Fernando tossiu embaraçadamente por um momento.— Amanhã, você também deve levar um presente generoso e visitar a Velha Adriana, mostrando respeito como o mais jovem, e sendo cordial com a família Costa.Daniel entendeu o que ele queria dizer; ele estava tentando apoiar a Velha Sra. Nunes.Com presentes generosos e uma atitude humilde e respeitosa em relação ao filho e à nora da Velha Sra. Nunes, ele se colocava no papel do mais jovem.Outros convidados da família Costa certamente visitariam a Velha Senhora amanhã para ver como ela estava, e ao verem isso, entenderiam que os problemas da família Costa não eram algo que pudessem ser motivo de piada.— Vô, você realmente se preocupa com a Velha Sra. Nunes.— Porque Bia também vai estar lá amanhã, eu estou criando uma oportunidade para você, o que você sabe? Eu quero o melhor para você.— Oh, então é para o meu bem. — Daniel concordou, sem pressa.Fernando deu-lhe um olhar severo antes de se virar e se enrolar nos cobertores para dormir.
— O que você faria ao descobrir isso? Ele é claramente uma boa pessoa, mas teve esse comportamento horrível, ele te machucou diretamente. Franciely, você continuaria com ele?Franciely ficou sem palavras.Ela realmente tinha sido intimidada, e ainda se lembrava da feiura daqueles rostos.Às vezes, ela acordava no meio da noite, assustada, tentando curar as cicatrizes da infância.Sua motivação inicial para se tornar jornalista era expor a violência escolar ao público.Ela não perdoaria nenhum intimidador.Aqueles que intimidam os fracos merecem morrer.— Eu não continuaria, terminaria imediatamente.— E se você gostasse muito dele, o que faria?— Se eu continuasse com ele, por amor, negando seus erros. Então, mais tarde, eu também poderia achar que intimidar não é errado, eu também poderia me tornar um agressor!Empatizar com o agressor significa que você pode se tornar o próximo.— É... essa é a minha mentalidade agora. Daniel errou, se eu o perdoar, seria o mesmo que negar a dor que
Beatriz abriu a boca, querendo dizer algo, mas por um momento não soube o que dizer.Ela sabia que, se não fosse por Daniel chegar a tempo, ela teria sido violada por outra pessoa.Mas, se o agressor fosse um sequestrador, ela poderia odiá-lo justificadamente pelo resto da vida, desejando matá-lo, comer sua carne e beber seu sangue.Mas como foi Daniel, ela não conseguia odiá-lo.No entanto, ela sentia que nem sequer tinha o direito de detestar o criminoso que a estuprou, essa dor a impedia de seguir em frente por muito tempo, até mesmo sentindo-se de certo modo obsessiva.Ela não conseguia dissuadi-lo.Ele também não conseguia se convencer, assim permaneceram em um impasse, sem saber quando isso terminaria.Talvez, o tempo daria a melhor resposta.Ela continuou andando cabisbaixa, dirigiu até o shopping, comprou algumas coisas e chegou à família Costa.Ela pensou que Daniel estivesse a seguindo todo o caminho, até que ele também saiu do carro, trazendo presentes que havia preparado co
Uma mulher nas mãos de sequestradores, qual será o seu destino? Beatriz Rocha estava vivenciando esse pesadelo. Aquele grupo queria transformá-la em uma prostituta.Ela estava vendada e com a boca selada por fita adesiva, amarrada em um canto como um animal. Seu corpo estava coberto de cicatrizes, sem um pedaço de pele intacto. A corda que a prendia era curta, tinha menos de um metro. Se ela se movesse um pouco mais para a frente, a corda apertaria seu pescoço. Várias vezes, Beatriz lutou inutilmente, ficando sem ar, o rosto roxo, a voz sufocada.Ela não podia escapar...Do lado de fora, ela ouvia os sequestradores xingando furiosamente. Eles tentaram violentá-la, mas ela reagiu mordendo a garganta de um deles. Se tivesse um pouco mais de força, teria quebrado sua traqueia, matando-o.Por isso, Beatriz foi brutalmente espancada e amarrada ali. Drogada, sua resistência foi reduzida a quase nada.De repente, lá fora, algo aconteceu. O barco em que estavam colidiu violentamente, e ela cai
