— Vovô... sobre o Daniel ser um filho ilegítimo, o que realmente aconteceu? — Ela não pôde evitar perguntar.O avô sorriu: — Por que, você não perguntou ao Daniel?— Ele não me disse, e eu não me senti confortável em perguntar.— Então por que está me perguntando?— Eu quero saber.— As coisas do seu homem você deve ouvir dele próprio, saber pela boca dos outros não tem a mesma verdade.Beatriz baixou a cabeça, frustrada: — Vovô, você não conhece seu neto? O coração dele é um poço sem fundo, ele esconde tudo, guarda tudo para si mesmo. Se ele conseguisse lidar com isso seria uma coisa, mas ele está se consumindo por dentro. Até ele me contar diretamente, quem sabe quando será.Ela resmungou, claramente chateada.Levou meio ano para ela descobrir tudo sobre ele diretamente de sua boca.O avô, ao vê-la assim, não conseguiu se conter e começou a rir alto.— Você parece realmente entender ele, parece que a relação de vocês evoluiu um passo, isso deixa o avô muito contente. Eu realmente nã
Daniel, ao acordar, logo se ocupou com os negócios, sem parar um momento sequer. Se não fosse por Beatriz o proibir estritamente, ele provavelmente trabalharia até desfalecer.Daniel desafiava qualquer um, mas diante de Beatriz, ele cedia imediatamente.Lucas não pôde deixar de dizer: — A cunhada é mesmo poderosa, eu disse para o Daniel descansar um pouco antes de continuar trabalhando, mas ele não me ouviu. Vejo que minhas palavras não são tão eficazes quanto as da cunhada.Daniel, ao ouvir isso, lançou-lhe um olhar fulminante. Se fosse antes, Lucas já teria recuado, mas hoje, com Beatriz presente, ele se sentiu encorajado. — Cunhada, você realmente precisa colocar o Daniel na linha, ele simplesmente não obedece. Ouvi dizer que, quando estava no exército, ele sempre assumia as missões mais perigosas, enquanto todos tinham suas reservas, ele agia como se estivesse desesperado.— Por que você está falando tanto hoje?A voz de Daniel esfriou um pouco, e Lucas, percebendo o limite, saiu r
— Quer saber? Aquilo é meu esconderijo secreto, depois que você me der um filho, eu te levo lá.Os olhos de Daniel brilharam de um jeito diferente.Quando Beatriz ouviu a parte sobre ter um filho, suas orelhas ficaram vermelhas de repente.— Sonha, não estou interessada no seu esconderijo secreto. Vou ver se sua refeição nutritiva já está pronta na cozinha.Beatriz fugiu.Daniel assistiu ela se afastar, seus pensamentos se aprofundando.Daniel ficou em casa mais meio mês, agora podendo andar, e a ferida já havia cicatrizado com nova carne rosa.O médico veio remover os pontos, e ele estava praticamente curado, mas ainda precisava ter cuidado para não fazer exercícios muito intensos, ainda precisava se recuperar.Era difícil imaginar que, em pouco mais de um mês, Daniel já estava recuperado, pulando e agindo como se nada tivesse acontecido.Durante esse mês, Daniel mal havia tomado banho, apenas se lavando com água.Quando estava incapacitado, Lucas era quem trocava suas roupas.Daniel
Beatriz, confusa, assentiu, e Daniel, como uma criança que recebeu a aprovação do professor, beijou-a com mais fervor, começando a tirar suas roupas.Suas mãos continuaram a explorar mais abaixo...Por algum motivo, Beatriz, que inicialmente estava desfrutando, começou a se sentir cada vez mais rígida.O medo daquele dia no barco voltou.Insultos, humilhações, sendo amarrada como um animal.Ela estava vendada, não podia ver, todos os toques eram intensificados.Aquela mão grande percorrendo seu corpo.Ele estava aliviando sua solidão.Mas naquele momento, ela era namorada de Afonso, ainda assim foi forçada a se deleitar com outro homem.Ela pensou em morrer...Num instante, o medo atingiu seu auge.— Não...Beatriz subitamente ficou pálida, coberta de suor frio, e com uma força que não sabia de onde veio, deu-lhe um tapa forte.A mão doía.Os dedos tremiam, a palma estava vermelha e inchada, mostrando a força que ela usou.Ela se sentia totalmente exausta, retrocedendo até bater na por
