certa! Se o medo é uma prova, todos têm de passar por ela em algum momento da vida.
Todos os quatro jovens estavam na sala de visitas, afinal esperavam pelo inevitável, a tal visita apareceria a qualquer momento com o vindouro declarante de guerra da forma mais ambígua possível.
A questão era como viria esse pronunciamento, a expectativa de tudo até de más notícias
Amber decidiu junto a seus amigos que deveriam explorar Granada em busca do pesadelo, todos concordaram mesmo que ainda receosos ao saberem que Billy já havia sido afetado.Junto ao fato do suposto sonho em forma de visão de Amber, ninguém queria cair nas garras do amedrontador senhor dos sonhos. Em suas andanças por Granada viam coisas cada vez mais estranhas fazendas sem gado, pois eles vagavam na estrada, postos de saúde sem funcionários, que simplesmente não iam trabalhar, pois saiam para as ruas para atear fogo em latas.E isso sem contar o medo reforçado nos olhos de cada um.Amber queria entender melhor seus sonhos, descobrir o porquê de ela ver o que via e ainda ter o fardo de desmascarar essas forças, ainda por cima necessitava descobrir o que houve com seu pai.As pistas pareciam novamente escassas, mas é justamente nessas horas que para sua sorte ela aparece. A senhora de mantos negros caminhava sob a estrada bem em frente aos jovens, ela vinha
Mesmo com o cansaço Amber e seus amigos continuavam à procura do monstro de seus sonhos, ou melhor, dizendo pesadelos.Sobre o pensamento racional de Filipe surge uma idéia, um ponto estratégico seria usado por este ser, e onde se não a velha casa da colina a qual pertencia a um dos primeiros prefeitos de Granada. Afonsus Quinto, o pai de Fábio Coltrane.Todos os três concordaram que havia total possibilidade de o ser dos sonhos esconder-se em um local como aquele. Foram rapidamente rumo a casa, que era mais um palácio à beira de uma longa colina gramada.Um dia aquela casa já havia sido muito bela, com traços venezianos e renascentistas, mas hoje não era mais nada além de uma herança queimada e descascada da prefeitura, o casarão vivia com as trancas arrombadas. Uma vez ou outra os policiais achavam objetos que eram deixados pelos visitantes, na maioria das vezes ninguém voltava para buscá-los, isso porque diziam que a casa era mal-assombrada. Agora até que pod
A mãe de Billy chamava-se Livia. Atendeu aos jovens muito bem, reuniu todos à mesa e para cada um deu um prato com um pedaço de bolo de fubá cremoso com coco. Saborearam o lanche sob o som baixo de uma música agradável no rádio, ela falava claramente a diferença entre nós e eles numa levada jazz.Ela os tratou como se fossem velhos amigos, os explicou que seu filho ainda não havia melhorado, e estava com vontade de levá-lo ao hospital, pois ela era muito ocupada e ele passava muito tempo só em casa, falou como isto a agoniava. Quase deixou escapar que estava surpresa que seu filho havia feito tantos amigos e que temia que o garoto se tornasse um esquizoide.Ela deixou que eles visitassem o jovem que estava de cama, ele estava um tanto abatido. Amber manteve a compostura, pois não queria que notasse sua preocupação até porque fariam alguma coisa por ele. Não era a melhor hora para choramingar e gritar era o momento de ignorar aquilo, ao menos na frente de Billy.
Amber ouvia as palavras de Nataniel com muita atenção, assim que terminou a conversa pôs o telefone no gancho e se dirigiu ao encontro do jovem.Em sua bicicleta ela logo chegou até a região de Lagoona Park, o bairro mais sofisticado de Granada, com praças, jardins e um lago de águas azuis podia se sentir o ar de natureza sem perder a sofisticação. A jovem chegou até o casarão e Nataniel já a esperava no portão com uma bolsa grande e preta sobre os ombros.– Amber, chegou rápido! – E continuou. – A tarefa tem haver com seu amigo que está doente, eu andei pensando e notei que talvez não devessemos sair procurando o Pesadelo por aí, essas energias se enraízam como se fossem uma planta trepadeira e ele está bem na nossa frente o tempo todo!– Você está me dizendo que o Pesadelo está se nutrindo do Billy? – para Amber fora fácil deduzir naquele momento, não podia acreditar que problema e causador estavam diante dos seus olhos o tempo todo. Como não havia percebido?
