Eles se abriram completamente um para o outro.Ela chorou incontrolavelmente na praia, suas lágrimas como pérolas, atingindo-o profundamente.— Eu não te traí, foram seus pais que me obrigaram a casar com ele, dizendo que só assim você me esqueceria. Eu nem deveria te procurar... Deixe-me perecer sozinha.Ao ouvir isso, Afonso ficou furioso e ainda mais compadecido.Ele a abraçou com força, sem querer soltá-la.Ele havia estado com muitas mulheres, mas nenhuma deixou uma memória tão profunda quanto a primeira.Débora foi seu primeiro amor!Débora não se divorciou, e ele ainda tinha Beatriz; eles não poderiam ficar juntos abertamente.Mas suas visitas ao exterior tornaram-se mais frequentes, seus pais haviam falecido, e sua avó estava doente, Beatriz completamente alheia.Nada poderia impedi-lo de lutar pelo amor!Sua avó até o repreendeu algumas vezes, dizendo que ele estava enfeitiçado, mas ele sempre pensou que era preconceito dela contra Débora, por causa da derrocada da família Cos
Mas ela já havia prometido à sua avó, não queria quebrar sua palavra e magoá-la.A avó já havia sofrido demais hoje, não precisava de mais preocupações.— Vó, o médico disse que você precisa descansar, não se preocupe com mais nada por agora, voltarei para vê-la em alguns dias.A avó concordou com um aceno.— Durma agora, estou aqui com você.A avó estava cansada e logo adormeceu.Depois de vê-la dormindo, Beatriz saiu do quarto na ponta dos pés.Não esperava encontrar Afonso, a última pessoa que queria ver, do lado de fora.Ela pensou que ele tinha acabado de chegar.— A vó está dormindo, melhor você voltar quando ela acordar, para não acordá-la.Afonso não disse nada, apenas olhava para ela com um olhar complicado.Ele pensou que Beatriz tinha mais alguma coisa para dizer a ele.Mas, para sua surpresa, depois de dizer aquilo, ela se virou e saiu, sem olhar para trás, decidida.Ele seguiu-a instintivamente, apenas para vê-la apressando-se escada abaixo, onde Daniel já a esperava.Dani
Eles entraram no carro, e Beatriz finalmente relaxou, prestes a afivelar o cinto de segurança, quando de repente Daniel segurou a nuca dela, puxando-a com força em sua direção.Ela ficou assustada, tentando se soltar instintivamente, mas Daniel sussurrou: — Não se mexa, Afonso saiu e está nos observando lá fora.— É mesmo?Ela queria olhar para trás, mas Daniel a impediu.— Quanto mais você olha para ele, mais ele pensa que você ainda tem sentimentos por ele, alimentando suas ilusões.Ouvindo isso, Beatriz pensou que fazia sentido.Afonso era especialista em fazer suposições, qualquer olhar a mais dela e ele imaginaria toda uma história.No fim, era apenas ressentimento.Se ela não estivesse com Daniel, se não o tivesse esquecido completamente, ainda teria pensamentos sobre ele.— E agora? Ele se foi?— Não.Assim que Daniel terminou de falar, seus lábios se encontraram.Ela arregalou os olhos, sua respiração se tornou delicada, a mente um vazio.Isso... era apropriado?Daniel já não e
— Vovô, eu e Daniel já nos divorciamos. Agora, eu posso ser a nora de qualquer um.— Isso não pode ser. Eu vou ter uma conversa séria com Daniel, preciso que ele te reconquiste. Mesmo que seja para recomeçar, da última vez foi tudo muito às pressas, nem tivemos um casamento apropriado. O casamento de vocês, eu quero planejar pessoalmente, tem que ser o mais grandioso possível, não vamos deixar você em desvantagem.Fernando falava consigo mesmo, enquanto Beatriz não respondia.Após conversar com o avô, ela saiu e por acaso encontrou Daniel ao telefone, falando inglês fluentemente com Charlotte.Ela estava distante, então não sabia exatamente sobre o que conversavam, mas Daniel parecia sorrir, o diálogo devia estar agradável.Ela pensou em cumprimentá-lo antes de ir, mas depois de esperar alguns minutos e ver que ele não desligava, disse à enfermeira ao lado. — Diga ao Daniel que já estou de saída. Amanhã não virei, vou visitar a avó.Dito isso, Beatriz partiu.Daniel desligou o telefone
Fernando tossiu embaraçadamente por um momento.— Amanhã, você também deve levar um presente generoso e visitar a Velha Adriana, mostrando respeito como o mais jovem, e sendo cordial com a família Costa.Daniel entendeu o que ele queria dizer; ele estava tentando apoiar a Velha Sra. Nunes.Com presentes generosos e uma atitude humilde e respeitosa em relação ao filho e à nora da Velha Sra. Nunes, ele se colocava no papel do mais jovem.Outros convidados da família Costa certamente visitariam a Velha Senhora amanhã para ver como ela estava, e ao verem isso, entenderiam que os problemas da família Costa não eram algo que pudessem ser motivo de piada.— Vô, você realmente se preocupa com a Velha Sra. Nunes.— Porque Bia também vai estar lá amanhã, eu estou criando uma oportunidade para você, o que você sabe? Eu quero o melhor para você.— Oh, então é para o meu bem. — Daniel concordou, sem pressa.Fernando deu-lhe um olhar severo antes de se virar e se enrolar nos cobertores para dormir.