Enquanto Daniel dava instruções, Beatriz levou sua outra mão ao rosto dele.— Deve doer bastante, desculpe, eu... não controlei minha força.Daniel estendeu a mão, segurando suavemente a dela.Ele abriu a boca, querendo perguntar se estar com ele era difícil, sabendo que era uma pessoa complicada e contraditória. Ela tinha que superar seus medos para estar com ele, será que por dentro ela estava sofrendo?Mas ele não ousou perguntar, com medo de que, ao fazê-lo, Beatriz enfrentasse essa questão e decidisse não ficar com ele.Ele não podia suportar a ideia de perdê-la.Mantê-la em seu coração por tanto tempo, que era impossível se desfazer dela facilmente.O olhar complexo de Daniel fez o coração de Beatriz tremer.O que ele estaria pensando naquele momento?— Daniel, você pode me dizer o que está pensando, não guarde tudo para si, por favor?— Está bem.E então, não houve mais nada.Beatriz, um tanto quanto frustrada.Daniel se recuperou e teve que ir para o Grupo Dias tratar de assunt
Beatriz não esperava que Débora também estivesse lá, o que foi uma surpresa.A tia insistiu para que ela ficasse para o jantar e não a deixou ir.Beatriz, sem escolha e preocupada com sua avó, desceu do carro. A tia a abraçou como se ela fosse da família.Elas nem entraram na casa, a tia parecia ter um monte de coisas para desabafar.— Estou cansada da esposa do Afonso, cansada mesmo! Você sabe por que ela veio?— Por quê?— Veio pedir minha receita secreta para ter filhos. Eu tinha problemas de saúde na juventude e usei a Medicina Tradicional para me tratar. Naquela época, havia uma política rigorosa de natalidade, e eu só podia ter um filho, então queria um menino. Por sorte, realmente tive um. Débora sofreu um aborto, agora quer engravidar logo, e quer um menino. Ela ouviu que eu tinha uma receita secreta que era muito eficaz e veio me pedir. Se eu tivesse, até daria para ela, mas não tenho. Não aguento mais ficar em casa, inventei uma desculpa para sair comprar algumas coisas.— Pe
— Não era uma receita para ter filhos? Como agora é para recuperar a saúde? — A tia fingiu confusão com malícia.Débora ficou imediatamente paralisada.— Vou ver como está a sogra, vocês, jovens, conversem. Somos todos da mesma família, sem cerimônias.A tia usou isso como desculpa para sair, deixando apenas as duas no salão.Beatriz estava tranquila e aberta, enquanto Débora se sentia culpada e extremamente desconfortável.— Beatriz, você não sabe evitar conflitos? Afinal, este é a casa da avó de Afonso, por que você vem aqui tão frequentemente? Você diz que não está interessada em Afonso, mas o que mais você faz? Usa de todos os meios para chamar sua atenção! Você só finge ser generosa, mas na verdade é mais mesquinha que qualquer um. Você sabe que não pode tirar Afonso de mim, então usa esses métodos para nos provocar, certo?Ao ouvir isso, Beatriz quase riu de indignação.Esse casal sempre tão confiante em si mesmo.— Eu estou visitando a Vila Silva, por acaso? Eu vim visitar a fa
Beatriz olhou friamente para Afonso.— Você já me acusou injustamente uma vez, vai fazer isso de novo?Afonso estava prestes a dizer algo quando, de repente, ao ouvir essas palavras, toda a sua fala se calou na profundeza de sua garganta.Débora, com raiva, apontava para o seu nariz.— Desta vez, foi claramente você quem me empurrou de propósito.— E por qual razão, eu te empurraria? O celular é algo privado, por que você estava com o meu celular?— Você estava enviando mensagens para o meu marido, que descaramento!— Afonso, você ouviu, ela pegou meu celular sem permissão, querendo ver nossas conversas. Ela pode querer me monitorar, mas que não mexa no meu celular, que mexa no dela. Eu não tenho nada a esconder, Afonso, no fundo você sabe se eu alguma vez te seduzi!Após dizer isso, ela subiu as escadas sem olhar sequer para Afonso.Quando ela passou por ele, Afonso quase que instintivamente tentou segurar sua mão.Mas ele não fez nada, pois a Beatriz de agora não tinha mais nada a ve