Ouvindo isso, a avó o olhou com desapontamento.— Ela não é tão inocente quanto você pensa, você não tem medo de estar protegendo a pessoa errada?Afonso empalideceu levemente, mas ainda assim disse firmemente: — Mesmo que eu esteja protegendo a pessoa errada, continuarei a protegê-la! E, além disso, Débora não é tão ruim quanto a senhora imagina, vó. A primeira vez entre nós aconteceu porque eu tinha bebido demais e cometi um erro. Se há algum erro, é meu. Eu entendo que a senhora tem um favoritismo por mim, e por isso coloca toda a culpa em Débora.— Teimosia, você é pura teimosia...A avó, ao ouvir isso, ficou tão irritada que sua voz tremia.Beatriz não deveria ter saído, afinal, era um assunto familiar.Mas ela não podia ficar parada assistindo Afonso irritar a avó novamente.Ela só tinha que abrir a porta e sair. No momento em que Afonso a viu, sua expressão mudou levemente e ele imediatamente endireitou as costas.— Como você está aqui? Escutar a conversa alheia é antiético.— A
Ela estava preocupada que a avó ficasse chateada, mas, para sua surpresa, a avó estava bastante calma.— Avó, você está bem? — ela perguntou suavemente.A avó sorriu: — Com a idade, já passei por muitas dificuldades, isso não é nada.Beatriz podia ver que o sorriso dela era um pouco forçado.Envelhecer e ainda ser traída pelo neto que tanto amava era difícil de engolir.Beatriz sentia pena, sua família não estava por perto, apenas sua avó a amava tanto, uma pena que ela tenha falecido tão cedo.Na verdade, seus pais também a amavam, mas desde que tiveram um irmão, ela se tornou menos importante em casa.Ela sabia que não podia esperar que todos a amassem, tudo que podia fazer era amar a si mesma.Mas então ela encontrou avó Adriana, conheceu avô Fernando...Ela não tinha nenhum vínculo sanguíneo com esses idosos, mas eles estavam dispostos a amá-la incondicionalmente!— Você fica com a vovó, eu espero aqui fora, qualquer coisa me liga.Daniel olhou preocupado para a idosa e deu um tap
— Sua consideração é admirável, Daniel. — A tia elogiou novamente.Com a conversa encerrada, Daniel serviu um pedaço de mamão com molho agridoce.Beatriz franziu a testa novamente. Como ele sabia que ela gostava do sabor agridoce?Era estranho, algo estava fora do lugar.Tio e tia perceberam o clima e trocaram olhares, entendendo o não dito.Após o almoço, e sabendo que a avó já estava descansando, Beatriz decidiu não incomodá-la e saiu mais cedo.No carro, Beatriz notou algo estranho com o pneu.Ela rapidamente saiu para verificar e descobriu que o pneu havia sido furado por um prego.O ar estava vazando, e o carro estava visivelmente mais baixo de um lado.Tudo estava normal quando ela chegou.— Provavelmente foram crianças brincando, ou então foi um acidente.— Há câmeras? Quero ver quem foi tão baixo.— Vou verificar.A tia foi rapidamente, mas logo voltou.Enquanto descia, ela cruzou o olhar com o de Daniel.— Tia, quem foi?— As câmeras estão quebradas, fazem dias, eu só descobr
Uma mulher nas mãos de sequestradores, qual será o seu destino? Beatriz Rocha estava vivenciando esse pesadelo. Aquele grupo queria transformá-la em uma prostituta.Ela estava vendada e com a boca selada por fita adesiva, amarrada em um canto como um animal. Seu corpo estava coberto de cicatrizes, sem um pedaço de pele intacto. A corda que a prendia era curta, tinha menos de um metro. Se ela se movesse um pouco mais para a frente, a corda apertaria seu pescoço. Várias vezes, Beatriz lutou inutilmente, ficando sem ar, o rosto roxo, a voz sufocada.Ela não podia escapar...Do lado de fora, ela ouvia os sequestradores xingando furiosamente. Eles tentaram violentá-la, mas ela reagiu mordendo a garganta de um deles. Se tivesse um pouco mais de força, teria quebrado sua traqueia, matando-o.Por isso, Beatriz foi brutalmente espancada e amarrada ali. Drogada, sua resistência foi reduzida a quase nada.De repente, lá fora, algo aconteceu. O barco em que estavam colidiu violentamente, e ela cai