— O que você faria ao descobrir isso? Ele é claramente uma boa pessoa, mas teve esse comportamento horrível, ele te machucou diretamente. Franciely, você continuaria com ele?Franciely ficou sem palavras.Ela realmente tinha sido intimidada, e ainda se lembrava da feiura daqueles rostos.Às vezes, ela acordava no meio da noite, assustada, tentando curar as cicatrizes da infância.Sua motivação inicial para se tornar jornalista era expor a violência escolar ao público.Ela não perdoaria nenhum intimidador.Aqueles que intimidam os fracos merecem morrer.— Eu não continuaria, terminaria imediatamente.— E se você gostasse muito dele, o que faria?— Se eu continuasse com ele, por amor, negando seus erros. Então, mais tarde, eu também poderia achar que intimidar não é errado, eu também poderia me tornar um agressor!Empatizar com o agressor significa que você pode se tornar o próximo.— É... essa é a minha mentalidade agora. Daniel errou, se eu o perdoar, seria o mesmo que negar a dor que
Beatriz abriu a boca, querendo dizer algo, mas por um momento não soube o que dizer.Ela sabia que, se não fosse por Daniel chegar a tempo, ela teria sido violada por outra pessoa.Mas, se o agressor fosse um sequestrador, ela poderia odiá-lo justificadamente pelo resto da vida, desejando matá-lo, comer sua carne e beber seu sangue.Mas como foi Daniel, ela não conseguia odiá-lo.No entanto, ela sentia que nem sequer tinha o direito de detestar o criminoso que a estuprou, essa dor a impedia de seguir em frente por muito tempo, até mesmo sentindo-se de certo modo obsessiva.Ela não conseguia dissuadi-lo.Ele também não conseguia se convencer, assim permaneceram em um impasse, sem saber quando isso terminaria.Talvez, o tempo daria a melhor resposta.Ela continuou andando cabisbaixa, dirigiu até o shopping, comprou algumas coisas e chegou à família Costa.Ela pensou que Daniel estivesse a seguindo todo o caminho, até que ele também saiu do carro, trazendo presentes que havia preparado co
O avô dela, no entanto, fez com que ela fosse até o prédio do concorrente para pular, o que poderia afetar o preço do imóvel e o mercado de ações do adversário.— A menina ficou tão furiosa que acabou pulando naquele momento, mas felizmente alguém a pegou a tempo, evitando uma tragédia.— O avô naquela época era realmente um desastre. Como é que a avó acabou ficando com ele?— Eu não sabia dessas histórias dele naquela época, eu tinha vindo para a Capital para estudar, e a internet não era desenvolvida como hoje. Nós nos conhecemos em um encontro universitário, e então ele começou a me cortejar. Ele era realmente bonito, e eu acabei me apaixonando. Rapidamente ficamos juntos. Só depois fiquei sabendo dessas histórias sobre ele, que me deixaram furiosa. Mas as mulheres são assim, sempre esperam ser a escolhida, aquela que fará o homem mudar, se sentir especial. Ele ficou firme comigo por quase seis meses, nós dois éramos muito compatíveis, e eu sentia que era diferente, que ele mudaria