Dentro da van os três sorriam aliviados, conseguiram se livrar das sombras que estavam envoltas em Billy. Em seguida foram rumo à casa de Amber, pois todos se reuniriam lá mais tarde.Amber já havia contactado a Filipe e a Mary que estavam cientes de tudo que estava acontecendo. Ela também avisou a seu irmão Ber que o “povo” como ela apelidou seus amigos, iria se reunir em sua casa para tratar destes assuntos que eram infelizmente do interesse de todos.Segundo Nataniel primeiro viria o Pesadelo, depois seres muito piores! Essa guerra silenciosa era no mínimo estranha, e a solução que tinham em mente também tinha de ser ou não funcionaria.A ideia era simples, pegar um atalho. Se o Pesadelo havia dado tanto trabalho o que diria de seus futuros sucessores? Queriam tentar algo antes que a próxima entidade chegasse até Granada e Nataniel tinha algo em mente.Todos já se encontravam na casa de Amber, ela falou a todos o que havia acontecido e teriam que decid
Todos corriam pelas escadas em direção ao casarão, já haviam deixado Billy em casa a salvo, recuperado e pronto para causar um espanto positivo quando seus pais chegassem. A realidade é que mesmo com medo a curiosidade despertava neles, como uma leve e tênue projeção, era algo mais instintivo do que qualquer outra coisa! Ber estava ali para olhar sua irmã, Mary e Filipe por sua incredulidade e medo ao mesmo tempo, já Amber tinha a curiosidade sobre seus punhos, ela simplesmente tinha a vontade de compreender o que estava acontecendo sob o fino véu do sobrenatural.Quando entraram e ficaram de encontro à sala com duas macas e um grande rádio todos estranharam, pois imaginavam Amber e Nataniel num ônibus dando adeus da janelinha. Agora poderiam ter uma vaga impressão do que seria a viagem para o universo do meio.Na mesa ao lado havia um prato com cubos de açúcar e uma chaleira generosamente grande, a sala não tinha nenhuma lógica a não ser que pertencesse a um médico in
Depois de andarem quilômetros naquela estrada de terra, sentiam o desgaste de olhar tantos rostos perdidos, o curioso partia de que todos ali estavam no meio de algo que fora nitidamente interrompido.Viam-se rostos chorosos, sorrisos corados, e pessoas de todos os credos e etnias. Mas nenhum rosto conhecido ainda. Coltrane começava a desconfiar que Nataniel pudesse ter ido parar além-florestas e estradas e estar vagando perto do lago congelado como ele dissera a Amber a alguns segundos. Pararam de procurar por ele afinal cada segundo valia nesta corrida contra o tempo.Eles iriam partir naquele momento, em direção à cidade dos mortos, lugar que ficava abaixo de uma montanha gelada.Segundo Coltrane era lá que vagavam as almas perdidas, e ele dificilmente errava o “alvo”! Amber achava estranho cruzar esta terra a pé, mas não cogitava nada, isto até ver o meio de transporte maluco que Fábio insistia ser a melhor forma de cruzar o universo do meio.Quando A
Ele olhou para Amber e Nataniel, sentindo vergonha de si mesmo.Havia negligenciado a verdade dele e de todos, sempre que se lembrava do seu passado tinha menos memórias era como se pertencesse ao universo do meio e não mais ao mundo real.Ainda com receio ele começou do início, sua vida, sua morte:– Eu vivia só no casarão, meus pais haviam brigado e os via juntos cada vez em menor frequência. Mesmo com tantas arrumadeiras, empregados, sentia-me só. Adorava a negligência deles por parte, para poder me aventurar, entre o povo comum, conheci pessoas maravilhosas que tinham uma vida contrastante em relação à minha.Garotas interessantes que jamais poderia conhecer. Elas me adoravam! Talvez pelo fato de ouvi-las coisa que outros garotos não faziam. Pegava sempre a estrada principal e entre um carro ou charrete passava divinamente dos limites do casarão.Conheci muitos amigos, jovens que tinha o prazer de conversar. Não eram como os filhos de juízes e