Aquele era um clube que Afonso frequentava, onde ele costumava beber com os amigos.A razão dizia para Beatriz não acreditar nas palavras do chefe dos sequestradores, que tudo era mentira. Mas seu corpo, fora de controle, queria verificar. Ela esteve ao lado de Afonso por três anos e sabia o número da sala privativa que ele frequentava. Foi diretamente para lá.— Afonso perdeu, o que vai ser, verdade ou desafio?— Verdade.— Então, quem é a mulher que você mais ama no seu coração?— Isso ainda é uma pergunta? Claro que é Débora.Beatriz estava do lado de fora, ficando cada vez mais pálida. Suas pernas ficaram pesadas como chumbo, e suas mãos pairaram no ar, incapazes de bater na porta por um longo tempo. Depois, parece que eles começaram outra rodada do jogo. Desta vez, Débora foi quem perdeu.— Cunhada perdeu, então, você escolhe verdade ou desafio?— Desafio.A voz da mulher era suave como água.— Então beije um dos homens aqui por três minutos.— Ah, não brinque assim.Débora estava
Daniel estendeu a mão, com dedos bem definidos e a palma larga. Ao ouvir a voz dele, Beatriz ficou paralisada no lugar, incapaz de se mover.Nesse momento, o delinquente, embriagado, correu em direção a eles. — Você é cego? Não vê que estou aqui? Acredita se eu disser que vou te bater...Daniel não disse nada. Apenas passou o guarda-chuva para ela e chutou o delinquente.Ele pegou o celular e fez uma ligação, e a polícia local chegou imediatamente.— Este homem estava assediando uma mulher. Provavelmente é um criminoso habitual. Levem-no para a detenção para um aviso.— Claro, claro, vamos cuidar disso.Os policiais foram muito educados e levaram o homem embora.Nesse meio tempo, Beatriz deveria ter corrido, mas suas pernas não obedeciam, e ela permaneceu paralisada. — Posso te levar para casa?— Quem é você, afinal? — Ela perguntou, tremendo.— Sou um ex-colega de escola do Afonso. Éramos bastante próximos. Agora, estou aposentado, sem emprego fixo.— Você era policial antes?Daniel
Daniel estava ao telefone e não a notou.— Certo, vou fazer compras com você no fim de semana.— Estou dirigindo agora, não posso falar ao telefone...— Sim, sim, tudo do seu jeito.Daniel tinha uma imagem muito rígida, falava de maneira direta e cheia de vigor. Mas, naquele momento, ele falava de maneira gentil e até sorria, o que suavizava a aura intimidadora que emanava. Ele provavelmente estava falando com uma garota de quem gostava, e como alguém que respeitava muito a lei após se aposentar, não falava ao telefone enquanto dirigia.Beatriz sentiu como se tivesse encontrado um salvador e começou a bater freneticamente na janela do carro.Daniel franziu a testa e abaixou o vidro.— Hm? — Um leve tom de dúvida. — Vou desligar agora, algo surgiu. Na próxima vez, você decide o castigo.Pareceu que ele acalmou a outra pessoa antes de finalmente desligar.Daniel apenas olhou para ela de dentro do carro, sem abrir a porta.— Algum problema?— Você poderia me levar a um hotel? Não é fácil
Beatriz ficou aterrorizada e imediatamente chamou socorro médico. A pessoa que estava bem e almoçando agora estava sendo levada às pressas para a UTI.A casa de repouso ligou freneticamente para a família. Beatriz esperava ansiosamente do lado de fora do quarto. Após mais de uma hora, alguém chegou apressadamente.— Policial Dias?— O que você está fazendo aqui? — Daniel franziu a testa.Ana apressou-se em explicar: — Ela é uma voluntária em nossa casa de repouso, e Avô Fernando gosta muito dela. Nos últimos dias, o Velho Senhor tem se queixado de falta de ar e acorda frequentemente durante a noite. Não esperávamos que isso acontecesse tão rápido...Daniel nem teve tempo de conversar com Beatriz, preocupado em saber sobre o estado de seu avô.Foi então que ela soube o nome completo do avô - Fernando Dias.Mais tarde, o avô foi levado às pressas para a sala de cirurgia. Após quatro horas, foi trazido de volta, esperando que o efeito da anestesia passasse e ele acordasse, o que só acont