Aquele era um clube que Afonso frequentava, onde ele costumava beber com os amigos.A razão dizia para Beatriz não acreditar nas palavras do chefe dos sequestradores, que tudo era mentira. Mas seu corpo, fora de controle, queria verificar. Ela esteve ao lado de Afonso por três anos e sabia o número da sala privativa que ele frequentava. Foi diretamente para lá.— Afonso perdeu, o que vai ser, verdade ou desafio?— Verdade.— Então, quem é a mulher que você mais ama no seu coração?— Isso ainda é uma pergunta? Claro que é Débora.Beatriz estava do lado de fora, ficando cada vez mais pálida. Suas pernas ficaram pesadas como chumbo, e suas mãos pairaram no ar, incapazes de bater na porta por um longo tempo. Depois, parece que eles começaram outra rodada do jogo. Desta vez, Débora foi quem perdeu.— Cunhada perdeu, então, você escolhe verdade ou desafio?— Desafio.A voz da mulher era suave como água.— Então beije um dos homens aqui por três minutos.— Ah, não brinque assim.Débora estava
Daniel estendeu a mão, com dedos bem definidos e a palma larga. Ao ouvir a voz dele, Beatriz ficou paralisada no lugar, incapaz de se mover.Nesse momento, o delinquente, embriagado, correu em direção a eles. — Você é cego? Não vê que estou aqui? Acredita se eu disser que vou te bater...Daniel não disse nada. Apenas passou o guarda-chuva para ela e chutou o delinquente.Ele pegou o celular e fez uma ligação, e a polícia local chegou imediatamente.— Este homem estava assediando uma mulher. Provavelmente é um criminoso habitual. Levem-no para a detenção para um aviso.— Claro, claro, vamos cuidar disso.Os policiais foram muito educados e levaram o homem embora.Nesse meio tempo, Beatriz deveria ter corrido, mas suas pernas não obedeciam, e ela permaneceu paralisada. — Posso te levar para casa?— Quem é você, afinal? — Ela perguntou, tremendo.— Sou um ex-colega de escola do Afonso. Éramos bastante próximos. Agora, estou aposentado, sem emprego fixo.— Você era policial antes?Daniel
Daniel estava ao telefone e não a notou.— Certo, vou fazer compras com você no fim de semana.— Estou dirigindo agora, não posso falar ao telefone...— Sim, sim, tudo do seu jeito.Daniel tinha uma imagem muito rígida, falava de maneira direta e cheia de vigor. Mas, naquele momento, ele falava de maneira gentil e até sorria, o que suavizava a aura intimidadora que emanava. Ele provavelmente estava falando com uma garota de quem gostava, e como alguém que respeitava muito a lei após se aposentar, não falava ao telefone enquanto dirigia.Beatriz sentiu como se tivesse encontrado um salvador e começou a bater freneticamente na janela do carro.Daniel franziu a testa e abaixou o vidro.— Hm? — Um leve tom de dúvida. — Vou desligar agora, algo surgiu. Na próxima vez, você decide o castigo.Pareceu que ele acalmou a outra pessoa antes de finalmente desligar.Daniel apenas olhou para ela de dentro do carro, sem abrir a porta.— Algum problema?— Você poderia me levar a um hotel? Não é fácil
Beatriz ficou aterrorizada e imediatamente chamou socorro médico. A pessoa que estava bem e almoçando agora estava sendo levada às pressas para a UTI.A casa de repouso ligou freneticamente para a família. Beatriz esperava ansiosamente do lado de fora do quarto. Após mais de uma hora, alguém chegou apressadamente.— Policial Dias?— O que você está fazendo aqui? — Daniel franziu a testa.Ana apressou-se em explicar: — Ela é uma voluntária em nossa casa de repouso, e Avô Fernando gosta muito dela. Nos últimos dias, o Velho Senhor tem se queixado de falta de ar e acorda frequentemente durante a noite. Não esperávamos que isso acontecesse tão rápido...Daniel nem teve tempo de conversar com Beatriz, preocupado em saber sobre o estado de seu avô.Foi então que ela soube o nome completo do avô - Fernando Dias.Mais tarde, o avô foi levado às pressas para a sala de cirurgia. Após quatro horas, foi trazido de volta, esperando que o efeito da anestesia passasse e ele acordasse, o que só acont